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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Dark Horse vira as costas para o shoujo mangá mas acolhe a CLAMP



O ICV trouxe uma entrevista em duas partes com o CEO da Dark Horse, Mike Richardson. Como ele fala de shoujo na segunda parte, apesar da Dark Horse nunca ter feito nada de expressivo pela difusão do gênero, estou traduzindo. Aliás, mais uma vez, um editor não admite que as leitoras foram excluídas, simplesmente, era o “normal” ignorar metade do gênero humano. Na verdade, não aprendem com a experiência e, claro, torcem muito para que os shoujo mangá parem de vender. Meus comentários entre chaves. Enfim, são duas perguntas. Ele usa shojo e, não shoujo. Usarei a segunda forma que é a transliteração que julgo mais adequada.

Você pode diferenciar o mercado de mangá do americano estilo graphic novel?

Eu não estou certo se eles são o mesmo mercado. Certamente, eles têm algo em comum, mas o mercado de mangá foi alimentado por leitores de quadrinhos não-tradicionais e com isso eu quero dizer que nas livrarias o shoujo é a alternativa mais escolhida. Shoujo, como você sabe, são quadrinhos japoneses para garotas adolescentes. O mercado americano de quadrinhos, no qual os comics ainda são vendidos em lojas especializadas (comic shops) visa atender garotos e homens, e uma porcentagem muito pequena de mulheres. A coisa incrível sobre todo o fenômeno shoujo, que temos assistido nos últimos cinco para dez anos, é que muitas garotas querendo ler quadrinhos e garotas que nunca tinham sido leitoras de quadrinhos antes. [BINGO!] Uma das coisas que nós sempre defendemos na Dark Horse é que nossa indústria tinha que oferecer uma ampla variedade de conteúdo que atrairia uma grande variedade de leitores. Esta lição demorou muito a ser compreendida, mas certamente o fenômeno shoujo provou que ela é correta.

As livrarias começaram a oferecer esse tipo de material e eles começaram a atrair as adolescentes que evidentemente se sentiam confortáveis nesses espaços e encontrando e lendo esse material. Por anos, você poderia ir a qualquer Barnes & Noble ou Borders e ver garotas sentando no chão e lendo esses livros (e tenho esperança que comprando também). Eu fui dar uma olhada e ver se isso era verdade quando isso começou a acontecer e, para minha surpresa, era verdade. Assim, isso alimentou um grande crescimento do mercado de mangá e como é bem sabido as livrarias foram inundadas de shoujo mangá pelas editoras.

Dark Hose tem estado em uma diferente área dos mangás, focando em autores e títulos específicso, provavelmente mais para ficção científica, fantasia ou horror e não muito shoujo apesar de termos publicado alguns e continuarmos publicando alguns. [Ou seja, compreende o processo, mas continua excluindo. Há shoujo de FC, fantasia e horror, se for este o caso.] Nós, provavelmente, fomos os menos atingidos por essas novas tendências no mercado de mangá criada pelas livrarias.

Você mencionou um ano atrás que o mercado de shoujo estava declinando. Então, este ano você percebeu que isso continua? E o mercado de mangá orientado para garotos mudou este ano?


Eu acho que o mercado de shoujo atingiu o seu ápice. Nós temos vistos que companhias [QUAIS EDITORAS? Havia alguma especializada SÓ em shoujo?] que viviam exclusivamente dele tiveram que começar a repensar as suas estratégias de publicação.
Obviamente, os grandes títulos sempre encontraram a audiência. Conforme você ganha experiência e publica as várias séries, você vai se tornando mais seletivo e começa a optar por séries com cada vez mais qualidade.

De novo, no caso da Dark Horse nosso mangá Best-seller de todos os tempos tem sido o mangá de samurai, O Lobo Solitário de Kazuo Koike, que vendeu mais de um milhão de cópias e continuam trazendo lucro par anos. As livrarias à princípio foram muito cautelosas com este título, porque ele não se parecia com o tipo de livro que elas estavam vendendo, então, ela foi primeiramente ajudada pelo mercado de comics, o que é muito diferente do fenômeno shoujo. [E ele já deixou claro o motivo, ou não? Assista um dos episódios de The Big Bang Theory no qual a Penny vai até a comic shop.] Nós chamamos ambos de mangá (todo mangá siginifica quadrinho japonês), mas o conteúdo é muito diferente e apela para diferentes tipos de leitores, da mesma forma que os comics americanos. [Não, o Lobo Solitário busca o mesmo publico dos comics que é o masculino. Por isso as comic shops, estavam OK para o título.]


Para nós, títulos como Akira e Ghost in the Shell e Trigun não são somente grandes séries. Nós estamos tentando trabalhar com criadores, o que é o mesmo que tentamos fazer no passado nos Estados Unidos. Isso é o que eu quero dizer quando eu disse que tentamos ser uma editora de autores, oposta as editoras de um gênero específico em relação ao shoujo. [Uai, e não poderiam trabalhar com autoras, também? Boa desculpa!]


Em relação ao próximo ano, nós provavelmente investiremos mais nesta área do que nunca, porque nós fizemos um acordo com a CLAMP, provavelmente o mais importante grupo de mangá e anime no Japão, o grupo de mulheres que cria mangás que servem de base para muita animação e muitos volumes impressos.
[E deve ser a única possibilidade de pintar algum shoujo pela editora. Mas a CLAMP está além de gêneros faz muito, muito tempo.]

3 comentários:

  1. Realmente, o Clamp superou a questão de demográficos faz muito tempo, pena que a qualidade esteja caindo drásticamente. Elas deveriam era voltar às raízes e fazer coisas mais simples.
    É incrível como projetos simples e curtos como Wish e Suki acabam sendo melhores que mangás imensos como Tsubasa aonde elas se perdem no meio do caminho e se deixam levar por fanservice.

    E a Dark Horse eu nem enxergo como uma discriminação de gênero, a editora tem um público-alvo específico e se direciona nele. É claro que há excessões, Clamp, de qualquer forma seria estranho ver a Dark Horse abrindo um leque de opções já que eles sempre se direcionaram à fatia do mercado mais "nerd masculina", quem compra um material da Dark Horse sabe que o que vai levar é um material de nicho, provavelmente Sci-fi, Gore, Fantasia... Enxergo como posicionamento de mercado, seria como ver a DC publicando Sunadokei, seria muito estranho, não que eles não possam fazer isso algum dia.

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  2. É discriminação, a partir do momento que ele diz trabalhar com autores e temáticas e não gênero. Poderiam trabalhar com autoras dentro das mesmas rtemáticas. Na verdade, ele está torcendo para as leitoras sumirem de novo, ou não, já que puxaram a CLAMP.

    E mais, não há editora nos eUA que tenha publicado sometne shoujo. Mas a DC publica seus Sunadokei, ela tem um selo de mangá, a CMX, que publica muito shoujo, de clássicos à contemporâneos. E a maioria dos títulos são de grand equalidade. É DC do mesmo jeito.

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  3. É discriminação, a partir do momento que ele diz trabalhar com autores e temáticas e não gênero. Poderiam trabalhar com autoras dentro das mesmas rtemáticas. Na verdade, ele está torcendo para as leitoras sumirem de novo, ou não, já que puxaram a CLAMP.

    E mais, não há editora nos eUA que tenha publicado sometne shoujo. Mas a DC publica seus Sunadokei, ela tem um selo de mangá, a CMX, que publica muito shoujo, de clássicos à contemporâneos. E a maioria dos títulos são de grand equalidade. É DC do mesmo jeito.

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