Caso Bel: Bacci aciona conselho tutelar após acusação de maus tratos

Apresentador da Record, contudo, está proibido de repercutir o caso na TV a partir de agora

Luiz Bacci gravou uma sequência de stories em seu Instagram, na noite desta quinta-feira, 21, após ir ao ar o Cidade Alerta, da Record TV, para esclarecer o desdobramento do caso de violência infantil envolvendo os pais da adolescente Bel, do canal no Youtube ‘Bel Para Meninas’.

Luiz Bacci repercutiu acusações de abuso infantil dos pais da youtuber Bel
Créditos: Reprodução/Record TV e Instagram
Luiz Bacci repercutiu acusações de abuso infantil dos pais da youtuber Bel

Segundo relato do apresentador do policialesco, a emissora dos bispos não poderá mais falar sobre o caso, pois agora a investigação ocorrerá entre o conselho tutelar e a Justiça.

“Hoje [quinta-feira, 21 de maio], infelizmente, a gente não deu o caso como prometido. Está acima da minha decisão e da decisão da Record TV, mas tudo está sendo feito em cima do protocolo, nos trâmites legais. Nós esperamos voltar em breve com esse assunto, porque é muito importante, se trata de utilidade pública e de um assunto de repercussão nacional. Eu sigo em contato com as autoridades”, iniciou.

O jornalista confirmou ainda que a família da youtuber recebeu a visita do conselho tutelar na casa onde moram, no Rio de Janeiro (RJ), mais de uma vez.

“A Polícia Civil, que prometeu abrir um inquérito para investigação; o conselho tutelar, que nos disse hoje que não limita o trabalho deles a duas visitas na casa da família, [disse] que o acompanhamento continuará sendo feito. E podem ter certeza: eu vou até o fim dessa história. Quando eu entro num caso, eu vou até a solução ser dada”, completou.

Após repercussão dos vídeos de Bacci, o apresentador foi acusado no Twitter de receber suborno para parar de falar sobre o assunto na TV. Indignado, o jornalista mandou um recado: “Parece que está rolando uma história no Twitter de que eu recebi dinheiro para não falar do assunto?! De verdade? Caráter se vende? Opinião se vende? Comigo, não! Para cima de mim, não! Eu vou para cima!”.

Desde o início da cobertura do caso, Luiz Bacci tem atualizado seu perfil pessoal no Instagram para dar detalhes do assunto, como você pode ver abaixo:

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Carro do Conselho Tutelar deixa o Condomínio da família Não é possível ver quem sai no banco de trás da viatura.

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CARTA ABERTA

Na última quarta-feira, 20, o pai de Bel, Maurício, enviou à imprensa uma carta criticando o apresentador pela forma como ele vem abordando o caso, e acusando os veículos de comunicação de sensacionalismo.

“Um dos maiores problemas discutidos na internet versa exatamente sobre danos contra a honra que são entendidos como injúria, calúnia e difamação, principalmente por meio das redes sociais”, dizia Mauricio em trecho da nota.

Em outro trecho, o pai da youtuber  Bel para Meninas diz que as “críticas, denúncias e acusações” são baseadas numa visão de mundo cheias de “inveja, ódio e preconceito”.

Bacci interrompeu a leitura do documento e, incomodado, retrucou: “Quem está com inveja desse canalzinho seu aí, filho? Você tem 1,3 milhão de seguidores no Instagram. Isso é o que eu tenho de views nos stories. Não tenho inveja nenhuma de você! Nós temos é preocupação com a Bel e sua outra filha. Ódio? Meu coração está superpuro. Preconceito do quê? Se eu tivesse preconceito com você, nem botava repórter na porta da sua casa para você falar”.

Confira a matéria completa clicando aqui.

ENTENDA O CASO

Em uma thread criada por um internauta no Twitter, alguns trechos dos vídeos publicados no canal de Bel mostram a menina triste em algumas situações constrangedoras provocadas pela mãe, Fran.

Em algumas delas, a menina chega a vomitar em frente à câmera após ser obrigada a comer algo que não queria. Ao invés de interromper a gravação para ajudar a menina, Fran dá risada, bate em sua cabeça e continua a tortura. Veja os detalhes na sequência de tuítes a seguir:

VIOLÊNCIA INFANTIL

Meninos e meninas são expostas a inúmero tipos de violência infantil no mundo todo. As violências e os acidentes são as maiores causas das mortes de crianças, adolescentes e jovens de 1 a 19 anos, no Brasil.

O país é líder no ranking de violência infantil da América Latina. No recorte nacional, três em cada dez pessoas conhecem pessoalmente uma criança que já sofreu violência.

Tipos:

Violência doméstica
Quando pensamos em violência doméstica, logo imaginamos pais batendo nos filhos. Mas esse tipo de violência infantil pode ser física, psicológica, sexual e manifestar-se por negligência, como: deixar a criança em casa sem vigilância, negligenciar cuidados médicos e alimentação adequada, exposição do menor a situações que gerem perigo à vida ou à saúde, utilização da criança para realização de trabalho.

Há um universo inteiro de formas como a violência pode se dar, como a síndrome de Munchausen por procuração (quando um dos pais simula sintomas de doenças inexistentes no filho), intoxicações, envenenamentos, violência virtua e até o extremo filicídio (quando a criança é morta por um dos pais).

Violência extrafamiliar
A violência extrafamiliar é aquela que acontece fora de casa e engloba as violências institucional, quando é praticada por alguém que tenha a guarda temporária da criança, como em uma escola, social, comum em países com grande desigualdade social, como o Brasil, e também algumas formas específicas, como bullying e cyberbullying.

O Bullying é a violência infantil que ocorre com maior frequência entre colegas de escola. Ele é caracterizado pela agressão, dominação e prepotência entre pares (crianças ou jovens).

Colocar apelidos, humilhar, discriminar, bater, roubar, aterrorizar, excluir e divulgar comentários maldosos são alguns exemplos. Um quinto dos adolescentes entrevistados pelo IBGE, em 2015, do 9º ano do ensino fundamental, admitiram praticar bullying.

Já a proporção de vítimas é mais do que o dobro, segundo pesquisa da Unicef no Brasil, 43% de meninos e meninas do 6º ano (11 e 12 anos) disseram que sofreram bullying nos últimos meses.

Autoagressão
Essa última inclui colocar-se em atividades de risco, formas de se autolesionar e suicídio.

Como denunciar?

Disque 100
Como nos casos de racismo, homofobia e outras violações de direitos humanos, qualquer cidadão pode fazer uma denúncia anônima sobre casos violência infantil pelo Disque 100. A denúncia será analisada e encaminhada aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos, respeitando as competências de cada órgão. Leia a matéria completa no link.