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Polícia

Rio: festa em morro gera conflito entre moradores e PMs de UPP

15 ago 2011 - 08h35
(atualizado às 08h50)
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MARCELLO VICTOR

Um confronto entre policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do morro do Turano, no rio Comprido, e moradores da comunidade terminou com três policiais feridos e pelo menos 13 pessoas detidas, no fim da noite de domingo, na zona norte do Rio de Janeiro. O Batalhão de Choque (BPChoque) teve que intervir. Participantes de um baile em comemoração ao Dia dos Pais reclamam de falta de liberdade nos horários em festas no morro. A PM diz que eles não tinham autorização para promover o evento.

Segundo o tenente Eduardo Souza, supervisor de coordenação das UPPs, os policiais foram acionados por moradores incomodados com o barulho de um baile realizado na quadra da localidade da Raia, no alto do morro do Turano, por volta das 23h30. Meia hora depois, cerca de 10 PMs chegaram ao local para encerrar o evento. Cerca de 100 pessoas estavam no local. O som foi desligado, mas durante 40 minutos foi negociado o término da festa. Inconformados, participantes atacaram os PM com ovos, paus, pedras, tijolos, garrafas de cerveja e até coquetéis molotov.

Ante a revolta, os policiais solicitaram apoio do BPChoque. Os cerca de 20 PMs usaram gás de pimenta, bombas de efeito moral e chegaram a efetuar tiros de bala de borracha para dispersar os revoltosos. Três policiais ficaram feridos com escoriações no rosto, mãos e braços. Eles foram encaminhados para exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Os detidos - na maioria adolescentes do sexo masculino - foram encaminhados para a 18ª DP (Praça da Bandeira), onde o caso foi registrado.

Presidente da Associação de Moradores do morro do Turano, Gilberto Rodrigues, disse que a comunidade está revoltada com o rigor dos horários determinados para eventos na comunidade. "O pessoal tinha uma cultura no passado. Temos que mudar essa cultura, não discordo. Mas se tem o policiamento, a comunidade é pacificada, não tem porque ficar com essa proibição", protestou Gilberto. Segundo ele, durante todo o dia ocorreu churrasco, uma festa agostina e depois um baile em comemoração ao Dia dos Pais.

Os participantes do baile denunciaram que na madrugada de sábado foi realizada uma festa no Colégio Estadual herbert de Souza, na rua Barão de Cotegipe, um dos acessos ao morro, que se estendeu até as 4h. "Fora da comunidade os eventos podem ir até depois das 22h, mas, aqui na comunidade, não", disse um jovem revoltado.

O presidente da associação disse ainda que alertou o comandante das UPP, coronel Róbson Rodrigues, sobre a possibilidade de ocorreram protestos pelo horário estipulado para o fim de eventos. Segundo ele, a filha foi atingida por um disparo de bala de borracha.

O tenente Eduardo Souza afirmou que não havia autorização para a realização do baile. O horário determinado para o fim dos eventos é 22h.

Fonte: O Dia
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