Descrição de chapéu The Washington Post Governo Trump

Trump anuncia possíveis sanções à Turquia após ataque na Síria

Presidente americano não especificou quando as medidas serão impostas

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Washington | Washington Post e Reuters

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (14) que “em breve” emitirá uma ordem executiva autorizando sanções contra o governo turco devido à ofensiva no norte da Síria

Trump não especificou quando as medidas serão impostas, mas disse que o ato autoriza sanções adicionais contra “aqueles que podem estar envolvidos em graves violações dos direitos humanos, impedindo um cessar-fogo, impedindo que pessoas deslocadas voltem para casa, repatriando à força refugiados ou ameaçando a paz, segurança ou estabilidade na Síria”.

Segundo Trump, as tarifas sobre as importações de aço da Turquia terão aumento de 50%, e os Estados Unidos já interromperam as negociações de um acordo comercial de US$ 100 bilhões com o país.

“Os Estados Unidos usarão agressivamente as sanções econômicas para atingir aqueles que possibilitam, facilitam e financiam esses atos hediondos na Síria”, disse o presidente americano em declaração divulgada em sua página no Twitter.

“Estou totalmente preparado para destruir rapidamente a economia da Turquia se os líderes turcos continuarem nesse caminho perigoso e destrutivo.”

Também nesta segunda-feira, o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, afirmou que Trump conversou com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e pediu que ele interrompa o avanço militar.

O mandatário americano instou Erdogan a concordar com um cessar-fogo imediato, segundo o vice, que também afirmou que viajará em breve para a região. 

“Os Estados Unidos simplesmente não tolerarão mais a invasão turca na Síria. Nós estamos pedindo que a Turquia recue, ponha fim à violência e se sente à mesa de negociações”, disse Pence.

Na última segunda-feira (7), Trump declarou abruptamente que evacuaria 50 tropas americanas da região. O presidente americano ignorou críticas à sua decisão, que deixou o caminho aberto para os turcos atacarem os curdos.

As cenas de devastação causadas pela invasão, os registros de mortos e feridos e o deslocamentos de milhares de de pessoas obrigadas a deixar suas casas expuseram o presidente a duras críticas de congressistas, inclusive os do Partido Republicano. 

Os curdos foram importantes aliados na guerra contra o grupo terrorista Estado Islâmico, e a decisão de abandoná-los foi vista como traição.

Somando entre 30 e 40 milhões de pessoas, os curdos constituem uma das maiores nações apátridas do mundo. Por volta de 20 milhões vivem na Turquia e são considerados separatistas pelo governo. 

Desde o início da semana passada, o governo Trump enfrenta intensa pressão para impor sanções à Turquia.

O Congresso americano prometeu agir caso o presidente não adote medidas para impedir os ataques e resguardar o povo curdo.

Trump afirmou que a ofensiva militar da Turquia está causando uma crise humanitária e criando condições para “possíveis crimes de guerra”, mas deixou claro que não voltará atrás em sua decisão.

“Como já disse antes, eu evacuarei todos os militares americanos do norte da Síria.”

O secretário da Defesa, Mark Esper, confirmou no domingo que praticamente todas as tropas no norte da Síria seriam evacuadas. 

Mas nesta segunda-feira, Donald Trump disse que um grupo pequeno de militares ainda está na guarnição de At Tanf, no sul da Síria, “para continuar a perturbar os restos” do grupo terrorista do Estado Islâmico.

Tradução Luiz Roberto M. Gonçalves

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