Em matéria no site de Percival de Souza, o advogado e comentarista de TV que trabalhava com Marcelo Rezende no 'Balanço Geral', relembrou os bastidores do caso de Isabella Nardoni que foi vitimada por seu pai e sua madrasta. A menina de seis anos caiu (essa era a notícia inicial) do sexto andar do Edifício London. Com os atos de praxe, os dois delegados responsáveis do caso, relembra Percival, conduziram o pai e a madrasta para a delegacia para as oitivas iniciais. As perguntas também de praxe na época investigavam possíveis inimigos ou algo que poderia ter levado a morte da filha.

Emocionados os dois delegados talvez não desconfiassem a princípio que estariam diante dos verdadeiros assassinos. Percival ainda recorre à memória para relembrar que os dois delegados do 9º Distrito Policial ouviam Alexandre Nardoni aos prantos, diante de tão bárbara cena.

Calixto e Renata eram os responsáveis pela entrevista. Entretanto, um fato revelou o verdadeiro assassino. Diante de tão horrenda cena com a própria filha, Alexandre Nardoni fez uma pergunta que foi crucial para elucidação do crime. A 1h20 da madrugada o pai da filha morta esticou o braço perguntando se os delegados ainda precisariam dele na delegacia, pois ele precisaria voltar para casa e tomar uma ducha.

Pergunta de Alexandre Nardoni foi crucial para que pai passasse de vítima a suspeito do crime de Isabella Nardoni

A pergunta fria com objetivo banal diante de tão brutal cena de crime, fez com que Calixto e Renata encontrassem uma fagulha de pista, que levaria ao verdadeiro assassino de Isabella Nardoni. Eles ainda contariam com a ajuda da tecnologia para elucidar o caso.

Como um pai que acabou de perder a filha estaria mais preocupado em tomar uma ducha que elucidar a morte da filha?

Muito próximo da data do crime, em 2008 (março) a Polícia Científica tinha recebido o kit de luminol que permite identificar rastro de sangue em superfícies mesmo depois de lavadas. A substância teria uma função fundamental para incriminar o pai Alexandre Nardoni e a madrasta Ana Carolina Trotta Peixoto Jatobá pelo assassinato de Isabella.

Investigação do caso Isabella Nardoni

Numa investigação precisa, foi possível identificar que o assassino teria sido alguém de dentro do prédio, já que não havia sinais de arrombamento de áreas comuns e de nenhum apartamento. Entretanto, ao ser feito o teste com luminol, foram identificadas marcas de sangue no elevador, no hall do sexto andar e na entrada do apartamento de Alexandre. A rede de proteção também foi cortada com faca. Isabella não havia caído e sim arremessada.

O apartamento tinha sido lavado e a cena de crime adulterada. Havia marcas do sapato de Alexandre abaixo da janela do quarto onde a menina foi arremessada. Alexandre Nardoni, antes de pedir ajuda, ficou 20 minutos falando com o pai ao telefone e ainda chegou a indicar o porteiro do prédio como suspeito.

Tudo indicava que só havia um suspeito, ou na verdade dois, Ana Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni.

Caso encerrado: Alexandre e Ana Carolina Jatobá indiciados, julgados e culpados

Diante de tão detalhada investigação, não havia mais dúvidas, inclusive da mecânica do crime. A menina foi espancada até a morte pela madrasta ainda dentro do carro, voltando de um mercado. O pai a carregou no colo, fez o corte na rede de proteção e com um apoio (que deixou marcas na parede), a segurou pelos pulsos e soltou para se dilacerar na área de lazer do prédio.

Os jurados foram implacáveis na condenação dos dois.

Para acabar com o senso de justiça, a juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, concedeu a Ana Carolina Jatobá o benefício de prisão em regime semiaberto sob alegação de bom comportamento carcerário.

Isabella Nardoni jamais passará um Natal com a mãe.