Descrição de chapéu Incêndio no CT do Flamengo

Polícia indicia ex-presidente do Flamengo por mortes no CT do clube

Incêndio em fevereiro matou dez jogadores das categorias de base

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Alexandre Araújo Bernardo Gentile Leo Burlá
Rio de Janeiro | UOL

O ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello e outras sete pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro por dolo eventual (quando se assume o risco) pelas mortes dos dez jovens no incêndio que ocorreu no Ninho do Urubu.

O inquérito, assinado pelo delegado Márcio Petra, da 42ª Delegacia de Polícia (Recreio), pede ainda o indiciamento de Marcos Vinicius Medeiros, monitor; Marcelo Sá e Luis Felipe Pondé, engenheiros do Flamengo; Danilo da Silva Duarte, Weslley Gimenes e Fábio Hilário da Silva, da empresa de contêineres NHJ; e Edson Colman da Silva, técnico em refrigeração.

A informação foi publicada primeiramente pelo portal G1 e confirmada pelo UOL Esporte.

Eduardo Bandeira de Mello, mandatário do Rubro-Negro de 2013 a 2018, se manifestou por meio de nota.

"Nem eu nem meus advogados tivemos ainda acesso à íntegra do relatório, apenas aos trechos que foram divulgados pela imprensa. Por esse motivo, não posso declarar nada a não ser que estou com a consciência absolutamente tranquila e que confio na Justiça", afirmou.

O incêndio no Ninho do Urubu aconteceu no dia 8 de fevereiro deste ano e deixou 10 jovens mortos: Athila Paixão, de 14 anos; Arthur Vinícius, 14 anos; Bernardo Pisetta, 14 anos; Christian Esmério, 15 anos; Gedson Santos, 14 anos; Jorge Eduardo, 15 anos; Pablo Henrique, 14 anos; Rykelmo de Souza, 16 anos; Samuel Thomas Rosa, 15 anos; e Vitor Isaías, 15 anos.

Outros três atletas ainda ficaram feridos e tiveram de ser hospitalizados: Kauan Emanuel, 14 anos; Francisco Dyogo, 15 anos; e Jhonata Ventura, de 15 anos. Jhonata foi quem apresentou o quadro mais grave, com queimaduras em 30% do corpo.

Os jovens dormiam em contêineres, e o fogo teria começado após um curto-circuito em um aparelho de ar condicionado de um dos dormitórios. À época, os alojamentos não estavam totalmente cheios porque, devido ao temporal do dia anterior, os treinos haviam sido cancelados e muitos jovens retornaram às respectivas casas.

Durante a apuração do caso, foi apontado que o local onde estavam os alojamentos, segundo a planta original, seria destinado a um estacionamento e, portanto, não poderia ter tais estruturas.

Após o incêndio, iniciou-se uma batalha entre Flamengo e as famílias das vítimas. Inicialmente, nas reuniões entre as partes, a diretoria rubro-negra não aceitou os valores propostos pela Defensoria Pública.

Depois do imbróglio, as negociações passaram a ser individuais. Até o momento, apenas três acordos foram fechados: com os familiares de Athila, de Gedson e com o pai de Rykelmo (a mãe permanece em negociação).

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