sábado, 13 de março de 2010

Entrevista de Yuu Watase para a Shounen Sunday



Arata Kangatari (アラタ カンガタリ~革神語~) é o primeiro mangá shounen de Yuu Watase. A VIZ publicou uma entrevista na sua página da Shonen Sunday (*ela publica materiais dessa revista*) e eu decidi traduzir uma parte. Claro, que se trata de propaganda da sua nova série, mas a desculpa do romanceXamizade é falta de imaginação. Há shoujo mangá sobre tudo e não tenho nenhum problema em dizer que a limitação, provavelmente, é da própria autora. Mas ela não disse nada que os freetalks de Fushigi Yuugi não tivessem sinalizado. Sempre tive a impressão que era o editor que dava uma travada na Watase, enfim... Claro, que, como já pontuei, ela está fazendo propaganda de Arata e ela é muito popular nos EUA. De qualquer forma, quem lê meu blog sabe que Yuu Watase não está entre minhas favoritas, para mim, o grande mérito da autora é a evolução de sua arte que está cada vez mais bonita e limpa, sem perder sua identidade. Segue a tradução parcial:

P. Considerando seu grande sucesso no gênero shoujo, o que há de específico no gênero shounen que fez você desejar em um mangá como Arata Kangatari (アラタ カンガタリ~革神語~)?
R. Eu queria tentar possibilidades de fazer alguma coisa que estivesse distante daquilo que tinha feito até então. Mangá classificado como shoujo inevitavelmente tem a ênfase no romance, e eu senti que havia limitações na criação de histórias que giram em torno do tema.

P.
Havia um estilo de arte diferente ou temas que você gostaria de explorar e que não seria possível fazer em um shoujo mangá?

R. Eu tornei o estilo da arte e a composição mais limpas. É mais fácil de desenhar. Eu apenas tinha que escrever sobre o tema dos laços que mantém as pessoas juntas, especificamente a amizade.

P.
Você atualmente tem alguma série de mangá favorita que você leia somente por diversão?

R.
Não em particular. Eu não tenho a oportunidade de ler o trabalho de outras pessoas... Eu tenho minhas mãos cheias do meu próprio trabalho.


P.
Quando você pensa nos diversos títulos em que trabalhou, qual deles faz com que você se sinta mais orgulhosa ou tem um lugar especial no seu coração?

R. Meu trabalho mais repesentativo é Fushigi Yuugi Genbu Kaiden (ふしぎ遊戯), que se tornou conhecido pelo mundo a fora. Um título que é especial para mim é Sakuragari (櫻狩り), que terminou recentemente. A história e a forma como ela foi retratada são radicais, então ela não foi lançada em muitos países diferentes. [Nota da tradutora: Mas que pressa, ein? Sakuragari é muito recente e tem possibilidades concretas de sair em muitos lugares.] Mas em termos de arte e apresentação, eu sinto que pude me expressar de forma pura e sem a necessidade de me impor restrições. Eu o criei como um drama humano com um tema que apresenta certas questões. Foi um ponto de virada para mim como autora, [Nota da tradutora: Sem dúvida, ela ama Sakuragari.] e a partir de agora eu gostaria de utilizar o que eu ganhei produzindo Sakuragari e incorporar no processo criativo profundo de outras séries como Arata Kangatari.

2 pessoas comentaram:

Não sou fã da Yuu Watase. O que eu li dela foram os dois mangás dela que saíram no Brasil. Gosto de Fushigi Yuugi e não curti muito o outro mangá dela q eu esqueci o nome...Admito que eu tenho muita curiosidade com Sakuragari. Me parece diferente dos outros trabalhos dela. Qto ao shonen, apesar de tbm ser fã do gênero, não acho atrativo um que seja dela. Se for bom eu mordo minha língua rs

Realmente os shoujos da Yuu Watase são bem fraquinhos. Divertidinhos, sim, mas não são grande coisa. Aquele esquema de "Miaka!" "Tamahome!" virou piada pra muita gente…
Por isso mesmo eu me impressionei com o Sakuragari. Ainda não li o final, mas foge completamente ao estilo dela. A arte, que é sempre colorida, está mais sóbria e elegante, e ela compõe uma história sombria de forma bem delicada, sem forçar a barra com um romance que parece meio falso.
Tentei ler o shounen dela (adoro o gênero), mas ainda acho que ela se superou foi é com o Sakuragari. Entendo o amor que ela tem pela série. Acho que é difícil vingar com um tipo de história mais obscura, especialmente em shounen e shoujo (existem exceções, lógico, não dá pra esquecer de exemplos como a Kaori Yuki), e ela teve a oportunidade, no yaoi, pra explorar um lado bem diferente do que ela costuma escrever. Pelo visto, ela adorou a experiência (e eu também…)

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