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luiz caversan

 

12/02/2011 - 12h21

Povo, internet e poder

Já se disse que o poder do povo é uma onda, que surge como marola, cresce, adquire força e torna-se, ao menos pode se tornar, devastadora, muitas vezes de forma incontrolável.

O exemplo do Egito é emblemático, assim como o foi anos atrás a ocupação da Praça da Paz Celestial, em Pequim, com uma diferença básica: no caso da terra dos faraós, os militares e seus tanques e canhões ficaram ao lado do povo, se não de maneira explícita, concretamente ao não aniquilarem os manifestantes.

As origens e o desfecho da revolta egípcia são de ordem clássica, surgiram com o inconformismo contra a opressão e resultaram no banimento do ditador, gerando, ao menos por enquanto, um cenário de incertezas.

Mas as forças que fizeram com que a onda evoluísse, crescesse, irradiasse a partir da Praça Tahrir para as todo o país, estas sim são dignas de nota.

A rapidez com que o inconformismo se organizou e tornou efetiva sua ação nas ruas deve-se basicamente à internet e suas redes sociais. Nunca a idéia de que informação é poder se materializou de maneira tão contundente e expressiva como agora, deixando o Estado e todos os seus aparatos de controle dos canais convencionais de comunicação à mercê da vontade coletiva, que se mobilizou, organizou, resistiu e venceu, portando como arma um celular ou um computador e usando como munição SMS, Twitter, Facebook. Trata-se de um acontecimento histórico, um marco.

Pelos meios ditos normais, ou mais antigos, quanto tempo demoraria para que uma sociedade conservadora e atrelada ao aparelho estatal e ao religioso demoraria para se mobilizar desta maneira e conseguir de forma tão sensacional seus intentos?

Talvez nunca na historia da humanidade o cidadão comum tenha tido em suas mãos, por intermédio de um simples teclado, tanto poder quanto agora.

SMS, Twitter, Facebook são as ferramentas de um processo revolucionário cujo surgimento estamos tendo o privilégio de assistir.

luiz caversan

Luiz Caversan é jornalista e consultor na área de comunicação corporativa. Foi repórter especial, diretor da sucursal do Rio da Folha, editor dos cadernos 'Cotidiano', 'Ilustrada' e 'Dinheiro', entre outras funções. Escreve aos sábados.

 

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