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Entenda o caso Alstom

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Por Redação
Atualização:

A multinacional francesa Alstom está sendo investigada na Suíça e na França por suspeita de pagar propina para obter contratos em países da Ásia e da América do Sul, entre eles o Brasil. No País, os contratos irregulares seriam o da venda de equipamentos para a ampliação do Metrô de São Paulo, no valor de US$ 45 milhões, sendo US$ 6,8 milhões em comissões ilegais, e o da construção da Usina Hidrelétrica de Itá, entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, no valor de US$ 200 milhões, dos quais US$ 30 milhões seriam para pagamento de propina. 1. 'WSJ' revela o caso Reportagem do jornal The Wall Street Journal, publicada em 6 de maio, informa sobre ampla investigação conduzida pelas autoridades suíças sobre o pagamento de propina pela Alstom para vencer licitações. A publicação informa que a polícia suíça se reuniu com investigadores brasileiros para discutir o suposto pagamento de US$ 6,8 milhões em propina pela gigante de engenharia para obter um contrato de US$ 45 milhões para instalação de equipamentos na obra de expansão do metrô de São Paulo. 2. Ministérios Públicos Estadual e Federal decidem investigar o caso a) O Ministério Público Estadual iniciou em 8 de maio uma operação para devassar os contratos da multinacional com o Metrô de São Paulo e outras empresas ligadas à Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Também seriam analisados negócios da Alstom no setor energético. São pelo menos 30 contratos com o governo paulista desde 1990, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), alguns sem licitação. Estão na lista Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), Companhia Energética de São Paulo (Cesp), Engenharia e Planejamento de Transmissão de Energia (EPTE), Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), Sabesp, Dersa e CPTM. b) Ministério Público Federal (MPF)também decide investigar o caso, que fica sob responsabilidade do procurador Rodrigo de Grandis. O objetivo é saber se a empresa de engenharia francesa cometeu os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro no Brasil. 3. Empresa teria usado offshores em propina a tucanos Reportagem do Estado de 30 de maio informa que seis empresas offshore, duas das quais controladas por brasileiros, teriam sido utilizadas pela multinacional francesa para supostamente repassar propinas a autoridades e políticos paulistas entre 1998 e 2001. Os pagamentos seriam feitos com base em trabalhos de consultoria de fachada. 4.Alstom paga viagem de conselheiro à Copa do Mundo Em 3 de junho, reportagem do Estado informa que Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), coordenador da campanha eleitoral de Mário Covas em 1994 e chefe da Casa Civil do governo do Estado de 1995 a abril de 1997, viajou para a França em 1998 para assistir aos dois jogos finais da Copa do Mundo com despesas pagas por empresas da Alstom, cujos contratos com a Eletropaulo e o Metrô ele avaliou depois. 5. Disputa política As bancadas do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp) e na Câmara dos Deputados iniciaram uma ofensiva para investigar as gestões tucanas no Estado de São Paulo sobre o que classificam de relação "íntima e suspeita" da Alstom. O partido não descarta o pedido de instalação de uma CPI para apurar o assunto.

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