Carreira

Ξ 16 comentários

TI na Austrália: ainda é um mar de oportunidades?

publicado por José Eduardo Slompo

Pouco mais de dois anos atrás, em 11 de Julho de 2011, publiquei aqui no TI Especialistas um artigo com o nome “TI na Austrália: um mar de oportunidades”. Se você não leu, sugiro que dê uma olhada rápida antes de continuar, o link está AQUI. Na época fazia cerca de 5 meses que eu tinha me mudado pra Sydney com o visto de residência e havia conseguido arrumar um ótimo emprego menos de 24 horas depois de aterrisar aqui.

O texto falava, em resumo, sobre o quão aquecido o mercado de TI estava e sobre os altíssimos salários pagos pros profissionais da área. A repercussão foi bem maior que a esperada e até hoje eu recebo emails de gente que leu e ficou interessada na possibilidade de construir carreira em TI na Austrália. No entanto, de uns seis meses pra cá notei que muitos dos emails começam com algo do tipo “vi seu texto e queria saber se a realidade continua a mesma, já que o artigo é um pouco antigo” e, por conta disso, resolvi escrever um novo post pra atualizar o pessoal com relação ao mercado de TI por aqui e ao processo do visto de residência.

Trago duas notícias boas e duas más: as boas são que que o mercado está melhor e que os salários também estão, além do fato de que o dólar australiano está valendo mais (cerca de R$2,06); as ruins são que o processo do visto de residência está um pouco mais caro e demorado e que a tendência é que comece a ficar mais difícil com o passar dos anos.

Começando pelas boas notícias: o ano de 2011 foi muito bom pra TI por aqui, enquanto 2012 foi um pouco turbulento devido à situação econômica da Europa. Ninguém sabia o que esperar de 2013, mas por algum motivo o mercado reagiu e as vagas começaram a pipocar novamente e, por consequência, os salários também aumentaram (não vou falar de valores essa vez, se quiser ter uma noção é só dar uma lida no primeiro artigo, sempre tendo em mente que aqueles valores estão um pouco abaixo da realidade atual). Somando a isso o fato de que o dólar australiano subiu, o cenário é excelente pra quem pensa em vir pra cá e fazer umas economias pra mandar pro Brasil.

Agora a parte ruim: como eu já disse no primeiro post, o visto de residência é o primeiro passo pra quem quer arrumar emprego em TI na terra dos cangurus. Até aí nada de novo, mas a questão é que o processo pra tirar o tal visto mudou um pouco. Não ficou mais difícil, mas agora está mais demorado e um pouco mais caro. Concordo que não são notícias tão ruins, afinal de contas o investimento é alto de qualquer jeito e um pequeno aumento no valor e no tempo de espera não são motivos pra desistir.

Entretanto, se você está cogitando fazer o processo, não bobeie – a hora é agora. A política imigratória do país tem sido alvo de incessantes críticas e virou assunto de TV e jornal de uns meses pra cá. Algumas medidas já foram tomadas com relação aos vistos sponsorados, já que algumas empresas estavam usando o sponsor pra trazer mão de obra barata de países mais pobres em detrimento dos profissionais locais. Até agora o visto de residência não foi afetado, mas está bem claro que as portas imigratórias vão se fechar gradualmente e que cedo ou tarde o visto de residência simplesmente deixará de existir. Essa é a tendência natural e não precisa ser entendido no assunto pra perceber que a movimentação nesse sentido já começou.

Fazendo um balanço geral, as notícias que trago são mais positivas do que negativas, afinal de contas o mercado está ótimo e o visto de residência continua ao alcance de praticamente todo mundo. No entanto, reconheço que o tom pessimista que permeia o artigo é alarmante, mas é justamente esse o propósito. Se você pensa em vir pra cá, é importante agir rápido: cedo ou tarde o visto de residência virará história e aí será tarde demais.

Assim como no primeiro artigo, deixo aqui meu email pra quem quiser saber mais detalhes sobre a vida na Austrália, o mercado de TI, o processo do visto ou qualquer outra coisa relativa ao assunto: duslompo@yahoo.com.br. Nem sempre dá pra responder de imediato, às vezes demoro alguns dias, mas sempre dou um jeito de responder todos os emails, um a um. Também não deixe de dar uma passada no blog: http://baririensenaaustralia.blogspot.com

Autor

PARA SABER MAIS SOBRE O DIA-A-DIA E O MERCADO DE TRABALHO NA AUSTRÁLIA OU ATÉ MESMO PARA TIRAR DÚVIDAS SOBRE O VISTO, SINTA-SE À VONTADE PARA ME MANDAR UM EMAIL: duslompo@yahoo.com.br E NÃO DEIXE DE ACESSAR MEU BLOG: http://baririensenaaustralia.blogspot.com. Desenvolvedor de aplicações Java EE, formado em Engenharia de Computação pela UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) em 2006, já passei por 4 empresas no Brasil (uma pequena, uma média e duas multinacionais), morei 3 meses em Shanghai, China, onde fui líder do time brasileiro em um projeto, e atualmente estou morando em Sydney, Austrália, com visto de residência e como consultor de desenvolvimento Java EE.

José Eduardo Slompo

Comentários

16 Comments

  • Como sempre um excelente artigo! Realmente uma grande mudança aconteceu no processo de visto em 2012, com a adição de um novo sistema de seleção chamado Skill Select, uma espécie de fila de espera, mas não linear. Um processo que exige paciência e é relativamente caro (digo relativamente pois o objetivo final compensa o custo). Estou com o processo em andamento e em breve estaremos lá (estou devendo umas brejas para o autor do artigo hehehe).

  • Vou cobrar as cervejas hein Maikow! 🙂

  • Opa, José Eduardo, blz?

    Sabe dizer se o mercado para SAP também está aquecido por aí?

    Abraço

    Oscar

  • Olá José Eduardo Slompo, parabéns pelo post e também pelo seu site.
    As dicas são muito boas, e quem sabe seja uma boa oportunidade de dar uma escapada desse nosso país oportunista.
    Sou da área de TI/Telecom a 10 anos e me identifico muito com redes e infraestrutura.

    Como é a relação de vagas de TI nessa área?

    Obrigado.

    Urik

  • Oscar e Urik

    Tanto pra redes/telecom quanto pra SAP tem muita vaga. Não tanto como pra dev, mas tem muito sim.

    Abraço

  • Olá José Eduardo, tudo bem?

    Estou me mudando para Australia logo menos para estudar inglês, meu objetivo é conseguir uma boa nota no IELTS para dar sequencia no processo de residencia visando o mercado de TI.

    Fui informado que se aplicar para residencia, estando na australia, recebo um “Bridging Visa” enquanto aguardo na fila e que este visto me permitiria trabalhar 40hrs semanais.

    Você conhece alguem que tenha tomado este caminho? Tem alguma informação que gostaria de acrescentar?

    Muito bom seus posts, de grande ajuda para muita gente!
    Parabens.

    Obrigado

  • Fala Marcelo,

    Não sei muito a respeito do bridging visa, mas pelo q lembro ele só mantém a permissão de horas do seu visto anterior. Se vc está com visto de estudante e pega o bridging, acho q vai continuar com apenas 20 horas semanais pra trabalhar legalmente.

    Como te disse, não tenho certeza, vc vai ter q pesquisar a respeito.

    Abraço e boa sorte na jornada

  • Bom dia Eduardo, gostei muito de suas impressões quanto à realidade por aí.
    Já morei um ano em Brisbane e, como todo brasileiro, adorei. Você sabe se para desenvolvedores PL/SQL ORACLE tem campo? Já tenho o meu reconhecimento profissional pela ACS e só estou precisando passar no IELTS. Você saberia me dizer se este reconhecimento pela ACS é um facilitador para se candidatar a uma vaga?

  • Bom dia Jose Eduardo,

    Muito obrigado pela atenção. Nas minhas pesquisas eu já havia verificado que o bridging extende as permissões de seu visto atual, concluí que seria possível trabalhar 40 horas pois o visto de estudante lhe permite isto quando não está em tempos de estudo. Acredito que sim, mas eu gostaria de confirmar com Vc caso conhecesse alguem, visto que está aí já a algum tempo…

    Bom, de qqr forma, muito obrigado! =)

    Abaixo alguns links para quem esteja interessado:
    http://www.immi.gov.au/visas/bridging/
    http://www.visaaustralia.com.au/post/30905616053/what-does-a-bridging-visa-mean-for-you
    http://www.immi.gov.au/allforms/pdf/1024i.pdf

  • Fala Ricardo,

    A ACS é puramente pra tirar o visto, depois disso não serve pra absolutamente nada. 🙂

    Marcelo,

    Como vc disse, 40 horas/semana é só nas férias, mas a regra geral do visto de estudante é de apenas 20 horas/semana, então imagino que o bridging continue em apenas 20. De qualquer forma, estou só chutando, não conheço os detalhes desse visto então não tome minha palavra como final. Pesquise por conta que é mais garantido. 🙂

    Abraços

  • José eu escrevi aqui mesmo na TI especialistas uma matéria referente a trabalho no exterior, no caso eu foquei mais a Nova Zelândia talvez esteja a par do boom teve em 2009 quando um bando de gente saiu daqui para ir colher Kiwi, morango e tudo mais …vi uma penca de gente sair daqui sem saber colocar o verbo To be no passado, brasileiro e um povo que procura sempre que pode o caminho mais fácil para tudo…o cara não quer se aplicar no inglês tirar uma especialização , ele acha que vai chegar no país ser muito bem tratado por ser brasileiro alegre e trabalhador e acaba ocorrendo o que aconteceu com muitos colegas que vi indo para Nova Zelândia, voltaram duros com o inglês do mesmo modo que saiu daqui, eu tenoh um colega que este justamente aí na Austrália atuando com TI, teve muita sorte pois não falava inglês , até hoje estuda para o mesmo, apesar da perseverança ele teve uma sorte impar em relação a muitos que conheço…

  • Fala Marcelo,

    Pois é, tem que ter paciência, foco e determinação, planejar no longo prazo e não se afobar.

    Conheço gente que era elegível pro visto de residência mas veio com visto de estudante porque não tinha paciência pra fazer o processo de residência, foi no imediatismo e no impulso, aí depois de um ano batendo cabeça por aqui voltou pro Brasil e foi querer aplicar pra residência mas aí já não se encaixava mais nos critérios do dep de imigração. A máxima “o apressado come quente e cru” se aplica bem nesse caso… 🙂

    Abraço

  • Olá José Eduardo Slompo, tudo certo?
    Estou fazendo curso superior em Administração de Empresas, e tenho 46 anos, e gostaria de saber se aí é possível aplicar visto de residência para esta área. Outra coisa: Estou querendo fazer curso de inglês só que não estou tendo condições e muito menos tempo, se eu for para Austrália é obrigatório que eu saiba inglês? Mesmo que eu seja uma empregada doméstica ai na Austrália ou qualquer outro subemprego, e com este subemprego é possível também conseguir visto de residência? Eu não me importo de exercer um subemprego na Austrália, pois já faço no Brasil, sou cuidadora de idosos mas me esforço para terminar meu curso superior e melhorar de vida. E indo pra Austrália, creio que será melhor não só para mim, mas para meu filho que pretende ingressar na área de TI, ele tem 16 anos, e ele terá inglês avançado no ano que vem, pretende fazer faculdade em Engenharia da Computação. Ai se puder me dar informações sobre salários, como aplicar para o visto, e se é necessário para subempregos o inglês, e o salário médio de subempregos e do curso superior que estou fazendo, eu ficaria muito agradecida, afinal, sou leiga no assunto, então se puder me dar o passo a passo ficarei muito agradecida :D.Eu e meu filho temos um sonho de morar em um país desenvolvido.
    Fico muito grata por toda a ajuda que puder nos prestar.
    Fique com Deus e aguardo sua resposta.
    Até mais.

  • Oi Adriania,

    Aplicar pro visto de residência não vai rolar por que tem que ser formado em alguma área que faz parte da lista do departamento de imigração e Admin não faz parte dessa lista.

    A melhor estratégia pra vc é comprar um curso de inglês e vir com o visto de estudante, tá cheio de brasileiros aqui e vc vai conseguir trampo como faxineira rapidinho, mesmo sem falar inglês. Com a grana desses trampos dá pra vc se manter e guardar grana pra ir comprando mais cursos e ir renovando o curso de inglês.

    Com o passar dos anos, seu inglês vai ficando bom e sua rede de contatos vai aumentando, aí cedo ou tarde aparece algum jeito de conseguir um visto de trabalho – o famoso “sponsor” – e, futuramente, o visto de residência. Claro que isso é um longo processo, demanda muito trabalho, paciência e um pouco de sorte. Nem todo mundo consegue, mas vale a pena tentar.

    O único problema mesmo vai ser o capital inicial, já que um curso de inglês de seis meses é caro. Converse com agências de intercâmbio aí no Brasil pra vc ter uma ideia e poder se planejar.

    Se quiser conversar mais, fique à vontade pra me mandar um email: duslompo@yahoo.com.br

    Abraço

  • Olá José Eduardo, tudo bem?

    Eu andei pesquisando sobre trabalho na Austrália e achei os teus dois artigos, e eles se tornaram uma referência prá mim… Parabéns pela iniciativa de compartilhar tua mudança de vida com todo mundo!

    Eu estou pensando em ir para a Austrália daqui a uns 3 anos, e o seus dois artigos foram uma certa referência prá mim. Eu tenho 33 anos, vou terminar a faculdade de Análise e Desenvolvimento na FATEC/SP só daqui a 2 anos (se tudo der certo), mas já trabalho na área há 15 anos. Acha que o fato de eu estar praticamente recém formado conta negativamente para a minha tentativa de mudança daqui a 3 anos?

    Abraço!

  • PESSOAL,

    POR ALGUM MOTIVO DESCONHECIDO, NÃO ESTOU MAIS RECEBENDO NOTIFICAÇÕES DOS NOVOS COMENTÁRIOS, POR ISSO VÁRIOS ESTÃO SEM RESPOSTA. POR FAVOR ENVIEM EMAIL PARA DUSLOMPO@YAHOO.COM.BR AO INVÉS DE DEIXAR COMENTÁRIO.

    MINHAS DESCULPAS AOS QUE FICARAM SEM RESPOSTA, MAS COMO EU DISSE, É SÓ MANDAR UM EMAIL QUE DOU UM JEITO DE RESPONDER EM ALGUNS DIAS. 🙂

    ABRAÇO A TODOS E OBRIGADO PELA COMPREENSÃO!

You must be logged in to post a comment.

Busca

Patrocínio

Publicidade



Siga-nos!

Newsletter: Inscreva-se

Para se inscrever em nossa newsletter preencha o formulário.

Artigos Recentes