Você mente para os seus filhos? (Foto: Gift Habeshaw/Pexels)

Você mente para os seus filhos? (Foto: Gift Habeshaw/Pexels)

Se você costuma inventar mentirinhas que parecem inofensivas regularmente, como "Não trouxe dinheiro", para não comprar algo que seu filho pediu, talvez seja bom começar a repensar. Isso porque, apesar de srtirem efeito a curto prazo, elas podem ter um impacto negativo no comportamento do seu filho na idade adulta.

Um novo estudo publicado no Journal of Experimental Child Psychology, revela que os adultos que ouviram mentiras regularmente quando crianças, costumam contar mais mentiras quando crescem, em comparação com aqueles que não ouviram. Por meio de questionários online, pesquisadores da Universidade Tecnológica de Nanyang, em Singapura — em colaboração com as Universidades de Toronto; da Califórnia; San Diego e de Zhejiang, da China — perguntaram a 379 jovens se seus pais mentiram para eles quando eram crianças, o quanto mentem para os pais agora e como se adaptam aos desafios da idade adulta. 

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Aqueles que disseram ter sido enganados quando crianças apresentaram maior probabilidade de admitir que mentiam regularmente para os pais, além de ter problemas de conduta, experiências de culpa e vergonha, além de serem mais egoístas, impulsivos e manipuladores. "Os pais costumam mentir para economizar tempo, especialmente quando as razões reais pelas quais eles querem que os filhos façam algo são complicadas de explicar. No entanto, se eles dizem às crianças que elas devem ser honestas, mas demonstram desonestidade ao mentir, podem enviar mensagens conflitantes aos filhos. A desonestidade dos pais acaba com a confiança e promove a desonestidade nas crianças", afirmou o principal autor do estudo, o professor Setoh Peipei, da Escola de Ciências Sociais.

"Nossa pesquisa sugere que as mentiras dos pais têm consequências negativas para as crianças a longo prazo. Os pais devem estar cientes dessas implicações potenciais e considerarem alternativas à mentira, como reconhecer os sentimentos das crianças e fornecer informações para que elas saibam o que esperar, oferecendo escolhas e solução de problemas juntos. Assim, será possível contribuir para que elas tenham um bom comportamento", orientou.

Ah, a gente sabe o Natal está logo aí e o estudo não abordou questões sobre o "bom velhinho" ou o coelho da Páscoa. Os pesquisadores concentraram-se apenas em mentiras relacionadas a alimentação, passeios, mau comportamento e compras. "A afirmação de autoridade sobre as crianças é uma forma de intrusão psicológica, que pode minar o senso de autonomia e transmitir rejeição, enfraquecendo o bem-estar emocional. Pesquisas futuras devem examinar a natureza das mentiras e objetivos dos pais para que possamos sugerir que tipo de mentiras evitar", finalizou.

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