Não seja o melhor do seu time, seja o melhor para o seu time!
Photo by annie spratt (unplash)

Não seja o melhor do seu time, seja o melhor para o seu time!

Minha primeira postagem aqui é um relato pessoal de aprendizados, experiências e muito agradecimento.

Algumas das pessoas e times que eu trabalhei nos últimos anos

Foto: Algumas das pessoas e times que eu trabalhei nos últimos anos

São 11 anos trabalhando em segmentos e empresas super diferentes, com direito à duas transições de carreira e sem dúvida, eu posso dizer que os meus maiores aprendizados ao longo dessa jornada aconteceram através de dois grandes divisores:

1. Pessoas não são descrições de cargo, currículos ou portfólios.

Eu acredito que existem dois motivadores claros para manter pessoas dentro de uma empresa: necessidade ou propósito.

E por muito tempo eu me perguntei por que as pessoas ainda competem, seja dentro ou fora das suas empresas por tanta relevância e reconhecimento? Afinal, esses fatores são reflexos de tudo aquilo que fazemos diariamente pelo principal motor propulsor do nosso mundo: as próprias pessoas!

Não faz sentido criar um ranking de quem projeta a melhor solução, ou a tela mais bonita ou a entrega mais relevante, mas por muito tempo eu acreditei fielmente que eu deveria criar e liderar essa corrida. Que eu tinha a obrigação de ser o melhor designer, o melhor facilitador, pesquisador, comunicador, ux etc…

E de fato, eu demorei um bocado pra entender que ser o melhor, na verdade significava uma única coisa: Saber servir, com sinceridade e dedicação.

Eu e minha esposa partilhando sobre relacionamentos em uma pastoral que servimos.

Foto: Eu e minha esposa partilhando sobre relacionamentos em uma pastoral que servimos.

“-Nenhum homem é uma ilha isolada.”

Nós trabalhamos diariamente em empresas, times, pares, dentro de gerências, diretorias, etc…

E se você não se conectar de verdade com essas pessoas por um propósito, dificilmente você vai conseguir entregar coisas incríveis que tenham impacto e valor verdadeiro se estiver trabalhando sozinho.

Cultivar essas relações diárias com seu time exigem muito mais que dinâmicas engraçadas e encontros fora dos ambiente de trabalho, mas de fato doses homeopáticas de bastante esforço, resiliência e empatia.

Como diria minha mãe:

“-Essas sementes não vão crescer no concreto.”



Julho 1992 (Eu e mamãe)

Foto: Junho de 1992, eu e mamãe <3

"Dona Adriana" tinha dois empregos, trabalhava como faxineira, estudava a noite e era normalmente a última mãe à chegar pra me buscar na creche pública onde que ela me deixava em Itapecerica, mas por que isso é tão importante? Porque nada disso era sobre ela ficar rica, ou ser reconhecida, ou ter um bom currículo e uma formação incrível, mas sobre servir, com sinceridade e dedicação.

Confiança e admiração são construídas pela fundação e o exercício de se colocar a serviço, é diário, não só pro seu trabalho, mas pra sua vida. Sempre faça tudo o que se propor a fazer com o maior carinho possível, seja sincero, não tenha receio de ajudar as pessoas sem interesse e principalmente:

“-Queira ver as pessoas tão bem quanto ou até melhor do que você.”

Crescer e prosperar é vital, mas não podemos esquecer de torcer pelo sucesso das pessoas ao nosso redor, mas infelizmente não tem uma escola ou framework que te mostre esse caminho e possivelmente você não vai conseguir colocar essas evidências no seu currículo, mas lembre-se do principal: o impacto que você representa torcendo e servindo as pessoas e o seu time vai te trazer um significado e uma gratidão incontestável.

Eu ouvi isso uma vez e costumo dizer para os meus pares e amigos que:

“-Enquanto só um de nós estiver ganhando, ninguém realmente vai estar ganhando”

Precisamos esquecer um pouco os headlines e lembrar que por trás dos termos em inglês e logos das empresas, existem pessoas, iguais a nós, cheias de sonhos, propósitos e determinações, que, se estiverem unidas, vão refletir na transformação verdadeira de uma companhia, sociedade e principalmente, na sua.

2. Erros foram muito mais importantes que os acertos

E o repertório é grande viu 😊

Episódios de aprendizado, partilha, erros e acertos

Foto: Episódios de aprendizado, partilha, erros e acertos

Nossas carreiras são feitas de altos e baixos e acreditem em mim quando eu digo que, os desafios mais complicados virão e pode ser que você não faça ideia de como lidar com eles.

Um dos fatores decisivos pra superar essas situações adversas é ser sincero e ter coragem pra dizer pra você mesmo e para o seu time coisas como:

“-Eu realmente não sei como fazer isso”

“-Estou com medo de dar errado”

“-Não estou confortável, preciso de ajuda”

E não se comprometer sozinho com tarefas que talvez você sequer acredite, afinal:

“-Se você não fizer o que acredita, como as pessoas vão acreditar nas coisas que você faz?"

Nós somos responsáveis pelo que proporcionamos para as pessoas, seja um produto, serviço, experiência ou sentimento! É nossa responsabilidade, partilhar, compartilhar, inspirar e contribuir para o cotidiano delas antes de pensar em monetizar uma ideia.

Hoje eu me sinto privilegiado de trabalhar em uma célula de inovação com um propósito de resolver problemas das pessoas e dos seus negócios mas pra isso eu precisei aprender através dos meus próprios erros que:

Referência: Célula de inovação que eu trabalho hoje: 

1- As pessoas querem ser ouvidas de verdade, você precisa ver além dos protocolos e do que você acha que sabe.

Por anos minha esposa foi enfermeira assistencial, agora imaginem por exemplo, como seria se ela não ouvisse as pessoas quando elas falavam sobre dor, fome ou sede e apenas seguisse os protocolos sobre horários, sinais vitais e medicamentos? Qual seria o reflexo disso na vida dos pacientes?

Precisei entender que o que eu sei e as minhas habilidades, só tem valor verdadeiro se eu ouvir e entender os contextos e dores das pessoas, para quem eu vou projetar qualquer coisa e que muitas vezes meu conhecimento prévio não serve de absolutamente nada se eu me conectar primeiro.

2- Não podemos medir pessoas diferentes com a mesma régua.

Cada pessoa entende e interpreta diferente um mesmo desenho, uma mesma pergunta e até um mesmo produto, ou seja, entender as exceções é tão ou mais importante quanto entender as maiorias e, não podemos cobrar que as pessoas se adaptem à coisas que projetamos mas não se encaixam no contexto e cotidiano delas.

É como querer que pássaros aprendam a nadar.

3- Seus entregáveis podem ser incríveis mas não vão valer de nada se não resolverem um problema.

Nós amamos nossas entregas, protótipos, apresentações, relatórios mas perceba, que o maior esforço de carinho e dedicação precisa ser direcionado pra entender o objetivo desses artefatos e se de fato, eles resolvem problemas, por mais que seja difícil, precisamos desapegar e ser resilientes pra entender que muitas vezes vamos investir tempo e esforço em coisas que não irão pra frente, e tudo bem!

4- Não tenha medo das críticas, podem ser difíceis de interpretar mas são sua única forma de mudar.

De fato, dificilmente alguém gosta de ser criticado e ter a inteligência emocional pra separar ódio gratuito de uma manifestação bom senso através de críticas construtivas, deve ser uma das maiores barreiras de crescimento para nós enquanto profissionais hoje. Escutar com os ouvidos, mas filtrar com o coração e tentar tirar o melhor dessas situações. Também precisamos entender que algumas pessoas simplesmente não conseguem se comunicar de forma efetiva e não violenta e de novo, entender esses contextos antes tomar atitudes é o que vai determinar o tamanho do nosso aprendizado sobre essas criticas.

E o que ficou de aprendizado depois de escrever isso Whatson?

De fato, eu não me tornei o melhor designer, comunicador, facilitador ou ux dos times e empresas que eu trabalhei. Precisei de coragem pra dizer que não sabia, ou pra expor meus medos, deficiências e que, muitas vezes precisava de ajuda!

Mas as conexões de propósito, dedicação e servitude que eu criei nesses anos foram cultivadas e fortalecidas, através de exemplos e atitudes, de pessoas que me inspiraram e de pessoas que eu inspirei.

Meu objetivo pessoal e profissional hoje é sim ser o melhor, mas em servir, seja em uma empresa, em um time ou em um simples grupo de pessoas, buscando promover o que eu acredito ser o maior diferencial hoje:

Promover o bem e ser o meu melhor, como pessoa, todos os dias.

Ah! Uma curiosidade, eu realmente aprendo todos os dias sobre conexões quando convivo com os animais, o senso natural que eles tem de coletivo sem a menor segregação. Não importa a raça, cor, características, histórico ou comportamento, eles vão compartilhar o mesmo teto, comida, cobertor e amor do mesmo jeito, felizes.

Eu, minha esposa e alguns dos nossos amiguinhos adotados (esquerda pra direita: Sara, Frederico e Mirna)

Foto: Eu, minha esposa e alguns dos nossos amiguinhos adotados (esquerda pra direita: Sara, Frederico e Mirna)

Muito obrigado!

Ótima reflexão, ta de parabéns!

Gabriella Gilmore

Conversational Designer | Writer & UX Researcher

4y

What a text!!! Isso me fez lembrar de um livro de Rick Warren que li recentemente chamado "Uma vida com propósitos", e o que você compartilhou, além de ser verdadeiro, é lógico. Pois se queremos impactar o mundo positivamente precisamos nos fazer sempre a pergunta: Qual é o meu propósito nisso tudo? E acho muito difícil fazer a diferença em um local ou na vida de alguém, sem que sejamos vida na vida, entende? É por isso que é necessário olhar para o outro com sinceridade e empatia, porque se o outro não for algo que valha a pena, talvez um projeto inteiro também não o valha. Obrigada por compartilhar essa história cativante e inspiradora. Abraços!

Ficou muito bom o texto, parabéns!

Felipe Augusto

Import & Export | Internation Trade | Logistics & Supply Chain | Customer Service | Data Science | Data Visualization

4y

Thainá Feitosa é aquilo que falamos hoje. Tem gente que sabe trabalhar em grupo, tem quem não.

Muito bom, essa é a real!

To view or add a comment, sign in

Explore topics