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Tendências de Mercado para TIC’s - O
Fenômeno Chamado Big Data

Outubro/2013

Relatório preparado pela Cysneiros Consultores Associados
para a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de
Pernambuco.
Pesquisadores Responsáveis
Tecnologias da Informação e Comunicação: José Carlos
Cavalcanti
2

Sumário
1

Introdução........................................................................................................................ 5

2
Análise das Tendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC)6
2.1

Macrotendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) ..... 9

2.2

Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)...................... 13

2.2.1 Panorama Mundial ......................................................................................................................... 13
2.2.1.1 O Networked Readiness Index – NRI (Índice de Preparo em Rede- IPR) ............................... 14
2.2.1.2 Elementos do IPR ..................................................................................................................... 16
2.2.1.3 A Atual Paisagem do IPR ......................................................................................................... 18
2.2.2 Panorama do Brasil ........................................................................................................................ 21
2.2.3 Panorama de Pernambuco .............................................................................................................. 24

2.3

Recomendações às Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) ..... 25

3

Conclusão....................................................................................................................... 26

4

Referências..................................................................................................................... 27

5

Glossário e Acrônimos................................................................................................... 28
3

Índice de Tabelas
Tabela 1. O Índice de Preparo em Rede – IPR 2013............................................................................................ 18
Tabela 2. Sub-índice do Ambiente e Pilares ......................................................................................................... 19
Tabela 3. Sub-índice de Preparo e Pilares ........................................................................................................... 19
Tabela 4. Sub-índice de Uso e Pilares .................................................................................................................. 20
Tabela 5.Sub-índice de Impacto e Pilares ............................................................................................................ 20
Tabela 6. Proporção das empresas que utilizam computador e Internet, por atividades incluídas no âmbito da
pesquisa, segundo as faixas de pessoal coupado – Brasil - 2010 ......................................................................... 23
Tabela 7. Proporção de empresas que utilizaram celular corporativo e/ou da própria pessoa, segundo faixas de
pessoal ocupado – Brasil - 2010 .......................................................................................................................... 23
Tabela 8. Proporção de pessoas que utilizaram computador, Internet e de especialistas em TI/TIC, por faixas de
pessoal ocupado, segundo as atividades incluídas no âmbito da pesquisa – Brasil -2010 .................................. 24
4

Índice de Figuras
Figura 1. Dilúvio de Dados/ Informações → BIG DATA..................................................................................... 10
Figura 2. O Paradoxo Digital: Custos decrescentes e investimentos crescentes em TICs ................................... 11
Figura 3. Matriz de questões que as empresas estão atualmente enfrentando ..................................................... 11
Figura 4. Etapas de maturidade de otimização de informação para melhoria no desempenho dos negócios ..... 12
Figura 5.O arcabouço do IPR .............................................................................................................................. 15
Figura 6. A Estrutura do IPR ............................................................................................................................... 17
5

1

Introdução

Este relatório foi produzido no âmbito no projeto CICTEC - Centro de Inteligência
Competitiva para Parques Tecnológicos e apresenta um panorama para o setor de Tecnologia
da Informação e Comunicação - TIC com informações acerca do seu tamanho de mercado,
ritmo e vetores de crescimento, características competitivas e da estrutura das respectivas
indústrias, perfil dos trabalhadores e características de mercado, emprego e renda. Os
principais segmentos com tendência de crescimento são analisados em maior detalhe, de
modo a produzir indicações de oportunidades competitivas para as empresas.
Especificamente o relatório observa o volume crescente de dados e informações que
caracteriza o fenômeno chamado de Big Data, e são analisadas as oportunidades e ameaças às
empresas de TIC no Porto Digital decorrentes das novas técnicas e ferramentas de Analítica,
isto é, a produção de conhecimento a partir desta abundância de dados.
6

2

Análise das Tendências de Mercado em Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC)

As tecnologias de informação e comunicação - TICs têm sido mundialmente
reconhecidas como a aplicação de computadores e equipamentos de telecomunicações para
armazenar, recuperar, transmitir e manipular dados, frequentemente no contexto de um
negócio ou empresa. O termo é comumente usado como sinônimo para computadores e redes
de computadores, mas também compreende outras tecnologias de distribuição de informação,
tais como televisão e telefones. Várias indústrias são também associadas com tecnologias de
informação e comunicação, tais como hardware de computadores, software, eletrônica,
semicondutores, internet, equipamentos de telecomunicações, comércio eletrônico e serviços
computacionais1.
O desenvolvimento recente das TICs no mundo tem proporcionado o surgimento de
várias mudanças na forma como as pessoas vivem, trabalham, estudam e se divertem.
Acompanhando este processo, é possível também se perceber o desenvolvimento de novas
ferramentas e padrões tecnológicos, novos modelos de negócios e novas indústrias. Um
fenômeno que tem contribuído para este processo é o da convergência tecnológica; ou seja,
a tendência para diferentes sistemas tecnológicos evoluírem em direção ao desempenho de
tarefas similares. A convergência se refere às tecnologias previamente separadas, tais como
voz (e características da telefonia), dados (e aplicações de produtividade), e vídeo, que agora
compartilham recursos e interagem umas com as outras sinergicamente.
A convergência é definida como o inter-relacionamento da computação e de outras
tecnologias de informação, conteúdo de mídia, e redes de comunicação que têm surgido com
o resultado da evolução e popularização da Internet, bem como de atividades, produtos e
serviços que têm emergido no espaço da mídia digital. Dois dos artefatos mais marcantes
desta nova era de convergência tecnológica são: a) os chamados smartphones (telefones
inteligentes), que proporcionam a conjunção de pelo menos três indústrias anteriormente
isoladas: as telecomunicações, a computação e os serviços na Internet; e, b) os denominados
tablets, também conhecidos como tablet PC, um dispositivo pessoal em formato de
1

http://en.wikipedia.org/wiki/information_technologies
7

prancheta que pode ser usado para acesso à Internet, organização pessoal, visualização de
fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para entretenimento com jogos. Apresenta
uma tela sensível ao toque (touchscreen) que é o dispositivo de entrada principal. A ponta dos
dedos ou uma caneta aciona suas funcionalidades. É um novo conceito: não deve ser igualado
a um computador completo ou um smartphone, embora possua funcionalidades de ambos.
Mas uma das mais fundamentais mudanças recentes proporcionadas pelas TICs é ao
mesmo tempo simples e profunda: as pessoas não precisam mais ir a algum lugar para
trabalhar (o que aqui chamamos de “deslocalização do trabalho”). Ou seja, elas podem
trabalhar a partir de qualquer lugar (Rasmus, 2012). Até recentemente os departamentos de
TI (ou TICs) das organizações reiteravam que “o trabalho da TI é levar a informação certa,
para a pessoa certa, na hora certa”. Agora nós temos que adicionar o seguinte: “para o
artefato de sua escolha”. Quando isto acontece tudo muda. Quando as pessoas decidem qual
artefato usar, a TI desiste de controlar a solução fim-a-fim. No entanto, a TI deve assegurar
que os dados entregues aos artefatos cheguem seguros, idealmente através do uso de
protocolos e serviços.
De acordo com Rasmus (2012), na próxima década o consumidor/usuário vai
direcionar a configuração da tecnologia pessoal no seio da organização, tal como muitos já o
fazem, ao levar o seu próprio artefato para o ambiente de trabalho. Esta nova realidade,
denominada em inglês de “bring your own device- BYOD” (em português, “traga seu próprio
artefato- TSPA”), já está integrando milhares de smartphones e tablets nas infraestruturas de
computação dos negócios no mundo.
Este fenômeno, que Rasmus (2012) intitulou “Working in a Post-PC World”
(“Trabalhando numa Era Pós-PC”, onde PC significa personal computer), levanta um
importante aspecto sobre quão ubíqua esta tecnologia será no futuro. Ela provavelmente
proporcionará um grande número de capacidades que irão transformar ainda mais como as
pessoas vivem e trabalham, e como elas definirão as fronteiras de sua experiência de vida e
de trabalho.
A Era Pós-PC é também convergente com o florescimento do fenômeno oriundo do
crescimento das TICs, como é o das redes sociais digitais. Um serviço social em rede digital
é uma plataforma para produção de redes sociais, ou interações sociais entre pessoas que, por
8

exemplo, compartilham interesses, atividades, históricos de vidas, ou conexões na vida real.
Um serviço de rede social consiste de uma representação de cada usuário (frequentemente um
perfil), seus laços sociais, e uma variedade de interações sobre a Internet, tais como e-mail e
mensagens instantâneas.
Os principais tipos de serviços de redes sociais são aqueles que contêm categorias de
lugares (tais como ex-colegas), meios para conectar amigos (usualmente com páginas para
autodescrição), e um sistema de recomendação em que se confie.

Métodos populares

combinam muitos destes, com serviços tais como aqueles baseados nos EUA como
Facebook, Google+, Tumblr, e Twitter usados amplamente no mundo; Nexopia no Canadá;
Badoo, Bebo, VKontakte, Draugiem.lv (maioria

em

Latvia); Hi5, Hyves (maioria

na

Holanda); iWiW (maioria na Hungria); Nasza-Klasa (maioria na Polônia); Skyrock, The
Sphere, StudiVZ (maioria na Alemanha); Tagged, Tuenti (maioria na Espanha), e XING em
partes da Europa;

Hi5 e Orkut nas Américas do Sul e Central; LAGbook, Mxit na

África; e Cyworld, Mixi, Orkut, Renren, Weibo e Wretch na Ásia e nas Ilhas do Pacífico
(http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_social_networking).
9

2.1

Macrotendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)

Tendo em vista os fenômenos relacionados com o desenvolvimento recente da
indústria da TICs aqui mencionados (convergência tecnológica, deslocalização do trabalho,
byod e redes sociais digitais), como o Brasil, de forma geral, e Pernambuco, de forma
particular, posicionam-se em relação aos mesmos?

Especificamente, como estão

posicionadas as empresas brasileiras e pernambucanas diante de tais fenômenos? Finalmente,
que outras tendências tecnológicas proporcionadas pelas TICs podem contribuir para melhor
posicionar as empresas brasileiras e pernambucanas no cenário destes novos fenômenos
mundiais aqui apontados?
O principal objetivo deste trabalho é mostrar, inicialmente, qual é a posição do Brasil
(de modo geral, e de Pernambuco em particular) no contexto das transformações recentes da
indústria mundial de TICs, e isto é feito através da apresentação de “The Network Readiness
Index – NRI (ou IPR – Índice de Preparo em Rede, em português), índice publicado há 12
anos por “The Global Information Technology Report - GITR”, relatório que é
desenvolvido pelo World Economic Forum - WEF (www.wef.org) em parceria com a
INSEAD.
Todavia, a intenção maior deste objetivo principal é proporcionar ao leitor uma
perspectiva introdutória para remetê-lo a um objetivo derivado, que é o de apontar para três
importantes tendências mundiais de mercado na indústria das TICs que estão tanto moldando
quanto estão sendo moldadas pelos fenômenos aqui citados.

As três tendências são

denominadas BIG DATA (Grandes Dados)(objeto deste documento), Analytics (Analítica) e
Cloud Computing (Computação em Nuvem).
A justificativa para a escolha destas três tendências tecnológicas se baseia no seguinte
argumento. Em primeiro lugar, nos últimos tempos a humanidade tem sido protagonista (e é
também impactada) de uma crescente, e sem precedentes, produção de dados/informações em
termos de volume, velocidade e variedade (veracidade é outro conceito que vem sendo
adicionado aos três anteriores, como será visto à frente), fenômeno que vem sendo
denominado de “Big Data” (ver a Figura 1 à frente), o qual vem ocorrendo ao tempo em que
os

custos

de

aquisição,

armazenamento

e

gestão

de

informação

têm

caído,
10

concomitantemente ao aumento nos investimentos das empresas em TICs (fato que tem sido
denominado de “Paradoxo do Universo Digital”, Figura 2 à frente).
Em segundo lugar, percebe-se em todo o mundo que as empresas como um todo não
estão enfrentando dificuldades em ter acesso às informações, mas sim estão encontrando
sérios desafios em analisá-las de forma consoante com a complexidade do contexto em que
estão hoje imersas (ver Figura 3 à frente), no qual encontram dificuldades em estabelecer
estratégias vencedoras de distinção entre o que é informação e o que é discernimento.
O que (de fato) as empresas no mundo (e as do Brasil e de Pernambuco em particular)
estão necessitando (em termos de competências e capacidades) são ferramentas e
metodologias de Business Analytics (Analítica de Negócios), de forma que percebam em que
grau maturidade, em termos de otimização da informação para melhoria no desempenho dos
negócios (ver Figura 14 à frente), elas se encontram, e o que é necessário para evoluir.

Figura 1. Dilúvio de Dados/ Informações → BIG DATA
11

Figura 2. O Paradoxo Digital: Custos decrescentes e investimentos crescentes em TICs

Fonte: Source: IDC's Digital Universe Study, sponsored by EMC, December 2012

Figura 3. Matriz de questões que as empresas estão atualmente enfrentando
12

Figura 4. Etapas de maturidade de otimização de informação para melhoria no desempenho dos
negócios

Finalmente, Big Data e Analítica estão definindo um novo conjunto de tecnologias e
inovações de infraestruturas, plataformas e aplicações que estão sendo conformadas em um
novo ambiente de transações mediadas por computadores- TMCs e negócios, que vem
sendo denominado de Cloud Computing (Computação em Nuvem). Ou seja, a computação
em nuvem é o que está proporcionando um maior avanço do dilúvio de dados/informações
que hoje presenciamos, bem como o que está possibilitando que se possa extrair valor deste
dilúvio de dados/informações.
13

2.2

Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)

A indústria de Tecnologias de Informação e Comunicação – doravante TICs –
representa a aplicação de computadores e equipamentos de telecomunicações para armazenar,
transmitir e manipular dados, frequentemente no contexto de um negócio ou outra empresa.
O termo é comumente usado como um sinônimo para computadores e redes de
computadores, mas também abraça outras tecnologias de distribuição de informação, tais
como televisão e telefones. Muitas indústrias estão associadas com TICs, tais como hardware
de computadores, software, eletrônica, semicondutores, Internet, equipamentos de
telecomunicações, comércio eletrônico, e serviços relacionados aos computadores
(https://en.wikipedia.org/wiki/Information_technology).
A interpretação dada neste relatório, no entanto, é mais a de transmitir um panorama
geral do posicionamento desta indústria iniciando pela dimensão mundial, passando pelo
Brasil, e chegando ao Estado de Pernambuco.

2.2.1 Panorama Mundial

Nos dias atuais, onde a indústria mundial de TICs tem se tornado cada vez mais
complexa de se analisar, um sistemático, abrangente e profundo levantamento radiográfico
desta indústria vem sendo conduzido há 12 (doze) anos. Trata-se da pesquisa intitulada “The
Global Information Technology Report - GITR”, que é conduzido pelo World Economic
Forum - WEF (www.wef.org) em parceria com a INSEAD.
O WEF é uma fundação sem fins lucrativos, baseada em Cologny, Genebra, na Suíça,
comprometida com a melhoria do estado do mundo ao engajar líderes dos negócios, políticos,
acadêmicos e outros líderes da sociedade para conformar agendas globais, regionais e
industriais. A INSEAD (que anteriormente respondia como acrônimo do francês
Institut Européen d'Administration des Affaires) é uma das maiores e mais prestigiosas
escolas de pós-graduação em negócios do mundo, com campi na Europa, Ásia e Oriente
Médio, bem como em Israel.
14

Quando o GITR e o Networked Readiness Index – NRI (Índice de Preparo em Rede)
foram criados, há 12 (doze) anos, a atenção dos tomadores de decisão e investidores era sobre
a adoção de negócios e estratégias financeiras que os permitissem desenvolver no contexto de
uma rápida, porém nascente economia da Internet. Passada mais de uma década, o ITR tem
proporcionado aos líderes de decisões um arcabouço útil para avaliar o impacto das TICs ao
nível global, e para fazer um benchmark do preparo e uso das TICs em suas economias.
Como o ITR tem sido considerado um verdadeiro termômetro do preparo das nações
com relação ao seu estágio de adequação e uso das TICs em suas economias, este documento
passa a apresentar o que constitui este índice mundial.

2.2.1.1 O Networked Readiness Index – NRI (Índice de Preparo em Rede- IPR)

Dado o potencial de altos retornos que as TICs podem oferecer em transformar uma
economia de uma nação e o bem-estar de seus cidadãos, avaliar os desenvolvimentos das
TICs tem sido o objeto de muita atenção da academia da política pública na última década.
Várias organizações têm feito significativos esforços para medir e fazer benchmark do
emprego de TICs, mas poucas têm almejado avaliar os retornos que as TICs podem de fato
prover tanto para economia quanto para a sociedade. Apesar da disponibilidade dos dados
ainda ser escassa em termos dos impactos das TICs, o interesse de políticas em medir as TICs
tem mudado da mensuração do acesso às TICs para o impacto das TICs.
O desenho do arcabouço do cálculo do IPR (Figura 5 à frente) tem sido guiado por
cinco princípios:
1- Medir os impactos econômico e social das TICs é crucial. O IPR deve incluir
aspectos da forma como as TICs estão transformando tanto a economia quanto a sociedade.
Na economia de diversos países, a indústria de TICs tem se tornado crescentemente
importante e agora representa uma fatia significativa do valor adicionado e do emprego. Em
adição, as TICs interagem fortemente com muitos outros setores, possibilitando inovações
que rendem e afetam a produtividade. Além do mais, os impactos das TICs são também
evidentes no desenvolvimento de novas habilidades que são importantes em sociedades ricas
15

em informação e baseadas em conhecimento, e são cruciais para o emprego. Na sociedade,
as TICs permitem aos cidadãos participarem mais ativa e permanentemente em debates
sociais e políticos e fazem o governo ser mais prestador de contas. Elas melhoram o acesso a
serviços melhores e mais rápidos, os quais, por seu turno, rendem importantes benefícios;
2- Um ambiente proporcionador determina a capacidade de uma economia e
sociedade beneficiar do uso de TICs. O sucesso de um país em alavancar as TICs, bem
como em atingir os desejados benefícios econômicos e sociais, dependerá de todo seu
ambiente – incluindo condições de mercado, uma estrutura regulatória, as condições voltadas
para inovações – para impulsionar inovação e empreendedorismo;

Figura 5.O arcabouço do IPR

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

3- O preparo e o uso das TICs permanecem como impulsionadores chaves e précondições para obtenção de qualquer impacto. Apesar da crescente disponibilidade de
TICs, a questão do acesso e uso permanece importante especialmente para países em
desenvolvimento, dadas suas necessidades de encurtar o abismo digital. Mesmo no interior
das nações desenvolvidas, a necessidade de prover banda larga de alta velocidade para rodos
os segmentos da população tem adquirido importância em anos recentes.

Algumas

características do IPR são relacionadas ao acesso e uso; isto cobre não somente infraestrutura
16

acessível, mas também recursos digitais, incluindo software e habilidades. Além do mais,
impactos de TICs podem surgir somente se as TICs são amplamente usadas por todos os
atores chaves – indivíduos, negócios, e governos.

É um esforço de toda a sociedade.

Aqueles atores demonstrando melhor preparo e grande interesse são provavelmente os que
usam mais TICs e mais efetivamente, contribuindo para um maior impacto na
competitividade e desenvolvimento;
4- Todos os fatores interagem e co-evolvem no interior de uma ecossistema.
Aquelas sociedades que podem contar com atores mais preparados e um ambiente
capacitador, estão mais inclinadas a se beneficiar com maiores taxas de uso de TICs, e os
impactos irão, por seu turno, se beneficiar mais de um empurrão de parte de diferentes
stakeholders para serem mais preparados e manter melhorias nas condições estruturais que
irão permitir mais e melhores benefícios a render. Como resultado, um círculo virtuoso
começa, onde melhorias em uma área afetam e guiam melhorias em outras áreas. De forma
alternativa, hiatos em um fator em particular também afetam a evolução dos outros fatores;
5- O arcabouço deveria prover orientações claras de políticas e identificar
oportunidades de colaboração público-privada. O IPR facilita a identificação de áreas
onde a intervenção de política – através de investimento incluindo parcerias público-privada,
regulação inteligente, ou oferta de incentivos- possam reforçar os impactos das TICs. Isto é
importante porque o desenvolvimento e uso geral das TICs dependem da capacidade de um
país prover um arcabouço institucional com regras e regulações confiáveis e eficientes;
condições de negócios favoráveis para a fundação e crescimento de novas (sociais e
comerciais) empresas; um ambiente voltado para inovação, capaz de desenvolver e absorver
novos conhecimentos; e uma política governamental de TICs amigável.

2.2.1.2 Elementos do IPR

O arcabouço do preparo em rede se translada no IPR, compreendendo quatro subíndices que medem o ambiente das TICs; o preparo de uma sociedade para o uso da TICs; o
real uso de todos os stakeholders; e, finalmente, os impactos que as TICs geram na economia
e na sociedade. Os três primeiros sub-índices podem ser considerados como os
17

impulsionadores que estabelecem as condições para os resultados do quarto sub-índice, os
impactos das TICs. Este quatro sub-índices são divididos em 10 (dez) pilares compostos de
54 (cinquenta e quatro) indicadores no total, de acordo com a seguinte estrutura (Figura 6):
A- Sub-índice do Ambiente
1- Ambiente político e regulatório
2- Ambiente dos negócios e da inovação
B- Sub-índice de Preparo
3- Infraestrutura e conteúdo digital
4- Capacidade de pagar
5- Habilidades
C- Sub-índice de Uso
6- Uso individual
7- Uso nos negócios
8- Uso no governo
D- Sub-índice de Impacto
9- Impactos econômicos
10 – Impactos sociais
Figura 6. A Estrutura do IPR

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.
18

O score final do IPR é uma média simples dos scores dos quatro sub-índices,
enquanto cada score de sub-índice é uma média simples daqueles dos pilares componentes.
Ao fazer isso, assume-se que todos os sub-índices do IPR têm uma contribuição similar para
o preparo em rede.

2.2.1.3 A Atual Paisagem do IPR

As Tabelas de 1 a 5 apresentam uma fração (apenas os 10 primeiros lugares + a
posição do Brasil) dos rankings de 2013 para o IPR, seus quatro sub-índices, e seus dez
pilares (as tabelas apresentam também os scores do ano de 2012). Como era de se esperar,
nas tabelas à frente, é possível perceber que dois grupos dominam o topo dos rankings do
IPR: as economias da Europa Nordeste e os chamados Tigres Asiáticos. Entre os países do
nordeste europeu, quatro das cinco economias nórdicas representadas no IPR- Finlândia,
Suécia, Noruega, e Dinamarca (em ordem do ranking) continuam a dominar o topo dos 10
(dez) mais. A leitura das tabelas é autoexplicativa.

Tabela 1. O Índice de Preparo em Rede – IPR 2013
Rank

País/Economia

Score

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
60

Finlândia
Cingapura
Suécia
Holanda
Noruega
Suíça
Reino Unido
Dinamarca
Estados Unidos
Taiwan, China
Brasil

5.98
5.96
5.91
5.81
5.66
5.66
5.64
5.58
5.57
5.57
3.97

Rank de 2012
(dentre 142 países)
3
2
1
6
7
5
10
4
8
8
64

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.
19

Tabela 2. Sub-índice do Ambiente e Pilares

Sub-índice do Ambiente
Rank
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
107

País/Economia
Cingapura
Nova Zelândia
Finlândia
Holanda
Suécia
Reino Unido
Suíça
Hong Kong SAR
Noruega
Canadá
Brasil

Score
5.89
5.65
5.59
5.53
5.48
5.48
5.46
5.44
5.42
5.42
3.53

Ambiente Político e
Regulatório
Rank
Score
1
5.97
2
5.92
3
5.84
6
5.67
5
5.67
7
5.62
8
5.60
15
5.27
9
5.52
12
5.36
78
3.63

Ambiente de Negócios
e Inovação
Rank
Score
1
5.80
6
5.38
7
5.34
5
5.40
11
5.30
8
5.33
9
5.32
2
5.61
10
5.31
3
5.47
126
3.42

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

Tabela 3. Sub-índice de Preparo e Pilares

Sub-índice de Preparo
Rank
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
74

País/Economia
Finlândia
Islândia
Suécia
Estados Unidos
Canadá
Noruega
Dinamarca
Suíça
Áustria
Reino Unido
Brasil

Score
6.51
6.43
6.38
6.25
6.17
6.15
6.04
6.02
6.01
5.99
4.53

Infraestrutura e
Conteúdo Digital
Rank
Score
2
6.87
1
6.87
4
6.83
7
6.80
5
6.81
3
6.84
14
6.40
8
6.71
9
6.60
13
6.42
62
4.16

Capacidade de
Pagamento
Rank
Score
19
6.22
5
6.55
7
6.48
15
6.31
43
5.69
23
6.09
22
6.09
68
5.25
37
5.89
35
5.90
76
5.01

Habilidades
Rank
1
9
10
20
6
27
18
4
24
15
91

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

Score
6.45
5.87
5.84
5.62
6.02
5.52
5.63
6.10
5.55
5.66
4.42
20

Tabela 4. Sub-índice de Uso e Pilares

Sub-índice de Uso
Rank
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
44

País/Economia
Suécia
Finlândia
Cingapura
Coreia do Sul
Holanda
Dinamarca
Noruega
Suíça
Japão
Luxemburgo
Brasil

Uso Governo
Score
6.00
5.97
5.86
5.86
5.78
5.75
5.75
5.70
5.62
5.62
4.08

Rank
3
6
11
7
5
1
2
10
13
4
58

Score
6.53
6.40
6.13
6.39
6.42
6.65
6.62
6.15
5.88
6.47
3.97

Uso Individual
Rank
4
3
14
11
8
7
12
1
2
16
34

Uso nos
negócios
Rank
Score
8
5.56
10
5.55
1
6.29
3
5.89
15
5.39
24
5.05
14
5.39
31
4.86
27
4.98
13
5.41
48
4.38

Score
5.89
5.97
5.18
5.31
5.53
5.56
5.23
6.11
6.01
4.97
3.90

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.

Tabela 5.Sub-índice de Impacto e Pilares

Rank
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
50

Sub-Índice de Impacto
País/Economia
Score
Cingapura
6.13
Holanda
6.00
Finlândia
5.86
Suécia
5.77
Coreia do Sul
5.71
Taiwan, China
5.65
Israel
5.54
Reino Unido
5.48
Suíça
5.44
Estados
5.43
Unidos
Brasil
3.74

Impactos Econômicos
Rank
Score
2
5.98
4
5.93
1
5.99
3
5.93
12
5.24
7
5.49
6
5.63
14
5.09
5
5.80
11
5.32
50

3.40

Impactos Sociais
Rank
Score
1
6.28
3
6.08
9
5.74
10
5.62
2
6.19
6
5.82
14
5.45
4
5.86
24
5.08
11
5.55
48

4.08

Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.
21

2.2.2 Panorama do Brasil

E como se posiciona o Brasil no ranking global do IPR 2013? O que a Tabela 1 do
NRI indica é que o Brasil se encontra na 60ª (sexagésima) posição, tendo evoluído da 65ª
(sexagésima quinta) posição no ano de 2012. Para um ranking que inclui 144 países em
2013, é possível afirmar que o país se encontra numa situação de network readiness (preparo
em rede) bem abaixo de sua condição de renda, já que é a 7ª (sétima) economia do mundo, de
acordo

com

as

estimativas

recentes

do

Fundo

Monetário

Internacional-

FMI

(http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_GDP_(nominal)).
Neste sentido, pode-se afirmar que a “saúde da indústria das TICs” no Brasil é
preocupante, uma vez que se encontra numa posição intermediária no NRI, não condizendo
com seu atual status de “potência econômica” (quando se observa o seu Produto Interno
Bruto-PIB). Quando se tenta avaliar no NRI qual dos seus sub-índices contribuiu para a atual
posição do país, percebe-se que o Sub-índice Ambiental foi aquele que registrou o pior índice
do Brasil (107ª – centésima sétima posição).
Como já antecipado este sub-índice retrata tanto o ambiente político e regulatório
quanto o ambiente dos negócios e da inovação. Neste espírito, o NRI captou muito bem o
que há muito se comenta no país sobre as difíceis condições de se fazer negócios no Brasil,
bem como repercute bem as opiniões de vários especialistas de que fazer inovação no país
não é uma atividade simples, em função de uma série de restrições e dificuldades
institucionais e burocráticas.
Estes indicadores constantes no NRI são, de alguma forma, também capturados nas
poucas avaliações sobre as condições das TICs existentes no Brasil. No ano de 2012 o
IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística publicou um trabalho de alto valor que
tem recebido muito pouca atenção dos analistas de plantão. Trata-se do relatório final da
“Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Empresas2010”. A pesquisa, realizada em 2010, é o que se pode chamar de o “estado da arte” da
questão no Brasil, e traz importantes elementos para reflexão.
A pesquisa investigou aspectos do uso dessas tecnologias pelo segmento empresarial
brasileiro, contemplando, entre seus temas, a utilização de computadores e da Internet no
22

exercício das atividades dessas organizações, e os motivos apontados para explicar sua não
utilização, além de informações sobre as políticas e medidas de segurança em TIC adotadas e
as habilidades do pessoal ocupado em relação a essas tecnologias.
Segundo o IBGE, a publicação apresenta os resultados de uma criteriosa investigação,
cujos indicadores foram pautados em recomendações metodológicas e conceituais
internacionais, o que assegurou a qualidade das informações e a comparabilidade das
estatísticas. Divulgados para o conjunto do País, os indicadores abarcam empresas dos setores
secundário e terciário, por grupamentos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas
- CNAE 2.0, e estão acompanhados de análises que realçam as principais características
observadas em cada um dos temas tratados. Revelam, pela primeira vez em uma pesquisa da
instituição, o alcance, as barreiras e os distintos usos que o setor empresarial brasileiro tem
feito de tais tecnologias.

A publicação inclui notas técnicas com considerações

metodológicas sobre a pesquisa, em que se destacam as conceituações das variáveis
investigadas e os aspectos da amostragem.
Algumas das principais conclusões da pesquisa são aqui brevemente apresentadas.
Em primeiro lugar, em 2010 o universo das empresas com 1 (uma) ou mais pessoas ocupadas
nas atividades selecionadas para a pesquisa abrangeu cerca de 2,8 milhões de empresas.
Deste universo, o uso das novas TICs ainda não alcançou a sua totalidade. Entre aquelas
pesquisadas, 2,2 milhões (80,8%) utilizaram computador, 2,1 milhões (76,9%) fizeram uso da
Internet, e 2,3 milhões (83,3%), de telefone celular para finalidades de trabalho.
De acordo com o IBGE, observou-se que as proporções de empresas que usaram
computadores e Internet são elevadas e crescentes, à medida que aumenta o porte das
empresas.

As diferenças entre os níveis de uso de computadores segundo o porte das

empresas podem ser observadas na Tabela 6, e as que usaram celular corporativo podem ser
vistas na Tabela 7 deste. Em termos das pessoas ocupadas que usaram computadores e
Internet foram, respectivamente, 42,7% e 36,6%, como demonstra a Tabela 8.
Um dado saliente, e que não deixa de ser preocupante, é aquele que indica que dentre
as microempresas pesquisadas, foram as do segmento de Indústrias as que menos utilizaram
computador e Internet; 73,4% e 71,1%, respectivamente. No momento em que o Brasil está
vivenciando um processo de desindustrialização (mais revelado pela perda de importância
23

relativa da indústria no produto bruto nacional, tanto em valor adicionado quanto em termos
de oferta de empregos), é preocupante constatar que as microempresas de nossa indústria
estão utilizando menos tecnologias (como as TICs) do que os demais setores da economia.

Tabela 6. Proporção das empresas que utilizam computador e Internet, por atividades incluídas
no âmbito da pesquisa, segundo as faixas de pessoal coupado – Brasil - 2010

Tabela 7. Proporção de empresas que utilizaram celular corporativo e/ou da própria pessoa,
segundo faixas de pessoal ocupado – Brasil - 2010
24

Tabela 8. Proporção de pessoas que utilizaram computador, Internet e de especialistas em
TI/TIC, por faixas de pessoal ocupado, segundo as atividades incluídas no âmbito da pesquisa –
Brasil -2010

2.2.3 Panorama de Pernambuco

O Estado de Pernambuco não foge à regra das condições apontadas pelo IGBE em
relação à indústria das TICs no Brasil. Um aspecto a destacar é o da existência do seu parque
tecnológico de TICs, ou seja, o seu Porto Digital. Instituído pelo Governo do Estado a partir
da organização social denominada Núcleo de Gestão do Porto Digital no ano de 2000, e
contando hoje com mais de 170 empresas, este parque retrata bem o estágio de evolução da
indústria de TICs em Pernambuco.
A trajetória histórica recente da indústria de TICs em Pernambuco e sua importância
na economia do estado são notáveis2. Pernambuco conta com uma diversidade de empresas
que expressa também a sua diversidade de competências, bem como limitações.

2

Cf. José Carlos Cavalcanti & Teresa Maciel (Agosto, 2009) Relatório Técnico Final do PDQMPrograma de Certificação de Empresas no Padrão Porto Digital de Qualidade e Marca, CNPq/UFPE.
25

2.3 Recomendações às Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação
(TIC)

Considerados os desenvolvimentos da indústria global de TICs mencionados
(convergência tecnológica, deslocalização do trabalho, byod e redes sociais digitais),
apresentamos as recomendações às empresas brasileiras e pernambucanas que possam
contribuir para melhor posicionar as empresas brasileiras e pernambucanas no cenário destes
novos fenômenos mundiais. Como visto, a posição do Brasil (e de Pernambuco em particular)
no contexto recente da indústria mundial de TICs é delicada: a despeito de seu peso e
densidade econômicos, apresenta um ambiente político, regulatório, de negócios e de
inovação complicado, podendo ameaçar o futuro do segmento. Pernambuco, não obstante
tenha criado um dinâmico parque de TICs no Nordeste do país, não foge a esta condição.
Para que as empresas locais possam se beneficias das profundas transformações por
que passa a indústria global de TICs, em particular decorrente do crescente empoderamento
computacional de usuários finais que têm às mãos artefatos móveis (tais como os
smartphones e tablets), que estão contribuindo para a produção e disseminação de um dilúvio
de dados e informações sem precedentes na história da humanidade, devem estar atentas a
três tecnologias que se apresentam como importantes tendências no setor: Big Data, Analítica
e Computação em Nuvem.

O domínio destas tecnologias permitirá às empresas locais

desfrutarem de novas e amplas oportunidades de negócio no atual contexto de mudança.
26

3

Conclusão

A indústria de semicondutores – base dos setores eletroeletrônico e de TICs – nascido
há pouco mais de 50 anos, época em que só havia grandes computadores (mainframes) para
grandes empresas, hoje vive profundas transformações, dentre as quais o massivo
empoderamento computacional dos seus usuários finais que têm às mãos artefatos móveis
(tais como os smartphones e tablets), e que estão contribuindo para a produção e
disseminação de um dilúvio de dados e informações sem precedentes na história da
humanidade.
Entendendo que este desenvolvimento tem proporcionado o surgimento de várias
mudanças na forma como as pessoas vivem, trabalham, estudam e se divertem, procuramos,
neste estudo, observar o desenvolvimento de novas ferramentas e padrões tecnológicos,
novos modelos de negócios e novas indústrias que gerem oportunidades de mercado para
empresas brasileiras e pernambucanas contribuindo para um melhor posicionamento destas
frente a estes novos fenômenos mundiais.
Assim abordamos, neste estudo, o fenômeno chamado Big Data, que trata da enorme
geração de volume de dados e é propiciada justamente pela evolução nos dispositivos de
hardware, em particular Tablets e Smartphones, como também, Analítica e Computação em
Nuvem que aparecem como pontos chaves para o desenvolvimento e fortalecimento
competitivo das empresas do setor de TIC em um cenário atual.
Em termos mundiais, os países de alta renda (e aqueles emergentes da Ásia) têm se
mostrado como aqueles que mais extraem benefícios do acesso e do uso das tecnologias
digitais, como mostra o World Economic Forum através do seu Network Readiness Index –
NRI (ou Índice de Preparo em Rede – IPR). O Brasil, neste índice global, encontra-se numa
posição delicada (em função do seu ambiente político, regulatório, de negócios e de
inovação) para o seu peso e densidade econômicos. Pernambuco se encontra em similar
condição.
27

4 Referências

IDC (2012). “Worldwide Business Analytics Software 2012-2016 Forecast and 2011
Vendor Shares”. By Dan Vesset, Mary Wardley, Brian McDonough e David Schubmehl.
International Data Corporation. June.
28

5

Glossário e Acrônimos

Analytics – ferramentas, técnicas e modelos para analisar Big Data
Big Data – informação que não pode ser processada ou analisada por processos ou
ferramentas tradicionais
BYOD - bring your own device (traga seu próprio artefato)
Convergência tecnológica – tendência para diferentes sistemas tecnológicos evoluírem em
direção ao desempenho de tarefas similares
NRI- networked readiness index (índice de preparo em rede)
Redes Sociais Digitais – redes de interações sociais materializadas no ambiente online para
compartilhar interesses, atividades, e conexões
Smartphones

–

telefones

inteligentes

que

agregam

várias

funcionalidades

de

telecomunicações, computação e serviços da Internet
Tablet - dispositivo pessoal em formato de prancheta para acessar a Internet, para
organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para
jogos
TI- tecnologias de informação
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Tendências TIC's e Big Data no Brasil

  • 1. Tendências de Mercado para TIC’s - O Fenômeno Chamado Big Data Outubro/2013 Relatório preparado pela Cysneiros Consultores Associados para a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco. Pesquisadores Responsáveis Tecnologias da Informação e Comunicação: José Carlos Cavalcanti
  • 2. 2 Sumário 1 Introdução........................................................................................................................ 5 2 Análise das Tendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)6 2.1 Macrotendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) ..... 9 2.2 Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)...................... 13 2.2.1 Panorama Mundial ......................................................................................................................... 13 2.2.1.1 O Networked Readiness Index – NRI (Índice de Preparo em Rede- IPR) ............................... 14 2.2.1.2 Elementos do IPR ..................................................................................................................... 16 2.2.1.3 A Atual Paisagem do IPR ......................................................................................................... 18 2.2.2 Panorama do Brasil ........................................................................................................................ 21 2.2.3 Panorama de Pernambuco .............................................................................................................. 24 2.3 Recomendações às Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) ..... 25 3 Conclusão....................................................................................................................... 26 4 Referências..................................................................................................................... 27 5 Glossário e Acrônimos................................................................................................... 28
  • 3. 3 Índice de Tabelas Tabela 1. O Índice de Preparo em Rede – IPR 2013............................................................................................ 18 Tabela 2. Sub-índice do Ambiente e Pilares ......................................................................................................... 19 Tabela 3. Sub-índice de Preparo e Pilares ........................................................................................................... 19 Tabela 4. Sub-índice de Uso e Pilares .................................................................................................................. 20 Tabela 5.Sub-índice de Impacto e Pilares ............................................................................................................ 20 Tabela 6. Proporção das empresas que utilizam computador e Internet, por atividades incluídas no âmbito da pesquisa, segundo as faixas de pessoal coupado – Brasil - 2010 ......................................................................... 23 Tabela 7. Proporção de empresas que utilizaram celular corporativo e/ou da própria pessoa, segundo faixas de pessoal ocupado – Brasil - 2010 .......................................................................................................................... 23 Tabela 8. Proporção de pessoas que utilizaram computador, Internet e de especialistas em TI/TIC, por faixas de pessoal ocupado, segundo as atividades incluídas no âmbito da pesquisa – Brasil -2010 .................................. 24
  • 4. 4 Índice de Figuras Figura 1. Dilúvio de Dados/ Informações → BIG DATA..................................................................................... 10 Figura 2. O Paradoxo Digital: Custos decrescentes e investimentos crescentes em TICs ................................... 11 Figura 3. Matriz de questões que as empresas estão atualmente enfrentando ..................................................... 11 Figura 4. Etapas de maturidade de otimização de informação para melhoria no desempenho dos negócios ..... 12 Figura 5.O arcabouço do IPR .............................................................................................................................. 15 Figura 6. A Estrutura do IPR ............................................................................................................................... 17
  • 5. 5 1 Introdução Este relatório foi produzido no âmbito no projeto CICTEC - Centro de Inteligência Competitiva para Parques Tecnológicos e apresenta um panorama para o setor de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC com informações acerca do seu tamanho de mercado, ritmo e vetores de crescimento, características competitivas e da estrutura das respectivas indústrias, perfil dos trabalhadores e características de mercado, emprego e renda. Os principais segmentos com tendência de crescimento são analisados em maior detalhe, de modo a produzir indicações de oportunidades competitivas para as empresas. Especificamente o relatório observa o volume crescente de dados e informações que caracteriza o fenômeno chamado de Big Data, e são analisadas as oportunidades e ameaças às empresas de TIC no Porto Digital decorrentes das novas técnicas e ferramentas de Analítica, isto é, a produção de conhecimento a partir desta abundância de dados.
  • 6. 6 2 Análise das Tendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) As tecnologias de informação e comunicação - TICs têm sido mundialmente reconhecidas como a aplicação de computadores e equipamentos de telecomunicações para armazenar, recuperar, transmitir e manipular dados, frequentemente no contexto de um negócio ou empresa. O termo é comumente usado como sinônimo para computadores e redes de computadores, mas também compreende outras tecnologias de distribuição de informação, tais como televisão e telefones. Várias indústrias são também associadas com tecnologias de informação e comunicação, tais como hardware de computadores, software, eletrônica, semicondutores, internet, equipamentos de telecomunicações, comércio eletrônico e serviços computacionais1. O desenvolvimento recente das TICs no mundo tem proporcionado o surgimento de várias mudanças na forma como as pessoas vivem, trabalham, estudam e se divertem. Acompanhando este processo, é possível também se perceber o desenvolvimento de novas ferramentas e padrões tecnológicos, novos modelos de negócios e novas indústrias. Um fenômeno que tem contribuído para este processo é o da convergência tecnológica; ou seja, a tendência para diferentes sistemas tecnológicos evoluírem em direção ao desempenho de tarefas similares. A convergência se refere às tecnologias previamente separadas, tais como voz (e características da telefonia), dados (e aplicações de produtividade), e vídeo, que agora compartilham recursos e interagem umas com as outras sinergicamente. A convergência é definida como o inter-relacionamento da computação e de outras tecnologias de informação, conteúdo de mídia, e redes de comunicação que têm surgido com o resultado da evolução e popularização da Internet, bem como de atividades, produtos e serviços que têm emergido no espaço da mídia digital. Dois dos artefatos mais marcantes desta nova era de convergência tecnológica são: a) os chamados smartphones (telefones inteligentes), que proporcionam a conjunção de pelo menos três indústrias anteriormente isoladas: as telecomunicações, a computação e os serviços na Internet; e, b) os denominados tablets, também conhecidos como tablet PC, um dispositivo pessoal em formato de 1 http://en.wikipedia.org/wiki/information_technologies
  • 7. 7 prancheta que pode ser usado para acesso à Internet, organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para entretenimento com jogos. Apresenta uma tela sensível ao toque (touchscreen) que é o dispositivo de entrada principal. A ponta dos dedos ou uma caneta aciona suas funcionalidades. É um novo conceito: não deve ser igualado a um computador completo ou um smartphone, embora possua funcionalidades de ambos. Mas uma das mais fundamentais mudanças recentes proporcionadas pelas TICs é ao mesmo tempo simples e profunda: as pessoas não precisam mais ir a algum lugar para trabalhar (o que aqui chamamos de “deslocalização do trabalho”). Ou seja, elas podem trabalhar a partir de qualquer lugar (Rasmus, 2012). Até recentemente os departamentos de TI (ou TICs) das organizações reiteravam que “o trabalho da TI é levar a informação certa, para a pessoa certa, na hora certa”. Agora nós temos que adicionar o seguinte: “para o artefato de sua escolha”. Quando isto acontece tudo muda. Quando as pessoas decidem qual artefato usar, a TI desiste de controlar a solução fim-a-fim. No entanto, a TI deve assegurar que os dados entregues aos artefatos cheguem seguros, idealmente através do uso de protocolos e serviços. De acordo com Rasmus (2012), na próxima década o consumidor/usuário vai direcionar a configuração da tecnologia pessoal no seio da organização, tal como muitos já o fazem, ao levar o seu próprio artefato para o ambiente de trabalho. Esta nova realidade, denominada em inglês de “bring your own device- BYOD” (em português, “traga seu próprio artefato- TSPA”), já está integrando milhares de smartphones e tablets nas infraestruturas de computação dos negócios no mundo. Este fenômeno, que Rasmus (2012) intitulou “Working in a Post-PC World” (“Trabalhando numa Era Pós-PC”, onde PC significa personal computer), levanta um importante aspecto sobre quão ubíqua esta tecnologia será no futuro. Ela provavelmente proporcionará um grande número de capacidades que irão transformar ainda mais como as pessoas vivem e trabalham, e como elas definirão as fronteiras de sua experiência de vida e de trabalho. A Era Pós-PC é também convergente com o florescimento do fenômeno oriundo do crescimento das TICs, como é o das redes sociais digitais. Um serviço social em rede digital é uma plataforma para produção de redes sociais, ou interações sociais entre pessoas que, por
  • 8. 8 exemplo, compartilham interesses, atividades, históricos de vidas, ou conexões na vida real. Um serviço de rede social consiste de uma representação de cada usuário (frequentemente um perfil), seus laços sociais, e uma variedade de interações sobre a Internet, tais como e-mail e mensagens instantâneas. Os principais tipos de serviços de redes sociais são aqueles que contêm categorias de lugares (tais como ex-colegas), meios para conectar amigos (usualmente com páginas para autodescrição), e um sistema de recomendação em que se confie. Métodos populares combinam muitos destes, com serviços tais como aqueles baseados nos EUA como Facebook, Google+, Tumblr, e Twitter usados amplamente no mundo; Nexopia no Canadá; Badoo, Bebo, VKontakte, Draugiem.lv (maioria em Latvia); Hi5, Hyves (maioria na Holanda); iWiW (maioria na Hungria); Nasza-Klasa (maioria na Polônia); Skyrock, The Sphere, StudiVZ (maioria na Alemanha); Tagged, Tuenti (maioria na Espanha), e XING em partes da Europa; Hi5 e Orkut nas Américas do Sul e Central; LAGbook, Mxit na África; e Cyworld, Mixi, Orkut, Renren, Weibo e Wretch na Ásia e nas Ilhas do Pacífico (http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_social_networking).
  • 9. 9 2.1 Macrotendências de Mercado em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) Tendo em vista os fenômenos relacionados com o desenvolvimento recente da indústria da TICs aqui mencionados (convergência tecnológica, deslocalização do trabalho, byod e redes sociais digitais), como o Brasil, de forma geral, e Pernambuco, de forma particular, posicionam-se em relação aos mesmos? Especificamente, como estão posicionadas as empresas brasileiras e pernambucanas diante de tais fenômenos? Finalmente, que outras tendências tecnológicas proporcionadas pelas TICs podem contribuir para melhor posicionar as empresas brasileiras e pernambucanas no cenário destes novos fenômenos mundiais aqui apontados? O principal objetivo deste trabalho é mostrar, inicialmente, qual é a posição do Brasil (de modo geral, e de Pernambuco em particular) no contexto das transformações recentes da indústria mundial de TICs, e isto é feito através da apresentação de “The Network Readiness Index – NRI (ou IPR – Índice de Preparo em Rede, em português), índice publicado há 12 anos por “The Global Information Technology Report - GITR”, relatório que é desenvolvido pelo World Economic Forum - WEF (www.wef.org) em parceria com a INSEAD. Todavia, a intenção maior deste objetivo principal é proporcionar ao leitor uma perspectiva introdutória para remetê-lo a um objetivo derivado, que é o de apontar para três importantes tendências mundiais de mercado na indústria das TICs que estão tanto moldando quanto estão sendo moldadas pelos fenômenos aqui citados. As três tendências são denominadas BIG DATA (Grandes Dados)(objeto deste documento), Analytics (Analítica) e Cloud Computing (Computação em Nuvem). A justificativa para a escolha destas três tendências tecnológicas se baseia no seguinte argumento. Em primeiro lugar, nos últimos tempos a humanidade tem sido protagonista (e é também impactada) de uma crescente, e sem precedentes, produção de dados/informações em termos de volume, velocidade e variedade (veracidade é outro conceito que vem sendo adicionado aos três anteriores, como será visto à frente), fenômeno que vem sendo denominado de “Big Data” (ver a Figura 1 à frente), o qual vem ocorrendo ao tempo em que os custos de aquisição, armazenamento e gestão de informação têm caído,
  • 10. 10 concomitantemente ao aumento nos investimentos das empresas em TICs (fato que tem sido denominado de “Paradoxo do Universo Digital”, Figura 2 à frente). Em segundo lugar, percebe-se em todo o mundo que as empresas como um todo não estão enfrentando dificuldades em ter acesso às informações, mas sim estão encontrando sérios desafios em analisá-las de forma consoante com a complexidade do contexto em que estão hoje imersas (ver Figura 3 à frente), no qual encontram dificuldades em estabelecer estratégias vencedoras de distinção entre o que é informação e o que é discernimento. O que (de fato) as empresas no mundo (e as do Brasil e de Pernambuco em particular) estão necessitando (em termos de competências e capacidades) são ferramentas e metodologias de Business Analytics (Analítica de Negócios), de forma que percebam em que grau maturidade, em termos de otimização da informação para melhoria no desempenho dos negócios (ver Figura 14 à frente), elas se encontram, e o que é necessário para evoluir. Figura 1. Dilúvio de Dados/ Informações → BIG DATA
  • 11. 11 Figura 2. O Paradoxo Digital: Custos decrescentes e investimentos crescentes em TICs Fonte: Source: IDC's Digital Universe Study, sponsored by EMC, December 2012 Figura 3. Matriz de questões que as empresas estão atualmente enfrentando
  • 12. 12 Figura 4. Etapas de maturidade de otimização de informação para melhoria no desempenho dos negócios Finalmente, Big Data e Analítica estão definindo um novo conjunto de tecnologias e inovações de infraestruturas, plataformas e aplicações que estão sendo conformadas em um novo ambiente de transações mediadas por computadores- TMCs e negócios, que vem sendo denominado de Cloud Computing (Computação em Nuvem). Ou seja, a computação em nuvem é o que está proporcionando um maior avanço do dilúvio de dados/informações que hoje presenciamos, bem como o que está possibilitando que se possa extrair valor deste dilúvio de dados/informações.
  • 13. 13 2.2 Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) A indústria de Tecnologias de Informação e Comunicação – doravante TICs – representa a aplicação de computadores e equipamentos de telecomunicações para armazenar, transmitir e manipular dados, frequentemente no contexto de um negócio ou outra empresa. O termo é comumente usado como um sinônimo para computadores e redes de computadores, mas também abraça outras tecnologias de distribuição de informação, tais como televisão e telefones. Muitas indústrias estão associadas com TICs, tais como hardware de computadores, software, eletrônica, semicondutores, Internet, equipamentos de telecomunicações, comércio eletrônico, e serviços relacionados aos computadores (https://en.wikipedia.org/wiki/Information_technology). A interpretação dada neste relatório, no entanto, é mais a de transmitir um panorama geral do posicionamento desta indústria iniciando pela dimensão mundial, passando pelo Brasil, e chegando ao Estado de Pernambuco. 2.2.1 Panorama Mundial Nos dias atuais, onde a indústria mundial de TICs tem se tornado cada vez mais complexa de se analisar, um sistemático, abrangente e profundo levantamento radiográfico desta indústria vem sendo conduzido há 12 (doze) anos. Trata-se da pesquisa intitulada “The Global Information Technology Report - GITR”, que é conduzido pelo World Economic Forum - WEF (www.wef.org) em parceria com a INSEAD. O WEF é uma fundação sem fins lucrativos, baseada em Cologny, Genebra, na Suíça, comprometida com a melhoria do estado do mundo ao engajar líderes dos negócios, políticos, acadêmicos e outros líderes da sociedade para conformar agendas globais, regionais e industriais. A INSEAD (que anteriormente respondia como acrônimo do francês Institut Européen d'Administration des Affaires) é uma das maiores e mais prestigiosas escolas de pós-graduação em negócios do mundo, com campi na Europa, Ásia e Oriente Médio, bem como em Israel.
  • 14. 14 Quando o GITR e o Networked Readiness Index – NRI (Índice de Preparo em Rede) foram criados, há 12 (doze) anos, a atenção dos tomadores de decisão e investidores era sobre a adoção de negócios e estratégias financeiras que os permitissem desenvolver no contexto de uma rápida, porém nascente economia da Internet. Passada mais de uma década, o ITR tem proporcionado aos líderes de decisões um arcabouço útil para avaliar o impacto das TICs ao nível global, e para fazer um benchmark do preparo e uso das TICs em suas economias. Como o ITR tem sido considerado um verdadeiro termômetro do preparo das nações com relação ao seu estágio de adequação e uso das TICs em suas economias, este documento passa a apresentar o que constitui este índice mundial. 2.2.1.1 O Networked Readiness Index – NRI (Índice de Preparo em Rede- IPR) Dado o potencial de altos retornos que as TICs podem oferecer em transformar uma economia de uma nação e o bem-estar de seus cidadãos, avaliar os desenvolvimentos das TICs tem sido o objeto de muita atenção da academia da política pública na última década. Várias organizações têm feito significativos esforços para medir e fazer benchmark do emprego de TICs, mas poucas têm almejado avaliar os retornos que as TICs podem de fato prover tanto para economia quanto para a sociedade. Apesar da disponibilidade dos dados ainda ser escassa em termos dos impactos das TICs, o interesse de políticas em medir as TICs tem mudado da mensuração do acesso às TICs para o impacto das TICs. O desenho do arcabouço do cálculo do IPR (Figura 5 à frente) tem sido guiado por cinco princípios: 1- Medir os impactos econômico e social das TICs é crucial. O IPR deve incluir aspectos da forma como as TICs estão transformando tanto a economia quanto a sociedade. Na economia de diversos países, a indústria de TICs tem se tornado crescentemente importante e agora representa uma fatia significativa do valor adicionado e do emprego. Em adição, as TICs interagem fortemente com muitos outros setores, possibilitando inovações que rendem e afetam a produtividade. Além do mais, os impactos das TICs são também evidentes no desenvolvimento de novas habilidades que são importantes em sociedades ricas
  • 15. 15 em informação e baseadas em conhecimento, e são cruciais para o emprego. Na sociedade, as TICs permitem aos cidadãos participarem mais ativa e permanentemente em debates sociais e políticos e fazem o governo ser mais prestador de contas. Elas melhoram o acesso a serviços melhores e mais rápidos, os quais, por seu turno, rendem importantes benefícios; 2- Um ambiente proporcionador determina a capacidade de uma economia e sociedade beneficiar do uso de TICs. O sucesso de um país em alavancar as TICs, bem como em atingir os desejados benefícios econômicos e sociais, dependerá de todo seu ambiente – incluindo condições de mercado, uma estrutura regulatória, as condições voltadas para inovações – para impulsionar inovação e empreendedorismo; Figura 5.O arcabouço do IPR Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”. 3- O preparo e o uso das TICs permanecem como impulsionadores chaves e précondições para obtenção de qualquer impacto. Apesar da crescente disponibilidade de TICs, a questão do acesso e uso permanece importante especialmente para países em desenvolvimento, dadas suas necessidades de encurtar o abismo digital. Mesmo no interior das nações desenvolvidas, a necessidade de prover banda larga de alta velocidade para rodos os segmentos da população tem adquirido importância em anos recentes. Algumas características do IPR são relacionadas ao acesso e uso; isto cobre não somente infraestrutura
  • 16. 16 acessível, mas também recursos digitais, incluindo software e habilidades. Além do mais, impactos de TICs podem surgir somente se as TICs são amplamente usadas por todos os atores chaves – indivíduos, negócios, e governos. É um esforço de toda a sociedade. Aqueles atores demonstrando melhor preparo e grande interesse são provavelmente os que usam mais TICs e mais efetivamente, contribuindo para um maior impacto na competitividade e desenvolvimento; 4- Todos os fatores interagem e co-evolvem no interior de uma ecossistema. Aquelas sociedades que podem contar com atores mais preparados e um ambiente capacitador, estão mais inclinadas a se beneficiar com maiores taxas de uso de TICs, e os impactos irão, por seu turno, se beneficiar mais de um empurrão de parte de diferentes stakeholders para serem mais preparados e manter melhorias nas condições estruturais que irão permitir mais e melhores benefícios a render. Como resultado, um círculo virtuoso começa, onde melhorias em uma área afetam e guiam melhorias em outras áreas. De forma alternativa, hiatos em um fator em particular também afetam a evolução dos outros fatores; 5- O arcabouço deveria prover orientações claras de políticas e identificar oportunidades de colaboração público-privada. O IPR facilita a identificação de áreas onde a intervenção de política – através de investimento incluindo parcerias público-privada, regulação inteligente, ou oferta de incentivos- possam reforçar os impactos das TICs. Isto é importante porque o desenvolvimento e uso geral das TICs dependem da capacidade de um país prover um arcabouço institucional com regras e regulações confiáveis e eficientes; condições de negócios favoráveis para a fundação e crescimento de novas (sociais e comerciais) empresas; um ambiente voltado para inovação, capaz de desenvolver e absorver novos conhecimentos; e uma política governamental de TICs amigável. 2.2.1.2 Elementos do IPR O arcabouço do preparo em rede se translada no IPR, compreendendo quatro subíndices que medem o ambiente das TICs; o preparo de uma sociedade para o uso da TICs; o real uso de todos os stakeholders; e, finalmente, os impactos que as TICs geram na economia e na sociedade. Os três primeiros sub-índices podem ser considerados como os
  • 17. 17 impulsionadores que estabelecem as condições para os resultados do quarto sub-índice, os impactos das TICs. Este quatro sub-índices são divididos em 10 (dez) pilares compostos de 54 (cinquenta e quatro) indicadores no total, de acordo com a seguinte estrutura (Figura 6): A- Sub-índice do Ambiente 1- Ambiente político e regulatório 2- Ambiente dos negócios e da inovação B- Sub-índice de Preparo 3- Infraestrutura e conteúdo digital 4- Capacidade de pagar 5- Habilidades C- Sub-índice de Uso 6- Uso individual 7- Uso nos negócios 8- Uso no governo D- Sub-índice de Impacto 9- Impactos econômicos 10 – Impactos sociais Figura 6. A Estrutura do IPR Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.
  • 18. 18 O score final do IPR é uma média simples dos scores dos quatro sub-índices, enquanto cada score de sub-índice é uma média simples daqueles dos pilares componentes. Ao fazer isso, assume-se que todos os sub-índices do IPR têm uma contribuição similar para o preparo em rede. 2.2.1.3 A Atual Paisagem do IPR As Tabelas de 1 a 5 apresentam uma fração (apenas os 10 primeiros lugares + a posição do Brasil) dos rankings de 2013 para o IPR, seus quatro sub-índices, e seus dez pilares (as tabelas apresentam também os scores do ano de 2012). Como era de se esperar, nas tabelas à frente, é possível perceber que dois grupos dominam o topo dos rankings do IPR: as economias da Europa Nordeste e os chamados Tigres Asiáticos. Entre os países do nordeste europeu, quatro das cinco economias nórdicas representadas no IPR- Finlândia, Suécia, Noruega, e Dinamarca (em ordem do ranking) continuam a dominar o topo dos 10 (dez) mais. A leitura das tabelas é autoexplicativa. Tabela 1. O Índice de Preparo em Rede – IPR 2013 Rank País/Economia Score 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 60 Finlândia Cingapura Suécia Holanda Noruega Suíça Reino Unido Dinamarca Estados Unidos Taiwan, China Brasil 5.98 5.96 5.91 5.81 5.66 5.66 5.64 5.58 5.57 5.57 3.97 Rank de 2012 (dentre 142 países) 3 2 1 6 7 5 10 4 8 8 64 Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.
  • 19. 19 Tabela 2. Sub-índice do Ambiente e Pilares Sub-índice do Ambiente Rank 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 107 País/Economia Cingapura Nova Zelândia Finlândia Holanda Suécia Reino Unido Suíça Hong Kong SAR Noruega Canadá Brasil Score 5.89 5.65 5.59 5.53 5.48 5.48 5.46 5.44 5.42 5.42 3.53 Ambiente Político e Regulatório Rank Score 1 5.97 2 5.92 3 5.84 6 5.67 5 5.67 7 5.62 8 5.60 15 5.27 9 5.52 12 5.36 78 3.63 Ambiente de Negócios e Inovação Rank Score 1 5.80 6 5.38 7 5.34 5 5.40 11 5.30 8 5.33 9 5.32 2 5.61 10 5.31 3 5.47 126 3.42 Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”. Tabela 3. Sub-índice de Preparo e Pilares Sub-índice de Preparo Rank 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 74 País/Economia Finlândia Islândia Suécia Estados Unidos Canadá Noruega Dinamarca Suíça Áustria Reino Unido Brasil Score 6.51 6.43 6.38 6.25 6.17 6.15 6.04 6.02 6.01 5.99 4.53 Infraestrutura e Conteúdo Digital Rank Score 2 6.87 1 6.87 4 6.83 7 6.80 5 6.81 3 6.84 14 6.40 8 6.71 9 6.60 13 6.42 62 4.16 Capacidade de Pagamento Rank Score 19 6.22 5 6.55 7 6.48 15 6.31 43 5.69 23 6.09 22 6.09 68 5.25 37 5.89 35 5.90 76 5.01 Habilidades Rank 1 9 10 20 6 27 18 4 24 15 91 Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”. Score 6.45 5.87 5.84 5.62 6.02 5.52 5.63 6.10 5.55 5.66 4.42
  • 20. 20 Tabela 4. Sub-índice de Uso e Pilares Sub-índice de Uso Rank 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 44 País/Economia Suécia Finlândia Cingapura Coreia do Sul Holanda Dinamarca Noruega Suíça Japão Luxemburgo Brasil Uso Governo Score 6.00 5.97 5.86 5.86 5.78 5.75 5.75 5.70 5.62 5.62 4.08 Rank 3 6 11 7 5 1 2 10 13 4 58 Score 6.53 6.40 6.13 6.39 6.42 6.65 6.62 6.15 5.88 6.47 3.97 Uso Individual Rank 4 3 14 11 8 7 12 1 2 16 34 Uso nos negócios Rank Score 8 5.56 10 5.55 1 6.29 3 5.89 15 5.39 24 5.05 14 5.39 31 4.86 27 4.98 13 5.41 48 4.38 Score 5.89 5.97 5.18 5.31 5.53 5.56 5.23 6.11 6.01 4.97 3.90 Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”. Tabela 5.Sub-índice de Impacto e Pilares Rank 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 50 Sub-Índice de Impacto País/Economia Score Cingapura 6.13 Holanda 6.00 Finlândia 5.86 Suécia 5.77 Coreia do Sul 5.71 Taiwan, China 5.65 Israel 5.54 Reino Unido 5.48 Suíça 5.44 Estados 5.43 Unidos Brasil 3.74 Impactos Econômicos Rank Score 2 5.98 4 5.93 1 5.99 3 5.93 12 5.24 7 5.49 6 5.63 14 5.09 5 5.80 11 5.32 50 3.40 Impactos Sociais Rank Score 1 6.28 3 6.08 9 5.74 10 5.62 2 6.19 6 5.82 14 5.45 4 5.86 24 5.08 11 5.55 48 4.08 Fonte: World Economic Forum (2013). “The Global Information Technology Report – GITR”.
  • 21. 21 2.2.2 Panorama do Brasil E como se posiciona o Brasil no ranking global do IPR 2013? O que a Tabela 1 do NRI indica é que o Brasil se encontra na 60ª (sexagésima) posição, tendo evoluído da 65ª (sexagésima quinta) posição no ano de 2012. Para um ranking que inclui 144 países em 2013, é possível afirmar que o país se encontra numa situação de network readiness (preparo em rede) bem abaixo de sua condição de renda, já que é a 7ª (sétima) economia do mundo, de acordo com as estimativas recentes do Fundo Monetário Internacional- FMI (http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_GDP_(nominal)). Neste sentido, pode-se afirmar que a “saúde da indústria das TICs” no Brasil é preocupante, uma vez que se encontra numa posição intermediária no NRI, não condizendo com seu atual status de “potência econômica” (quando se observa o seu Produto Interno Bruto-PIB). Quando se tenta avaliar no NRI qual dos seus sub-índices contribuiu para a atual posição do país, percebe-se que o Sub-índice Ambiental foi aquele que registrou o pior índice do Brasil (107ª – centésima sétima posição). Como já antecipado este sub-índice retrata tanto o ambiente político e regulatório quanto o ambiente dos negócios e da inovação. Neste espírito, o NRI captou muito bem o que há muito se comenta no país sobre as difíceis condições de se fazer negócios no Brasil, bem como repercute bem as opiniões de vários especialistas de que fazer inovação no país não é uma atividade simples, em função de uma série de restrições e dificuldades institucionais e burocráticas. Estes indicadores constantes no NRI são, de alguma forma, também capturados nas poucas avaliações sobre as condições das TICs existentes no Brasil. No ano de 2012 o IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística publicou um trabalho de alto valor que tem recebido muito pouca atenção dos analistas de plantão. Trata-se do relatório final da “Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Empresas2010”. A pesquisa, realizada em 2010, é o que se pode chamar de o “estado da arte” da questão no Brasil, e traz importantes elementos para reflexão. A pesquisa investigou aspectos do uso dessas tecnologias pelo segmento empresarial brasileiro, contemplando, entre seus temas, a utilização de computadores e da Internet no
  • 22. 22 exercício das atividades dessas organizações, e os motivos apontados para explicar sua não utilização, além de informações sobre as políticas e medidas de segurança em TIC adotadas e as habilidades do pessoal ocupado em relação a essas tecnologias. Segundo o IBGE, a publicação apresenta os resultados de uma criteriosa investigação, cujos indicadores foram pautados em recomendações metodológicas e conceituais internacionais, o que assegurou a qualidade das informações e a comparabilidade das estatísticas. Divulgados para o conjunto do País, os indicadores abarcam empresas dos setores secundário e terciário, por grupamentos da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE 2.0, e estão acompanhados de análises que realçam as principais características observadas em cada um dos temas tratados. Revelam, pela primeira vez em uma pesquisa da instituição, o alcance, as barreiras e os distintos usos que o setor empresarial brasileiro tem feito de tais tecnologias. A publicação inclui notas técnicas com considerações metodológicas sobre a pesquisa, em que se destacam as conceituações das variáveis investigadas e os aspectos da amostragem. Algumas das principais conclusões da pesquisa são aqui brevemente apresentadas. Em primeiro lugar, em 2010 o universo das empresas com 1 (uma) ou mais pessoas ocupadas nas atividades selecionadas para a pesquisa abrangeu cerca de 2,8 milhões de empresas. Deste universo, o uso das novas TICs ainda não alcançou a sua totalidade. Entre aquelas pesquisadas, 2,2 milhões (80,8%) utilizaram computador, 2,1 milhões (76,9%) fizeram uso da Internet, e 2,3 milhões (83,3%), de telefone celular para finalidades de trabalho. De acordo com o IBGE, observou-se que as proporções de empresas que usaram computadores e Internet são elevadas e crescentes, à medida que aumenta o porte das empresas. As diferenças entre os níveis de uso de computadores segundo o porte das empresas podem ser observadas na Tabela 6, e as que usaram celular corporativo podem ser vistas na Tabela 7 deste. Em termos das pessoas ocupadas que usaram computadores e Internet foram, respectivamente, 42,7% e 36,6%, como demonstra a Tabela 8. Um dado saliente, e que não deixa de ser preocupante, é aquele que indica que dentre as microempresas pesquisadas, foram as do segmento de Indústrias as que menos utilizaram computador e Internet; 73,4% e 71,1%, respectivamente. No momento em que o Brasil está vivenciando um processo de desindustrialização (mais revelado pela perda de importância
  • 23. 23 relativa da indústria no produto bruto nacional, tanto em valor adicionado quanto em termos de oferta de empregos), é preocupante constatar que as microempresas de nossa indústria estão utilizando menos tecnologias (como as TICs) do que os demais setores da economia. Tabela 6. Proporção das empresas que utilizam computador e Internet, por atividades incluídas no âmbito da pesquisa, segundo as faixas de pessoal coupado – Brasil - 2010 Tabela 7. Proporção de empresas que utilizaram celular corporativo e/ou da própria pessoa, segundo faixas de pessoal ocupado – Brasil - 2010
  • 24. 24 Tabela 8. Proporção de pessoas que utilizaram computador, Internet e de especialistas em TI/TIC, por faixas de pessoal ocupado, segundo as atividades incluídas no âmbito da pesquisa – Brasil -2010 2.2.3 Panorama de Pernambuco O Estado de Pernambuco não foge à regra das condições apontadas pelo IGBE em relação à indústria das TICs no Brasil. Um aspecto a destacar é o da existência do seu parque tecnológico de TICs, ou seja, o seu Porto Digital. Instituído pelo Governo do Estado a partir da organização social denominada Núcleo de Gestão do Porto Digital no ano de 2000, e contando hoje com mais de 170 empresas, este parque retrata bem o estágio de evolução da indústria de TICs em Pernambuco. A trajetória histórica recente da indústria de TICs em Pernambuco e sua importância na economia do estado são notáveis2. Pernambuco conta com uma diversidade de empresas que expressa também a sua diversidade de competências, bem como limitações. 2 Cf. José Carlos Cavalcanti & Teresa Maciel (Agosto, 2009) Relatório Técnico Final do PDQMPrograma de Certificação de Empresas no Padrão Porto Digital de Qualidade e Marca, CNPq/UFPE.
  • 25. 25 2.3 Recomendações às Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) Considerados os desenvolvimentos da indústria global de TICs mencionados (convergência tecnológica, deslocalização do trabalho, byod e redes sociais digitais), apresentamos as recomendações às empresas brasileiras e pernambucanas que possam contribuir para melhor posicionar as empresas brasileiras e pernambucanas no cenário destes novos fenômenos mundiais. Como visto, a posição do Brasil (e de Pernambuco em particular) no contexto recente da indústria mundial de TICs é delicada: a despeito de seu peso e densidade econômicos, apresenta um ambiente político, regulatório, de negócios e de inovação complicado, podendo ameaçar o futuro do segmento. Pernambuco, não obstante tenha criado um dinâmico parque de TICs no Nordeste do país, não foge a esta condição. Para que as empresas locais possam se beneficias das profundas transformações por que passa a indústria global de TICs, em particular decorrente do crescente empoderamento computacional de usuários finais que têm às mãos artefatos móveis (tais como os smartphones e tablets), que estão contribuindo para a produção e disseminação de um dilúvio de dados e informações sem precedentes na história da humanidade, devem estar atentas a três tecnologias que se apresentam como importantes tendências no setor: Big Data, Analítica e Computação em Nuvem. O domínio destas tecnologias permitirá às empresas locais desfrutarem de novas e amplas oportunidades de negócio no atual contexto de mudança.
  • 26. 26 3 Conclusão A indústria de semicondutores – base dos setores eletroeletrônico e de TICs – nascido há pouco mais de 50 anos, época em que só havia grandes computadores (mainframes) para grandes empresas, hoje vive profundas transformações, dentre as quais o massivo empoderamento computacional dos seus usuários finais que têm às mãos artefatos móveis (tais como os smartphones e tablets), e que estão contribuindo para a produção e disseminação de um dilúvio de dados e informações sem precedentes na história da humanidade. Entendendo que este desenvolvimento tem proporcionado o surgimento de várias mudanças na forma como as pessoas vivem, trabalham, estudam e se divertem, procuramos, neste estudo, observar o desenvolvimento de novas ferramentas e padrões tecnológicos, novos modelos de negócios e novas indústrias que gerem oportunidades de mercado para empresas brasileiras e pernambucanas contribuindo para um melhor posicionamento destas frente a estes novos fenômenos mundiais. Assim abordamos, neste estudo, o fenômeno chamado Big Data, que trata da enorme geração de volume de dados e é propiciada justamente pela evolução nos dispositivos de hardware, em particular Tablets e Smartphones, como também, Analítica e Computação em Nuvem que aparecem como pontos chaves para o desenvolvimento e fortalecimento competitivo das empresas do setor de TIC em um cenário atual. Em termos mundiais, os países de alta renda (e aqueles emergentes da Ásia) têm se mostrado como aqueles que mais extraem benefícios do acesso e do uso das tecnologias digitais, como mostra o World Economic Forum através do seu Network Readiness Index – NRI (ou Índice de Preparo em Rede – IPR). O Brasil, neste índice global, encontra-se numa posição delicada (em função do seu ambiente político, regulatório, de negócios e de inovação) para o seu peso e densidade econômicos. Pernambuco se encontra em similar condição.
  • 27. 27 4 Referências IDC (2012). “Worldwide Business Analytics Software 2012-2016 Forecast and 2011 Vendor Shares”. By Dan Vesset, Mary Wardley, Brian McDonough e David Schubmehl. International Data Corporation. June.
  • 28. 28 5 Glossário e Acrônimos Analytics – ferramentas, técnicas e modelos para analisar Big Data Big Data – informação que não pode ser processada ou analisada por processos ou ferramentas tradicionais BYOD - bring your own device (traga seu próprio artefato) Convergência tecnológica – tendência para diferentes sistemas tecnológicos evoluírem em direção ao desempenho de tarefas similares NRI- networked readiness index (índice de preparo em rede) Redes Sociais Digitais – redes de interações sociais materializadas no ambiente online para compartilhar interesses, atividades, e conexões Smartphones – telefones inteligentes que agregam várias funcionalidades de telecomunicações, computação e serviços da Internet Tablet - dispositivo pessoal em formato de prancheta para acessar a Internet, para organização pessoal, visualização de fotos, vídeos, leitura de livros, jornais e revistas e para jogos TI- tecnologias de informação TICs - tecnologias de informação e comunicação