sexta-feira, 17 de março de 2023

Médicos gaúchos começam a pedir descredenciamento do IPE, mais 1 milhão de funcionários públicos podem ficar sem assistência médica



O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers) realizou, na noite de quarta-feira, 15, assembleia geral extraordinária na cidade de Lagoa Vermelha, no Norte do Estado. Na pauta, a situação do IPE-Saúde. O principal tema: a falta de reajustes aos profissionais médicos por parte do Governo do Estado, algo que há mais de 10 anos não ocorre. O convênio com o IPE-Saúde é responsável por atender mais de um milhão de pessoas no Estado e a falta de reajuste tem gerado um grande impacto na vida dos profissionais da saúde.

A situação chegou a um ponto insustentável para os milhares de médicos gaúchos que prestam serviços aos mais de um milhão de associados do IPE. Além de estarem sem reajuste desde 2018 de seus atendimentos, ou seja, cinco anos recebendo a mesma coisa, como se não houvesse inflação no País, Os médicos se sentem aviltados em seu trabalho. Os honorários médicos não são reajustados de 2011. A consulta médica (médico PF) é remuerada por irrisórios R$ 62,00.  Ou seja, em Porto Alegre e na região metropolitana, o médico acaba pagando para atender um paciente do IPE, porque gasta mais do que o valor da consultado somente em estacionamento de seu carro. E todo mundo sabe que médicos correm o tempo inteiro de um hospital para outro, onde prestam serviços. Não bastasse esses valores aviltantes que são pagos pelo IPE, o instituto estadual ainda humilha os médicos com os atrasos nos pagamentos pelos serviços que eles já prestaram. Em alguns casos procedimentos hospitalares o atraso no pagamento pode chegar a mais de 100 dias. Devido à inflação, o médico acaba recendo muito menos do que o atendimento prestado. Enquanto o IPE aproveita a inflação para ganhos financeiros com as aplicações dos valores devidos aos médicos. 

A situação é tão brutal que um médico recebe o IPE a quantia irrisória de R$ 336,01 por um parto normal ou uma cesariana. O médico auxiliar recebe 30% (100 reais). Em valores líquidos, isso representa menos de R$ 250,00 e menos de R$ 70,00 respectivamente. Por isso o presidente do Simers, Marcos Rovinski, diz que a situação é insustentável e precisa ser revista o mais breve possível, sob pena de ocorrência de um colapso no atendimento da saúde pública no Rio Grande do Sul. Apesar desssa situação trágica, e das possíveis consequências nefastas, o governador tucano Eduardo Leite permanece absolutamente silente. 

Por isso tudo, durante a assembleia de Lagoa Vermelha, os profissionais médicos presentes discutiram a situação e tomaram uma decisão importante: caso o governo tucano não dê atenção ao problema, eles deverão desvincular-se do sistema de atendimento. A decisão foi tomada depois de uma longa discussão sobre a importância dos reajustes e a valorização dos profissionais que prestam serviços à população. Os médicos afirmaram que não é justo continuar trabalhando sem o devido reconhecimento e remuneração adequada.

"Decidimos por unanimidade. Se o IPE não acatar as reivindicações, irá acontecer um descredenciamento coletivo dos profissionais de Lagoa Vermelha. Nós vivenciamos uma grande burocracia para o credenciamento de profissionais, a dificuldade de especialistas no interior, e uma tabela defasada. Desde 2008 nós não recebemos reajuste”, afirmou o diretor do Simers em Lagoa Vermelha, Rodrigo Baggio Costa da Silva.

A diretora do Simers na Região Norte, Sabine Chedid, que coordena as reuniões regionais sobre o tema, destacou a decisão dos profissionais da medicina de Lagoa Vermelha. "A categoria médica ultrapassou o seu limite. Chegou o momento em que se não forem acatadas pelo IPE-Saúde as reivindicações dos médicos, haverá o descredenciamento da totalidade dos profissionais que prestam atendimento pelo plano. É a única alternativa frente ao desmonte da tabela de honorários e demais ações praticadas pelo Instituto”, afirmou.


O Simers vem acompanhando de perto a situação e se compromete a continuar lutando pelos direitos dos médicos e pela valorização da categoria. A desvinculação dos profissionais do sistema de atendimento IPE Saúde é uma medida extrema, mas que pode ser necessária caso o Governo não tome providências para resolver o problema. Novas assembleias serão realizadas pelo sindicato em outros municípios do interior do RS, com objetivo de ouvir os demais profissionais da medicina e debater sobre o mesmo assunto.

Guaporé, no Vale do Taquari, também debateu a pauta, na noite de quarta-feira, 16 , comandada pelo diretor do Simers na cidade, Werner Izolan. A programação prevê novas assembleias em outras cidades nos próximos dias.







O Simers vem intensificando de maneira acentuada a sua atuação no sentido de alcançar a valorização dos médicos credenciados ao Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE-Saúde). A campanha foi detonada com a realização de uma Assembleia Geral Extraordinária no dia 2. A reunião ocorreu de forma híbrida, com a recepção presencial no auditório da entidade e a primeira chamada às 19 h. Tambem foi disponibilizado um link para a participação virtual de associados do Simers. 

Conforme o presidente do Sindicato, Marcos Rovinski, o objetivo foi apresentar o que está sendo feito na defesa dos mais de sete mil profissionais que atuam no IPE-Saúde, o que representa cerca de 20% do total de médicos no Estado. “O Simers vem atuando de forma intensa para garantir o reajuste nos honorários pagos aos procedimentos médicos hospitalares, congelados há 12 anos. Sem falar no atraso nas remunerações, sendo que o mais recente já soma quatro meses de defasagem no pagamento”, assinalou Marcos Rovinski.

O presidente do Simers ressalta que o Sindicato, ao lado das entidades representativas da categoria e da Saúde, vem intensificando as ações em prol dos médicos do IPE-Saúde, buscando a urgente reestruturação da autarquia e a consequente melhoria nos serviços prestados aos mais de um milhão de segurados.



Nesta quinta-feira foi realizada uma outra assembléia, reunindo os médicos de Guaporé. Também na quarta-feira, em conjunto com o Sindicato dos Médicos de Santa Maria (Sindomed RS), houve  assembleia com médicos credenciados da cidade. 

“A crise do IPE-Saúde está impactando diretamente mais de sete mil profissionais que atuam na instituição, o que representa cerca de 20% do total de médicos no Estado. Mobilizamos a categoria para que juntos enfrentemos e pressionemos o Governo por uma solução”, afirma o diretor do Interior do Simers, Luiz Alberto Grossi. Ele lembra que já houve uma assembleia no dia 2 de março onde participaram 250 médicos e foram estabelecidas algumas ações a serem feitas como forma de pressão.



Os debates com a categoria médica foram conduzidos pelos diretores do Simers em Lagoa Vermelha, Rodrigo Baggio e Werner Izolan, em Guaporé. A coordenação das assembleias dos dois municípios será realizada pela diretora da Região Norte da entidade médica, Sabine Chedid. 

O fim do congelamento de mais de uma década nos honorários pagos aos procedimentos médicos e hospitalares, descredenciamento e uma possível suspensão de 60 dias no atendimento — caso as demandas não sejam atendidas — fazem parte das ações aprovadas na assembleia. 



A secretária de Planejamento, Governança e Gestão do Rio Grande do Sul, Danielle Calazans, reiterou ao presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski, que o governo do Estado já está trabalhando para apresentar, até o final do mês, um plano de reestruturação do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE-Saúde). Eles estiveram reunidos no final da manhã do dia 10, no Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF), junto com o presidente da autarquia, Bruno Jatene. Este é um prazo que já está além do limite, porque o governo tucano de Eduardo Leite já está no seu quinto ano e até hoje não apresentou qualquer plano para resolver a crise do IPE de forma permanente. 

A secretária afirmou que está com todas as demandas encaminhadas pela Frente Pró Saúde e que há uma equipe trabalhando para viabilizar uma proposta concreta de reforma do Instituto. Entre as reivindicações levadas ao governo está a urgente recuperação da defasagem de doze anos no reajuste dos honorários médicos e hospitalares. “Com diálogo, vamos chegar a um bom termo, pois ela reconhece que o IPE-Saúde não é sustentável e algo precisa ser feito para garantir a valorização dos mais de sete mil médicos credenciados e a qualidade na assistência aos usuários”, destacou Rovinski.

A Frente Pró-Saúde RS é um movimento institucional, formado pelo Simers, Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers) Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs), Federação RS – Santas Casas e Hospitais Sem Fins Lucrativos (FederaçãoRS) e Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (Fehosul).

O presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski, e o diretor-geral, Fernando Uberti, estiveram reunidos também com o presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, Vilmar Zanchin, na segunda-feira, 13.

Durante o encontro, os dirigentes do Simers destacaram as ações que vêm sendo feitas pela entidade e que vão além da defesa do médico, como o intenso trabalho pela reestruturação do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE-Saúde). “Entendemos que o tema IPE-Saúde é mais amplo do que a atual demanda dos médicos, pois ele é estrutural. E, como entidade que representa a categoria, queremos participar ativamente da discussão Legislativa para garantir as melhorias necessárias e que resultem na valorização dos profissionais credenciados e na qualidade do atendimento”, afirmou Uberti.

Entre os pontos destacados pelo Sindicato, também esteve a necessidade de criação de uma carreira estadual para médicos, além da busca de soluções para a sustentabilidade dos Hospitais de Pequeno Porte (HPP), os quais enfrentam uma crise financeira devido à falta de recursos. “Hoje, esses hospitais vêm se transformando em Pronto Atendimentos, sem falar que vemos a diminuição dos leitos de maternidade no Estado, com o fechamento de Centros Obstétricos e que vem atingindo os municípios gaúchos, resultando em cidades onde não nasce mais ninguém”, destacou o presidente do Simers.




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