Policiais Civis de Jaguariúna aderem a campanha estadual contra más condições de trabalho

Susi Baião

Policiais civis de Jaguariúna estão trabalhando com uma braçadeira de cor preta, em adesão à campanha estadual da categoria “Luto pela Polícia Civil”, em protesto contra as más condições de trabalho da corporação, que teve início no começo da semana.

De acordo com a delegada titular da cidade, Juliana Belinatti Menardo, o movimento é uma campanha silenciosa e não uma greve. “Na verdade, estamos de luto em razão da nossa situação precária por falta de estrutura, falta de investimento. Tem muitas delegacias que estão com muitas dificuldades de estruturas físicas, falta de funcionários, falta de viaturas, e os nossos salários são os mais baixos da federação, comparados com outros estados. Mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos, não estamos de greve, continuamos atendendo a população, mas estamos de luto”, afirmou a delegada.

Ainda segundo a delegada, entre os 26 estados da União, São Paulo é o que mais prende e oferece pior salário para delegados no Brasil. “No estado do Maranhão por exemplo o salário de um delegado é o dobro de São Paulo, sendo que o número de prisões no estado são maiores, ou seja, trabalha mais e recebe menos, com o mesmo tempo de carreira”, comentou.

O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adesp), Gustavo Mesquita Galvão Bueno, acredita que haverá a adesão de todos os policiais. “O luto tem dupla interpretação, o de lutar pela categoria e também o de enterrar. Foi uma maneira de protestar contra o governador (Geraldo Alckmin), que está enterrando a Polícia Civil. Há cerca de 20 anos, o Estado começou a sucatear a corporação em todos os aspectos. Os policiais estão desmotivados, mas, mesmo assim, seguem cumprindo o seu papel para com a população”, disse Bueno.

Outra voz, dentro da causa das reivindicações da polícia civil é a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Raquel Kobashi Gallinati. “Nossa luta é contra os salários baixos, condições precárias de trabalho, atuação tolhida e investigação prejudicada. Ainda assim, não abandonaremos a população, cada vez mais entregue ao crime e à impunidade”, pontuou.

A ação é uma ação conjunta do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) e da Adpesp (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo).  Para o protesto foram produzidas 10 mil faixas pretas distribuídas para policiais que aderiram ao manifesto.

 

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