(atualizada às 15h29)O patamar da economia brasileira ao fim do primeiro trimestre de 2018 voltou ao mesmo nível observado no primeiro semestre de 2011, entre o primeiros e segundo trimestres daquele ano, informou Rebeca Palis, chefe do Departamento de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ela explicou que a economia brasileira avançava até 2014, quando mostrava taxas positivas na variação do PIB. Após aquele ano, a atividade entrou em crise, com sucessivas quedas, que perduraram até 2017, o que diminuiu o nível da economia brasileira.
Agora, nos três primeiros meses de 2018, a economia brasileira cresceu 0,4% ante trimestre imediatamente anterior; e subiu 1,2% ante igual trimestre de 2017. O aumento de 0,4% foi o quinto resultado positivo após oito quedas consecutivas nesta base de comparação. No caso da expansão de 1,2%, foi o quarto resultado positivo consecutivo.
Na prática, a continuidade de aumentos acabou por elevar o patamar da economia, e conduzir o nível da atividade à de um período pré-crise ao fim do primeiro trimestre de 2018, detalhou Rebeca. “É como se estivéssemos, hoje, no mesmo patamar de geração de renda de 2011”, resumiu ela.
Mesmo com a alta do PIB observada de janeiro a março, o nível da economia brasileira no primeiro trimestre do ano ainda é 5,7% menor do que o “pico” do patamar de atividade econômica observado no primeiro trimestre de 2014, informou Rebeca.
Ao ser questionada sobre o atual ritmo de crescimento da economia brasileira, Claudia Dionisio, gerente do Departamento de Contas Nacionais, comentou que, até o primeiro trimestre, a atividade está mantendo praticamente o mesmo patamar, com avanços em torno de 0,2% a 0,4%, taxas muito próximas de zero. “[A economia ] não acelerou. Podemos olhar em todas as taxas, a economia como um todo, [ela está ] mais ou menos no mesmo patamar”, afirmou.
Em seguida, ela foi indagada se a atual cadência da atividade econômica não estaria operando em ritmo lento e gradual. “É gradual”, reconheceu.
No primeiro trimestre, Claudia destacou que, pela ótica da produção, os destaques positivos foram boas performances em indústria da transformação e agropecuária. No caso específico de agropecuária, ela minimizou o recuo de 2,6% no PIB do setor no primeiro trimestre deste ano ante igual período do ano passado. “É importante lembrar que este dado está sendo comparado com safra recorde [de grãos] referente ao ano passado”, disse, lembrando a queda foi influenciada por uso de base de comparação elevada. Na comparação com quarto trimestre de 2017, o PIB agropecuário subiu 1,4% no primeiro trimestre deste ano.
Pelo lado da oferta, o consumo das famílias, mais uma vez, foi o grande destaque positivo, reconheceu ela, com aumentos de 0,5% na comparação com o quarto trimestre do ano passado, quinta elevação seguida nesta comparação; e expansão de 2,8% ante igual trimestre do ano passado, quarto crescimento consecutivo, nesta comparação. “A demanda doméstica contribuiu muito para este número [de alta do PIB no primeiro trimestre]”, admitiu.