Solar Cities Instala Biodigestores em Favelas até Copa do Mundo

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Na semana passada, o Solar Cities Solutions visitou a região metropolitana do Rio para dar prosseguimento aos seus esforços em construir biodigestores, em até quatro favelas, antes da Copa do Mundo de 2014. Durante esta visita, a equipe completou o primeiro conjunto de biodigestores em Niterói, que servirá uma creche em uma das comunidades afetadas pelos trágicos deslizamentos de abril de 2010. Solar Cities Solutions trabalhou em Niterói em conjunto com Arquitetura para Humanidade (que estão ao mesmo tempo construindo uma creche para 90 crianças, na qual os  biodigestores serão utilizados), o futuro dirigente da escola, engenheiros ambientais locais e arquitetos.

Biodigestão é uma tecnologia antiga, historicamente utilizada por agricultores, o qual pode processar alimentos e resíduos humanos em gás e em um rico fertilizante líquido de uma maneira semelhante à digestão humana. O biodigestor de pequena escala é uma tecnologia de baixo custo e é fácil de construir com material e molde local. Com a parceira do Viva Rio para a licença de importação, a Solar Cities Solutions trouxe, da China, moldes metálicos para biodigestores de pequena escala que serão usados ​​para a construção de cada biodigestor no Rio de Janeiro.

Depois de montar os moldes, o cimento é derramado para construir o corpo e o gargalo do biodigestor. Em seguida, uma cúpula de plástico é inserida dentro do tanque de cimento para armazenar o gás. Finalmente, a água é colocada em cima da cúpula de plástico. Por fim, um tubo permite a passagem do gás para a cozinha ou um recipiente de gás. Alimentos e dejetos humanos entram no fundo do biodigestor, anteriormente partidos por um triturador para acelerar o processo de decomposição. As bactérias no tanque liberam gás ao encontrarem o lixo e devido à pressão da água, o gás é empurrado para cima rapidamente.

O local, em Niterói, tem agora três biodigestores: dois que irão processar resíduos humanos e um que irá processar os restos de alimentos da escola. A construção dos biodigestores começou em janeiro e eles devem estar completamente instalados e funcionando em junho. Agora, os moldes foram movidos para o Vale Encantado, uma favela conhecida por sua dedicação à sustentabilidade. Solar Cities Solutions irá começar a trabalhar lá no segundo conjunto de biodigestores, enquanto firmar os planos nas potenciais, terceira e quarta, comunidades que irão recebê-los, potencialmente incluindo a parceria com o Verdejar no Complexo do Alemão. A Comunidades Catalisadoras, também parceira nesta iniciativa, tem recomendado estes próximos três lugares pilotos, baseados nas pesquisas para o seu filme de 2012 Favela como Modelo Sustentável e ao seu apoio às iniciativas de sustentabilidade comunitária em diversas favelas. Os parceiros comunitários contatados para esta fase já demonstraram o compromisso com os princípios de sustentabilidade. Após a fase piloto, no entanto, os moldes estarão disponíveis para organizações comunitárias de toda a cidade–para implementarem os seus próprios biodigestores, e os organizadores dos projetos pilotos nas comunidades terão sido treinados para ajudar.

O fundador da Solar Cities Solutions, T.H. Culhane diz que os biodigestores são: “A peça que faltava para o desenvolvimento urbano sustentável”. Os biodigestores são uma solução técnica prática para áreas que carecem de saneamento adequado e de sistemas de gestão de resíduos ou onde eles são difíceis de serem implementados, devido a limitações logísticas. Além disso, eles tiram os resíduos orgânicos do ambiente da rua onde eles tendem a produzir insetos, ratos e outras pragas, reduzindo os riscos para a saúde, ao mesmo tempo que produzem fertilizante valioso e gás de cozinha. Eles reduzem a necessidade de caminhões pesados ​​de coleta de resíduos, e mantêm os resíduos biodegradáveis ​​fora do aterro sanitário. Eles são uma forma de educação ambiental, ensinando os alunos e a comunidade como resíduos cheios de energia podem ser benéficos em vez de um incômodo. E eles têm o potencial para estimular os moradores locais em torno de atividades comuns.