Hell Divine Nº08

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Índice

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equipe

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editorial

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resenhas

44 46

like a möss

Nota do Editor Chefe.

LANCAMENTOS

Últimas novidades pra você ouvir.

ouvindo now

O que os poderosos estão ouvindo no momento.

entrevistas Napalm Death, Ratos de Porão, Unearthly, Ita Missa Est, Lay Down Rotten, Drowned e Sigh.

Diversas avaliações da revista pra você acompanhar.

divine death match

Veja a análise da revista sobre os útimos laçamentos para PS3 e XBOX360.

Fique por dentro das últimas novidades na moda metal feminina.

covering sickness

Entrevista com Caio Caldas, um mostro das artes.

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live shit

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INSANIDADE METAL Veja o que tem de mais insâno

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Conheça quem faz a Hell Divine.

Resenhas dos últimos shows no Brasil.

no nosso metal.

Upcoming Storm Conheça as bandas que estão surgindo.

MOMENTO WTF

Bizarrices do mundo do rock.

wish list

Fique por dentro dos lançamentos de luxo da sua banda preferida.

rascunho do inferno

Sessão dedicada aos quadrinhos, pinturas e ilustrações de nossos leitores.


Editorial

Hoje em dia, com tanta informação disponível ao nosso alcance e de consumo rápido, fica difícil conquistar a atenção das pessoas e se tornar relevante. Por sermos uma revista digital, nosso público está – obviamente – na internet. O problema é que as pessoas estão acostumadas a ler coisas rápidas, com no máximo 140 caracteres. Estamos, edição por edição, nos adaptando a esse público que, constantemente, reclama de falta de apoio ao Metal, de falta de material de qualidade etc. Sem aderir a modismos, seguimos em frente convictos de que estamos no caminho certo e, principalmente, fazendo aquilo que gostamos. No início do mês de março, tivemos o primeiro festival da revista e foi um sucesso! Sinal de que o trabalho está dando certo. Sem tempo para descanso, lançamos mais uma coletânea e orgulhosamente chegamos à oitava edição da revista! Fomos à busca do melhor do Metal mundial e nacional! Além disso, tivemos pequenas mudanças na equipe e adicionamos algumas seções novas! Espero que gostem! O sucesso dessa revista não depende só do nosso suor, mas também do apoio de todos vocês, seja no feedback por meio das redes sociais, seja indicando para um amigo, ou até nos criticando. A batalha no underground é difícil, mas entramos nessa com a faca nos dentes e sangue nos olhos! Nos vemos no inferno! GO TO HELL!!

Equipe

Pedro Humangous.

Editor Chefe: Pedro Humangous Redatores: Augusto Hunter e Yuri Azaghal Designer: Ricardo Thomaz Publicidade: Maicon Leite Revisão: Fernanda Cunha Salim Colaboradores: Igor Scherer, Marcelo Val, Luiz Ribeiro, Cupim Lombardi, Christiano K.O.D.A e Rachel Möss. Participaram nesta edição: Gus Conde, Gustavo Rodrigues e Henrique Campos. Envio de Material: Rua Alecrim, Lote 4, Ap. 1301 - Ed. Mirante das Águas Águas Claras - Brasília/DF - CEP: 71.909-360

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lancamentos

MOONSPELL White” “Alpha Noir/Ómega OVERKIL L “The Ele ctric Age

JOB

FOR “De A COW moc racy BOY ”

Borknagar “URD”

CASTLE O F DECAPIT ATION “Monolith Of Inhum anity”

MESHUGGAH “Koloss” 04


ouvindo now

Mehmet Zendut (EXUMER)

Onslaught “Sound of Violence” Ghost “Opus Eponymous” Cavalera Conspiracy “Blunt Force Trauma” Cannibal Corpse “Torture” Venom “Fallen Angels”

MKult (COLDBLOOD)

Coldblood “The Other Gods” Krisiun “The Great Execution” Immolation “Providence” Ahab “The Call Of The Wretched Sea” Destruction “Infernal Overkill”

Fernanda Lira (NERVOSA) Claustrofobia “Peste” Sadus “Illusions” Pink Floyd “The Division Bell” Chastain “Mistery of Illusion” Razor “Evil Invaders”

Marlo Lustosa (Carniça)

SarcÓfago “The Laws of scourge” Soulfly “Enslaved” Krisiun “The Great Execution” W.a.s.p. “Live in the Raw” Whitesnake “Live in the Still in the Night”

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entrevista Dentre os vários subgêneros do som pesado, o Grindcore ocupa um espaço em destaque no topo do Metal Extremo, revelando ao mundo nomes fundamentais para a desgraceira musical que tanto agradam os fãs de algo mais porrada. Caracterizar os ingleses do Napalm Death é uma forma de definir o som deles como um todo, já que ao longo da carreira possuem discos mais voltados ao Death Metal e outros com mais “groove”. Na ativa desde o começo dos anos 80, o Napalm Death tem em sua discografia grandes clássicos, como “Scum”, “From Slavement to Obliteration” e “Harmony Corruption”, hoje tidos como referências máximas ao estilo. Conversamos com o simpático Shane Embury, o dono das “4 cordas” e grande fã da N.W.O.B.H.M! Hell Divine: “Utilitarian” apenas comprova toda a importância do Napalm Death para a cena do som extremo, independente de rótulos. Como é manter a banda relevante durante todo esse tempo e qual o ingrediente para mantê-la tão coesa e firme em suas convicções? Shane Embury: Quanto mais velho fico, mais difícil essa pergunta fica de responder. Nós amamos todos os tipos de música e eu penso que enquanto continuarmos nós vamos progredir e melhorar nosso estilo, ainda que permaneçamos firmes em nossas crenças quanto ao que queremos que a banda seja e de onde ela veio. Tudo que eu sei é que essa banda se tornou nossas vidas, então nós a vivemos e

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respiramos o tempo todo. Talvez seja por isso que nossos álbuns ainda rompam barreiras. Porém não existe uma fórmula ou um plano, nós escrevemos o que sentimos e cada disco reflete sua respectiva época, eu suponho. Hell Divine: Um dos elementos que me chamou a atenção nesse novo disco é a capa, que curiosamente lembra os clássicos “Scum” e “From Slavement to Obliteration”. Você concorda com esta minha constatação? Foi algo proposital? Shane Embury: Não foi de propósito, mas o artista, que é um amigo pessoal meu, é um fã de longa data de Napalm


Death, então eu acho que ele deve ter desenvolvido o layout com isso em mente. Mas ela funcionou e parece ser bastante atual também, então pra mim está ok. A capa tem muito a dizer, pois se você olhar para o cara no chão verá que ele se mantém pensante enquanto o caos o rodeia. Hell Divine: Já a sonoridade, sempre agressiva, mescla muito bem todas as sonoridades criadas pela banda, mas não se atém a isso, arriscando algumas novas experimentações. É importante ter essa liberdade artística, mas sempre mantendo certos padrões, porém mantendo o estilo único do Napalm Death? Shane Embury: Eu penso que sempre quisemos experimentar, e até mesmo nos tempos antigos havia barulho. Mas levou tempo para aperfeiçoarmos isso e mantemos dessa forma, mas é claro que é legal introduzir novos elementos apesar de estarmos sempre atentos ao fato de mantermos nossas raízes, e é isso que torna o processo interessante e talvez o que nos faça ver a música de outro ponto de vista. Hell Divine: Para citar um exemplo, “Circumspect”, que abre o disco, inicia de forma calma, porém ao mesmo tempo criando um clima tenso, com arranjos bem interessantes e mantendo-se lenta em toda sua duração. É mais fácil criar uma música nestes moldes ou algo mais veloz? Shane Embury: Ambas as opções ocorrem naturalmente, uma vez que eu e Mitch realmente somos influenciados por muitos tipos de música e arte. Como eu tenho dito ao longo dos anos nos tornamos mais valentes e confiantes. Eu desejava muito uma variedade grande de dinâmicas nesse álbum, e funcionou, uma vez que eu e Mitch temos abordagens diferentes. E ainda temos as ideias dos outros caras para adicionar à mistura, o que faz com que o álbum cresça de forma madura. Mas claro, mudanças inesperadas nas canções surgem espontaneamente, o que acaba adicionando nuances de experimentação. Hell Divine: Voltando um pouco no tempo, sempre tive curiosidade em saber como era sua relação com a banda quando você ainda não era um integrante. A cena inglesa ainda estava dando seus primeiros passos em direção à brutalidade sonora. Do que você mais sente falta daquela época? Havia união entre as bandas? Shane Embury: Eu fiquei amigo deles após ver o primeiro show do Napalm em Março

de 1986, eu os seguia em suas apresentações e me divertia com o baterista Mick. Eu fui convidado a entrar para a banda no álbum Scum, mas só aceitei o convite no From Enslavement to Obliteration. Eram bons tempos, mas relação entre as bandas naquela época era complicada e nem sempre positiva. Grandes lembranças... Hell Divine: Antes do Napalm vocês já havia tocado em outros grupos, o que já deve ter lhe dado certo experiência. As condições sonoras e os lugares para tocar certamente melhoraram de lá pra cá, mas a emoção dos primeiros dias deve ter sido incrível. Quais histórias você teria para nos contar sobre esta fase de sua vida? Shane Embury: Nada demais, eu trocava fitas das bandas que eu gostava com o resto do mundo, demos de bandas que eu amava. Eu tocava bateria no Warhammer e no Unseen Terror. Toquei poucos shows, mas foram boas experiências. Certamente as casas onde tocávamos não eram as melhores, mas isso não importava, pois havia muita excitação nos primeiros shows, ao passo que éramos mais nervosos naquela época. Hell Divine: A Inglaterra é de certa forma mais conhecida pela explosão da N.W.O.B.H.M., revelando inúmeras bandas de muita qualidade, mas infelizmente poucas sobreviveram. Sei que você é fã deste gênero, então, quais são suas bandas e discos favoritos e quem deveria ter tido mais sucesso? Shane Embury: Eu não sei dizer exatamente, há uma quantidade absurda de música daquela cena que eu gostava. Angel Witch, Tygers of Pan Tang, Saxon, Raven... Caramba, tantas bandas, eu não sei... Angel Witch deveria ter sido maior ou então o Satan de Newcastle, aquele álbum Court in the Act é fantástico! Hell Divine: De volta a “Utilitarian”, poderíamos citar como destaques “Leper Colony”, rápida e com um pique matador, destacando as levadas de bateria, mais um grande trabalho de Danny Herrera. Seguindo o mesmo pique temos Nom de Guerre, um Grindcore de cerca de um minuto de duração. Como funciona o processo de composição no Napalm Death? Shane Embury: Eu e o Mitch compomos as ideias, mas nenhum de nós sabe o que o outro está fazendo até mostrarmos as mesmas para o Danny, então a princípio é quase como um quebra-cabeça maluco que vai ficando cada vez maior com a adição das ideias do Barney em cima de tudo. As canções se tornam complexas e até mesmo quando mixamos o disco nós ficamos surpresos com a 07


forma como a música se formou. Não existem regras préestabelecidas e apenas está acabado quando finalmente mixamos! Hell Divine: Muitos fãs e até mesmo a imprensa tem dito que “Utilitarian” foi uma volta às raízes, resultando em um dos melhores discos da banda nos últimos anos. De que forma você analisa este tipo de comentários? Shane Embury: Eu não analiso o que fazemos, deixo isso para outras pessoas. Mas é um elogio legal e significa muito para a gente. Existem muitas interpretações online de nosso novo álbum e é fascinante pensar que recebo tamanha atenção, então me sinto afortunado e lisonjeado. Este álbum é diferente de “Scum”, isso é interessante! Hell Divine: Como forma de promover o novo álbum foram liberados no Youtube uma série de quatro clipes onde o vocalista Mark “Barney” Greenway explica todo o conceito das músicas, com forte teor político. Foi divulgado também que a banda tem apoiado movimentos de ocupação pelo mundo, assim como as diversas revoltas que ocorrem constantemente. O quanto é importante para vocês priorizarem este lado mais humano e social nas letras? Shane Embury: Sobre as letras, é o ponto de vista de Barney. É uma grande parte do Napalm e sempre será, mas eu me concentro na música. É com isso que eu me importo no Napalm. Hell Divine: Já se passam três décadas que Nicholas Bullen e Miles Ratledge formaram o Napalm Death, influenciados por bandas de Punk e Hardcore. Ao longo daqueles primeiros anos houve muitas mudanças de formação e foi somente com a entrada de Mark nos vocais, Jesse Pintado e Mitch Harris (guitarras) e Danny Herrera (bateria) que houve estabilidade. Sendo você o membro mais antigo da banda, poderia nos explicar como foi esta fase de transição e conseqüentemente estabilidade? Shane Embury: Hum, eu acho que já se foi falado o suficiente dessa formação, eu diria que este line-up possui fortes laços de amizade e nós passamos por tempos muito difíceis. Eu acho que esta banda sempre foi maior do que costumava ser para alguns membros, mas isso é difícil de determinar, pois de alguma forma a banda se tornou maior do que os indivíduos que a formam, ela está mais para uma “instituição” agora. É estranho lembrar-me dos primeiros anos, mas cada transição fez sentido à época. Hell Divine: Há algum contato com os antigos membros? Fora Lee Dorrian, qual o paradeiro dos outros caras? 08

Muitos fãs ficaram tristes pela morte de Jesse Pintado, que hoje não é lembrado apenas por sua carreira com o Napalm, mas também com o Terrorizer. Quais suas lembranças sobre Jesse? Shane Embury: Eles vivem em Londres e Birmigham, eu mantenho contato com muitos deles. Jesse foi um bom amigo, um irmão, mas eu não gosto de me ater à morte. Ele deixou sua marca e deve ser lembrado pelo que conquistou, que foi ser reconhecido como um grande guitarrista. Hell Divine: Outra morte que abalou os fãs do Grindcore foi à de Phil Vane, do Extreme Noise Terror, banda bem próxima do Napalm. A relação entre as bandas era apenas musical ou havia amizade? Lembrando que nos anos 90 houve uma troca de vocalistas, com Mark indo pro ENT e Phil entrando no Napalm... Shane Embury: Nós éramos grandes amigos e Phil foi um dos caras mais engraçados que já conheci e sua morte foi um choque pra mim. Onde quer que ele esteja agora, tenho certeza que ele está tocando uma batida Grind violenta com Jesse. É triste, mas a vida aos 40 começa a te dar muitos choques como estes. Porém a morte de Phil ocorreu do


nada e a última vez que o vi foi quando fazíamos o vídeo para “Time Waits No Slave”. Se eu pudesse eu teria dito a ele o amigo maravilhoso que ele tinha sido através dos anos! Hell Divine: Shane, muito obrigado pelo enorme tempo cedido, esperamos que voltem ao Brasil o quanto antes. Para finalizar, quais suas lembranças sobre a primeira visita ao Brasil e quais os próximos planos da banda? Shane Embury: Na minha primeira vez no Brasil eu consegui ver o Ratos de Porão, que eu adorava. Encontrei o Max e os outros caras do Sepultura que eram sensacionais. Um fã quebrou uma perna em uma apresentação e nós o levamos para ver os próximos dois shows. O mais bizarro é que agora ele vive no Reino Unido e é um amigo próximo! Pessoas fantásticas, bebi e comi muito, shows matadores, nós mal podíamos acreditar naquilo. Nós voltaremos aí assim que possível, pois temos grandes lembranças daí. Salve! Por Maicon Leite. Tradução Daniel Seimetz.

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Sem dúvida um dos maiores nomes do som pesado brasileiro, o Ratos de Porão está chegando aos seus trinta anos de carreira, sempre dando ao público aquilo que ele quer: doses nada homeopáticas de Thrash, Punk, HC e Grind Core, fazendo a festa dos fãs da “podreira”. Tendo João Gordo à frente desta carnificina, é impossível não se empolgar com cada paulada, principalmente no novo trabalho, o split com a banda espanhola Looking for an Answer, que mesmo contendo poucas músicas eleva a sonoridade do RDP a níveis de agressividade astronômicos. Conversamos com João sobre diversos assuntos, dentre elas sua relação com Max Cavalera, deixando clara sua vontade de reatar a amizade com o ex-Sepultura, além de demonstrar sua admiração pelo Krisiun e Violator. Confira sem medo! Hell Divine: O split com o Looking for an Answer é o último registro de estúdio do RDP. Apesar de conter apenas seis músicas, sendo uma delas a regravação de “Guerrear” e o cover para “La Matanza”, do próprio Looking for an Answer, trata-se de um excelente material. Algum motivo especial para não gravar um disco completo? João Gordo: Temos dificuldade de ensaiar freqüentemente devido às longas distâncias e afazeres familiares e já se vão seis anos desde o último álbum... Essas três músicas do split faziam parte de um esquadrão de sons novos que estávamos trampando há algum tempo e só agora depois de eu fazer aquele som com o Krisiun que fiquei com vontade de compor... Aí juntamos duas frentes de trabalho: eu e o Jão para os sons mais casca grossa “old school” e o Bôka e o Juninho para os sons mais trampados e contemporâneos. Posso afirmar que tá saindo uma pá de som legal com uma pegada “Corrosion of Conformity DEATH METAL!” Hell Divine: Então já existem novas composições? João Gordo: Existem uns nove esqueletos de sons para serem arredondados, mas o objetivo são vinte músicas. Hell Divine: O Looking for an Answer pratica um Grindcore violento, fechando o split de forma brutal. O que você achou do cover que eles fizeram para “Paranóia Nuclear”? De onde surgiu essa parceria? João Gordo: Os “LFAA” são nossos amigos de Madrid e o Naki (vocalista), trampa na Munster/Beatgeneration, nosso selo na Europa. Já faz uns quinze anos que trilhamos a cena Grind/Crust Européia e somos bastante respeitados e o split só ajudou a fortificar nossa música perante esse público exigente.

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PALAVRA

Hell Divine: Naturalmente as músicas soam matadoras, mantendo a tradição do RDP em misturar de forma perfeita Metal e Hardcore. Como as influências dentro da banda são variadas, há um método de composição diferenciado ou alguém se concentra apenas nisso? João Gordo: Como disse, tivemos que fazer duas frentes de trabalho para poder sair alguma coisa. A mescla de tudo isso vai dar um novo disco bem brutal e variado. Primeiro fazemos as bases, arredondamos tudo com uma linha de vocal e só depois eu faço as letras com temas perturbadores da história ou do nosso cotidiano. Hell Divine: “Exército de Zumbis” já se tornou um novo clássico da banda. O título da música pode enganar o fã menos informado, já que fala sobre viciados em crack, assunto mais do que decorrente nos dias atuais. O que vocês quiseram passar com essa letra?


entrevista

RAS AFIADAS

João Gordo: Essa já é a segunda música sobre o mesmo tema. A primeira foi a “C.R.A.C,K”, do “Just Another Crime” mas era em inglês e não passou o recado só registrando uma fase errada de nossas vidas. Temos mais algumas músicas sobre drogas, a “Bad Trip” do mesmo disco fala sobre LSD, a “Arranca Toco” do “Carniceria Tropical” e a “Toma Troxa” do EP “Guerra Civil Canibal” falam sobre cocaína. Mas a “Exército de Zumbis” é um tema super contemporâneo de nossa cidade de um problema insolúvel que é o novo câncer da sociedade. Fiz a letra depois que eu vi uma reportagem na TV onde dois policiais diziam que todo mendigo tem seu cão, mas os “nóias” são tão malditos que nem cachorro fica perto deles. Hell Divine: “Ascensão e Queda”, do Anarkophobia também toca no assunto das drogas, mas do ponto de vista de uma banda falida. Qual foi a inspiração da banda naquela época, e há equivalente nos dias de hoje?

João Gordo: Pode crer, eu tinha me esquecido dessa! Dá pra notar que a autodestruição sempre foi uma constante do RDP. O uso de drogas misturado com álcool, egos inflados e muita grana causam a destruição de muitas bandas, mas esse não foi o nosso caso, pois nunca houve grana nem egocentrismo. Hell Divine: A política do Brasil, como todo cidadão em sã consciência sabe, é repleta de sujeira e parece que piora cada vez mais. Do ponto de vista do João Gordo como eleitor, estamos perdidos ou ainda há alguma salvação? João Gordo: Minha salvação é simples: destruição total da humanidade e começar de novo tudo do ZERO! Mas o ser humano é mau de natureza e todo o ciclo destrutivo e autopredatório iria se repetir novamente. Então... Fudeu! Hell Divine: Vamos falar de assuntos mais “amenos”. De uns tempos pra cá o RDP vem fazendo shows especiais, como por exemplo, tocando o clássico “Anarkophobia” na íntegra, e mais especial ainda, o show com os ex-integrantes, revisitando todos os discos. Como foi essa experiência? João Gordo: Depois de tantos anos passamos a fazer shows temáticos que é muito mais interessante pro fã que já viu shows carne de vaca mil vezes... Sabemos que o fã quer ver e ouvir os clássicos que gosta e não músicas novas que estamos afim de tocar. A experiência do show de trinta anos foi muito foda e emocionante! Quem viu, chorou na rampa com formações clássicas que não tocavam juntas há anos! Temos planos de levar esses shows para outras capitais e lançar um DVD! Hell Divine: Em abril vocês estarão participando o Metal Open Air que promete trazer de volta os grandes festivais ao Brasil. Antes de tudo, dentre as bandas escaladas, quais as que você mais curte? João Gordo: Do Metal Open Air e do melhor Abril Pro Rock de todos os tempos com Exodus, Brujeria, Cripple Bastards e RDP. É muito bom começar a fazer parte dos grandes festivais aqui no Brasil. Hell Divine: Ao longo dos anos surgiram vários festivais no Brasil e o RDP não foi convidado pra tocar em nenhum. Rola alguma mágoa em relação a isso ou é algo que merece ser esquecido? O “MOA” seria uma forma de mandar um “foda-se” para esse tipo de situação? O que os fãs podem esperar desse show? Pretendem fazer um set list especial? João Gordo: Bom, aqui no Brasil esses grandes festivais estão na mão da mesma panelinha de empresários filhos da puta de sempre onde só mudam as bandas horríveis que esses caras insistem em dizer que é rock tomando o lugar das bandas que são rock de verdade. Onde bandas nacionais 11


têm o direito de respirar e calar a boca, onde os gringos têm cachês exorbitantes e camarins de ouro e os grupos daqui têm que pagar pra tocar em um som com 1/3 da potencia. É foda... Por merecimento você jamais irá participar de um grande fest no Brasil. Não adianta você ter vinte discos, trinta anos de história ou ser referência no exterior. Sempre lavamos a alma nos festivais europeus onde somos headliners e temos o tratamento que merecemos! Hell Divine: Recentemente Max Cavalera disse que gostaria de reatar a amizade de vocês, que parecia ser eterna, até o fatídico show do Soulfly em 1998. Independente do que rolou, haveria essa possibilidade? João Gordo: Rolou que o Max pirou e saiu do Sepultura desperdiçando a oportunidade de uma vida. Mesmo assim o cara ainda era meu amigo e ele até gravou “Caos” do RDP no primeiro Soulfly. Depois fui convidado pelo Iggor pra fazer a música “Reza” do álbum “Against” e eu não recusei. O Andreas deu o tema e eu desenvolvi a letra. O Max achou que eu fiz pra ele, pois ele andava todo místico nessa época. O cara tomou a minha participação no Sepultura como uma traição e cortou relações comigo de um modo bem traumático. Na MTV ele virou a cara pra mim, me chamaram de Judas e aquele filho da puta do Rapadura, que era baixista do Soulfly, veio com um puta papo furado tipo “porque você fez isso?” “porque você ficou do lado deles?”. Quase sai na mão com aquele guitarrista “coqueiro” que era do Machine Head! Até o Roy Mayorga que era meu amigo ficou duro que nem uma estátua! Eu fiquei chocado, bastante triste e com muita raiva... Fui ingênuo em pensar que gravar aquele som não pegaria nada, mas não há nada que o tempo não cicatrize. Eu amo o cara e hoje em dia entendo toda aquela situação. Não esperava uma ligação do Iggor me dizendo: “meu irmão quer te ver”. Fiquei muito feliz e emocionado, mas infelizmente não pude ir ao show, pois estava trampando. Da próxima ele não escapa! Vai ter que dar um abraço no velho JG com quem tantas vezes demos uma pá de risadas! Hell Divine: Muito se tem dito de Max, até em relação ao seu visual. Seus projetos pós-Sepultura lhe chamaram a atenção? Musicalmente qual a diferença entre o Max lá de Minas que você conheceu nos anos 80 com o Max de agora? João Gordo: Musicalmente o Max é um gênio, o rei da base fudida, o mestre da palhetada e com um carisma que só ele tem. Sempre acompanhei os trabalhos dele embora não curtisse muito o Soulfly por causa das viagens de World Music e do lance Nu-Metal. Mas a partir do “Dark Ages” o negócio tem ficado melhor. Quando o Iggor montou o Cavalera Conspiracy com o Max, deu pra sentir a química desses dois irmãos! Eu acho fudido o resgate do “old school”, só não gosto dos solos de “pirulito” do Mike Rizzo, 12

acho totalmente dispensável e que não chega aos pés do rebolado do Andreas Kisser. Quanto ao visual do Max, ele se tornou o mendigo que sempre quis ser, podre, banguelo e com “dreads” nojentos como o Mike, baixista do Corrosion Of Conformity. Hell Divine: Sua relação com os irmãos do Krisiun parece ser bem produtiva. Sua participação do “The Great Execution” chama bastante à atenção de todos, numa mistura perfeita de Krisiun e RDP. Pretendem manter esta parceria? João Gordo: Esses três irmãos gaúchos são os verdadeiros guerreiros do metal pra mim. O Krisiun é a banda mais fudida do mundo e eu adoro esses caras, que são de uma simplicidade e de um pé no chão impressionante! Sem duvida o Krisiun é o maior nome nacional no exterior atualmente! O último disco chegou a uma perfeição inacreditavelmente brutal e técnica, uma obra de arte “of hell” e eu tenho muito orgulho de ter participado do disco e composto em conjunto com eles aquela pedrada da “Extinção em Massa”. A hora que tivermos um tempinho com certeza vamos dar continuidade a hecatombe iniciada. Hell Divine: Nos últimos anos o Thrash Metal e o Crossover em geral viu surgir inúmeras bandas novas, que resgataram fielmente a década de 80. Sendo o RDP um dos representantes máximos desse estilo até hoje, qual sua opinião sobre Violator, Gama Bomb, Municipal Waste e toda essa galera que fez a molecada voltar às raízes? João Gordo: O Rock é um circulo vicioso de 20 em 20 anos há um revival, espere pelo GRUNGE parte 2... Era esperado esse revival do Thrash Metal se bem que isso já faz alguns anos... O Thrash Metal é o Heavy Metal no seu formato mais poderoso e varonil bandas como o VIOLATOR ao vivo são foda pela energia gerada por sua musica. EU AMO... É muito foda! Hell Divine: O documentário “Guidable” mostrou de forma nua e crua a carreira do RDP. Você faria tudo novamente ao lado deste monte de doidos que já passaram pela banda? Lá se vão cerca de 30 anos de Punk, Hardcore e Metal além dos limites... João Gordo: Eu não faria aqueles excessos novamente... Minha saúde ainda me cobrará tudo aquilo, aí vou me arrepender! Por Maicon Leite.



entrevista Provando pela milionésima vez que o underground nacional anda mais forte que nunca (e não morto como algumas pessoas falam), decidimos entrevistar aqui uma das bandas cariocas que vem ganhando um grande destaque na cena, a banda Unearthly. Confira agora as respostas exclusivas dos membros M. Mictian e Vinnie Tyr. HELL DIVINE: Olá! É um prazer termos vocês em nossa revista. Como uma boa introdução, por que não iniciamos com um resumo sobre a formação da banda? Que razões levaram o Unearthly a existir? M.Mictian: O prazer é nosso. Bom, a banda foi fundada, em 1998, por mim e pelo nosso antigo guitarrista e vocal Lord Thoth. Ao longo desses quase 14 anos, lançamos dois CD’s demo, quatro CD’s oficiais com músicas inéditas, um álbum ao vivo e um MCD. O Unearthly existe pelo simples fato de adorarmos metal extremo, é o que mais gostamos de fazer e

o que melhor sabemos e é prazeroso fazer parte desta banda; nos dedicamos ao máximo e os resultados estão aparecendo aos poucos. Vinnie Tyr: Olá, é um grande prazer, obrigado mais uma vez pelo espaço cedido. Com relação à formação, o Unearthly teve algumas mudanças no decorrer de sua existência, mas posso dizer, com certeza, que hoje em dia estamos com uma formação bem sólida, somos extremamente unidos e dedicados a todas as exigências da banda. Com certeza, o Unearthly existe por isso, porque não fazemos nada por obrigação, e sim por

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um imenso prazer de estarmos sempre juntos, tocando, criando, tendo ideias, simplesmente pelo fato de estarmos fazendo o que mais gostamos na vida. HELL DIVINE: Como vocês veem a sonoridade que criam? Acham que o som do Unearthly é muito pessoal e único, ou ele apenas seguiu um padrão dentro do metal extremo? M.Mictian: Procuramos fazer um tipo de som que nos agrade, criamos o que gostamos de ouvir, não queremos reinventar o metal, apenas fazemos músicas que nos agradam e, desta forma, vamos contribuindo para a cena mundial com nossos discos e nossas músicas. Tentamos sempre fazer o melhor e damos o máximo de cada um de nós para isso. Vinnie Tyr: Acredito que na música sempre é possível algumas coisas se parecerem com outras, mas nós sempre somos muito cautelosos quanto a isso, temos uma mente muito aberta em relação à música. Estamos sempre tentando ter novas ideias para ter um som original e com identidade. Hoje em dia precisamos estar sempre ligados quanto à originalidade, pela imensidade de coisas já existentes acaba ficando mais difícil compor e com uma mente aberta sempre existirão saídas para o clichê. Ouvimos muitas bandas diferentes e até mesmo estilos musicais variados; acredito que isso seja a chave para uma boa composição: ter novos horizontes. Outro fator importante para isso é o fato de compormos todos juntos, com quatro mentes unidas o resultado é muito melhor! HELL DIVINE: O que vocês acham da cena de metal extremo no país? Quais os prós e contras em relação aos outros países que possuem uma cena igualmente influente? M.Mictian: A cena continua a mesma como há 15 anos. Infelizmente, aqui não mudou nada. Temos muitas bandas boas, trabalhando a sério e profissionais, mas também muitas bandas amadoras em uma proporção igual. Além disso, dentre os organizadores de shows existem muitos amadores e estamos muito longe de sermos igual ao que acontece nos Estados Unidos e na Europa, mas quem sabe um dia isso mude. Teremos que esperar para ver. Vinnie Tyr: Acho que falta muito profissionalismo em relação às organizações no nosso meio. Criou-se uma cultura no meio Metal de tocar só por amor. No Brasil a cena não cresceu como lá fora pelo simples fato de ninguém cobrar uma mínima estrutura para se fazer um show; em minha opinião, todas as bandas, por menores que sejam, deveriam cobrar um cachê mínimo, pelo menos para cobrir gastos. Se estão cobrando ingressos para te ver tocar porque você não vai receber alguma coisa pelo seu trabalho, não acha? Vivemos em um mundo no qual precisamos de dinheiro para fazer até as coisas mínimas. Se você vai fazer um show, você precisa comprar cordas, palhetas, cabos, transporte, alimentação, local para instalação. É o mínimo, em todos os estilos musicais as pessoas trabalham com algum tipo de remuneração, por que no metal isso seria diferente? HELL DIVINE: Como andam os planos de ampliação do repertório? A banda já tem algum plano para um novo álbum, em 2012? M.Mictian: Acabamos de lançar “Flagellum Dei” nosso álbum novo, em novembro de 2011, pela Shinigami Records. E estamos em plena divulgação deste trabalho e concentrados nisso. A divulgação está em pleno vapor, já pensamos em algo novo, sim, mas está em stand by, pois estamos nos dedicando 100% ao “Flagellum Dei”.

HELL DIVINE: Falem-nos de bandas e fatores que os inspiram a compor suas músicas e letras. Que artistas os influenciam? M.Mictian: Nossa influencia é o metal em geral, ouvimos todos os tipos e vertentes, não temos preocupação em ouvir apenas um estilo. Também não ouvimos só metal, procuramos somar com todos os estilos de músicas que nos agradem, que vão desde Bossa Nova a músicas regionais do Brasil. Tentamos aprender ao máximo para enriquecer nossa música, a ideia é estar antenado a tudo. Vinnie Tyr: Nós tentamos sempre ter ideias de todos os lados, sempre gostamos de colocar coisas novas, mas que soem bem com o estilo. Temos muitos ídolos, ficaria difícil listar todos. No meu caso, tenho ídolos em vários estilos, mas como guitarrista posso citar alguns que me influenciam: Pat Matheny, Vinnie Moore, Steve Morse, Michael Lee Firkins, Joe Satriani e etc... Sempre gostei de músicos que prezam uma boa melodia ao virtuosismo. HELL DIVINE: Até agora, em sua opinião, qual foi o passo mais importante que vocês deram como banda? M.Mictian: No Brasil, lançar um álbum já é grande passo devido à falta de apoio. No nosso caso lançamos vários, então demos vários passos. Já gravamos videoclipes, gravamos nosso último álbum na Polônia em um grande estúdio com um produtor de renome que já trabalhou com Vader, Decapitated, Hate e Behemoth. Mas queremos muito mais e estamos trabalhando para isso e esperamos em breve mais vitórias. Vinnie Tyr: Acho que estamos dando o nosso passo mais importante nesse momento, acabamos de lançar “Flagellum Dei”, gravado na Polônia. Tivemos experiências ótimas que nunca tínhamos tido antes com gravação, o resultado foi muito satisfatório; estamos fazendo shows muito importantes para a nossa carreira, vamos tocar em festivais renomados esse ano além de estarmos fechando uma turnê na Europa e na Austrália no segundo semestre. HELL DIVINE: Quem foi o artista da capa em “Flagellum Dei”? De onde veio a inspiração para essa imagem? M.Mictian: Algumas pessoas trabalharam na capa. A foto foi um amigo da Ucrania que nos mandou e a Eregion acrescentou algumas imagens; já arte de dentro do CD foi feita por Edu Nascimentto – tatuador aqui do RJ. Juntamos tudo para que ficasse da maneira que imaginávamos; no final conseguimos encontrar o que desejávamos. HELL DIVINE: E as turnês? Vocês podem nos fornecer algumas informações sobre as futuras apresentações? M.Mictian: Estamos fazemos vários shows pelo Brasil e agendando outros mais, e também temos Deadsets Prod. trabalhando numa turnê na Europa e Austrália para o segundo semestre de 2012. Estamos na expectativa disso tudo se concretizar e sairmos em turnê. HELL DIVINE: Muito obrigado por conceder parte de seu tempo para nós. Desejamos a vocês muito sucesso e uma carreira. M.Mictian: Agradeço a oportunidade desta entrevista que, com certeza, vai ajudar na divulgação de nosso mais novo álbum “Flagellum Dei” e esperamos todos os bangers na estrada. Vinnie Tyr: Obrigado mais uma vez pelo espaço cedido, espero que todos apreciem o nosso novo ábum “Flagellum Dei”. Por Yuri Azaghal. 15


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o d a s e p e o diret O Ite Missa Est é uma banda que está surgindo agora, nessa nova onda metálica francesa, que vem nos presenteando com belos nomes como Alcest, Gojira, Blunt Aus Nord, Deathspell Omega, Wolf´s Gang, Sanctuaire, sem nos esquecermos de alguns clássicos como Misantrophe, Banane Metalik e outros nomes. O Ite Missa Est vem com uma proposta diferente dessas citadas anteriormente, o Deathcore feito por eles é direto e pesado. Vamos conversar com Sydney, baterista da banda para conhecermos um pouco mais do som deles e também desse cenário que está mudando. 16


HELL DIVINE: Antes de tudo, como a banda se juntou, e por que vocês escolheram seguir uma tendência totalmente diferente das demais bandas da França? Sydney: A banda foi criada, em 2006, por Gaetan (guitarra), Antoine (baixo) e Fabien (guitarra). Guillaume se juntou à banda, em 2007, como vocalista e eu, em 2008, como baterista. Eu não acho que nós escolhemos caminhar de uma forma completamente diferente do que acontece na França, mas fazemos o que gostamos, que é a música. HELL DIVINE: Todas as influências que você tem são vindas, geralmente, de bandas recentes – da nova onda de Metal. Alguém na banda ouve coisas mais antigas, ou vocês simplesmente não ouvem esse tipo de material? Sydney: Claro que nossas principais influências são de bandas de New Wave, mas ainda estamos ouvindo um pouco de Pantera, Metallica, Machine Head, Sepultura e muito mais. Note como essas bandas influenciaram tudo o que podemos ouvir agora... De certa forma, tenho certeza que somos influenciados por essas bandas. Enfim, existem ainda grandes coisas para nós e bilhões de pessoas na Terra, mas nós tentamos não fazer algo que já exista. Tentamos o melhor. HELL DIVINE: Ano passado vocês gravaram seu primeiro álbum chamado “Ante Bellum”, pela Trendkill Recordings. Como você entrou em contato com essa gravadora? Além disso, o álbum soa realmente brutal – você pode explicar qual mensagem o álbum passa? Sydney: Nosso acordo com a Trendkill Recordings foi simples: nós apenas enviamos nosso álbum, falamos um pouco com a companhia e assinamos com eles. Eles gostaram de nosso material e nós queríamos um selo capaz de fazer grandes coisas para que nosso álbum se tornasse grandioso. O álbum fala sobre imperadores tiranos, reis, gurus, deuses... É sobre a violência humana e o desrespeito entre a raça humana e a natureza. HELL DIVINE: Vocês escolheram cantar tudo em francês. Você acha que essa linguagem é bem aceita pelos seus fãs fora da França? Sydney: Bom, eu acho que nós não precisamos ter vergonha

de nossa própria língua. Eu não sei se é uma linguagem aceitável para todos, mas por que não? A maioria das pessoas não entende uma palavra até mesmo em inglês, então fazemos algo de diferente. HELL DIVINE: Vamos falar sobre a cena de Metal na França. O que você diria a respeito? Quais bandas do underground francês você pode nos dizer que escuta e como você vê essa explosão de metal na França? Sydney: A cena francesa de metal está claramente ganhando força e aumentando dia após dia. Não vou falar de Gojira, porque todos conhecem essa banda, mas sim sobre outras menos famosas (mas também fantásticas), como: Benighted, Gorod, Outcast, Atlantis Chronicles (minha outra banda! risos), Betraying The Martyrs, Upheaval, Henker, Decades Of Despair, e muitas outras... Estamos muito orgulhosos do que vem acontecendo na França. Sinto que mais e mais pessoas, de todo o mundo, estão voltando seus olhos para o que vem de nosso pequeno país. E, confie em mim, existe muito material incrível por aqui! HELL DIVINE: Vocês todos estão nadando contra a maré em termos de sonoridade no seu país. Vocês sofreram algum tipo de preconceito pelos outros que tocam DeathCore? Sydney: A maioria das bandas que eu mencionei antes está tocando coisas mais New Wave, assim como nós. Não acho que sejamos tão diferentes agora, então não sofremos nada com isso. HELL DIVINE: Cara, muito obrigado por cada palavra que você nos disse. Apenas deixe alguma mensagem para a revista Hell Divine e para os nossos leitores. Sydney: Obrigado a você por esta entrevista. Tenho algo a dizer para todos que estejam lendo essas linhas: verifiquem as bandas de Death Metal vindas da França, porque elas realmente merecem, comprem os CD’s e as outras mercadorias da banda, compartilhem vídeos e músicas, venham aos shows... Façam com que a música SOBREVIVA! Por Augusto Hunter.

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entrevista Formada, em 1999, a banda alemã Lay Down Rotten ainda não é uma banda muito conhecida em solo brasileiro, mas com o lançamento de “Mask of Malice” tem tudo para mudar essa história. Nesse pequeno bate-papo o vocalista Jost Kleinert conta detalhes da gravação desse novo registro e sobre alguns momentos conturbados na banda. Imperdível para qualquer fã de bom Death Metal.

HELL DIVINE: Em “Mask of Malice” o som da Lay Down Rotten lembra muito algumas bandas do Death Metal sueco como Entombed, Unleashed, Dismember e até Amon Amarth. Quais as principais influencias da banda? Jost Kleinert: Eu realmente acho que todas as bandas citadas se encaixam perfeitamente no som feito pela Lay Down Rotten e são uma grande influência para todos nós, mas a banda pela qual todos temos uma grande admiração é o Edge of Sanity. Gostamos também de bandas do Death Metal americano e de Thrash Metal. HELL DIVINE: A partir do álbum “Reconquering the Pit” vocês assinaram contrato com a Metal Blade Records, uma das maiores gravadoras no mundo do metal. O que mudou para a banda em relação à gravadora antiga? Jost Kleinert: O tempo em que passamos com a Remission Records foi muito bom e valeu muito a pena, mas com a Metal Blade tudo mudou; por ela ter uma distribuição mundial faz com que todos os fã de metal possam adquirir nossos álbuns, bem como ter a oportunidade de nos conhecer em primeiro lugar. HELL DIVINE: Esse é o primeiro registro da banda sem Daniel Jakobi, fundador da banda que os deixou no ano passado. Como vocês reagiram a essa notícia e ele ainda tem contato com todos da banda? Jost Kleinert: Bom, uma ruptura na banda nunca é fácil. No começo estava

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um pouco com medo sobre o que aconteceria com o futuro da banda em perder seu fundador, mas teríamos que dar a volta por cima e mostrar aos nossos fãs que a banda ainda estava viva e acho que conseguimos fazer isso com esse novo álbum. Daniel ainda é um grande amigo de todos da banda, só queria respirar novos ares e dar um tempo com a música.

matando


HELL DIVINE: No álbum “Gospel of the Wretched” a mixagem e masterização ficaram a cargo do grande Dan Swano que também participou nos vocais. Já no álbum “Cold Constructed” vocês fizeram uma bela versão da música “Darkway” (Edge of Sanity), banda de Dan Swano. Qual a relação dessa banda com a Lay Down Rotten? Jost Kleinert: Obrigado. Dan Swano é um mestre. Ouvilo cantar em “Altering The Whore” foi simplesmente fantástico. A Edge of Sanity é uma das razões para a Lay Down Rotten existir. Todos nós adoramos os álbuns “The Spectral Sorrows” e “Crimson”. HELL DIVINE: “Cold Constructed” foi seu álbum de estreia na banda dividindo os vocais com Daniel Jakobi. Como foi a reação dos fãs em relação à sua entrada na banda? Jost Kleinert: Na verdade, eu sempre contribuí com a banda em suas demos e no primeiro álbum, mas a partir

o a pau

do processo de gravação do “Cold Constructed” Daniel Jakobi me convidou para ser um membro permanente e, claro, aceitei na hora. A resposta do público superou as minhas expectativas e foi bastante positivo. HELL DIVINE: Esse novo registro é disparado para mim o melhor álbum da banda. Como você classifica “Mask Of Malice” em relação aos álbuns anteriores? Jost Kleinert: Dizer que esse é o nosso melhor álbum é uma tarefa muito difícil, porque todos nossos registros anteriores ao “Mask Of Malice” têm uma grande importância para todos da banda. Mas sem dúvida nenhuma as letras contidas nesse novo lançamento são as mais insanas e obscuras que eu já criei para a Lay Down Rotten e isso me deixou 100% satisfeito. HELL DIVINE: Todos os álbuns da banda foram gravados no Desert Inn estúdio. Vocês pensam, no futuro, em gravar em um estúdio diferente, com outro produtor? Jost Kleinert: Bom, nosso produtor T-Low é uma pessoa em quem temos grande confiança, pois está conosco desde o começo, praticamente faz parte da Lay Down Rotten. No entanto, não descartamos no futuro fazer algo com um produtor diferente que possa contribuir positivamente assim com nosso atual nos ajudou e ainda ajuda. HELL DIVINE: Muito obrigado pela entrevista Jost, adorei o novo álbum da banda e espero poder vê-los em breve em terras brasileiras. Jost Kleinert: Muito obrigado pelas palavras sobre nosso novo álbum e, com certeza, visitar e mostrar todo o poder do Death Metal para o povo brasileiro seria um grande sonho para todos nós. Esperamos realizar isso em breve. Por Luiz Ribeiro.

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s a n i m d e o peso A maioria já sabe e creio que não seja novidade para ninguém: Minas Gerais é um verdadeiro celeiro de bandas de Heavy Metal. Formada em Belo Horizonte, a banda Drowned vem seguindo firme no underground nacional, lançando trabalhos cada vez melhores. Desde 1994, quando a banda começou, colocaram no mercado seis ótimos discos. Chega então a vez de “Belligerent – PartTwo”, o mais novo álbum de inéditas! Batemos um papo com o vocalista Fernando Lima e conversamos sobre essa trajetória desde seu nascimento, sobre o novo disco e outras coisas mais! Confiram! HELL DIVINE: Com dezessete anos de estrada, a banda certamente enfrentou diversos altos e baixos. Houve algum momento em que pensaram em desistir da banda? Fernando Lima: Sinceramente, não. Às vezes, ficamos desanimados com algumas coisas da cena metálica em geral, algumas injustiças, alguns oportunistas tentando se dar bem as custas dos outros, algumas pessoas que tentam comprar 20

sucesso etc... Isso tudo é como uma névoa que impede os fãs de verem a verdade, de verem quem realmente está nessa por que gosta e é sincero na arte que faz. Isso, sim, nos deixa desanimados, mas como temos o Metal no sangue, a vontade de fazer música e tocar para os fãs é muito maior e nos faz seguir em frente, sempre.


HELL DIVINE: A Cogumelo Records sempre apoiou as bandas mineiras, desde a época do Sepultura e do Sarcófago. Como tem sido o trabalho com eles desde os primeiros lançamentos até os dias de hoje? Fernando Lima: Tem sido um bom trabalho, tanto é que estamos na gravadora até hoje. Desde o início os trabalhos são bem planejados e tudo é feito de maneira a tentar fazer o melhor para a banda dentro das possibilidades. HELL DIVINE: O novo trabalho está bem agressivo e muito bem composto. Como foi o processo de composição e gravação? Como e quando ele ocorreu?

Fernando Lima: Antes de nossa turnê europeia já tínhamos muitas músicas prontas, mas quando voltamos e recomeçamos os ensaios e composições para o “Belligerent”, vimos que ainda não era o que queríamos, pois o material não estava agressivo o suficiente. Começamos então a compor riffs e letras cada vez mais brutais. Como estávamos compondo muitas músicas, fomos amadurecendo a ideia em cada uma delas até chegar ao que vocês podem ouvir hoje no “Belligerent”. As gravações foram bem tranquilas, fomos gravando por partes, primeiro a batera, depois guitarras, baixo, vocais e detalhes por último.

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HELL DIVINE: Um fato curioso é o lançamento da parte dois vir antes da parte um. Qual a razão disso? Alguma estratégia especial? Fernando Lima: Na verdade, como tínhamos muitas músicas, começamos a agrupá-las em duas partes levando em conta a temática e o que ficaria melhor junto. Escutamos tudo e vimos que era melhor lançar a parte dois antes. Como seria algo diferente, inverter a ordem, achamos que as pessoas teriam mais curiosidade em ouvir a parte um depois que ouvissem a dois e deixamos como está. HELL DIVNE: Como tem sido a aceitação do público e da mídia especializada para “Belligerent – Part Two”? Fernando Lima: Não poderia ser melhor! Parece que acertamos a mão neste trabalho, pois só estamos recebendo feedback positivo em relação a ele. HELL DIVINE: Como está a agenda pra 2012? Alguma turnê em vista? Fernando Lima: Estamos com alguns shows confirmados em Minas e alguns sendo agendados fora do Estado também. A turnê está sendo preparada para o ano que vem. Provavelmente voltaremos a Europa nesta turnê. HELL DIVINE: Alguns membros do Drowned montaram o projeto AK-47 há alguns anos. Alguma novidade desse trabalho? Haverá continuação? Fernando Lima: Marcos, Kerley e eu montamos o Projeto: AK-47 durante as férias do Drowned depois que voltamos da turnê europeia. Foi um projeto bem descompromissado. Gravamos umas 14 músicas em poucos dias e fizemos dois shows com este projeto, mas agora nossas forças estão novamente voltadas para o Drowned e não sobra muito tempo para outra banda. HELL DIVINE: Mudando um pouco de assunto, você costuma trabalhar também como designer, fazendo a arte das capas de diversas bandas de Metal. Conte-nos um pouco como começou isso e quais os trabalhos que mais gostou de fazer.

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Fernando Lima: A primeira arte que fiz foi do álbum do Drowned, “Bythe Grace of Evil”, em 2003-2004. Depois disso, algumas bandas gostaram do meu trabalho e começaram a me contratar para fazer as artes de seus álbuns. Daí em diante não parei mais e estou trabalhando com bandas até hoje. Tem muitos trabalhos que eu destacaria... Gostei muito de fazer a arte do álbum de retorno do Sextrash, “Rape from Hell”, o álbum do Calvary Death “Serpent”, o novo do Drowned e a arte do álbum da banda alemã de Thrash Metal, Braindeadz. Se quiserem conferir algumas capas que já criei acessem www.talenthouse.com/fernandolima. HELL DIVINE: Com um belo trabalho em mãos, o que irão fazer em termos de divulgação? Para quando podemos esperar pelo novo disco? Fernando Lima: A Cogumelo está fazendo a divulgação em algumas mídias especializadas com alguns anúncios etc... Estamos com o clipe da música “Belligerent” ajudando na divulgação do álbum, quem quiser assistir basta acessar nosso site: drowned.com.br. Acho que a banda tem que divulgar tocando e é isso que faremos. Estamos com alguns shows e uma turnê sendo agendados para divulgar o álbum. HELL DIVINE: Muito obrigado pela entrevista, em nome da Hell Divine, desejo sucesso para vocês! Deixem um recado para os fãs. Fernando Lima: Obrigado, eu é que agradeço! Espero ver vocês em nossos shows em breve. Apoiem o Metal Nacional! Por Pedro Humangous.



entrevista O Sigh, banda japonesa de Black Metal, é conhecido atualmente não somente pelo estilo adotado no início da banda – início dos anos 90, quando a banda foi descoberta por Euronymous (falecido guitarrista do controverso Mayhem) e assinaram contrato com a gravadora do mesmo, Death Like Silence Records. Vale lembrar que na década de 90 o estilo vinha a ser conhecido por causa da Escandinávia e eles aparecem no Japão, país até hoje com pouca expressão no cenário metálico mundial. Vamos conversar com eles para saber como é ser uma banda de som extremo no Japão, planos futuros e muito mais. HELL DIVINE: Vamos falar um pouco da sua história. Vocês começaram nos anos 90, com a explosão do Black Metal Escandinavo. O lendário guitarrista do Mayhem, Euronymous, descobriu vocês. Conte-nos como foi esse contato. Mirai: No início dos anos 90, estávamos procurando uma gravadora para lançar nosso álbum. Começamos a enviar demos para o máximo de gravadoras possível e um deles foi o Dead do Mayhem. Na verdade, quem nos deu um retorno foi o Euronymous, pois o Dead havia se matado. Ele nos perguntou se estávamos interessados e nós aceitamos na hora, pois naquela época, ninguém queria assinar com uma banda influenciada pelo Thrash dos anos 80. Pode parecer estranho hoje em dia, mas naquela época as pessoas só queriam saber das novas bandas de Death Metal. Thrash Metal era considerado algo datado e fora de moda. Aparentemente, Euronymous tinha problemas financeiros, então as coisas andavam bem lentamente com a gravadora. Mesmo assim, mantínhamos o contato por telefone, sempre conversando sobre música. Com certeza, sem ele, estaríamos até hoje lançando apenas demos, sem a menor significância para o metal mundial. HELL DIVINE: O Japão não tem uma forte expressão no metal mundial. Como você enxerga a evolução da cena em seu país ao longo dos anos? Mirai: Simplesmente não existe uma cena. Obviamente, temos várias boas bandas como Sabbat, Abigail, Metalucifer, Genocide, Eternal Elysium e várias outras, mas para por aí. As grandes bandas não são conhecidas mundialmente. HELL DIVINE: Seu país é conhecido pela diversidade e pelo conhecimento milenar. Vocês tiveram alguma dificuldade ou preconceito ao tocar o estilo de música que praticam? Mirai: Na verdade, não. Aqui no Japão você não terá problemas por ter cabelo comprido ou por vestir uma camiseta preta. Antigamente, homens com cabelo grande eram considerados rebeldes, mas agora no século XXI isso não existe mais. Não enfrentamos problemas com a religião também, é tudo bem tranqüilo.

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o lado negr


ro nipônico

HELL DIVINE: Vocês apareceram no documentário do Sam Dunn, o “Global Metal”. Isso ajudou a banda de alguma forma? Mirai: Com certeza! Ajudou bastante a espalhar nosso nome. Tenho certeza que muita gente passou a nos conhecer depois desse filme. HELL DIVINE: Marty Friedman escolheu viver no Japão dizendo que nesse país se pode compor algo extremamente pesado e ao mesmo tempo suave. Você acha que o Japão tem a mente aberta para essa mistura de estilos? Mirai: De forma alguma. Ele é somente um apaixonado pelo Japão e sua opinião é tendenciosa. J-Pop não é música para fãs de música. É feita para adolescentes que são facilmente influenciáveis pela mídia. É claro que existem bandas decentes, mas creio que isso aconteça em qualquer país. Todo gênero musical possui alguns poucos grandes artistas e uma tonelada de porcaria. O Japão, infelizmente, não tem a mente aberta para música. HELL DIVINE: A sonoridade da banda vem mudando com o passar dos anos. O ápice aconteceu em seu último álbum, “Scenes From Hell”, misturando Black Metal com orquestrações, trompetes e uma pegada diferente na música pesada. É quase que um novo estilo, um “Metal Circense”. Onde vocês acham que se encaixam na cena metálica e o que podemos esperar da banda para os próximos lançamentos? Mirai: Na verdade, eu não saberia dizer. Nossa grande influência é o Thrash Metal dos anos 80. Temos a convicção de que ainda somos uma banda de Metal, mesmo sendo influenciada por outro tipo de música que não seja necessariamente Metal. Sobre futuros lançamentos, não sabemos o que vai acontecer. Nem sabemos se iremos lançar outros discos. Infelizmente, não somos mais tão jovens e não sabemos se ainda seremos tão produtivos como costumávamos ser. Fizemos tudo o que podíamos para o novo álbum “In Somniphobia” e estamos, de certa forma, esgotados de ideias. É claro que iremos continuar tentando criar novas músicas e tentar superar o que fizemos no novo disco. HELL DIVINE: As pessoas costumam dizer que o Sigh é uma mistura entre o Rhapsody Of Fire e o Dimmu Borgir. Na verdade, poucas bandas conseguem caminhar nessa linha tênue entre os estilos como vocês fazem. Progressivo, obscuro, agressivo e ainda assim melódico. Quais são suas maiores influências e o que costumam ouvir? Mirai: Minhas influências vêm da música clássica e o Heavy Metal (principalmente o Thrash). Tive aulas de piano clássico durante vinte anos quando eu era mais jovem. Cresci ouvindo bastante Metal na adolescência, o qual dominou meu gosto musical. Eu sempre compus para programas de televisão, jogos de videogame etc. Portanto, tive que me aprofundar em vários estilos de música como Jazz, por exemplo, e até Hip Hop. Talvez por isso utilizamos tantos estilos no Sigh. Adoro alguns trabalhos do Rhpasody Of Fire, mas não ouço muito de Dimmu Borgir. Ainda costumo ouvir bandas como Celtic Frost, Voivod, Exumer, Sarcofago, Mutilator, Sextrash, At War, Post Mortem, Savage Grace, Accept, Mercyful Fate, Iron Maiden, Death SS, Paul Chain. Ouço também coisas como Sun Ra, The Beatles, Bob Dylan, Lee Perry, Radio Werewolf, Electric Hellfire Club, Jam and Spoon, Debussy, Satie, Messaen etc.

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HELL DIVINE: A banda está prestes a lançar um novo álbum agora em março chamado “In Somniphobia”. A arte da capa é uma verdadeira obra de arte. Conte-nos um pouco sobre o artista que a fez e a ideia por trás da imagem. Mirai: A capa foi feita por Eliran Kantor. Foi ele quem fez a arte do disco anterior também. Ele é um gênio. À primeira vista, o desenho é maravilhoso. Porém, quando se nota os detalhes que você vê a perfeição de seu trabalho. Muitas coisas ali são anormais, chegam a assustar! HELL DIVINE: O que podemos esperar do novo disco? É uma continuação do anterior? Ou ele segue uma nova direção? Mirai: Na verdade, eles não se parecem em nada, soa completamente diferente dos anteriores. O novo trabalho é muito mais variado e contém influencias mais diversas como a música indiana, africana, um pouco de Frank Zappa, Sun Ra, John Zorn, Technova e assim por diante. Posso dizer que é uma versão mais assustadora de “Imaginary Sonicscape”. O disco fala sobre perder a noção entre o sonho e a realidade, vida e morte. Quando eu tenho pesadelos, normalmente eu percebo que estou sonhando, os chamados “sonhos lúcidos”. Portanto, tenho diversas memórias das quais não sei mais dizer se são reais ou somente sonhos. Adoro filmes que abordam esse tema como “Carnival of Souls” (O Parque Macabro), “Dead and Buried” (Os Mortos Vivos) e “Jacob’s Ladder” (Alucinações do Passado). Até os anos 70, as pessoas tinham muito medo de coisas exóticas. Hoje em dia isso já não funciona mais. Todos retratam o lado da fantasia, do

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medo e do terror e foi nessa linha que compusemos nossas músicas atuais. HELL DIVINE: Muito interessante! E quem toca as partes orquestrais? São feitas por sintetizadores ou por instrumentos reais? Mirai: Um pouco de cada. Por exemplo, na faixa “Hangman’s Hymn”, utilizamos instrumentos reais e sintetizadores. “Scenes from Hell” contou com bastante orquestração real e muito pouco da mecânica. Perguntamos aos nossos fãs quem poderia tocar os instrumentos necessários e pedimos para que gravassem e nos mandassem os arquivos. Graças à Internet, as coisas ficam mais fáceis hoje em dia. Não precisamos mais contratar uma orquestra clássica e preguiçosa que não entende nada de Metal. HELL DIVINE: Existe a chance de uma turnê mundial para divulgar o novo álbum? Podemos cruzar os dedos e esperar por um show de vocês aqui no Brasil? Mirai: Nunca estivemos em nenhum país da América Latina, nem com a banda nem por lazer. Adoraríamos conhecer esses lugares se houver uma oportunidade. Ouvimos bastante coisa legal sobre os fãs de Metal no Brasil! Para acompanhar nosso trabalho e nossas agendas, sigam-nos no twitter: http://twitter.com/sighjapan Por Pedro Humangous e Augusto Hunter. Tradução por Pedro Humangous.



resenhas

ABORTED “Global Flatline” Shinigami Records Mais uma vez os belgas do Aborted presenteiam os seus fãs com um belíssimo disco, um Death Metal maravilhosamente bem tocado e executado. Novamente o grupo vem com uma temática bem gore, como sempre foi, mas hoje em dia ainda temos inclusões de discussões religiosas e políticas. Svén de Caluwé continua cantando muito e a banda não fica atrás, mesmo com toda a mudança intensa de formação eles continuam fazendo um som destruidor. Global Flatline tem uma produção impecável e uma arte de capa linda. O disco conta com 15 belas músicas, como “Coronary Reconstruction”, “Global Flatline”, “The Origin Of Disease”(essa que ganhou videoclipe) e outros petardos. Se 2012 continuar com essa qualidade no Death Metal, teremos um ano maravilhoso, com certeza! Nota: 10 Augusto Hunter AGE OF ARTEMIS “Overcoming Limits” MS Metal Records Tive o prazer de escutar algumas dessas músicas através do single “Truth In Your Eyes”, lançado há algum tempo antes da estreia do full lenght. Finalmente, tenho em mãos o disco “Overcoming Limits”! O álbum vem embalado em um simples – porém belo – digipack ornado com a arte de Gustavo Sazes – o que esse cara trabalha não é brincadeira! O disco foi produzido por Edu Falaschi, gravado, mixado e masterizado no renomado Norcal Studios, em São Paulo. A banda, na verdade, vem de Brasília e mostra para o resto do país que grandes bandas estão surgindo dessa terra vermelha. Para quem ainda não conhece o trabalho do Age Of Artemis, diria que ele se situa entre o Angra e o Symphony X, ou seja, muito Metal Melódico com pitadas de Prog. Para aqueles que ainda torcem o nariz para o estilo, sugiro reverem seus conceitos. Eles mostram que ainda é possível fazer um som de qualidade e com relevância dentro do estilo já surrado pelo tempo. A performance dos músicos é invejável! Todos praticamente destroem seus instrumentos! Quero deixar bem claro que sou fã do vocal do Alírio Neto, desde os tempos com a banda Khallice. O cara canta muito! A dupla de guitarras não fica para trás e estava super inspirada na hora de compor. O baixo e a bateria seguem em ritmo frenético sem perder o compasso. Uma obra prima do Melodic/Power Metal moderno provando que, cada vez mais, o estilo ainda tem muita lenha para queimar! Um belíssimo trabalho que merece ser ouvido de ponta a ponta, repetidas vezes! Nota: 9.0 Pedro Humangous

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ALCEST “Les Voyages de L´Âme” Prophecy Productions O Alcest é uma banda que vem conquistando seu espaço com uma criatividade inacreditável. Eles começaram fazendo um Black Metal clássico, daqueles bem ríspidos e rápidos, mas depois de um tempo Neige e equipe começaram a mudar a sonoridade da banda até chegar ao que ouvimos um hoje, o chamado “Blackgaze”, um lance mais calmo, quase ambiente, mas com um toque de classe e beleza. O disco é simplesmente incrível e podemos vir a nos perguntar como essa banda ainda pode ter algo de Black Metal, já que a sonoridade foge completamente, as letras rejeitam a negatividade clássica do estilo e não têm mais tanta força. No entanto, ainda temos músicas com passagens bem ríspidas, no caso desse álbum a maravilhosa “Là Où Naissent Les Couleurs Nouvelles”, que conta com várias passagens rápidas, completamente Black Metal. Ouvir o Alcest e entender a proposta da banda é complicado, ouça com a mente sem preconceitos e descubra a maravilha que a França nos presenteou. Nota: 10 Augusto Hunter ANCESTTRAL “Bloodshed and Violence” (EP) Independente FINALMENTE! Depois de “The Famous Unknown”, de 2007, esta banda de São Paulo acaba de lançar um pequeno aperitivo regado a muitos riffs e refrãos marcantes. Três músicas muito bem feitas, pesadas e fortes antes de o novo álbum da banda sair. “Bloodshed and Violence” marca a estreia do novo baterista Rafael Rosa. O pertado começa com uma introdução dos principais noticiários sobre a violêcia no Brasil e no mundo e logo vem o arregaço com bastante peso. A bateria de Rafael está excepcional e se encaixou perfeitamente ao estilo da banda. “Trust” vem em seguida com riffs matadores, vocais fantásticos e solos alucinantes. Como não poderia deixar de ser, Ronnie James Dio foi homenageado na música seguinte, “I”, do álbum “Dehumanizer” do Black Sabbath para fechar este EP fantástico. Nota: 9.0 Ricardo Thomaz AYGAN “Plastic City” Independente Embora a banda se defina como uma mistura de Rock, Hard e Metal com groove, o que salta aos ouvidos à audição das primeiras notas de “To Turn Around”, primeira faixa de seu début, é uma tendência ao progressivo. Outra característica que chama a atenção é a semelhança do timbre de voz de Marcelo Lane (guitarra & vocal) com o veterano André Matos, embora em momentos o vocalista trabalhe um pouco mais com os drives conseguindo mais identidade e ótimos resultados. Em alguns trechos do álbum a banda parece ficar exatamente no meio de um cruzamento entre Dream Theater e Angra da primeira fase, mas outras influências vêm se somar, como o fusion, evidenciado em alguns momentos pelos dedos do baixista Bruno Vellutini, exibindo bom gosto em arranjos com slaps (como em “Back At The Moon Street”) e também no baixo fretless (como no belo solo no início de “Days”). Com uma cozinha bastante técnica, um vocal bem melódico (sem ser meloso) e guitarras com um som um pouco mais contido, sem abusar do drive e da “fritação” – mas com timbragens e arranjos de bom gosto, o som da banda é indicado para quem gosta de boa música, mesmo que não seja absurdamente pesada –, embora, em certos momentos, a dinâmica vá em direção a uma pegada bem Metal. Esse primeiro full-lenght se mostrou uma estreia de respeito. Nota: 8.0 Marcelo Val BLACK OIL “Not Under My Name” Independente Produzido pelo ex-Machine Head Logan Mader, esse é um disco que já nos primeiros momentos nos mostra do que se trata: porradaria. Chegando a lembrar um pouco do Hardcore do RxDxPx dos primeiros discos (inclusive um pouco do timbre vocal de João Gordo) e nessa primeira música, “SOS”, a banda chega com os dois pés na porta, com um som gigantesco. Aos poucos vão se somando ao estilo influências musicais diversas, como uma levada meio Baião na introdução de “Great Divide”, o industrial na faixa título (na verdade, uma vinheta de apenas 1min02), a sonoridade árabe no riff introdutório de “Eyes Of Gaza” 29


que depois segue alternando influências Thrash e Hardcore e termina com uma base que mescla melodia e sons eletrônicos. Uma nova vinheta se segue, dessa vez, um Repente de apenas 28 segundos cantada em português, chamada “Matador”. “Amazônia” é outra cantada em português, pesada, que no meio coloca uma base de capoeira e depois altera o idioma para o inglês. O mix de metal e ritmos brasileiros continua em “CPU Samba”, seguida pelo Hardcore de “Destruction” e o trabalho fecha com “Motivation”, outra faixa bem curta que do meio para o final insere um sample de Geralde Vandré cantando seu clássico “Para Não Dizer Que não Falei Das Flores”, conhecida canção de protesto que ocasionou sua prisão na época da ditadura. A mistura praticada por essa banda pode, nesse texto, parecer batida a alguns, já que bandas como Sepultura, The Mist, Overdose, Raimundos e Angra já a praticaram de alguma forma, mas o Black Oil não reutilizou antigas fórmulas, mas sim acrescentou sua personalidade e fez um disco contundente e original. Nota: 8.5 Marcelo Val BRUTO “Mundo Destruído” Independente Com um estilo mais moderno de Thrash Metal, Bruto surge, no ano de 2004, na cidade do Gama/DF. A banda possui uma demo e um álbum début intitulado “Mundo Destruído”, lançado em janeiro do ano passado. Nesse trabalho é explícito o teor ativista e revolucionário, próprios do Thrash; porém, a religião aqui é tratada com mais repudia que o normal. Dentre todas, as faixas que mais chamaram a atenção durante a minha audição foram a que leva o nome do álbum, possui um clipe, é muito bem arquitetada no fast picking e no solo tradicional de Thrash, “Vai Se Foder” – que pelo seu nome um tanto ofensivo demonstra na sua composição uma brutalidade na letra e um som pesadão com rolos rápidos de bateria bem encaixados entre as “rifadas” sinuosas das guitarras – e “Igrejas”, que trata brutamente da religião como algo que entorta o caráter natural do homem com suas artimanhas desumanas. Nessa faixa também é presente a parte melódica do Thrash Metal moderno, além da velocidade intrínseca do gênero. Em geral, é um bom álbum de começo. Porém, por vezes a gravação destoa, apresentando uma qualidade baixa de som. Isso acontece porque na maioria das vezes, quando a produção é independente, é grande a falta de recursos e tecnologia para criar um som de alta primazia. Com uma gravadora razoável, Bruto tem boas chances de competir fortemente na cena nacional. Nota: 7.0 Igor Scherer

CADAVERIA “Horror Metal” Bakerteam Records Depois de um (incrivelmente) longo período de estúdio, Cadaveria finalmente lançou seu tão aguardado quarto álbum, intitulado “Horror Metal”, lançado no dia 31 de janeiro. Lembrando-nos fortemente de alguns elementos de “The Shadow’s Madame”, o álbum é uma verdadeira salada mista de ritmos. O álbum passa de Black Metal para Ambiente, Gótico tradicional e até mesmo pitadas de EBM podem ser detectadas quando ouvimos o disco algumas vezes. Você deve estar supondo que o álbum todo está uma porcaria sem sentido algum e, normalmente, estaria. Mas felizmente, Cadaveria sabe fazer essas conexões de elementos sem destruir o álbum. Graças a isso, o álbum se torna mais um sucesso no repertório da banda, mostrando o expansivo talento da vocalista e seus músicos. O adjetivo que mais descreve esse álbum é originalidade, e devo parabenizar a banda por ter conseguido fazer isso e deixar o trabalho magnífico. Ouça “Hypnotic Psychosis” e depois “The Night’s Theatre” e você entenderá o que eu quero dizer. O vocal de Cadaveria, assim como instrumental, varia muito durante 30


as faixas. Em sua maior parte ele está tipicamente Black Metal, porém altera para o Doom em diversas partes. É realmente incrível a harmonia que eles foram capazes de criar com tanta diversificação. As letras também não deixam de mostrar criatividade profunda, fazendo do trabalho incrível em todos os aspectos. Se você realmente acha que eu estou exagerando, ouça o álbum. É o melhor conselho que posso te dar. Nota: 9.5 Yuri Azaghal COLDBLOOD “The Other Gods” Distro Rock Records Bandas lançando material novo existem aos montes. Material de qualidade, poucos. Felizmente, o Coldblood se enquadra na segunda opção. Com duas décadas de vida, essa banda carioca vem trabalhando duro e seriamente no underground nacional. Acompanho a banda desde seu lançamento anterior, o excelente “Under The Blade I Die”, de 2008. Pois bem, no início desse ano acabam de lançar um EP interessantíssimo. Primeiro, pela maravilhosa arte que ilustra a capa – desenvolvida pelo velho conhecido Gustavo Sazes. Depois, por conter quatro composições novas e uma porção de bônus. São quatro faixas da demo de 2005 “Reincarnating A New Black God”, três da demo de 2000 “...And It Comes The Winter”, seis da demo de 1992 “Terror Stench” e um vídeo para a faixa “Exoblivion”, gravada ao vivo no Peru. Ou seja, a diversão está mais do que garantida! Obviamente, as novas músicas são mais bem produzidas e contam com uma gravação muito superior às demais. O EP inicia-se com uma faixa instrumental, preparando o ouvinte para o caos sonoro proposto por meio de um Death Metal nervoso, calcado na velha escola do estilo. “The Other Gods” vem na sequência, quebrando tudo com um ritmo forte e consistente. Todos os instrumentos desempenham muito bem seu papel individualmente, criando uma massa sonora assustadora quando unidas. “Before The Last Breath” possui uma atmosfera soturna, toda dedilhada no violão. “Forgotten By The Right Hand” fecha a primeira parte do EP, arrasando tudo o que estava pela frente, deixando o ouvinte sedento por mais composições inéditas. O restante do disco é um belo apanhado de toda a carreira dos caras e serve para acompanhar toda a evolução da banda. Um ótimo lançamento de uma grande banda do nosso underground e que, certamente, merece mais atenção daqui para frente! Nota: 9.0 Pedro Humangous CREPÚSCULO DOS ÍDOLOS “Toth” Black Goat Productions Não. Felizmente não é o crepúsculo que você esta pensando. “Toth” é o mais recente trabalho desses paranaenses e, enquanto algumas bandas tentam inventar moda demais, “Toth” nos remete ao bom, velho, cru e agressivo Black Metal – até mesmo a capa mostra isso, contendo como imagem apenas a figura do arcano maior número XII: O enforcado. O tradicional ritmo do gênero combinado com periódicas melodias macabras e mais lentas faz o ouvinte assimilar sentimentos únicos e incríveis, com ótimas alterações de tempo, riffs incríveis e um trabalho excelente com o teclado. Em termos de conceitos e letras, não precisa ser nenhum mestre em ocultismo para perceber que o álbum é baseado no oráculo do tarô, no caso, o tarô de “Toth”, especificamente – conhecido principalmente por ser usado por Aleister Crowley. Fora a faixa de introdução, cada faixa se foca em um arcano específico, com letras bem criativas. Com certeza, é um ótimo trabalho, típico de bandas paranaenses como o Evilwar, que já são famosas por fazerem metal extremo de qualidade. O álbum chega a um total aproximado de 45 minutos, com um total de nove ótimas faixas. Atualmente, muitas bandas estão entrando em uma moda chata de combinar Black Metal com tudo, e muitas dessas combinações ficam horríveis. “Toth” nos mostra aqui que o verdadeiro Black Metal é tradicional, eterno e imutável, e a melhor forma de ouvi-lo é puro, sem muitas misturebas. Nota: 9.0 Yuri Azaghal DARKSIDE OF INNOCENCE “Xenogenesis” Infektion Records Neste novo trabalho, a banda portuguesa Darkside Of Innocence faz uma ótima mistura de Black Metal sinfônico com Gótico, com uma ótima atmosfera profunda com elementos líricos. Apesar de essa banda ser taxada como “metal gnóstico”, acho que todos nós concordamos que já estamos de saco cheio de novos rótulos, sem falar que a sonoridade é quase que puramente Black Metal (quem não sabe do que essa invenção se trata, pesquise o termo “gnose”). Os atributos sinfônicos se encontram bem encaixados na harmonia da música como um todo, com muitas passagens que lembram Anorexia Nervosa ou Dimmu Borgir, 31


porém de uma forma mais pessoal. Apesar da tentativa de rotular de uma forma alternativa totalmente desnecessária, a banda faz um Black Metal um tanto original, criativo e com ótimas letras – que, de certa forma, envolvem o ocultismo, já que refletem sobre o cosmo, a origem humana e os conhecimentos gnósticos do oculto. O álbum, infelizmente, é bem curto, pois só possui oito faixas e não chega a meia hora completa, mas nota-se, nesse pouco tempo, que o instrumental foi muito bem criativo, e os vocais ficaram ótimos – particularmente os vocais líricos ficaram exemplares. Em suma, posso dizer que houve muita dedicação na criação desse trabalho, que se não fosse pelo fato de querer ser original demais a respeito de rótulos, seria ainda muito melhor. Nota: 7.5 Yuri Azaghal DEW SCENTED “Invocation” Voice Music / Encore Records Desde que começou sua carreira profissional, a banda Dew Scented nomeou todos os títulos de seus discos começando com a letra “I” – pura frescura, em minha opinião. “Invocation”, oitavo disco na discografia, foi lançado oficialmente em 2010, mas só agora chega ao mercado brasileiro – antes tarde do que nunca, certo? Falar da qualidade técnica desses alemães é desnecessário, pois são ótimos naquilo que praticam, ou seja, Thrash Metal do bom! Não há muito que dizer dessa banda, pois eles vêm lançando bons discos, um atrás do outro, sem mudar drasticamente seu estilo. Para quem já curte, “Invocation” é mais um discaço, porrada na orelha! Thrashera do início ao fim, rifferama desenfreada, bateria técnica e veloz e um vocal urrado que é de dar inveja! Para fechar com chave de ouro, uma belíssima capa desenvolvida por Bjorn Goosses da Killustrations. Destaque para a faixa “Totem”, que logo emenda na paulada “Torn To Shreds”. Para quem curte um Thrash Metal moderno, Dew Scented é uma boa saída e altamente recomendado! Nota: 8.5 Pedro Humangous FORKA “Enough” Voice Music Mistura Thrash Metal com Hardcore e teve seu segundo álbum – “Enough” – produzido por ninguém mais, ninguém menos que Marcelo Pompeu, da Korzus. Nasceu no ABC Paulista e já possui dois videoclipes. Essa é a Forka: banda que já conquistou o underground brasileiro por sua criatividade e, principalmente, pelo peso de suas músicas. A banda conta com Ronaldo Coelho, o novo poderoso vocalista, Samuel Dias e Alan Moura, nas demoníacas guitarras, Ricardo Dickoff, no baixo pesadão, e Rodolfo Salviato, na cozinha destruidora. A faixa de abertura “Between Obscure Winds” demonstra como é mais ou menos o álbum como um todo; bateria acelerada e riffs brutais – aqui já podemos perceber que o vocalista adicionou uma brutalidade a mais para a banda com sua entrada. “Knowing Your Suffering”, que tem um videoclipe muito bem produzido, possui um dos melhores breakdowns nacionais que eu já ouvi. Outra faixa que vale ressaltar é a “Screaming In Shadows”. Começa com umas rápidas dedilhadas melódicas e tensas, seguidas por um mini breakdown com a bateria brutalizada; logo depois dessa introdução, começam os blast beats bem no estilo clássico do Thrash Metal, mas com um toque Hardcore; faixa perfeita para quem gosta da fusão desses dois estilos. Um dos aspectos que gostei muito na banda, e que também me surpreendeu pela presença, foram os breakdowns mesmo, que aparecem durante todo o álbum. Eles são os responsáveis pelo ponto alto da música em questão: a parte que todo mundo espera para entrar no mosh pit, para exaltar e liberar a energia dentro de si. Breakdown vem do Hardcore, mas combina muito bem com os blast beats, com os solos perturbadores e com a fúria do Thrash Metal. E é isso que a Forka faz, lembrando muito facilmente bandas como Divine Heresy, Fear Factory e Devildriver – e, surpreendentemente, até superando-as em alguns quesitos. “Enough” é um álbum bem acessível a quem gosta de música pesada, seja qual for o gênero. Nota: 8.5 Igor Scherer Harmony Fault “Roting Flesh Good Meal” Rotten Foetus / Cauterized Productions / Violent Records “Aí vem desgraceira da boa!”, pensei logo que coloquei os olhos e as mãos nesse disco. A arte da capa já entrega o estilo praticado por esse trio de Lajeado, Rio Grande do Sul. Goregrind do mais alto calibre. O tema das músicas gira em torno de filmes de terror e os costumes doentios dos seres humanos. Já a sonoridade é um caos total, podrão e sujo – como deve ser. Várias inserções de filmes servem como introdução para as músicas, deixando o ouvinte no clima perfeito e fazendo com que a audição do disco fique sempre mais 32


interessante. O instrumental, apesar de simples, é bastante cativante. O baixo com um grave absurdo tem uma pegada mais Hardcore, quase Punk. A bateria normalmente segue uma linha reta – bumbo e caixa – em velocidades alternadas entre o mais veloz e o cadenciado. Os vocais variam entre o sobre-humano (com ajuda de efeitos) e o gutural, quase vomitado. Ao todo, são 19 faixas do que há de melhor no estilo. A maioria das músicas tem pouco mais de um minuto de duração – a oitava faixa, Blerghhh!!!, possui incríveis sete segundos! Algumas são em inglês, outras em português – mas como não é possível entender nada mesmo, não faz muita diferença. “Rotting Flesh Good Meal” é diversão garantida do início ao fim! Um disco pesadíssimo, mas ainda assim de fácil assimilação logo na primeira orelhada. Sugiro entrar logo em contato com os caras e garantir sua cópia, pois toda e qualquer coleção merece um disco desses! Nota: 8.5 Pedro Humangous IN TORMENT “Paradoxical Visions of Emptiness” Rupture Death Metal Brutal do Rio Grande do Sul. Em geral, posso dizer que o instrumental das bandas está original, ou melhor, nota-se que a banda se esforçou para sair do habitual ritmo do gênero. Não foi algo totalmente bem-sucedido, pois no Death Metal é muito difícil fazer um álbum soar incrivelmente original. Na verdade, eu diria que isso é quase impossível. Pelo menos a banda mostrou que tem grande habilidade e fazer o álbum não soar idêntico do primeiro ao último segundo (como certas bandas como Chainsaw Dissection ou Being Killed) já é uma grande proeza. A banda, em alguns momentos, lembra Krisun, mas se o Krisiun serviu de inspiração para eles (já que também são gaúchos) eu desconheço. Em termos de temática lírica não preciso dizer que se trata de mortes, massacres, carniças e homicídios brutais e desumanos. Não pense que isso é uma crítica no sentido de “Caramba! De novo?!”, muito pelo contrário. Particularmente, sou um cara muito tradicionalista no quesito metal extremo, e é justamente nessa época de modinha avant-garde e misturebas que as bandas mais tradicionais de Death e Black Metal me fazem mais falta. Não digo que é o trabalho mais perfeito do mundo sobre Death Metal, mas em comparação com as centenas de álbuns clones e sem criatividade que soam todos como a mesma porcaria, “Paradoxical Visions Of Emptiness” merece respeito e consideração pela dedicação e habilidade que os músicos tiveram com ele. Parabéns. Nota: 8.0 Yuri Azaghal

KORZUS “KZS” Voice Music Lançado, em fevereiro de 1995, a Voice Music relança “KZS”. A banda, à época, fez a convocação do norte-americano Steve Evetts, que participou da produção do álbum e já trabalhara com M.O.D., Skid Row, Demolition Hammer, Whiplash entre outros. Gravado em São Paulo, mixado e masterizado em New Jersey, esse petardo conta com 12 faixas da mais pura energia do Thrash Metal. “Internally” é fantástica, “Hole In The Head” é fumegante, “Lost Man” é a perdição e “The Boss”, que conta com a participação de Billy Milano do S.O.D./M.O.D., é arrasadora. O álbum é bem rápido, com músicas bem curtas. Só para se ter uma ideia, a música mais longa é “Last Metal”, com 3min28 com um baixo destruidor no começo e riffs bem pesados. “KZS” é, com certeza, uma relíquia do nosso metal e não pode faltar em sua coleção. Nota 9.0 Ricardo Thomaz 33


LACUNA COIL “Dark Adrenaline” Shinigami Records O sexto disco dos italianos do Lacuna Coil aporta por aqui como sempre como uma grande promessa, mas particularmente achei o disco bem caído. Tudo bem que eles perderam praticamente de vez aquele lance mais doom que fazia do som da banda uma coisa mais interessante, sim; eles estão mais para o Metal, até mesmo com muito mais groove do que antes, isso é um fato, mas sinceramente acho que não combinou com a proposta do Lacuna Coil. O disco não é de todo ruim, temos a primeira faixa que ainda tem um pouco da banda em “Comalies”, álbum muito bom; temos a “My Spirit”, música ímpar do disco. Mas temos também todas as outras que complementam o disco da banda e a sofrível versão de “Losing My Religion”, do REM, um clássico da música que mereceria nem ser mexida, mas eles tentaram e, sinceramente, não caiu bem. Nota: 7.0 Augusto Hunter Lothloryen “Raving Souls Society” Shinigami Records Os bardos estão de volta! Os bardos? Para quem acompanha a trajetória da banda Lothloryen sabe da influência que possuem em seu som, voltado para os contos de J.R.R Tolkien e a semelhança com a banda alemã Blind Guardian. Em seus dois últimos discos, a banda foi se aprimorando e moldando sua sonoridade. Após algumas mudanças na formação, o grupo solta no mercado o álbum “Raving Souls Society”, com uma roupagem totalmente diferente da qual estávamos acostumados. Para fãs de longa data, realmente, será um choque. Uma coisa é inegável: o som ficou muito melhor e mais profissional. Após uma longa introdução, a banda mostra sua nova cara com a faixa “Face Your Insanity”, um verdadeiro Power Metal, cheio de melodias e bastante teclado acompanhando os riffs nervosos de guitarra. Destaque para o novo vocalista Daniel Felipe que mostra bastante personalidade e um timbre muito interessante – mesmo que ainda lembre uma mistura entre Hansi Kursch (Blind Guardian) e Chris Boltendahl (Grave Digger). Muito legal a pegada Kamelot que colocaram na quinta faixa, “Temples Of Sand”. Pelas referências, você pode notar que a banda está muito bem servida e inspirada! Vale lembrar que são somente influências da banda, nada que soe como uma mera cópia. A surpresa fica por conta da música “To Live Forever”, uma balada totalmente Hard Rock. Para fechar o pacote, uma bela arte feita pelo experiente Marcus Lorenzet da Artspell Design. Mais um ótimo trabalho da banda e, certamente, vai agradar aos antigos admiradores e conquistar novos daqui para frente! Nota: 8.0 Pedro Humangous

OZZY “God Bless Ozzy Osbourne” Eagle Records “God Bless Ozzy Osbourne” pode ser considerado como a versão em filme da aclamada autobiografia, “I am Ozzy”, só que menos divertida. A grande diferença entre o DVD e o livro são as imagens de Ozzy, nunca vistas pelo publico. Porque o restante é, basicamente, a mesma coisa do livro. O documentário mostra a grande jornada e luta de Ozzy para se manter limpo e sóbrio das drogas. Esse assunto acaba ocupando grande parte do tempo do documentário, o que o torna um pouco maçante 34


e repetitivo em alguns momentos. Uma das partes mais fortes é quando Ozzy toca no assunto de não ter sido visto como um bom pai por seus filhos quando eles eram crianças. E o arrependimento de Ozzy por ter sido ausente neste período da vida deles. O documentário traz algumas entrevistas com seus ex-colegas de bandas e músicos como Tommy Lee do MötleyCrue. O documentário teve a direção de Mike Fleiss e foi produzido pelo filho de Ozzy, Jack. “God Bless Ozzy Osbourne” provavelmente não irá acrescentar qualquer informação nova para aqueles que têm seguido a carreira de Ozzy desde a época do Black Sabbath até os dias atuais, ou para aqueles que leram seu livro; o documentário vale a pena ser visto pelas imagens de shows e entrevistas. Nota: 9.0 Henrique Campos Psycroptic “The Inherited Repression” Nuclear Blast O Death Metal executado por essa banda sempre foi muito agressivo e direto, bem brutal, sem dever em nada para nenhuma banda considerada no estilo, coisa que eles mantiveram nesse lançamento, com muito mais técnica e coesão. Nesse disco não vemos aquele trem descarrilhado que parece que perdeu rumo e sentido, tudo nesse álbum soa bem coeso, bem estudado e encaixado. Músicas em tempo mediano com muita técnica lotam o lançamento do Psycroptic, músicas como “Euphorinasia”, “Forwar to Submission” entre outras grandes composições. As guitarras de Joe Haley continuam, em meu ponto de vista, sendo um tremendo ponto positivo para essa banda, sempre muito bem tocadas e coesas com a bateria do seu irmão. Se “(Ob)Servant” já foi um disco para ser lembrado por muitos, esse disco segue o mesmo caminho. Nota: 9.0 Augusto Hunter

SANTANA “Greatest Hits - Live at Montreux 2011” ST2 Records O DVD “Greatest Hits – Live at Montreux 2011” é como se fosse um remake do “Live at Montreux”, de 2004. Porém, agora em Blu-Ray e com mais sucessos no repertório, ou seja, imagens totalmente em full HD e som Doulby Digital 5.1, ideal para assistir em uma tela grande. Há décadas Carlos Santana cria musicas que cruzam gêneros e divertem o publico. As 23 canções incluídas neste show são extremamente bem executadas e com pitadas características de improviso. Como seria de se esperar, entre muitos de seus sucessos estão as musicas “Black Magic Woman” e “Oye Como Va”, por exemplo. E uma versão rap do clássico “Back In Black” da banda AC / DC. O show ainda conta com as participações de Derek Trucks e Susan Tedeschi, entre outros. O disco conta com um pouco de material bônus, como cenas de bastidores e uma entrevista com o artista. Este show garante ótimos momentos de distração e diversão com ótima musica. Se você é fã das guitarras de Carlos Santana não deve deixar de adquirir este show. Nota: 9.5 Henrique Campos

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Sarah Jezebel Deva “The Corruption of Mercy” Shinigami Records Você pode não conhecer essa vocalista pelo nome, mas certamente já ouviu sua bela voz nos discos do Therion, Cradle Of Filth, entre outros. Talvez cansada de apenas participar de outras bandas, a cantora resolveu criar seu próprio projeto, que leva seu nome. “The Corruption of Mercy” acaba de ser lançado no Brasil e é o segundo álbum de sua carreira. O novo trabalho se resume em uma bela mistura de tudo o que ela já fez ao longo dos anos em trabalhos anteriores. Influências claras de Dimmu Borgir e Cradle Of Filth podem ser sentidas logo na primeira faixa “No Paragon Of Virtue”. Ao longo da audição, o ouvinte é levado por diversos estilos, desde o Gótico, passando pelo metal sinfônico e pelo Black Metal. Instrumentalmente, o disco é bem interessante e muitas vezes veloz e pesado. Infelizmente, a parte principal, que seria a vocalista, deixa um pouco a desejar. Parece que faltou um pouco mais de “punch” e por muitas vezes o som acaba enjoando por sua performance morna. Não me entenda mal, a voz dela é maravilhosa e sua técnica é apurada, mas – talvez pelo costume – parece que falta alguma coisa, talvez o vocal gutural como é de costume. Em certos momentos, temos a sensação de que estamos ouvindo um Evanescence ou Nightwish. A surpresa fica por conta do cover de “Zombies”, originalmente da banda The Cranberries. A capa provocativa chama bastante a atenção, mas infelizmente não prende o ouvinte após alguns minutos de audição. Nota: 5.0 Pedro Humangous Seven Side Diamond “Enigma” Independente É assim que se faz. Como os downloads e o mp3 já fazem parte da cena musical no mundo todo nos dias de hoje, esse quinteto se adiantou e foi em direção ao que parece um próximo passo bem lógico lançando, além da mídia física, a virtual. Na verdade, um streaming de seu mais novo disco em seu site (possuem mais dois álbuns de estúdio e um ao vivo, além de dois singles), porém, oferecendo a possibilidade de folhear um encarte virtual, com letras e uma arte estonteante, que utiliza elementos presentes em pinturas de Dali, poesia concreta e muita arte. O único “porém” é que o acompanhamento das letras das canções por esse encarte se torna complicado devido à difícil visualização das letras no computador. Em relação ao som, é Progressivo. Não o Prog Metal, mas Rock Progressivo tradicional e de qualidade, que remete a bandas como Yes, Marillion, Camel e outras, com uma ou outra inserção de peso, andamentos mais rápidos e palhetadas. Não é tanto um Metal com influências progressivas, mas um Progressivo com alguns elementos do Metal. Com um instrumental de execução irrepreensível, a banda fez um trabalho instigante, com uma produção surpreendente, tanto na parte sonora quanto visual. A faixa “Metasong” traz uma letra interessante que fala sobre a construção de uma música. O trabalho de coro na música “Shine” acaba se tornando também um ponto de destaque e o disco termina com a faixa título, subdividida em 13 suítes com 34 minutos de duração no total, bem ao estilo de grandes nomes como Pink Floyd (“Shine on Your Crazy Diamond”) e Rush (“Cygnus X-1 Book II – Hemispheres”), por exemplo. O disco pode ser acessado no site oficial da banda: www.sevenside.com.br. Nota: 9.0 Marcelo Val Suicidal Angels “Bloodbath” Noise Art Records A banda grega vem com o seu quarto álbum de inéditas e vem mostrando o porquê, particularmente eu, sempre gosto demais das bandas oriundas da Grécia, como Rotting Christ e Septic Flesh. O Thrash feito pelo Suicidal Angels nada tem de novo, mas de empolgante tem e muita coisa. As guitarras rápidas e extremamente ríspidas, com certeza, vão remeter você ao Slayer, Kreator dos clássicos discos. Bem nessa linha o álbum “Bloodbath” vem se desenvolvendo. A única coisa que tenho a reclamar é simplesmente a falta de criatividade nesse cenário, coisa que, infelizmente, também vai atingir essa bela banda, já que soa tão parecido com as bandas que citei acima que em alguns momentos você pode confundir, mas nada que impeça a audição desse discão Nota: 8.0 Augusto Hunter

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Swallon The Sun “Emerald Forest and the Blackbird” Century Media Os finlandeses do Swallow The Sun retornam com um belíssimo disco, com todos os ingredientes necessários: peso, melodia e melancolia unida a belíssimos tons de agressividade. Isso você percebe no início do disco com a belíssima, apesar de longa, “Emerald Forest and the Blackbird”; ela vai mais ou menos te dizer o que o disco inteiro guarda para você. Não é tudo a mesma coisa, o disco é bem variado. A música “Hate, Lead The Way” é uma prova disso, sendo bem agressiva. O único ponto negativo a meu ver é o tamanho das músicas – são bem grandes –, a menor do disco tem 4 minutos. Isso é algo que às vezes atrapalha o desenvolvimento de sua audição, mesmo as músicas tendo variações incríveis nela; por várias vezes você acha que aquela acabou, mas não, ainda é a mesma faixa. Mesmo assim, a orelhada é muito aconselhada para essa grande banda. Nota: 9.0 Augusto Hunter TO/DIE/FOR “Samara” Independente Mais um álbum intitulado como gótico, mas será mesmo? A sonoridade gótica aqui foge um tanto do padrão, soando mais como uma narrativa épica – o que, de certa forma, nos faz lembrar mais Power Metal do que uma sonoridade gótica. Longe de ser um instrumental mal feito ou mal produzido, mas alguns elementos, ritmos e timbres acabaram por ficarem um pouco repetitivos entre as faixas. Pessoalmente, não achei o vocal tão interessante assim, mas até que ele se encaixou bem no álbum. As letras estão mais voltadas para o gótico do que o som propriamente dito. O álbum tem um total de dez faixas, que totalizam um pouco mais de 50 minutos. Não é um trabalho ruim, apenas mal classificado. O som é alegre demais para ser chamado de gótico e não é necessário dizer que seria um absurdo comparar esse trabalho com bandas góticas de verdade como Dead Can Dance. Os primeiros minutos de “Folie A Deux”, por exemplo, lembram uma mistura de Heavy Metal tradicional com um pouco de Hard Rock, algo bem apropriado para ser uma música do Dio, e não gótico. Uma das poucas faixas que escapam desse equívoco é “Love’s a Sickness” (pelo menos até o vocal entrar...). Se você gosta de algo que estaria entre melódico e Power (porém, sem aqueles agudos chatos), com letras mais “deprês”, então esse é um álbum que você pode achar interessante. Agora, se você procura música gótica de verdade, Arcana e Nosferatu são ótimas sugestões. Nota: 6.5 Yuri Azaghal Torqverem “Vber Crvciatvs” Eternal Hatred Records “Vber Crvciatvs” é a obra responsável pela estreia oficial da banda paulista Torqverem no cenário do Black Metal nacional. Em termos ideológicos a banda trata de assuntos ligados ao paganismo e ao culto à escuridão, onde cada faixa é única, com letras bem interessantes, muitas vezes combinando versos em latim com português. A atmosfera do álbum é um tanto profunda, porém variável, mas certamente contando com um instrumental excelente. O álbum em si tem uma grande capacidade de influência emocional, o que é requisito essencial para qualquer um que se proponha a tocar Black Metal. Ora as faixas são lentas e obscuras, 37


ora mais rápidas e agressivas, mas nunca perdendo sua aura soturna e hipnótica. Em certos momentos a banda adquire uma ótima sonoridade de Dark Ambient puro, como Aghast, fazendo a música um tanto reflexiva e “alucinógena”. Como palavra final, posso dizer que “Vber Crvciatvs” é um trabalho profissional e feito com dedicação, em todos os sentidos. Portanto, não é preciso dizer que este álbum foi uma ótima estreia e se seus sucessores herdarem tais características, teremos outro ótimo exemplo de que o metal nacional (principalmente o extremo) está mais forte e obstinado do que nunca, e não morto ou desgastado como certas pessoas adoram afirmar. Já vou avisando que o álbum é um pouco extenso, mas se você não se importa com isso, provavelmente vai gostar desse álbum tanto quanto eu (afinal de contas, se queremos ouvir e apreciar música, não faz sentido ficarmos neuróticos e ansiosos para o álbum acabar logo, não é verdade?). Nota: 10 Yuri Azaghal

Trator BR “Verde, Amarelo, Azul e Preto” Independente Como em todos os meios, existem bandas medíocres fazendo sucesso e outras incríveis renegadas pelo público. O motivo disso? Vai entender... O fato é que a banda do interior de São Paulo, Trator BR, faz parte dessa segunda (e lamentável) realidade. Já tinha ouvido falar da banda um tempo atrás, mas só agora pude parar e ouvir o som desses caras. Resultado? Queixo caído! Primeiro com a obra de arte que é o encarte do disco “Verde, Amarelo, Azul e Preto”. À primeira vista, parece uma capa simples, mas quando se abre todo o encarte é que podemos ver o quadro como um todo. Me lembrou as coisas que o Par Olofsson costuma fazer. O som é baseado no bom e velho Death Metal, com algumas coisas de Thrash também. O diferencial aqui são as letras, todas cantadas em português e abordam a realidade do povo brasileiro. A gravação ficou muito boa e condizente com o estilo. Todos os músicos simplesmente destroem em seus intrumentos, com muita técnica e qualidade nas composições, mas impossível não ficar boquiaberto com a performance sobrenatural do baterista – uma máquina! Minha única reclamação fica por conta do logotipo da banda que, além de simples, não combina com o som que praticam. Resumindo tudo, estamos diante de um clássico! Discaço! Esse, sim, é um digno representante do metal brasileiro! Nota: 9.0 Pedro Humangous Vulture “Destructive Creation” Sacramental Records Logo que comecei a curtir Heavy Metal, o Vulture foi uma das primeiras bandas nacionais do metal extremo que ouvi. Na época, eles haviam lançado o ótimo “Test Of Fire”. O bem sucedido “Through The Eyes Of Vulture” serviu para confirmar a competência dos músicos e fortalecer seu nome no cenário. Agora, em 2012, acabam de lançar o “Destructive Creation”. O som desses caras, apesar de extremamente pesado, é bastante agradável de ouvir, pois conta com bastante melodia. Para você ter uma noção do estilo que executam, poderíamos situá-los entre o Amon Amarth e o Hypocrisy, por exemplo. A gravação ficou excelente, melhorando a cada álbum lançado. A ressalva fica somente em relação à bateria, que ficou um pouco seca. As composições estão mais maduras, cheias de passagens diversificadas dentro de uma mesma música, variando bastante e deixando a audição fluir com facilidade. Cada faixa possui seu brilho próprio e merecem destaque, porém, não podemos deixar de mencionar a única cantada em português “Carrasco De Si Mesmo” – como já é de costume em todos os discos do Vulture, eles gravam pelo menos uma música em nossa língua. E o resultado

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ficou incrível! Se você ainda não conhece a banda ou ainda não ouviu suas músicas, não perca tempo! Material de qualidade, feito na raça e por quem entende da coisa! Nota: 8.5 Pedro Humangous

WARPATH “Massacre” Independente Você curte Whiplash e Overkill? Ou prefere Hirax e Assassin? Independentemente de qual seja a sua preferida dessas, você é Old School! Isso mesmo, mas não tem nenhum problema. Aliás, a raiz do Thrash Metal é o Old School; a base necessária para novas criações. É nesses moldes que a banda paraense Warpath caminha para o seu reconhecimento na cena underground brasileira. Seu EP denominado “Massacre”, lançado em 2010, com a parceria do Estúdio Vertigo, tematiza a essência humana da autodestruição: o homem se destrói e culpa divindades e criaturas sobrenaturais pelo seu sofrimento e nunca assume o erro. As guerras que promove, o desrespeito pelo desrespeito, a vingança que provoca, tudo é fruto de sua falta de autocontrole e de suas constantes contradições. Como todo bom e velho Thrash Metal, o tema central de “Massacre”, simplificando, é a guerra e suas respectivas questões. Atualmente, a banda conta com três integrantes ou, como quiser, um belo de um “Power Trio”, como a Destruction e a atual Sodom. As músicas são bem consistentes, possuem uma originalidade encantadora e uma energia verdadeira. Com momentos jocosos de solos marcantes e, por vezes, suaves, o álbum é definido com as tomadas de metrancas pesadas e rápidas da bateria, acompanhadas pelos riffs ensurdecedores da guitarra e pelo baixo em afinação, pelo que eu pude perceber, um tom acima do normal, jogando na bateria uma acentuação na batida, o que conferiu ao som uma identidade muito forte. Em geral, o vocal é devidamente de Thrash Metal; nem gutural, nem drive, nem scream, nem limpa: uma mistura de tudo, mas, obviamente, gritada com vontade. Dentre as minhas faixas preferidas estão “External Violence”, que tem uma tensão e um ar de protesto muito interessante, “Legacy Of War”, veloz e com uns riffs muito criativos, e “Destroying Our Beliefs”, detentora de um ritmo viciante e melódico. Vale a ouvida. Nota: 9.5 Igor Scherer Live At Wacken 2010 “Road To Wacken – The Movie” Voice Music Anualmente é lançado um DVD contendo bastante material do grandioso Wacken Open Air. Normalmente, esses lançamentos são luxuosos, em digipack e contêm diversos discos. Dessa vez, chega ao Brasil a versão (simples) de 2010 do evento, contando com um pequeno filme sobre uma banda (fictícia) de mulheres que seguem em direção ao festival para tocarem. Antes de mais nada, esse foi o pior filme sobre rock/metal que já vi em toda minha vida. Péssimas e amadoras atuações, uma edição confusa e superficial, intercalando com algumas apresentações de medalhões do Metal mundial como Edguy, Overkill, Stratovarius, Grave Digger, Alice Cooper, Udo, entre outros. O set list escolhido ficou bastante estranho, com bandas se repetindo e algumas informadas no encarte (como Skyline, por exemplo) ficaram faltando. As performances, inclusive, deixaram muito a desejar – basta conferir a atuação sofrível de Timo Kotipelto cantando “Hunting High And Low”. Apenas a música “Rebellion” do Grave Digger salvou o DVD da completa vergonha, que ainda contou com a participação de Hansi Kursch do Blind Guardian. Nenhum extra foi colocado no disco, ficando uma sensação final de “é isso?”. Sim, é isso. Infelizmente, é um lançamento descartável e bastante fraco. Ficamos na esperança de outros lançamentos do Wacken e que sejam melhores do que este. Convenhamos, não será muito difícil. Nota: 3.0 Pedro Humangous

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Orphaned Land “The Road to Or-Shalem” Shinigami Records Minha descendência do Oriente Médio certamente me faz simpatizar ainda mais com o som dessa banda israelense chamada Orphaned Land. O grupo lançou aqui no Brasil dois excelentes discos e agora nos brinda com um DVD. E que registro em video! O pacote vem com dois DVD’s – sendo o primeiro o registro de um show em Tel-Aviv e o segundo recheado de material bonus – e mais um CD contendo o áudio desse mesmo show. A presença de palco e o carisma da banda são de assustar! Sempre sorrindo e interagindo com o público, que também teve participação importante durante a apresentação, sempre muito empolgado. O set list foi muito bem escolhido, mesclando as várias fases da banda, deixando o show variado e bastante interessante. As câmeras colocadas nos instrumentos ficou muito bacana e serviu como diferencial em termos de técnica e edição de video. A performance em si é fenomenal, um dos melhores DVD’s que já vi! Cheio de emoção e participações especiais – como, por exemplo, Steven Wilson do Porcupine Tree. Destaque para as faixas “Halo Dies”, “Sapari” e “Norra El Norra”. Um grande lançamendo de uma grande banda! A Shinigami Records está de parabéns por lançar um material dessa qualidade em nosso país e quem recebe o presente somos nós! Sem dúvida ou receio, compre! Nota: 10 Pedro Humangous

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DIVINE DEATH MATCH Como uma das novidades, a Hell Divine criou uma coluna para os games mais apreciados entre os headbangers. A partir desta edição, teremos resenhas dos jogos mais atuais que ganham destaque nos consoles de última geração. Confiram agora a primeira lista de games selecionados. UFC Undisputed 3 THQ PS3 / XBOX360 Da mesma criadora de Darksiders 2 e Saints Row, UFC Undisputed 3 veio, em fevereiro desse ano, para bater recordes de venda e para se tornar um game inovador no tema luta. O jogo conta com compartilhamento online de conteúdo criado pelos jogadores, um modo carreira criativo e outros elementos interessantes, como o retorno dos Fight Camps – clãs de jogadores online – e o modo treino, onde o jogador pode direcionar o lutador num determinado estilo de luta e melhorar suas habilidades. O jogo está disponível para PS3 e XBOX 360. Uma versão para computador ainda é estudada pela empresa. Gráfico: 9,5 Jogabilidade: 9,0 Som: 8,5 Enredo: 10 Diversão: 10 Por Igor Scherer. SOUL CALIBUR V Namco Bandai PS3 / XBOX360 A jogabilidade e os gráficos foram subindo aos níveis mais altos, novos personagens e golpes animais foram adicionados ao novo Soul Calibur V. A jogabilidade continua ótima até mesmo para os iniciantes que, com certeza, aprovarão com louvor. Uma novidade deste jogo é a barra especial que é preenchida aos poucos, à medida que o lutador dá golpes. Novos personagens foram adicionados, como o protagonista de Assassin’s Creed II e mais dois novatos. Com gráficos fantásticos e cenários deslumbrantes, seu modo história dura cerca de três horas com roteiro fraco e com batalhas sem muitas opções de personagens jogáveis. Soul Calibur V teve muitas melhoras, mas sua receita continua a mesma: mais lutadores, mais golpes e cenários fantásticos. A diversão é bem aceita, mesmo com enredo fraco. Gráfico: 9,0 Jogabilidade: 9,0 Som: 8,0 Enredo: 6,0 Diversão: 8,5 Por Ricardo Thomaz. 42


Assassin’s Creed: Revelations Ubisoft PS3 / XBOX360 / PC Lançado, em novembro de 2011, Assassin’s Creed: Revelations – confundido com o Assassin’s Creed 3 – é o mais novo jogo da série de sucesso da Ubisoft. Os gráficos estão obviamente geniais, e a jogabilidade tão boa quanto antes, sofrendo vários acréscimos com novos itens e possibilidades, como a garra de águia, que permite ao jogador novos movimentos, e a possibilidade de criar diversos tipos de bombas combinando materiais. O forte do jogo se passa no enredo, onde Ézio irá fechar sua parte na saga, nas ruas da famosa Constantinopla. Simplesmente imperdível. Gráfico: 9,0 Jogabilidade: 9,0 Som: 9,0 Enredo: 9,0 Diversão: 10 Por Yuri Azaghal.

Fifa Soccer 12 EA Sports / FIFA PS3 / XBOX360 / PC Não tem nem o que falar de uma das mais antigas franquias de jogos de futebol que se sabe. O Fifa Soccer sempre foi um jogo que apostou muito em tecnologia diferenciada. Com a atual tecnologia, nem tem como não elegê-lo, em minha humilde opinião, o melhor jogo de futebol no mercado. É um jogo simplesmente incrível, com jogabilidade e gráficos estonteantes, uma trilha sonora boa, movimentação em campo dos jogadores beirando o realismo. Com certeza, Fifa Soccer 2012 é o melhor jogo de futebol no mercado atualmente. Gráfico: 10 Jogabilidade: 10 Som: 9,0 Enredo: --Diversão: 10 Por Augusto Hunter.

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LIKE A MÖSS Salve, meninas headbangers de todo o Brasil! Sempre pensando na inovação, meu querido chefe Pedro Humangous decidiu que era hora de a revista dedicar um espaço para nós, as mulheres! O nome da coluna é um trocadilho com o meu sobrenome que meu grande amigo Guilherme Sevens, da banda Painside, criou. A proposta da Like A Moss é abordar o cotidiano das mulheres headbangers na moda, make, unhas e cabelos. Dito isso, vou começar falando de uma coisa que eu venho notando ao longo dos anos frequentando a cena do metal que é a galera que se veste mal. Ser metaleira não é ser vulgar, não é pintar os olhos como se tivesse no filme “Rambo” ou se maquiar para roubar o posto da Valéria no Zorra Total. Lembrem-se sempre disso e no resto eu vou ajudando vocês por aqui com algumas dicas! Vamos falar de make? No Youtube existem vários tutoriais interessantes e práticos sobre maquiagem que você consegue fazer em 10 minutos! No Facebook existem vários grupos de maquiagem e as meninas trocam dicas, produtos, vale a pena conferir! Não podemos desprezar o fato que moramos num país tropical, não tem como não suar. A solução para isso é bem simples: avaliem o local antes, é coberto, é aberto? Isso é fundamental na hora de escolher a maquiagem. Não é bonito ficar com a maquiagem borrada, o lápis de olho ou o rímel escorrendo. Dica: Escolham bases sem óleo (oil free) e cuidado na hora de passar o blush! O que eu mais vejo por aí são bochechas rosa demais e bases muito mais claras que o tom da sua pele deixando aquela aparência de fantasma! Na hora de se maquiar, procurem um espelho com uma luz forte que vocês consigam se ver de todos os ângulos com clareza.

Vamos falar de moda? Qual de vocês nunca disse “Não tenho roupa, não sei com qual roupa eu vou!” Calma! Dica certa para qualquer balada ou show são as calças de lycra que podem ser brilhosas ou as foscas, que vocês podem mesclar tanto com blusas mais soltinhas – fazendo um estilo despojado – ou com os corsets, para dar aquele visual mais sexy. A 44

vantagem das calças de lycra é que elas podem ser usadas com tênis rasteirinhos, botas (coturnos ou bota de montaria), sandálias de salto e até mesmo molecas. Falando em corsets, fica a minha dica: meninas que têm mais busto usem os corsets underbust, além de ficar lindo, modela melhor o corpo e não fica algo vulgar. Já as meninas com pouco busto – que é o meu caso –, podem usar tanto o overbust quanto o underbust, lembrando que se forem usar o overbust, optem pelos que têm fecho na frente e amarram atrás. Geralmente, os que são inteiros e não


mas lembrem-se: a intenção é deixar um visual mais moderno, mais fashion. Há uma linha tênue entre o coletinho old school e o coletinho dos dias de hoje. E o dia a dia? Grande parte de vocês, assim como eu, deve trabalhar em um local que não tem nada a ver com o Rock. Dependendo do local, dá para mesclar muitos itens do nosso guarda-roupa com as detestáveis roupas sociais. Nas grandes lojas de departamento, você encontra várias blusas interessantes e que podem ser peças coringas. Vale a pena perder uma manhã de sábado escolhendo com calma, provando e tentando ver o que melhor se adapta ao seu cotidiano.

têm a cordinha para apertar ficam frouxos e perdem o propósito, que é modelar o corpo. Para vocês que compram essas peças pela internet, acho válido lembrar dessas dicas na hora de escolher! Ainda falando de moda, uma peça que tenho visto bastante é o colete jeans. Claro que antes de sair por aí comprando qualquer coletinho, sugiro que vocês deem uma customizada. E como fazer isso? Qualquer armarinho, loja de bijuterias vocês vão encontrar peças e ideias para compor o seu estilo. Podem ser as conhecidas taxinhas, talvez algumas spikes e um pouco de brilho,

Meninas, espero que vocês tenham curtido a estreia da coluna e aguardo o feedback, hein?! Vocês podem me encontrar em todas as redes sociais da Hell Divine. Fiquem à vontade para me adicionar e trocar dicas de modas. Grande beijo e Stay Beautiful o/

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covering sickness Em nossa oitava edição, nós não paramos de descobrir novos talentos, e não apenas no ramo da música. Mantemos essa sessão com orgulho, pois por meio dela podemos fazer nossa parte para que o Brasil (e o resto do mundo também) conheça novos talentos voltados para o design. E nessa edição, temos o prazer de mostrar a arte do grande Caio Caldas. Confira a entrevista a seguir. HELL DIVINE: Saudações! É um prazer falar com você! Faça aqui uma pequena trajetória de sua carreira. O que o levou a essa paixão pela arte e pelo design (especialmente o design para o metal)? Caio Caldas: Primeiramente, é um enorme prazer poder dar essa entrevista para a Hell Divine, revista digital que tem crescido a cada edição e com a qual venho dividindo uma boa parceria! Desde muito pequeno fui apresentado à música por meus pais, especialmente ao rock, e após um tempo ouvindo um pouco de tudo, passei a me concentrar mais no Metal/Heavy. A cada dia era apresentado a uma nova banda, o que me fez querer entrar no ramo da música, de alguma forma. Comecei com o interesse de ser músico, chegando a tocar alguns instrumentos, como teclado, guitarra e baixo, durante um bom tempo. Naturalmente, isso já fez com que me aproximasse mais de músicos, bandas iniciantes e undergrounds. Desde que comecei a me interessar pelo Rock/Metal, o que me chamava muito a atenção para descobrir bandas novas eram as capas dos álbuns e a beleza de suas artes. Sempre gostei de manter a relação entre a arte do álbum e seu conteúdo musical. Assim, decidi entrar para esse ramo da arte na música, no rock, não mais somente como músico, mas agora sim como artista gráfico, fortalecendo um pouco o que poderia estar ficando para trás com o tempo. Sem cursos ou ajuda profissional, comecei esse interesse por Artes Gráficas e o uso de softwares da área de Design Gráfico. Rapidamente, me identifiquei com o software Adobe Photoshop e me aprofundei mais, a cada dia, em novas técnicas e novas referências de Arte Digital. Hoje sou um designer treinado e autorizado pela Adobe e estou me formando em uma faculdade italiana de Design Gráfico, IED - Istituto Europeo di Design. Em 2009, surgiu a ideia de juntar minhas duas paixões: a música e a arte. Nesse ano, nasceu a minha primeira e atual marca de Design Gráfico chamada “CadiesArt - Digital ArtWork”. Depois de algum tempo e muita dedicação, a marca logo começou a ser reconhecida internacionalmente por bandas novas e undergrounds. Assim, minhas primeiras artes começaram a ser vendidas, por incrível que pareça, para fora do Brasil. 46

HELL DIVINE: Dentre os trabalhos que você fez, cite aqui um ou mais trabalhos que te deixaram especialmente orgulhoso. O que fazem esses trabalhos tão especiais para você? Caio Caldas: Não sou um designer de grandes bandas, pelo menos não ainda (risos) e um dos trabalhos que me deixou mais orgulhoso recentemente foi um trabalho feito para o Paul Dianno, um novo layout para seu MySpace profile (que é um dos serviços que a CadiesArt oferece, além da criação de capas), o qual o Dianno ainda utiliza para anunciar novas turnês e trabalhos. Porém, não tinha layout algum, nem fotos, não tinha nada no perfil, apenas postagens. Fui procurado por ele para dar vida a seu perfil e torná-lo interativo, completo, mais interessante e chamativo para promovê-lo melhor; enfim, dar uma nova imagem ao trabalho dele. A Doro Pesch também foi uma grande cliente para quem tive a oportunidade de poder fazer o MySpace da banda. Um trabalho também importante pra mim, sendo muito fã dela e tido a oportunidade de ser convidado pessoalmente por ela para seu show no Brasil como convidado da banda. Mas trabalhar com o Paul Dianno foi realmente muito especial para mim como designer e, especialmente, como um fã doente pela historia do Iron Maiden e um grande fã de quem, para mim, continua sendo um dos melhores vocalistas da História do Heavy Metal. Outro trabalho que me deixou bem orgulhoso com o resultado final foi um dos meus primeiros clientes internacionais, bem no começo da CadiesArt, em 2009. Trata-se de uma banda norueguesa de


metal industrial chamada Dominanz. O trabalho realizado foi seu primeiro álbum “As I Shine”, sendo que a capa foi minha segunda arte produzida e a primeira a ser vendida pela CadiesArt. A produção do álbum ficou impecável, me tornei um grande fã da banda, particularmente. Desde então, continuo fazendo trabalhos com eles, inclusive já estou trabalhando em seu novo EP e Álbum para 2012/2013. HELL DIVINE: Assim como muitos artistas eu suponho que deva existir um estilo de arte no qual você prefira se envolver o mínimo possível. Existe um ou mais tipos de artes do qual você não é exatamente um fã? Caio Caldas: Uma coisa que, às vezes, fica difícil para as bandas entenderem é o fato de eu não saber desenhar, produzir algo do zero com lápis e papel. Eu nunca me senti muito à vontade com desenhos a mão, não foi uma ferramenta em que encontrei tanta facilidade assim. Com isso, procuro evitar trabalhos que envolvam qualquer tipo de ilustração tradicional feita à mão. Tenho mais facilidade em criar direto por meio de softwares vetoriais, inclusive logos. Minha área é Arte Digital. Todas as minhas artes são 100% digitais, com técnicas de fotomontagem, tratamento de imagens e recursos digitais, com o uso do Photoshop, principalmente. No caso da fotomontagem, ela consiste na fusão de diversas imagens, fotos e ilustrações que, quando unidas, criam uma única cena e seu resultado final pode ser uma cena realista, uma cena de fantasia, uma arte surrealista ou abstrata. HELL DIVINE: Levando em consideração o seu talento como artista e designer, você já pensou em se voltar para o ramo de body art e tatuagens? Caio Caldas: É até engraçada essa pergunta, porque muita gente (familiares e amigos), me pedem desenhos para tatuagens e confesso que é meio chato dizer que não posso ou não sei fazer. Mas infelizmente, como disse anteriormente, não sou um grande fã de desenho manual e ilustrações. Por não ter facilidade com suas ferramentas e não saber muito sobre técnicas de ilustração também (risos). Porém, gosto muito, conheço e admiro muitos artistas da área, grandes tatuadores e ilustradores, tenho muitos amigos que são dessa área, porém ainda não é um estilo de arte que eu gostaria de me envolver no momento.

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HELL DIVINE: Seria interessante saber que fontes são responsáveis por inspirar sua criatividade na hora de criar alguma arte. Fale-nos de alguns fatores que te servem como inspiração. Caio Caldas: Eu comecei minha própria marca com um objetivo em mente: “Eu vou criar artes para capas de CDs e ponto”. Somente após algum tempo tendo essa relação com as capas dos álbuns que eu comprava, comecei a procurar saber quais seriam os artistas por trás delas. A partir daí comecei a encontrar algumas referências de arte para mim e minha marca. Um dos principais artistas que sempre gostei desde pequeno quando comecei a conhecer o Heavy Metal e que me influenciou muito a entrar nesse meio das artes para bandas, foi o grande ilustrador Derek Riggs, criador de um dos mais famosos, senão o maior, mascotes da história do Heavy Metal: Eddie/Iron Maiden. Esse cara ilustrou para mim as melhores e mais incríveis capas de disco que já vi. É difícil até descrever suas capas pela quantidade de detalhes encontrados ou mesmo escondidas nelas, principalmente as desenhadas para o Iron Maiden na época. O meu símbolo, que utilizo como marca e assinatura da CadiesArt, foi totalmente inspirado nele, que também possuía um símbolo como assinatura misteriosa em suas capas. Mas a criação do meu símbolo foi algo mais conceitual tendo como inspiração Leonardo DaVinci também, mas a ideia partiu do Riggs e seus “segredos” em suas ilustrações. Ele é um artista que me inspira pela sua carreira e história, mas não diria que é um artista que inspira diretamente minhas artes digitais. Eu sou uma pessoa que não fica um dia sequer sem procurar uma referência digital nova, um trabalho novo, conhecer novos artistas da minha área. Não conseguiria citar nomes agora por ter uma lista de referências bem variada. Que eu me lembre, as capas que me chamaram mais atenção esse ano foram a do novo álbum do Nightwish, “Imaginarium”, e do novo álbum do Epica, “Requiem for the Indifferent”. São estilos de arte que gosto de ver, bem desenvolvidas, detalhadas e conceituais. Nada muito abstrato como alguns dos trabalhos do grande Gustavo Sazes que foi uma das minhas primeiras referências de arte digital aqui no Brasil. HELL DIVINE: Como um grande profissional em sua área, que dicas você pode ceder aqui aos aspirantes a designers? Compartilhe aqui um pouco de sua experiência com seus “discípulos”. Caio Caldas: Cara, acredito que a maior parte do meu tempo envolvido na criação de uma arte é dedicada à pesquisa de imagens, a partir de stocks grátis ou pagos, sempre com alta resolução e sempre respeitando seus devidos direitos autorais. Nesse processo de idealização do trabalho também procuro buscar referências artísticas, antes de começar a produzi-lo. Cumprida essa etapa, inicio a aplicação das técnicas digitais. Procuro sempre aprender novas técnicas que possam ser utilizadas em futuros trabalhos. Resumindo, Design é um processo que envolve pesquisa, dedicação, técnicas, tempo e, acima de tudo, conhecimento. Não pense que irá abrir o Photoshop hoje e ser um designer amanhã, não é bem assim que se constrói um artista. 48


HELL DIVINE: Quebrando um pouco o assunto sobre design, que bandas você anda ouvindo no momento? Ultimamente tem conhecido alguma banda que vale a pena citar? Caio Caldas: Eu curto muito Heavy Metal, Progressivo, Power, um pouco de Industrial e Hard/Classic Rock. No momento, diria que tenho escutado muito Led Zeppelin, KISS e Sabbath, nada muito Heavy (risos). Mas estou sempre procurando por bandas novas pelo MySpace, Facebook, procurando ouvir sons diferentes. E tem muita banda boa começando agora, que se realmente focar na música e no seu trabalho terá futuro. Dos meus clientes e lançamentos recentes acho que valeria a pena citar Degreed (Suécia), Until Dawn (Canadá), Dominanz (Noruega), Derision (Reino Unido), Escape Tonight (USA), Taxxi (Inglaterra), Hmennon (Brasil). Estilos bem variados. HELL DIVINE: Além da ocupação como designer, que outras atividades tomam o seu tempo? Cite aqui alguns de seus outros hobbies. Caio Caldas: Tocar guitarra já foi um hobby bem mais forte do que hoje. Tenho estado bem parado com música depois que comecei a entrar no ramo da arte. Gosto muito dos Rock Bars em São Paulo, adoro shows covers, é uma coisa que me diverte muito. Quase todo final de semana, não tendo que gastar de R$ 300 a R$ 1.000 para ouvir aquilo que gosto ao vivo. As principais bandas covers que acompanho em shows são a Children Of The Beast (Iron Maiden), Destroyer (KISS), Ozzmosis (Ozzy e Sabbath). Gosto de bandas que não somente sobem no palco e tocam covers, mas que se caracterizam e dão importância à imagem da banda, o que torna um show cover muito mais divertido e profissional. Sou mais um Maiden Maníaco, doente mesmo pela banda (risos). Meu principal hobby é colecionar itens do Iron Maiden, como discos de vinil, Action Figures, camisas, qualquer coisa que eu encontre que seja interessante, principalmente, pelo meu grande amigo Eddie! Acho que KISS e Maiden são as piores bandas para você se tornar um fã doente (risos), porque você vai morrer e falir comprando coisas dessas bandas e não vai sequer chegar perto de conhecer tudo que existe de produtos disponíveis sobre elas (risos). HELL DIVINE: Obrigado por compartilhar suas experiências e tempo conosco. Nós, da Hell Divine, desejamos a você uma longa e próspera carreira de sucessos. Continue assim! Caio Caldas: Bom, foi um prazer ter realizado essa entrevista com a parceira Hell Divine Magazine. Espero que tenha sido uma entrevista interessante e que tenha ajudado a conhecer um pouco mais sobre mim e minha marca. Acredito ter muito chão pela frente ainda (risos). Meus trabalhos atualizados podem ser encontrados no meu site oficial www.CADIESART.com e no meu mypsace.com/cadiesartwork. Visitem e confiram os serviços gráficos oferecidos para bandas e não hesitem em entrar em contato. Estarei ansioso para discutir seus projetos e ideias. The Art Of Caio Caldas Por Yuri Azaghal. 49




live shit CARNAMETAL Armazém do Café – Catanduva/SP 20/02/12 Por: Christiano K.O.D.A. Foto(s): Christiano K.O.D.A. al, reservava um dos festiUma noite calorosa, em pleno Carnav anduva, cidade conhecida vais de música mais extremos de Cat Tratava-se do Carnametal, – vejam só – como a Capital do Rock. seu último show da turnê que reuniu as bandas Aborted (em 46 e Red Front. Tudo brasileira), Desecrated Sphere, Project e, pela não vinda do Exconspirava a favor, mas provavelment uma turnê conjunta com humed ao país (os americanos fariam ductions, não retiraram o Aborted, mas segundo a Tumba Pro lico deixou a desejar em o visto para o Brasil a tempo), o púb que souberam valorizar quantidade. Triste. Sortudos foram os te, o Desecrated Sphere o festival e lá estiveram! Abrindo a noi movendo seu début “The conquistou o público já no início. Pro Retal técnico e perturbador. O vocalista Me th Dea um u nto ese apr to nte qui o Unmasking Reality”, perder tempo, tes entre uma e outra música, mas sem sen pre aos cia ade agr ico, pát sim rbi, nato Sga te no palco. Foi um set curto, mas bastan aria rad por va peja des to jun con o e te já anunciava a seguin Por questões stica do local não colaborasse muito. acú a a bor em , bom va esta som O intenso. ar seu show (teriam que de logística, o Aborted precisou antecip to logo depois) e ser a separtir para aeroporto de Ribeirão Pre gunda banda da noite. A expectativa entre os presentes aumentava a cada instante e assim que a introdução começou, todos os olhares estavam direcionados

para o palco. Quando o massacre teve início, parecia que os membros da banda tinham saído de jaulas e estavam fora de controle. Sem brincadeira, o conjunto agitou demais e a roda

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no meio do público, mesmo um pouco

tímida, abriu em diversos momentos. O no. Suas “bangeadas” eram tão violent as que foi difícil saber como o rapaz não teve nenhum problema de coluna ou no pescoço durante o show. E o baterista Ken Bedene impressionava com sua incrível habilidade e rapidez nas baquet as. Comentou-se que, na realidade, era uma máquina e não um humano que se escondia atrás dos tambores. O gru po belga (que conta com integrantes de outros países também) aproveitou para mostrar músicas de seu recém - lançado CD “Global Flatline”, o ma is brutal de sua discografia, e agradou bastante. O nível técnico do quinteto também chamou a atenção. Entretanto , terminaram a noite sem bis nem nada, o único “defeito” da impecável apresentação. Na sequência, foi a vez da revelação Project 46, grupo de Me talcore bastante elogiado pela crítica, soltar os cachorros em Catanduva. A banda executou canções de seu disco de estreia “Doa a quem Doer”, de 2011, e, mesmo tocando depois do Aborted, conseguiu entrete r os bangers presentes (que haviam diminuído àquela altura), agitando como se fosse o fim do mundo. As voc iferações de Caio Macbeserra e do baixista Rafa Yamada impuseram respeito e o grupo fez uma grande aprese ntação na noite. A energia do pessoal era enorme e o profissionalismo tão grande quanto. Fizeram bonito! Fechando a noite, os integrantes do Red Front foram intensos em seu set, mostrando seu Thrash Metal mo derno aos sobreviventes. O pessoal da banda adotou uma postura mais descontraída, com brincadeiras e piad as do vocalista, mas mantiveram a porradaria quando o assunto era tocar. Contudo, se havia trinta espectador es na frente do palco durante o massa cre, era muito. Uma pena, porque o grupo tem muita qualidade e merecia um prestíg io muito mais digno. No fim das contas, as bandas fizeram sua par te, todas com extrema competência. Já o restrito público foi test emunha de um excelente festival e, certamente, guardará a noi te na memória. Lamentável haver tão pouca gente em um evento desse calibre. De qualquer forma, parabéns pela atitude do senhor Edson “Carioca” Torres, responsável pela Apache Records, que produziu o Carnametal, e que fez essa noite maravilhosa aconte cer. Um recado para você, Carioca: não desista e mantenha a ban deira da Capital do Rock sempre erguida! vocalista Sven De Caluwé estava insa

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live shit MINDFLOW Boteco do Engenhão 4/3/12 Por: Rachel Möss Foto(s): Daniel Croce i no Rio de JaMais um domingo de Heavy Metal aqu rs! Dessa vez, o neiro para a alegria dos headbange Engenhão, casa local escolhido foi o Botequim do a norte do Rio. nova de eventos, localizada na zon is um evento As produtoras responsáveis por ma Rio e Fashion foram a Rio Metal Works, Rato no Tríade de Aço e, Produções, mais conhecidas como dline, os paulisdessa vez, trazendo uma banda hea erground catas do Mindflow e três bandas do und Innocence Lost rioca: a Empürios, Lost Forever e como convidadas. ao palco e deu Innocence Lost foi a primeira a subir tal progressivo, início aos shows. A banda de me ndo jus ao ia e precisão em cima do palco, faze ênc pet com ita mu u stro mo o, inin com vocal fem n Reason” e e fazem a divulgação do EP “Huma ent alm atu s Ele da. ban da ce spa My que ouvimos no conhecida no vez da banda Empürios, já bastante a foi co pal de a troc da ois Dep r! vale a pena conferi lado da Lost ê, em 2009, a “Live Chaos Tour” ao turn i min a um çou abe enc ive, lus circuito e que, inc também traz também de metal progressivo e que da, ban A cia. uên seq na ria nta ese Forever que se apr remamente ssivo diferenciado e composições ext gre pro um vez a um is ma u stro mo vocais femininos, o já conheço banda acabou sendo prejudicada. Com a e dou aju não som o e, ent lizm bem feitas. Infe não ter saído ey –, só tenho a lamentar pelo som rgr Eve e tos Ma ré And com ou toc a banda – que já o público que não deixou a peteca cair e sacudiu da ban a im, ass o sm me , ém Por como esperado. noite! A banda cantou junto e animou o início da previsão de está finalizando o álbum “Cyclins” com re desse ano. lançamento para o segundo semest a da última Ficamos no aguardo! Chegou a hor ever. A banda, banda antes do Mindflow, a Lost For u um renome que já tem anos de estrada e alcanço nd, trouxe um nacional dentro da cena undergrou e que pode ser progressivo muito bem trabalhado o “Rising”. Inconferido no recém-lançado álbum, judicada com felizmente, a banda também foi pre e o som que o som e não pode mostrar exatament , a banda não fazem. Mas assim como a Empurios

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deixou a peteca cair e levantou a galera com uma versão the “Eye of the Tiger”. Excelente banda, excelentes composições e eu recomendo fortemente que vocês conheçam o som dos caras! Finalmente, chegou o momento de o Mindflow subir ao palco. A banda abriu o show com a pesada “Corrupted” e, na sequência, mandaram a “Reset the Future” que tem um refrão contagiante. Vieram os acordes de “Shuffle Up and Deal” que faz parte do conceituado álbum “365” e depois a música “Breakthrough”, que tem um excelente videoclipe em estúdio e ao vivo nos EUA, na turnê que os caras fizeram com o UFO na divulgação do álbum “Destructive Device”. A banda muito simpática, animada e mostrando presença de palco até de sobra, não se acanhou com o calor e continuaram mandando um setlist matad or. Uma coisa que faço questão de compartilhar com vocês é o quão melhor os caras soam ao vivo. Se você gosta do que eles mostram nos álbuns de estúdio, surpreendam-se ao vivo. Neste último show senti muito mais energia, maturidade em cima do palco, segurança nas músicas e isso, para mim, refletem o talento e toda a dedicação que os caras têm. Vale destacar que o Danilo Herbert (vocais) teve um amadurecime nto muito nítido e conseguiu mesclar alguns efeitos de voz com a própria voz dando um peso e definit ivamente se diferenciando das demais. Não ficou artificial, não teve falsete, não teve enrolação, o cara canta muito ao vivo! Era hora de “Break me Out”, sucesso e hit da banda que sacudiu a galera que cantou junto. Então veio a “Thrust into this Game” que começa pesada no baixo, a galera curtiu bastante! “Walki ng Tall” e “With Bare Hands” compuseram a metade do show. Vieram duas que gosto muito, mais melódicas e envolventes, a “The Ride” e “Invisible Messages”. A banda fechou o set com a matadora “Destr uctive Device” e chamou ao palco alguns fãs para uma jam. Balanço muito positivo do show, uma banda muito surpreendente ao vivo e que se diferencia das demais pelo profissionalismo, inovação, criatividade e talento.

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live shit Within Temptation Circo Voador - RJ 12/1/12 Por: Rachel Möss Foto(s): Rachel Möss eventos na O Circo Voador, casa tradicional de a sediar um Lapa/RJ, foi o cenário escolhido par s, o Within dos shows mais aguardados em ano 2011, o álTemptation. A banda que lançou, em g” resolveu bum muito aclamado “The Unforgivin iocas. O álfinalmente dar as caras em terras car renciado dos bum, em minha opinião, é bem dife e daquele demais, pois foge das orquestrações deram às toque mais sinfônico que eles sempre mais voltado músicas. É um álbum mais direto, o, com riffs para o Metal. Temos músicas de pes vocal é bem marcantes, temos músicas em que o amos acosmais grave do que aquele ao qual est cia de disco tumados e posso até citar uma influên tudo ao vivo! e pop. Muita expectativa para ver isso estava abarrotado programado para o show e o Circo io iníc do es ant s uto min dez de ca Cheguei cer palco. O show rensa para aguardar a banda subir ao imp da a áre à gar che uir seg con cil de fãs. Foi difí tante impaciente, às 20h40, o que deixou o público bas iram sub só s ma , 20h as a par do estava marca mas mesmo assim sem desanimar. o e levou o pún (Short Movie)” toda exibida no telã ide Ma r the “Mo o intr a io iníc e tev Eis então que ao palco e eles Finalmente, Sharon e a banda subiram ”. ron Sha n, aro “Sh o and grit írio blico ao del que eu considero sequência, vieram as duas músicas na e, k” Dar the in ot “Sh com w abriram o sho músicas agitadas, the Night” e “Faster”. Depois de três of dle Mid the “In , um álb do tes gan mais empol ois a clássica “Ice com todos cantando juntos e logo dep a lind u fico que ” Ice and e “Fir ada v e i o a bal Queen”, dobradinha emocionante. a banda empolApesar do calor que estava no Circo, que não ficou gou bastante e agitou muito a galera ava linda, esbandevendo em animação. Sharon est vel. Para quem jando simpatia e com uma voz impecá ça no line up e o não sabe, eles tiveram uma mudan hum deles deixou que posso dizer? Tecnicamente, nen já acho que ficou nada a desejar; em questão de visual considero o New muito New Metal, muito pop! Não es ao metal gótico Metal ou o pop menores ou inferior

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inevitável não que eles estampavam antes, mas é comentar essa mudança. a empolgante Seguindo o show, eles começaram novo álbum e “Sinéad” que também faz parte do pria Sharon foi a hora em que todo mundo – a pró dancinhas. e inclusive eu –, arriscou algumas you Done” Veio, então, a conhecida “What Have e Heart of do muito bem sucedido álbum “Th aponto uma Everything”, de 2007, e é agora que é um dueto entre a Sharon falha em minha opinião. Essa música do ram um sample para tocar no lugar oca col eles w sho no e uto Cap th e o Kei são cinco integrantes va ver o Keith ao vivo com eles, mas era esp não eu que o clar é te, Gen Keith! melhor opção? Fica r o dueto? O sample era realmente a faze ia pod es del hum nen da, ban na homens minha dúvida no ar. som, mas foram reente, surgiram alguns problemas no lizm infe e, w sho do e tad me à os Chegam íssima “Iron” e todo normal. Começou, então, a empolgad ao tou vol o tud e nte me ida rap os solvid s” e “Memories” lindate execução! Depois tivemos “Angel elen exc o, and pul e do” ean ngu “ba mundo er of Fools”. Chegou o por “Where is the Edge” e “Deceiv as uid seg ron Sha por as tad can mente nte me emocionou a sica e linda “Mother Earth” que realme clás a w, sho do do era esp is ma nto mome volta? Iluminação refrão sendo cantando por todos a sua ele aqu em gin Ima or. red ao ros out muitos de arrepiar! A banda ao fundo palco perfeitas, foi realmente o telã no do san pas s gen ima as a, perfeit ia pedir bis. e acenando para o público que só sab ito mu do cen ade agr iu, ped des de então a a alegria geral dos a banda subiu ao palco novamente par ois dep s uto min s, ido ped aos ndo Atende of Everything”. Para row”, sucesso do álbum “The Heart Sor of nd “Ha hit o o and toc m tara vol fãs e te show, veio a “Stairway to fechar com grandiosidade o excelen u o novo line up e se despethe Skies” na qual Sharon apresento diu com muito carinho do público. a pena ver. Banda animada, Sem dúvidas, é um show que vale execução das músicas, esnitidamente satisfeita e perfeita na banjando simpatia!

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live shit Painside & Soulfly Circo Voador/RJ 26/02/12 Por: Rachel Möss Foto(s): Daniel Croce

Carnaval no Rio. Domingo, logo após a maratona do de rua, o Soulfly era Para quem não morreu nos blocos no Rio de destino certo. A banda que nunca veio w marsho Janeiro se apresentar, prometia um s do Sepulcante com grandes clássicos e música w histórico tura. O Circo Voador sediou esse sho os portões. e, pouco depois das 20h, abriram-se a foi a PainA banda convidada para a abertur rk World Burside que lançou, em 2010, o “Da . A banda que den”, aclamado pela mídia e público tou o público trouxe um Heavy Metal moderno agi s do setlist. que cantou junto algumas música bem direto ao Show curto (de quase 30 minutos), , contagiante e ponto, mostrando um som pesado farão parte do trazendo duas músicas inéditas que de lançamento. O próximo álbum ainda sem data oficial ito aplaudida! Quinteto às novas músicas e a banda saiu mu bem ito mu deu pon res te sen pre público dos! carioca muito promissor, fiquem liga ficou ansioso pela entrada Hora de troca de palco, e o público que Max afirmou que do Soulfly. No backstage, o horário foi. A banda, que conta entraria no palco era às 22h e assim pos no baixo e Zyon com Marc Rizzo na guitarra, Tony Cam e já abriu o setlist com a Cavalera na bateria, subiu ao palco sair do chão cantando “Rise of the Fallen” fazendo a galera “Prophecy” (que conta junto! Na sequência veio a matadora is the Prophecy!” (tem com um refrão contagiante), “This w Millenium Tribal War”, um final que parece um ritual) e “Ne x já começava a incitar o que foi entoado pela galera toda! Ma tempos não via uma roda público a abrir a roda! Dúvidas? Há entar que nesse show em tão “violenta” como aquela. Vale com proporção de homens para particular era nitidamente maior a rodas – só pra constar mulheres. Não me atrevi a entrar nas (risos)! Cavalera teve uma paralisia Como vocês devem saber, o Max o fez cancelar ou adiar os facial no meio da turnê, mas isso não a de imprensa que “só estava shows. O cara afirmou em uma coletiv show menos agitado por alegria dos fãs. Quem esperava um a par , nda age a ria nte ma que pessoas e ” mais feio a colocou o Rio abaixo! Cerca de 500 car o que por eu, end pre sur se ma conta de seu proble tar aliviar a galera. Ponto nde que o Max jogava água para ten gra tão r calo um ava est e a cas a esist/Terrilotaram posso colocar assim) da “Refuse/R (se ha” din bra “do a foi w sho do o alto que eu destac

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tory” dos bons e velhos tempos que não voltam mais, quando ele estava à frente do Sep ultura. Fui pesquisar e, em 1996, no mesmo Circo Voador , o Sepultura tocou essas músicas. Foi preciso esperar 12 anos para eu ouvir isso de novo e, com certeza, muitos outros presentes. Deixando um pouquinho de lado o Sepultura, eles tocaram duas músicas do álbum de estreia do Soulfly, a “Tribe” e “No Hope = No Fear”, mas o Max voltou no tempo e aí eu fui ao delírio. Aliás, não só eu, mas o Circo Voador todo na sequência matando a pau : “Troops of Doom”; “Morbid Visions”; “Arise” e um me dley da “Inner Self/Dead Embryonic Cells”. Essa sequência levou a galera à loucura, que subiu no palco e deu mosh, abr iram rodas enormes e a “porrada” comeu solta! Como bom pai orgulhoso de três filhos talentosos, Richie, Igor e, inclusive, do baterista atual do Soulfly Zyon Cavalera, Max resolveu chamar a família toda para fazer uma Jam no palco, cantando com ele a nov a música “Revengeance” que vai sair no próximo álb um do Soulfly. À primeira vista, os garotos causaram uma interrogação na galera, pois têm um visual que beira o emo/alternativo. Agora, ao primeiro berro do Richie, a coisa ficou séria e os garotos honraram o sobrenome fazendo bonito no palco com direito a mosh do Igor na galera! O show foi chegando ao fim e veio a esperada “Roots Bloody Roots”, seguida da poderosa “Jumpdafuckup” que integra o segundo álbum da banda e “Eye for an Eye”, da carreira solo do Max. O show terminou e a banda se despediu do púb lico rapidamente, mas antes Zyon deu um mosh no púb lico para lavar a alma! Soulfly mostrou para que veio e, sem dúvidas, foi um dos melhores shows que já pas saram aqui pelo Rio.

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live shit “NAMM” 2012 Anaheim, Califórnia, USA 19 a 22/01/2012 Por: Gus Conde Foto(s): Gus Conde

música Na edição deste ano da maior feira de parou dos Estados Unidos, a HELL DIVINE pre leitores. uma novidade exclusiva para nossos banda Gus Conde, baterista brasileiro da dente americana ODUM, é o nosso correspon de , que foi realizado especial e conta tudo sobre o evento m (Califórnia). 19 a 22 de janeiro, na cidade de Anahei quatro dias oficiais da NAMM Bem-vindo à NAMM Show! Durante os nts), o Anaheim Convention Cen(National Association of Music Mercha neyland Resort, vira um verdater, que está localizado em frente ao Dis centro de convenções, mas toda deiro “mar de músicos”. Não apenas o total descontração. a área ao redor transmite um clima de músicos, expositores, jornalistas, Além de muitos rockstars – só entram ramos na feira todos os últimos produtores ou convidados VIP –, encont ita coisa que ainda não está dislançamentos do mercado, inclusive mu cado está recheado de novidades ponível ao público consumidor. O mer o agora vem com entrada USB ou tecnológicas e é possível notar que tud one, por exemplo. então é compatível com iPhone e smartph a repredando dicas de bateria e percussão par sion cus Per Axis ca mar da nde esta no E eu, que me apresentei o por alguns dos lá! O Brasil foi (muito bem) representad por inho soz va esta não res, ado ocin sentar meus patr inato (Jeff Scott Soto, ster (do Hangar, ex-Angra) e Edu Com Prie iles Aqu o com de lida atua da ras maiores bate Remove Silence e ex-Tempestt). hotéis da região. as festas que acontecem nos lobbies dos mas si, em a feir a seja não a feir da Talvez o melhor 60


É possível ver nomes consagrados com o o guitarrista Steve Vai e o baterista Terr y Bozzio tocando num hall, tudo isso sem custo algum. Existem, também, as festas fechadas das empresas. Este ano , a marca de guitarras Dean promoveu um grande espetáculo com Testament, Jackyl, Seether, Filter, entre outras atra ções. Vale destacar o fácil acesso aos músicos famosos, todos parecem ter um a atitude bem diferente do que se vê no Brasil, onde artistas com um mínimo de reconhecimento se acham grandes estrelas e acabam menosprezando seu s fãs. Los Angeles sempre vira o centro das atenções uma semana antes do início da NAMM, com sho ws espalhados por diversas casas noturnas, onde voc ê pode dar a sorte de se deparar com as maiores estrelas da música tocando num bar para 100 pessoas. A festa par ece não ter fim... E culturalmente prossegue por mais um a semana, mesmo após o encerramento da NAMM. Mais informações no site oficial Namm.o rg.

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live shit de de São Em um fim de semana de carnaval a cida foram passar Paulo ficou vazia, pois muitas pessoas soas que esesses dias de folga no litoral. Já as pes boa música a tavam na capital e que gostam de um em terras puderam conferir a primeira passagem de Death brasileiras de uma das melhores bandas de seu mais Metal da atualidade. Com o lançamento Records) a novo álbum “Global Flatline” (Shinigami especialia míd banda recebeu grandes elogios pela da banda. izada, sendo já o melhor álbum da carreira s grandes e Antes tive o prazer de conhecer dua ional, a Despromissoras da nova safra do metal nac r paulista) ecrated Sphere de Mogi-Guaçu (interio s do seu deque fez um bom show tocando música ano passado. but “The Unmasking Reality” lançado profissionE a banda Anarkhon, que mostrou um de muita al Met alismo imenso tocando um Death encia do Canqualidade e técnica tendo grande influ hece ou não nibal Corpse. Para quem ainda não con o material ar conhecia, como eu, vale e muito procur dessa banda que tem muito potencial. as por todos Uma das apresentações mais esperad ano passado era a dos cariocas do Unearthly que no , e a banda ao vivo não des críticas no Brasil e ao redor do mundo boa do ben rece ” Dei um gell “Fra s do seu mais aram lanç emoth, a banda entrou detonando música Beh o e tant bas ndo bra lem al visu um cepcionou. Com 2009. bom “The Age Of Chaos”, lançado em novo lançamento passando também pelo u um pouco, mas ainda s aguardado da noite o público aumento mai to men mo do o xim pró s mai m, a banda do Chegan um set bastante voltado para o novo álbu Com as. belg dos ão ntaç ese apr a a par stas o não era o esperad s em sua execução, pois um dos guitarri inha blem pro ns algu ram tive l qua no ” of Disease”, “Coroentrou com “Global Flatline uintes como a maravilhosa “The Origin seg s sica mú mas algu de fora u fico da). Bem e passou mal das melhores músicas da carreira da ban a (um ” tion gina Inva lous ticu “Me e ” nary Reconstruction rnate” e a partir desse momento pareInca ust oca Hol e “Th ndo cuta exe ou volt purgation Euphomelhor o guitarrista da banda o e energia. “From a Tepid Whiff” e “Ex pes s mai com o palc no da ban ra stria. out ceu ter entrado ras do novo álbum executadas com mae out m fora da) ban da eira carr da iada ria” (música mais cadenc no Brasil, e dele veio uma atoir”, álbum mais aclamado da banda Abb haic Arc e “Th do s sica mú vam stated Rabidity”. Mas falta reading on Vermillion Deception” e “Ge “Th , ing” kon Rec ad “De com ra ado trinca mat po tocando músiPara fechar, fizeram uma volta no tem and The Carnage cas do primeiro álbum, como “The Saw a o bis aconteceu Done” e “Nailed Through Her Cunt”. Par teve problemas algo bastante engraçado, como a banda eçaram a tocar no começo do show eles voltaram e com e completo; mas mais uma vez “Global Flatine” com o tim u! Na metade da para quem acha que deu tudo certo, erro guitarristas. Mesmúsica quebram as cordas de um dos feita pelo Aborted mo assim foi uma grande apresentação do evento. Parae pelas outras bandas que participaram trazer bandas de béns a todos e a Tumba Produções por qualidade ao território nacional.

ABORTED Hangar 110 - São Paulo-SP 18/02/2012 Por: Luiz Ribeiro Foto(s): Pedro Leandro

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live shit Eluveitie Estúdio Emme – São Paulo/SP 20/01/2012 Texto: Luiz Ribeiro Foto(s): Luiz Ribeiro em São Paulo já começa Chegou 2012 e a maratona de shows do Eluveitie que, pela sede forma espetacular com os suíços numa turnê sul-amerigunda vez em terras brasileiras, vem tulado Helvetios. Após cana divulgar seu mais novo álbum inti eço do show, a platéia uma significativa demora para o com deixado de lado por estava impaciente, mas isso logo foi uida de Everything Retodos ao ouvir a intro Otherworld, seg so álbum homônimo lançado mains (As It Never Was) do maravilho foram executadas ao longo da noite m álbu se des s sica mú itas mu s Alia em 2010. músicas da m Come Undone uma das melhores como a música seguinte Nil, Kingdo a breve ção do folk com o Death melódico. Um jun a bem ndo stra mo da ban da a reir car Calling Glanzmann anuncia a próxima música pausa e o carismático vocalista Chrigel sileibra as terr aram muito mais conhecidos em The Rain do Slania, álbum que os torn que foi old, um dos grandes hits da banda ndf usa Tho fora de r fica eria pod ras. Não o álbum . Antes de anunciar as músicas do nov cantado por todos do Estudio Emme m que tere desculpas por ann pede a serem executadas Chrigel Glanzm pro ble min ha um por w sho do ist setl o co pou mudar um ente na voz de Anna Murphy e que infelizm outro não tocariam A Rose of Epona. Por uta, stit lado colocaram Havoc como sub os e uma das melhores músicas de Helveti tam que junto tocaram Meet The Enemy r You bém foi muito aclamada.Dominion e s nto me mo m Gaulish War também fora anfoi marcantes, mas o ápice da noite ou unciada a já clássica Inis Mona q fech A . fica gní ma a apresentação de forma ssa banda estava com um pouco de pre ia pois em seguida a banda já embarcar ako ern para o México e foi com Teg que a banda voltou para o pequeno bis. Ao final do show dos suíços uma ótima notícia para os fãs de Folk Metal foi anunciada. Em maio teríamos o prazer de ver o Arkona e em junho o divertidíssimos do Korpiklaani. Parabéns a CP Management pelo o show realizado e continuar apoiando Folk em São Paulo.

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insanidade metal Os “vilões” do rock (Parte 2) Esse mês, continuamos a falar sob re os músicos que, ao substituírem gra ícones do Metal, acabaram se ndes mal e carregando um estigma rui dando m junto aos fãs desses artistas, que nã o os aceitaram.

Ace, Vinnie logo começou a despontar com sua banda solo, Vinnie Vincent Invasion. No entanto, apesar das boas vendas, tomou uma rasteira da gravadora, que preferiu investir na figura do vocalista Mark Slaughter e propôs que esse formasse junto ao baixista Dana Strum a banda Slaughter, que fez grande sucesso. Com isso, Vinnie Vincent foi escorregando para o esquecimento, tendo daí para frente seu nome associado somente com boatos sobre sua sexualidade, escândalos e processos. Recentemente, relançou algumas versões de sua guitarra “Double V”. Eric Singer – Entrou na banda após a morte de Eric Carr e mostrou um trabalho excelente no ótimo “Revenge” (consta que algumas das faixas foram gravadas por Kevin Valentine, um músico de estúdio). Eric rapidamente se tornou admirado pelos fãs, mas teve sua credibilidade junto aos fãs abalada quando aceitou personificar o personagem de Peter Criss quando este foi demitido da banda (por duas vezes). Mas como é um músico excepcional e um cara bem franco, sua atitude aos poucos o foi redimindo aos olhos da maioria.

Kiss Alguns integrantes que entraram substituindo membros originais foram bem ace itos, como Eric Carr e Bruce Kullick. Existe o caso de Mark St John, que só participou da gravaç ão do disco Animalize e foi substituído, caindo no esquecimento. Mas existem os integrantes que geraram controvérsia e não foram tão bem aceitos pelos fãs... Vinnie Vincent – Apesar de ter con tribuíd alguns dos maiores hits da banda com o com o “I Love It Loud” e “Lick It Up” (cujo disco homônimo contou com sua participação com o coautor em quase todas as músicas), Vin nie foi tirado da banda por conta de sua person alidade difícil e sua rebeldia em relação a seus chefes (Paul Stanley e Gene Simmons). Apesar de questionado por alguns fãs do Kiss por mudar os solos de

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Tommy Thayer – Tommy está junto com a banda desde o final dos anos 80, ajudando a compor, dirigindo vídeos, atuando como guitar coach de Ace Frehley na época da reunion, e finalmente assumindo seu posto como guitarrista e seu personagem, Spaceman. Os fãs se revoltaram quando o viram caracterizado como o personagem, e ainda hoje é visto apenas como um cover oficial do guitarrista, já que sua performance se limita a reproduzir fielmente as partes do Spaceman original.

Ripper Owens Tim “Ripper” Owens se tornou conhecido quando substituiu Rob Halford no Judas Priest. Sua história até


serviu como ponto de partida para o roteiro do filme Rockstar. Com o Judas impressionou logo de cara com o excelente e pesadíssimo “Jugulator”. Logo após, a banda soltou o ótimo “Live Meltdown”, mostrando sua performance irrepreensível dos clássicos da banda. No entanto, o disco seguinte, o subestimado “Demolition”, trouxe alguns elementos de modernidade que os fãs repeliram, o que acabou gerando uma corrente pela volta de Rob Halford. Com Ripper o Judas ainda lançou o DVD “Live in London”. Assim que se viu fora do Judas, Ripper aceitou o convite do guitarrista Jon Schaffer para substituir Matt Barlow no Iced Earth, e aí o caldo começou a entornar... Matt tem um registro muito diferente de Ripper, que não foi bem aceito pela base de fãs da banda e, após dois discos, foi dispensado por e-mail por Schaffer, que trouxe Barlow de volta para aplacar o clamor dos fãs. No entanto, nem Barlow conseguiu salvar o fraco “The Crucible of Man”. Barlow acabou saindo novamente da banda, sendo substituído dessa vez por Stu Block, com um registro de voz mais parecido com o seu. Após o fiasco com o Iced Earth, Ripper gravou um disco com o projeto Beyond Fear e um disco solo com participação de diversos astros do mundo do metal, mas ambos os álbuns obtiveram pouca repercussão. Gravou, também, dois discos com Yngwie Malmsteen, que passaram despercebidos. Ripper, então, integrou o projeto Hail!, um supergrupo que já contou com os serviços de músicos como David Ellefson, Andreas Kisser e Mike Portnoy, que tem como objetivo tocar clássicos do estilo. Com o falecimento de Ronnie James Dio, Ripper passou a integrar o projeto Dio Disciples, que conta com alguns ex-integrantes da banda do mesmo. Ripper, apesar de ser referido por gente como KK Downing como um vocalista world class (algo como a expressão “de nível internacional”), acabou sendo visto como um eterno substituto e tendo seu trabalho menosprezado por grande parte do público, infelizmente.

Tony Martin O Black Sabbath é outra daquelas bandas que tiveram diversas formações ao longo da carreira e, apesar das mudanças, sempre apresentou trabalhos de extremo bom gosto, cortesia do talento de compositor de Tony Iommi, único integrante a participar de todas as formações e, de certa forma, “dono” do Sabbath. Tony Martin entrou na banda após a passagem de vocalistas como Ozzy, Dio, Ian Gillan e Glenn Hughes. O disco “Eternal Idol” era para ter o falecido vocalista Ray Gillen à frente dos microfones, o disco já estava pronto para ser lançado quando Gillen aceitou o convite para integrar o Badlands de Jake E Lee, que tinha acabado de sair da banda de Ozzy. Como lançar um disco com um vocalista que já tinha saído chegava já ao ponto do ridículo, Tony Martin foi recrutado, e fez um ótimo trabalho. Com o disco seguinte, Iommi resolveu fazer uma formação com músicos mais renomados e lançou o ótimo “Headless Cross”, com Cozy Powell na bateria e Neil Murray no baixo. Essa formação ainda lançou o elogiado “TYR” e “Cross Purposes”, e a voz de Martin começou a apresentar sinais de cansaço. Dizem os rumores que Iommi não gostava muito da performance de Martin (o que é justificável, a julgar pelo vídeo da turnê do “Cross Purposes”), e no início dos anos 90 acabou aceitando fazer uma reunião com Dio. Para variar, a reunião acabou de forma controversa após a turnê do álbum “Dehumanizer” e Martin voltou para gravar o disco “Forbidden”, meio mal recebido. Após isso, sua participação no Sabbath terminou e acabou caindo um pouco no esquecimento; o vocalista já gravou diversos discos com pouca repercussão e em suas apresentações mais recentes começou uma onda de boatos que ele utilizava playback de voz em diversas partes de músicas ao vivo. Independente disso, sua participação na história do Sabbath é de respeito e merece uma conferida. Por Marcelo Val.

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upcoming storm The Shade Of Crow

Chaos Completion”. Embora a atenção voltada para essa banda seja, no momento, quase nula, uma análise de suas demos mostra um ótimo potencial – o que deve chamar a atenção de alguma gravadora logo. Mais informações disponíveis em: http://www.myspace.com/ synderworks Profanal

O projeto solitário do multi-instrumentista, produtor e compositor carioca Igor Goularth me surpreende pela qualidade das músicas inclusas nesse EP, “The Progression Of The Black Clouds”. Ele nos mostra uma veia Black Metal extremamente forte, com várias passagens mais Old School, sem perder característica ou mesmo sua originalidade. Todas as músicas têm passagens mais lentas, contrastantes com a velocidade do Black Metal – que é sempre um ponto forte do estilo –. Arriscaria dizer que possui uma forte influência Khod, Gehenna, Satyricon e Carpathian Forest, mas sempre com muita criatividade e competência. Mais informações disponíveis em: www. facebook.com/theshadeofcrow Metempsychosis

Dead White Raven

Continuando nas terras da antiga Itália, mas desta vez em Toscana, temos a Profanal, que é uma ótima banda de Death Metal com vocal feminino, formada em 2005. Sua primeira obra é uma demo intitulada apenas de “Demo 2007”, seguida por outra, em 2009, intitulada “Rotten Bodies”. Tendo como atual gravadora a Blasphemous Art Productions, a banda lançou, em 2011, dois Split Albums, o primeiro “Two Morbid Ways To Die”, com a banda Funeral Whore, e o segundo, “United In Death”, com a banda Obscure Infinity. Tendo como base a sonoridade e a temática Death Metal em sua forma mais tradicional, trata-se de uma ótima escolha para se conferir. Mais informações disponíveis em: http://www. myspace.com/profanal Profaner

Metempsychosis surgiu, em 2004, na cidade de Roma, por meio da união de Synder, responsável por todos os instrumentos, e Drizzt, que ficou a cargo dos vocais. A banda foca sua inspiração e ideologia na filosofia, reflexão e nos antigos mitos pagãos da Roma pré-cristã. A banda, no momento, continua sem uma gravadora e, infelizmente, não há lançamento deles desde 2007, sendo que, além da demo “Kosmokaotic Mantra Movement”, lançada em 2005, seu único trabalho é outra demo, também lançada de forma independente, intitulada “The

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uma banda de Thrash Metal do Canadá, formada em 2009, vinda das cinzas de outra banda com o nome de Nexus, formada em 2005. Apesar de sua “recente estreia”, o que já havia feito em Nexus possibilitou a então recém-formada Profaner uma ótima atenção inicial. Por meio do selo Northern Storm, o lançamento de “Sign Of Nines”, em junho de 2010, teve uma ótima aceitação. Pode não ser o que você, como fã de Thrash, espera, mas só de ouvir algo de Thrash que não seja (de novo) Slayer, Metallica, Megadeth ou Anthrax já vale a pena arriscar. Mais informações disponíveis em: http://www. myspace.com/profaner

Ignorando a incrivelmente óbvia similaridade entre nomes (e também a falta de criatividade e originalidade causada por nomes comuns e variantes), Profaner é

Muitas pessoas afirmam que o Black Metal está decaindo e Dead White Raven é uma das milhares de provas que essa afirmação não passa de um argumento tolo. Dead White Raven foi formada na Alemanha, por volta de 2007. A banda, com a intenção de conseguir um contrato com uma gravadora especializada lançou duas demos, uma em 2008, “Black Earth of Dead Bones”, e outra em 2011, “Dawn of the Plague Moon”. E funcionou, fazendo com o que o excelente Black Metal composto pelo quarteto garantisse um contrato com a Ancient Void Records. É uma prova também de que, quando um músico talentoso de metal se dedica ao seu trabalho (independente do gênero de metal), as coisas fluem naturalmente para ele. Ou, nas palavras de Goethe, “Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho e sobre ele lança toda a força de sua alma, todo o universo conspira a seu favor”. Não é preciso falar que eu recomendo, não é? Por Augusto Hunter & Yuri Azaghal.


momento wtf E o grande irmão deu mais uma vez um golpe mortal. Não se preocupem e não parem de respirar por indignação, pois não est ou falando do programa fútil para pessoas fút eis que se tornou o sucesso de uma famosa emissora de televisão desde a sua primeira mençã o. Refirome ao governo e muitos já sabem do que estou falando, não é mesmo? Depois do que aconteceu pouco tempo atrás, a garotada nunca mais vai tomar sopa ou empinar pipa sem se lembrar de uma recente manobra do FBI...

Antigamente isso era feito e não havi a problema algum, mas atualmente é a era da total alienação e depe ndência tecnológica e as pessoas não sabem mais sequer usar uma caneta, muito menos levantar do computador e se encontrar com os amigos – em pouco tempo não vão saber mais como se usa papel higiênico, porque logo haverá uma máquina para fazer isso por elas também. Agora, vamos para o outro lado da lâmina. Por incrível que pareça, existem pessoas que usam esses hosp edeiros de modo honesto, para guardar backups de disco e outras coisas importantes e então elas saem lesadas pela falta de escrúpu los da maioria esmagadora. É óbvio que, se o que aconteceu com o Megaupload se tornar um padrão, haverá muito prejuízo. Nós mes mos, da revista, tivemos todos os nossos arquivos de edições apagados do Mediafire. Eu, particularmente, acho Pipa e sopa... Nunca vi graça nessa brin cadeira e sempre preferi ceabusivo demais ter que real, mas isso não vem ao caso. Essa recente manobra do governo pagar por seriais para norte-americano foi bem sucedida em reduzir a pirataria e a prova usar programas comdisso é a queda de um dos maiores hosp edeiros de arquivos online ercias, já que pagamos do mundo, o Megaupload. Rumores foram levantados, revoltas uma nota preta com foram provocadas e até profecias apoc alípticas contra a liberdade hardware. Há os casos foram mencionadas. Mas, agora, vam os ver os dois lados da lâmitambém de filmes, jona, tudo bem? Em primeiro lugar, veja mos as coisas com bom gos de console antigos senso. Que diabos vocês queriam, afina l de contas? Existe uma e livros incrivelmente mocinha muito bonita chamada pirataria , que é muito amiga de sua velhos, que não se vizinha, uma mocinha também bonita chamada mp3. Que nome acham mais em lugar másculo para uma garotinha, não é? Bem, não importa – aliás, algum. Nesses casos, e não quero ser processado aqui porq ue algum cabeça-de-bagre somente nesses casos, convenientemente interpretou que eu não respeito a opção sexual eu sou a favor de um compartilhamento dos outros. Brincadeiras à parte, o fato livre, e só em último caso, é que a pirataria musical se for realmente impossível adquiri-lo se tornou tão intensa ao ponto de quas s em meio físico – particue destruir por completo o larmente os filmes de terror branco comércio fonográfico. Sem falar também e preto, dos quais sou um na quantidade abusiva de grande fã. De fato, é uma faca de dois filmes e livros que sofrem com o mes gum es, mas, como sempre, mo problema. E onde esses a minoria inocente peca junto por caus piratas modernos possibilitam tais atos a das grandes massas de ? Hospedeiros de arquivos pessoas que querem bancar os “espertõ online, exatamente como o finado Meg es” e depois se sentirem aupload. E, claro, os blogs! ainda no direito de reclamar das repr esálias. Isso geraria outros Uma pesquisa sobre um fatores como o fato do preço do prod uto original ser caro demais, álbum vinculada à palavra mas não vou entrar em mais detalhes sobre isso aqui, principalBlogspot ou Wordpress mente, sobre o comércio fonográfico, já que o artigo da edição é quase impossível de anterior foi quase que inteiramente foca do nisso. Para encerrar, não surtir efeitos. Temos algumas pessoas afirmam que o gove rno não fará mais nada e aqui um uso altamente irque só estão querendo assustar, para ver se a pirataria se reduz responsável da internet por vontade própria. Conhecendo o povo pirracento que conheço mundial e o que vocês por aqui, duvido muito que a pirataria caia nessas terras – muito esperam que eles façam, pelo contrário. Mas agora eu pergunto : se eles acabaram com o já que o povo não tem reMegaupload, o que impede que eles façam a mesma coisa com sponsabilidade para usar a Mediafire, Youtube, Rapidshare, 4sha red etc.? Veja bem, não se internet? É como dar uma trata da revolta de adolescentes idealista s contra a liberdade, mas arma nas mãos de alguém de lógica e justiça, ou seja, é justo que sem qualquer preparo psicológico. Não todos sejam recompensaprecisa ser muito esperto dos devidamente pelos seus esforços para adivinhar o que, provavelmente, , e lógico que se a pirataria vai acontecer. Alguns argucontinuar, pessoas continuarão sendo mentarão que isso prejudica na hora lesadas. É muito fácil julgar de conhecer um álbum para o governo tirano e opressor quando comprar o material físico, mas volto não se está na pele de um a dizer: Noventa por cento músico tentando sobreviver, como toda das bandas hoje, mesmo as mais und s as outras pessoas. erground, deixam faixas de “Ó Liberdade! Quantos crimes se com amostra que podem ser ouvidas grat eteram em teu nome!” - Mauitamente no Myspace, ou dame Roland· em sites semelhantes. Se os próprios donos disponibilizam, então não pode ser considerada pirataria. Além disso, se não gostarem Por Yuri Azaghal. podem trocar na galeria ou em sebos, ou com amigos, tanto faz.

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wish list

JUDAS PRIEST “The Complete Albums” O título do lançamento já diz por si mesmo. Por meio da gravadora Columbia Records, um boxset foi lançado, no dia 24 de janeiro desse ano, contendo todos os álbuns de estúdio do Judas Priest em formato de vinil. Sim, eu disse todos eles, passando pelo “Rocka Rolla”, lançado em 1974, até “Nostradamus” (2008) e “A Touch Of Evil...Live!” (2009). Na primeira semana, o box vendeu 1.300 cópias só nos Estados Unidos. Tenho razões parar crer que essa é uma oportunidade única para os fãs do Priest. Então, se você faz parte deles, acho melhor não demorar muito para adquirir essa peça (se bem que a maioria dos fãs dessa banda já deve ter a discografia inteira avulsa, mas pelo nível de fanatismo que andei presenciando sobre certas bandas, é bem capaz que isso não queira dizer nada).

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IMOSH

A2

Quantas vezes você já teve ter comprado um anel, pingente ou joia similar por um preço “aceitável” e então o item quebra antes que você chegue à sua casa? A loja americana IMOSH possui uma variedade interessante de joias de qualidade em vários materiais, que vão desde pentagramas até crânios, cruzes invertidas e tudo o que se pode encaixar na moda do metal. A loja também possui uma grande variedade de roupas, mochilas e outros acessórios, não se limitando somente a joias. Estando ativa desde 1968 no mercado, ela é uma das principais lojas a venderem artigos para góticos, headbangers e pessoas interessadas em modas e culturas underground e alternativas. Por meio do portal www. imosh.com é possível verificar com detalhes esses produtos e mesmo que o preço seja obviamente mais elevado, é muito mais vantajoso comprar um anel de prata que não arrebente assim que você encostar o dedo na parede.

Para os músicos profissionais, amadores, aspirantes a músico e compositores de plantão que desejam instrumentos de qualidade por um preço razoável, a A2 Instrumentos Musicais, localizada em Sorocaba (interior de São Paulo) possui uma linha completa de produtos. Guitarras, baixos, kits de bateria personalizados, pedais, cabeamento, palhetas, encordoamento, acessórios de manutenção...Enfim, tudo o que um músico precisa. Todas as informações podem ser verificadas detalhadamente no site http://www.a2instrumentosmusicais.com.br. A loja é famosa por fazer algumas promoções bem interessantes, então se você não é do tipo de músico que faz questão de ter uma Gibson de 30 mil só para ficar se exibindo, está ai uma ótima e prática alternativa. Por Yuri Azaghal.


rascunho do inferno

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