Lixo enviado ilegalmente ao Brasil retorna à Grã-Bretanha

Lixo enviado ao Brasil
Legenda da foto, Parte do lixo exportado ilegalmente chegou à Grã-Bretanha nesta sexta-feira

Os mais de 70 contêineres com lixo britânico que foram exportados ilegalmente ao Brasil em julho chegaram nesta sexta-feira ao porto de Felixstowe, na Grã-Bretanha.

De acordo com a Agência Ambiental da Grã-Bretanha, o barco que levava os contêineres, o MSC Serena, aportou em Felixstowe às 10h30, hora local (6h30, hora de Brasília).

Outros cerca de 19 recipientes estão a caminho do país em outra embarcação que deve chegar só a partir da próxima terça-feira.

A Agência já tinha iniciado uma investigação para descobrir como as 1,4 mil toneladas de lixo, supostamente origem hospitalar e doméstica, foram parar no Brasil.

Ao longo da próxima semana, as autoridades ambientais britânicas vão desinfetar os contêineres para examinar o seu conteúdo.

Em seguida, depois que forem recolhidas provas suficientes, uma empresa especializada deve destruir o lixo.

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Andrew Higham, diretor da unidade de crimes ambientais da agência, disse que a entidade encara com "extrema seriedade" a exportação ilegal de lixo.

"A Grã-Bretanha assumiu uma forte liderança mundial para acabar com o comércio ilegal de lixo, com o objetivo de proteger as pessoas e o meio ambiente", afirmou.

"Não vamos permitir que nosso lixo seja despejado em países em desenvolvimento."

Pela lei britânica, o país pode exportar restos apenas para reciclagem.

Em julho, três homens foram presos na cidade de Swindon, no sul da Grã-Bretanha, em conexão com o caso, mas foram libertados sob pagamento de fiança até que se avance nas investigações.

A pena máxima por exportar lixo ilegalmente é uma multa sem limite pré-definido ou até dois anos de prisão.

Prensagem

Ainda em julho, o Ibama anunciou que estava estudando alguma sanção internacional contra duas empresas britânicas acusadas da exportação do material para o Brasil - a Worldwide Biorecyclables e a UK Multiplas Recycling.

Na ocasião, o proprietário das empresas, o brasileiro Julio da Costa, disse à BBC Brasil que elas faziam apenas a prensagem do plástico recolhido por fornecedoras britânicas, entre elas a Hills Waste Solutions Limited.

Costa disse que a responsabilidade por qualquer outro material que tenha chegado ao Brasil seria da Hills e das demais fornecedoras.

A Hills afirma que caberia à empresa de Costa a triagem para separar qualquer material plástico inadequado para reciclagem.