Manaus, 28 de abril de 2024
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Manaus, 28 de abril de 2024

Política

SUS e Mayra Pinheiro contrariam Pazuello sobre crise no AM

Em depoimento à comissão, Pazuello disse que foi informado do problema apenas na noite do dia 10 de janeiro. “Numa reunião com o governador e o Secretário de Saúde”, afirmou o ex-ministro

SUS e Mayra Pinheiro contrariam Pazuello sobre crise no AM

Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

BRASÍLIA, DF – O depoimento da secretária do Ministério da Saúde Mayra Pinheiro à CPI da Pandemia nesta terça-feira (25) contraria o que disse o general Eduardo Pazuello na semana passada sobre a crise provocada pela Covid-19 no Amazonas. Aos senadores, Mayra afirmou que o ex-ministro da Saúde soube do desabastecimento de oxigênio em Manaus no dia 8 de janeiro. À comissão, Pazuello afirmou que foi informado apenas na noite do dia 10 de janeiro.

“O ministro teve conhecimento do desabastecimento de oxigênio em Manaus creio que no dia 8 [de janeiro], e ele me perguntou: ‘Mayra, por que você não relatou nenhum problema de escassez de oxigênio?’. Porque não me foi informado”, disse Mayra Pinheiro à CPI.

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Em depoimento à comissão, Pazuello disse que foi informado do problema apenas na noite do dia 10 de janeiro. “Numa reunião com o governador e o Secretário de Saúde”, afirmou o ex-ministro.

A reportagem procurou Pazuello, o Exército, o Ministério da Saúde e o governo do Amazonas e aguarda resposta.

Além do depoimento de Mayra, que cita o dia 8 de janeiro como data em que o governo federal soube da crise da falta de oxigênio no Amazonas, há, ainda, um outro documento que menciona a data.

Elaborado pela Força Nacional do SUS – grupo que é subordinado à Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde –  o relatório daquele dia relata sobre “colapso dos hospitais e falta da rede de oxigênio” e que “existe um problema na rede de gás do município que prejudica a pressurização de oxigênio nos hospitais estaduais”.

Na ação movida pelo MPF – que tem Mayra, Pazuello, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, e outras três pessoas como alvo -, os procuradores argumentam que a constatação da possibilidade de falta de oxigênio não partiu de análise do governo do estado ou do Ministério da Saúde, mas de um ofício encaminhado pela empresa White Martins.

Em 7 de janeiro, a empresa relatou que não tinha como suprir a demanda do insumo no estado e indicou o nome de outra empresa que poderia prestar o serviço.

Os procuradores também dizem que tanto o governo do Amazonas como o Ministério da Saúde só entraram em contato com as empresas fornecedoras de oxigênio após o colapso do sistema da saúde no estado.

 

 

*Com informações da CNN