segunda-feira, 18 de abril de 2011

Morre o diretor Osamu Dezaki



Segundo os vários sites, eu confirmei no ANN, Osamu Dezaki, o mais brilhante dos diretores de anime, faleceu ontem com 67 anos – eu achava que ele era mais velho – de câncer no pulmão. Eu estava meio que de mal com Ozamu Dezaki desde Genji Monogatari Sennenki (源氏物語千年紀 Genji), pois quando Osamu Dezaki assumiu o anime que deveria homenagear os mil anos do livro Genji Monogatari, ele decidiu que não seria mais uma adaptação do mangá Asaki Yumemishi (あさきゆめみし), de Waki Yamato. Eu não assisti esse anime em protesto, por assim dizer, e ele não fez lá muito sucesso, também. Em todo o caso, Osamu Dezaki, um dos fundadores da Mad House, foi um dos maiores diretores de anime de todos os tempos, o sujeito que talvez explorou de forma mais criativa as limitações técnicas da animação japonesa nos anos 1970, criando seqüências dramáticas inesquecíveis. Foi ele o responsável por Ace Wo Neare (エースをねらえ!), Ashita no Joe (あしたのジョー), e as únicas duas adaptações animadas de mangás de Riyoko Ikeda, no caso A Rosa de Versalhes (ベルサイユのばら) e Oniisama E... (おにいさまへ…).

Se eu tenho muitas críticas as mudanças que ele fez nas adaptações – boa parte delas machistas, diga-se de passagem – ele era imbatível na técnica. Em Ace Wo Nerae a cor que explodia em fractais na tela, a capacidade de suspender a passagem do tempo, os cortes rápidos que escondiam a precariedade da animação; ele fez mesmo em Ashita no Joe, aliás, já na Rosa de Versalhes, auxiliado pelo character design inspirado (*que ele mesmo não conseguiu destruir de todo quando chamou seu colega Akio Sugino para assumir a chefia*), ele criou algumas seqüências brilhantes, como a do quadro, que superou o que Ikeda fez no mangá; e em Oniisama E... ele coneseguiu fazer de três volumes de mangá 39 episódios inesquecíveis de anime, escorregou no final, mas já falei que ele fazia mudanças machistas, mas fez uma homenagem à Rosa de Versalhes dentro da outra série de Ikeda, criando seqüências dramáticas e angustiantes que, bem, não estavam no original, mas eram tão Riyoko Ikeda que a gente até não acredita que fossem dela quando vê o mangá original... Enfim, foi corrido o texto, mas o que eu quero dizer é que eu não seria tão fã de anime, não teria tão boas lembranças, se não fosse Osamu Dezaki. Ele é um dos deuses do anime e será eterno.

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Triste é ver que depois disso nesse blog já tivemos outros posts, com comentarios – um deles com cinco no momento que chego – mas essa notícia, sobre a morte de um dos nomes mais importantes da historia da animação japonesa não gerou um comentário que fosse até agora. :\

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