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Aluna é agredida na UnB

Morador de rua a atingiu com pedaço de madeira no estacionamento da Faculdade de Tecnologia. Universidade elabora plano de segurança

postado em 20/06/2013 14:00

O agressor foi levado à delegacia e liberado em seguidaEm uma semana, duas pessoas foram atacadas por moradores de rua na Asa Norte, em plena luz do dia. Em 13 de junho, o professor de inglês Pedro Tapajós, 42 anos, andava por uma calçada na Quadra 409, às 9h30, quando um usuário de crack o atingiu no rosto com um pedaço de paralelepípedo. Nesta terça-feira, a violência ocorreu no estacionamento da Faculdade de Tecnologia, na Universidade de Brasília (UnB), às 10h. A estudante do 1; semestre de museologia Poliana Romeiro Wanderley, 28 anos, foi agredida por Renato Pereira Santos com um pedaço de pau, sem qualquer motivo aparente. ;Ele saiu de trás de um carro, olhou para mim e bateu com um porrete de 1,5 metro na minha cabeça;, contou.

A pancada fez a estudante perder a visão por alguns momentos e entrar em desespero. ;Eu gritei muito alto, pedi socorro. Alguns alunos escutaram meus chamados e vieram me ajudar;, relatou Poliana. Estudantes conseguiram deter o agressor até a chegada da Polícia Militar. Encaminhado para a Delegacia de Repressão a Pequenas Infrações (DRPI), Renato Pereira acabou liberado em seguida. A ocorrência foi registrada como lesão corporal. Um Termo Circunstanciado foi gerado e o agressor responderá em liberdade. O problema é que o morador de rua voltou para as proximidades da universidade. Alunos relataram tê-lo visto na Faculdade de Educação.
Embora o fato tenha ocorrido na manhã de terça-feira, somente ontem o comunicado chegou ao Decanato de Assuntos Comunitários da UnB. ;Assim que soubemos da agressão, indicamos uma ambulância da UnB para levá-la ao Hospital de Base para fazer uma avaliação médica. Uma assistente social a visitou para conferir o estado físico e psíquico;, disse a decana do DAC, Denise Bomtempo. Será realizado ainda um trabalho com o Instituto de Psicologia para ajudar na readaptação de Poliana à universidade.

Policiamento

Denise Bomtempo ressaltou que um Conselho Especial de Segurança prepara um plano estratégico para a UnB. ;Na próxima semana, vamos ouvir a sociedade. A perspectiva é concluir esse plano integrando a universidade ao território de segurança da Asa Norte, com todo o cuidado necessário por estarmos em uma instituição de ensino;, lembrou a decana. Ela também fez articulações com a Prefeitura da UnB para que casos como o de Poliana cheguem ao decanato com mais rapidez. ;Os vigilantes devem me comunicar imediatamente.;

O capitão Rafael Maidana, da comunicação social da Polícia Militar, lembrou que a corporação auxilia a segurança da universidade. Há um posto policial na área, com uma viatura e duas motos para fazer rondas 24 horas por dia. ;A UnB está instalando também 35 câmeras no estacionamento. Elas serão monitoradas por PMs;, afirmou o capitão.

Depoimento

"Não tenho coragem de voltar"
;Na terça-feira, às 10h, eu estava no estacionamento da Faculdade de Tecnologia. De repente, saiu esse rapaz de trás de um carro com um porrete na mão. O objeto tinha cerca de 1,5 metro, muito pesado. Ele parou na minha frente e me bateu na cabeça. Ele simplesmente me agrediu, não falou nada. Comecei a gritar e algumas pessoas que estavam próximas me socorreram. Outras foram atrás desse rapaz. Ele foi pego, preso e já foi solto. Disse que não sou a primeira mulher que ele ataca e que também não serei a última. Não consegui dormir à noite. Todas as vezes que eu fechava os olhos, o via parando na minha frente e me batendo. É a coisa mais dolorida do mundo saber que você não pode fazer nada. Uma pessoa vem, te bate gratuitamente, você está dentro de uma universidade e não tem segurança nenhuma. Eu não tenho coragem de voltar. Não sei o que vou fazer. A UnB tem que melhorar a segurança de alguma forma. Se eu estava dentro da universidade, a culpa é da UnB. Alguém tem que ser responsabilizado por isso. Se a pessoa que me bateu não for detida, ela vai agredir outras lá dentro.;

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