Agile Coaches: O que são? O que fazem? Onde vivem?

Agile Coaches: o que são? O que fazem? Onde vivem? Como se reproduzem? (Bom, isso podemos pular...rs) Parece uma pergunta digna de Globo Repórter, afinal são tantas as vertentes, ideias, conceitos e definições subjetivas que o assunto  merecia um documentário tipo Discovery Channel.

Não tenho a intenção de desmistificar nenhuma das linhas ou tendências a respeito do papel do Agile Coach, mas trazer um pouco de inspiração  para o nosso dia-a-dia atuando como um. Inspiração que surgiu de um papo de almoço com meu amigo Samuel Cavalcante(K21) que embora estivesse bom desde o início, ganhou maior relevância quando ele pegou um pedaço de guardanapo e começou a  reproduzir o famoso desenho do Rodrigo de Toledo (K21) do "From hypothesis to happiness".
Uma explosão de conexões se formou na minha cabeça, mas antes de seguir, compartilho com vocês o desenho do guardanapo e o original:

Os rabiscos do Samuel me fizeram lembrar quando estive na Columbia Britânica no Canadá. Montanhas, rios, mar… Ah!! As cenas naturais mais lindas que já vi na vida! A chuva cai sobre a montanha, junto com o degelo da neve, vai dando forma ao rio que desce entre as pedras até encontrar o pacífico. Quando estava em Whistler, perto de Vancouver, pude acompanhar todo esse ciclo da janela do ônibus com um por do sol incrível, 1:30hs até Vancouver, que por mim poderia durar uma semana de tão linda que era a vista!

Quando o Samuel terminou sua obra de arte no guardanapo do restaurante, imediatamente voltei a essa viagem. A chuva de hipóteses que  desce a montanha e segue o seu ciclo, formando o rio da concepção do produto e todas as suas fases, até  atingir o seu ápice ao encontrar o mar, a utilização do usuário! Que vai evaporar em forma de feedbacks para formar nuvens e consequentemente uma nova chuva de hipóteses lá no topo das montanhas. Lindo, não? Mas tá e o que tem isso tudo em relação ao papel de um Agile Coach?
Bem, a margem do rio é irregular e seu leito cheio de pedras, algumas árvores gigantes ficam ali caídas, atravessadas e no começo da primavera ele não tem tanta água assim, afinal a neve ainda está toda na montanha e é o degelo que traz o volume para as corredeiras. A água parece ir desbravando cada obstáculo para chegar ao seu destino, muitos diques se formam pelo caminho e o escoamento não é tão fluido, algo  muito parecido com o dia-a-dia do desenvolvimento de software, não acham?

Todos os dias nos deparamos com margens irregulares, uma centena de obstáculos e um rio querendo chegar ao mar. Nossa função como Agile Coach é auxiliar para que esse ciclo seja fluido, nossa principal missão é fazer com que ele  siga seu curso sem interrupções.
Precisamos desenvolver skills de facilitação, coaching, mentoring, pois serão fundamentais durante essa jornada, mas principalmente, precisamos conhecer o rio, sua cadência, entender suas primaveras, invernos e verões para que consigamos colaborar  de forma pertinente em cada momento com o seu encontro com o mar.

Seu dia-a-dia, assim como o meu, pode muitas vezes não ser tão cheio de poesia, mas pense um pouco nesse desenho, tente  encontrar quais pedras estão represando seu fluxo de entrega, ou identificar aquela populaçãozinha de castores que aumentou pela falta de predadores naturais e construiu um dique absurdamente gigante, atrapalhando o escoamento  até o mar (falarei mais disso em outro post!), tente criar essas imagens em sua cabeça e entender o que você precisa fazer para melhorar a fluidez em todo o trajeto do seu rio.

Seja qual for a sua vertente para o papel do Agile Coach, considere esse desenho,  anote qual é o seu  fluxo, quais são suas barreiras, as curvas no seu caminho assim como seus períodos de estiagens e cheias. Tenho certeza que esse exercício pode te trazer alguns bons insights!

Agradecimentos especiais  ao Samuel Cavalcante e ao Rodrigo de Toledo da K21 pelas inspirações e conversas fantásticas dos últimos dias!