As obras da Tirol em Ipiranga, na região dos Campos Gerais, já estão em fase final de construção. Através de um investimento de R$ 152 milhões, a unidade tem previsão de entrar em operação em abril de 2021, quando então empregará 160 empregos diretos – e centenas de outros indiretos não só em Ipiranga, mas em toda a região já que, conforme o repassado à reportagem do Diário dos Campos pela equipe da Tirol, os 600 mil litros de leite ao dia que serão processados inicialmente pela indústria serão preferencialmente provenientes de produtores dos Campos Gerais.
“Já fazem quatro anos que a Tirol faz captação de leite na região dos campos Gerais, em municípios como Palmeira, Porto Amazonas, Lapa, Imbituva, Ivaí, Rio Azul, Lapa, Prudentópolis, Rebouças… abrangemos um raio de 150 km”, disse Guilherme Prado, coordenador de captação de leite, afirmando que quando a unidade de Ipiranga começar a funcionar a quantidade de leite captado será ampliada em oito vezes.
“Municípios como Castro e Carambeí também serão contatados quando a indústria ficar pronta, já que eles têm produtores maiores”, explicou ele, lembrando que logisticamente, quanto mais próximos da fábrica sejam os produtores, melhor é logisticamente para a empresa.
Parte da intermediação entre a empresa e os produtores está sendo feita pela Prefeitura de Ipiranga, segundo o secretário municipal de Agropecuária, Diogo Scheifer.
O Diretor Nacional Comercial da Lacticínios Tirol, Jossemar Olivo, garantiu que será dada preferência para produtores da região. “Temos intenção de formar novas parceiras também com cooperativas sempre com objetivo de incentivar e desenvolver novos produtores, bem como de aumentar a produção por meio da assistência técnica tradicionalmente disponibilizada aos produtores rurais. Queremos ser mais uma opção do produtor na região, incentivar novas adesões ao sistema de produção de leite”, afirmou, contando que a marca Tirol já é a segunda em share total no Brasil atualmente – ou seja, participação da marca.
A fábrica da Tirol em Ipiranga começará a processar 600 mil litros de leite por dia, mas terá capacidade para, de acordo com a demanda, dobrar este número. “Essa unidade estará focada na produção de leite longa vida (UHT), porém facilmente ampliável para outros produtos lácteos”, contou Maicon Spada, gerente de produção da Lacticínios Tirol.
Assistência técnica
Conforme explicou Prado, além de formar a parceria comercial com os produtores locais a Tirol também disponibiliza assistências técnicas. “Hoje temos logística terceirizada, fazendo trabalho de compra da matéria prima nas propriedades e oferecendo assistência voltada para a qualidade do leite. Se algum produtor tem interesse de iniciar na atividade levamos conhecimento da parte técnica, acompanhamento e também temos uma parceria com uma cooperativa de Guarapuava que fornece profissionais pra fazer atendimento de nutrição dos animais”, afirmou o coordenador de captação de leite da Tirol.
Leite já rende quase R$ 2 bilhões por ano em riquezas na região
De acordo com a última Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), datada de 2018, o Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com cerca de 13% do mercado nacional – foram 4,4 bilhões de litros produzidos naquele ano através de 90 mil pecuaristas, número que, segundo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), subiu para 4,6 bilhões de litros no ano passado.
Ainda de acordo com a PPM, Castro lidera a produção brasileira com 292 milhões de litros; em segundo lugar está o município de Patos de Minas (MG), que produziu 193 milhões de litros, e em terceiro Carambeí, com 180 milhões de litros. Em termos de produtividade, ambos os municípios da região dos Campos Gerais produzem quatro vezes mais do que a média brasileira, que é de dois mil litros ao ano por animal – Carambeí registra 9 mil litros por vaca ao ano e Castro 8,3 mil litros.
No ano passado, a produção de leite rendeu R$ 6,19 bilhões no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Estado, segundo dados da Seab – valor menor apenas do que o proveniente das produções de soja (R$ 19,94 bilhões), frango para corte (R$ 17,24%) e milho (R$ 8,76 bilhões).
Apenas na região dos Campos Gerais, os dezoito municípios que compõem o núcleo regional de Ponta Grossa, definido pela Seab, somaram R$ 1,99 bilhão de VBP produzido pelo leite no ano passado, valor também pouco menor que o de grãos.
Relembre a matéria completa sobre o VBP regional produzida pelo DC neste link.
