A despedida do ex-governador Antônio Carlos Konder Reis, nesta quarta-feira, reuniu representantes da política catarinense em Itajaí. O governador Eduardo Pinho Moreira (PMDB) esteve presente à missa de corpo presente, que foi celebrada pelo arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck. Junto com os ex-governadores Raimundo Colombo (PSD) e Casildo Maldaner (PMDB), cobriu o caixão com a bandeira de Santa Catarina para as homenagens finais.

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O enterro, com honras militares, ocorreu no Cemitério da Fazenda, em Itajaí. Foi acompanhado por um pequeno grupo de familiares e amigos. Colombo, que participou das homenagens finais, emocionou-se ao falar de sua relação com Konder Reis. Fez-lhe a última visita há poucos dias, quando ele já estava internado no Hospital Marieta Konder Bornhausen.

_ Tenho uma admiração extraordinária por ele. As pessoas não têm mais a dimensão de quem ele é. Sou muito grato por ter convivido e aprendido com ele _ disse.

Colombo chegou a propor-lhe que escrevesse um livro de memórias. Algo que, segundo ele, Konder Reis gentilmente recusou. Para o ex-governador, um sinal de humildade.

Dom da palavra

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Na solenidade do enterro, o padre Elcio Alberton, capelão do Hospital Marieta Konder Bornhausen, ressaltou que Konder Reis era conhecido pelos discursos primorosos. O amigo Edison D`Ávila lembrou do primeiro deles, em frente à igreja da Imaculada Conceição, em Itajaí, na década de 1940.

Amílcar Gazaniga, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Itajaí, diz que, para além da oratória, o legado de Konder Reis é o exemplo. O político era conhecido pela personalidade conciliadora, que fez dele um ponto de equilíbrio quando foi relator-adjunto da Constituição de 1988. Era ele quem os parlamentares procuravam quando era preciso chegar a um consenso, dizem os amigos.

A escolha de Itajaí, cidade onde nasceu, para o velório e o enterro, era vontade de Konder Reis, segundo Amílcar.

_ Ele lamentava nunca ter sido vereador. Era parlamentar por excelência, mas começou a vida pública já como deputado. Agora, teve sua despedida dentro da Câmara de Vereadores.

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Antônio Carlos Konder Reis morreu aos 93 anos, devido a complicações de uma pneumonia. Foi duas vezes governador de Santa Catarina, deputado estadual, federal e senador da república. Ocupou seu último cargo público na década de 1990.

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