Por thiago.antunes

Rio - Quem mora na Vila Kennedy já está acostumado a ‘pertencer’ a Bangu, mas desde ontem, com a publicação do decreto do prefeito Marcelo Crivella no Diário Oficial, o então sub-bairro da Zona Oeste ganhou sua autonomia e virou um bairro de verdade. A medida abrirá caminho para que a Vila Kennedy receba novos serviços, como uma regional administrativa, superintendência da Comlurb, Espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) e até agências bancárias, o que ainda não existe por lá.

Mas se no papel a mudança permite aos moradores sonharem com um futuro mais próspero, na prática, a medida ainda não animou quem vive há décadas na região. “Não adianta separar os bairros e não proporcionar melhorias. Queremos viver com mais tranquilidade e respeito”, comentou a aposentada Deize da Silva, de 63 anos, que mora na Vila Kennedy há 37 anos com o marido Sérgio Silvestre, 64.

Moradores da 'VK' há 37 anos%2C Deize e Sérgio aguardam melhoriasSandro Vox / Agência O Dia

O objetivo da lei, de autoria dos vereadores Zico (PTB) e Dr. Gilberto (PMN), é facilitar a burocracia para levar novos investimentos ao bairro. “Quando pedi a construção de um EDI, fui informado que Bangu já tinha e que não poderia contemplar a Vila Kennedy. Antes, mesmo com uma população de cerca de 150 mil moradores, a Vila Kennedy ficava excluída dos projetos. Com a lei, esperamos que o morador usufrua de tudo o que é de direito”, avaliou o vereador Zico.

Na opinião do engenheiro civil Arthur Souto, 61, morador de Realengo, a criminalidade na Vila Kennedy pode continuar afastando visitantes no local. “A prefeitura tinha que se preocupar em colocar o bairro de Bangu em ordem e com isso contemplar todas as regiões. Dividir o bairro não vai resolver nada, pois o morador da Vila Kennedy vai continuar tendo que sair de lá para fazer as coisas”, ponderou.

Segundo Zico, as lideranças comunitárias não precisarão mais sair da ‘VK’ para exigir seus direitos, inclusive para solicitação de serviços públicos. “Antes, era preciso ir até Bangu para pedir um serviço. Agora, demos um passo importante para que o morador viva com mais respeito”.

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