Lançamento de livro e palestra Container-Pátria: a história das casas de cobre da Alemanha a Israel

Container-Pátria: a história das casas de cobre da Alemanha a Israel Divulgação

6ª, 01.09.2017

18:30

Goethe-Institut Rio de Janeiro. Biblioteca

Participação do tradutor Aldo Medeiros (mediador) e do urbanista Pedro Évora (palestrante)

Quando a empresa Hirsch Latão e Cobre S.A. desenvolveu, ao lado do arquiteto Walter Gropius, fundador da Bauhaus, uma casa pré-fabricada de cobre, não sabia que além de móveis e histórias sua criação seria recheada pela esperança de continuidade de um antigo lar. As moradias metálicas atravessariam os mares, saindo da Alemanha rumo à Palestina, para acompanhar judeus ameaçados pela ascensão do nacional-socialismo na década de 1930. História, arquitetura e arte estão reunidas no livro “Container-Pátria: a história das casas de cobre da Alemanha a Israel” (Nau Editora, 2017), de Friedrich von Borries e Jens-Uwe Fischer, cuja versão traduzida por Aldo Medeiros será lançada na sexta-feira, dia 1º de setembro, na Biblioteca do Goethe-Institut.
 
O evento contará com a participação do arquiteto e urbanista Pedro Évora, professor e criador de trabalhos premiados e expostos no MoMA-NY, na Bienal de Chicago, na Trienal de Lisboa, na Bienal de Veneza, em Viena e em São Paulo. Em um bate-papo, o especialista apresentará seu olhar sobre o momento histórico retratado no livro e sobre o episódio ainda pouco conhecido na história da arquitetura. Planejava-se a produção de centenas de casas (batizadas com nomes como “Castelo de Cobre”, “Sonho de Primavera”), mas a Crise de 29 atropelou os planos, e as moradias de cobre não chegaram a ser um sucesso comercial. Apenas um pequeno número de unidades foi vendido. As que restaram na Alemanha encontram-se tombadas como patrimônio histórico.
 
As casas pré-fabricadas no material de grande durabilidade e resistência ao tempo eram equipadas com instalações elétrica, hidráulica e de escoamento que já vinham integradas nos módulos de parede e teto. Uma cozinha pré-moldada e um aquecimento central estavam incluídos no preço de compra. A casa podia ser embalada em caixas, transportada para qualquer lugar do mundo e montada em apenas 24 horas. Enquanto o interior seguia o padrão modernista, seu aspecto exterior reproduzia o estilo tradicional de casa de campo, com sacadas e telhados em ponta ou de três águas.
 
Após a ascenção de Hitler ao poder, a firma publica um anúncio no jornal da comunidade judaica: “Leve com você sua casa de cobre para a Palestina”. As casas passam então a se chamar “Jerusalém”, “Tel-Aviv” e “Líbano”. Para o livro, os pesquisadores Friedrich von Borries e Jens-Uwe Fischer foram em busca dos construtores e moradores para conhecer melhor esta experiência histórica da casa-pátria que mistura arquitetura e indústria, religião e política.
 
Sobre o palestrante

Pedro Évora é carioca, arquiteto, urbanista, professor e criador de trabalhos premiados e expostos no MoMA-NY, Bienal de Chicago, Trienal de Lisboa, Bienal de Veneza, Viena e São Paulo. Iniciou, em 1995, seus estudos em arte na Holanda, formou-se em arquitetura na UFRJ e é mestre em desenho urbano pelo PROURB. Seu atelier Rua Arquitetos (www.rualab.com) desenvolve, desde 2008, projetos comerciais, culturais e estratégicos, com foco na cidade. Publicou pela Editora Temporária o livro “Cidade-Andaime, Arquiteturas Transitórias na Cidade Contemporânea” e hoje assessora a Secretaria de Urbanismo da Prefeitura do Rio de Janeiro. 
 
Sobre os autores

Friedrich von Borries, nascido em 1974 em Berlim, é arquiteto. Em 2008, foi secretário geral da missão alemã junto à Bienal de Arquitetura de Veneza. É professor de Teoria do Design e Prática de Curadoria na Escola de Artes Plásticas de Hamburgo.

Jens-Uwe Fischer, nascido em 1977 em Nordhausen, Turíngia, é historiador e trabalha com formação política e cultural de jovens.
 
 
 
 

Voltar