Turquia não aceitará que antimísseis da Otan tenha Irã como alvo
O presidente da Turquia, Abdullah Gül, reiterou nesta sexta-feira sua oposição à possibilidade de que o sistema de defesa de mísseis que será discutido pela cúpula da Otan neste fim de semana em Lisboa tenha o Irã como alvo. "Nossa posição é que seja evitado apontar um único país dentre as ameaças, como nosso vizinho Irã", disse Gül em entrevista coletiva concedida em Ancara pouco antes embarcar para Portugal.
O presidente declarou que, pelo modo como as negociações caminham, não acredita que o Irã vá ser nomeado como alvo no plano de estabelecimento do sistema de defesa da Otan, e que os países-membros da organização aceitarão as condições da Turquia. "Neste tema, a Turquia levou em conta primeiro seus interesses nacionais e depois os da aliança. Transmitimos nossas opiniões a nossos parceiros e tudo indica que serão aceitas", afirmou.
Ancara concordou em alojar parte do escudo antimísseis da Otan em troca de que o Irã não seja mencionado entre as possíveis ameaças, dadas as suas crescentes relações com a república islâmica. Além disso, a Turquia também pede para ter o controle deste sistema antimísseis.
Gül também tentou acalmar a oposição interna ao escudo alegando que "a Otan não é uma ameaça, mas uma organização de defesa". "O sistema de defesa de mísseis prevê eliminar os riscos representados pelos mísseis balísticos e proteger os países-membros da Otan", acrescentou.
