SP tem um táxi para cada 285 habitantes, Rio de Janeiro um para cada 190 habitantes

Carlos Roberto Osório acha que Rio não pode ser comparado a Nova Iorque, que tem um táxi para cada 700 habitantes

O secretário municipal de Transportes do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Osório, questiona a quantidade de táxis em circulação na capital fluminense, que é de 33 mil. “A legislação pretende reduzir a frota dos atuais 33 mil táxis para cerca de dezenove mil, como aprovado no Plano Diretor da cidade. Em palestra durante a abertura da Expotáxi/RJ, Osório disse que é um erro comparar o Rio com cidades como Nova Iorque, pois as condições são bem diferentes. No Rio, o táxi está vinculado à vida dos cariocas e turistas que vêem a cidade maravilhosa”, questionou o secretário.

Osório defende a manutenção dos atuais táxis e dá como exemplo o bairro do Leblon, que tem algumas vias principais interditadas e com restrições ao carro particular por conta das obras do Metrô: “O volume de corridas de táxi para o Leblon cresceu significativamente. O cliente deixou de ir de carro para ir de táxi. Dizem que o Rio tem táxis demais. Se a gente levar em consideração a proporção de habitantes da cidade em comparação com outras cidades do mundo, o número de táxis está bem acima”, justificou o secretário. “Para uma cidade com as nossas características, com demanda turística de vários países e restrições de mobilidade, podemos dizer que a frota de táxi é mais do que suficiente para atender. Portanto não tem porque reduzir o número”.

Osório explicou que o Rio de Janeiro tem aproximadamente um táxi para cada 190 habitantes. São Paulo tem um táxi para cada 285 habitantes. Nova Iorque tem um táxi para cada 700 habitantes. Ele criticou os critérios usados para incluir no Plano Diretor do Rio a redução da quantidade de táxi de um para cada 700 habitantes, a exemplo dos EUA: “O legislador do plano diretor disse que o Rio de Janeiro tem que ser igual à Nova Iorque. Um táxi para cada 700 habitantes. Não podemos fazer esta comparação, que induz ao erro. Pela característica da nossa cidade, o espaçamento é muito diferente do espaçamento de outras cidades pelo mundo. A cidade clássica nasce no centro e cresce no entorno. No Rio de Janeiro, o centro é no extremo leste da cidade. O centro geográfico do Rio não é o centro da cidade. As nossas características são diferenciadas, porém não há motivos para redução do número de táxis”, explicou o secretário.

Como justificativa, Osório revela que no futuro apenas os táxis terão autorização para circular no centro da cidade, além dos veículos leves sobre trilhos e do BRT: “Temos que cada vez mais valorizar esta atividade, e fazer com que este meio de transporte seja usado pela maioria da população. O Rio tem seis milhões e meio de habitantes e um enorme desafio na mobilidade. Está acontecendo um crescimento vertiginoso na frota de veículos particulares, o que significa engarrafamento. Vocês tem um papel fundamental na solução desse problema. O sistema de táxi representa um papel importantíssimo, para as cidades brasileiras. Não adianta o passageiro achar que vai sair da Tijuca e do Méier e pegar o BRT para chegar a cidade.
Esse cliente estava acostumado a ir de automóvel particular para o centro, o que vai ser cada vez mais difícil. O táxi não ocupa vaga de estacionamento. A tendência é a implantação de restrições de acesso de veículos particulares para o centro e áreas mais congestionadas. O táxi pode substituir a demanda de carro particular. Esse desafio não é só no Rio. Todas as grandes cidades sofrem esse problema e precisam saber aproveitar melhor a sua frota de táxi. Temos que criar alternativas ao carro particular, e abrir oportunidades para se chegar aos locais usando o táxi”, disse o secretário Osório.

Cláudio Rangel - Rio de janeiro