Especialista aponta retrocesso em fim de multa da cadeirinha

Previsão é de que número de vítimas aumente

São Paulo

O consultor de direção preventiva Denis Freire afirmou ser um "retrocesso" o fim da multa para pessoas que não respeitam o uso de cadeirinhas adaptadas para crianças em seus veículos. A proposta foi apresentada nesta terça-feira (4) pelo presidente Jair Bolsonaro  (PSL) e será analisada pela Câmara.

Cadeirinha para uso em banco traseiro de veículo - Rivaldo Gomes - 12.jun.2010/Folhapress

"Isso é um retrocesso. O número de vítimas infantis vai aumentar. Infelizmente, a maioria das pessoas respeitam as leis por conta da multa. Acabar com a multa para quem não usa a cadeirinha, além de dobrar os pontos da CNH, vai refletir daqui alguns meses nas estatísticas, com certeza".

O especialista em engenharia de transportes Sérgio Ejzenberg afirmou "não fazer sentido" aumentar de cinco para dez anos o tempo de renovação da CNH. "Neste período, o condutor pode ficar inapto para guiar, colocando a segurança das outras pessoas em risco". 

Com relação ao número de pontos na carteira, que segundo a proposta do governo subiria de 20 para 40, Ejzenberg disse que a medida serve para motoristas profissionais. "Um profissional roda cerca de dez vezes mais que um condutor padrão, ficando mais exposto a multas", diz.

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