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Como manter a amamentação depois da licença-maternidade?

Mulher no trabalho
Foto: iStock.com / RoBeDeRo

Para a maioria das mulheres é um desafio manter a amamentação depois da licença-maternidade, mas há formas de se organizar para que o bebê continue recebendo todos os benefícios do leite materno e para que a produção de leite se mantenha.

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Consulte o pediatra do seu filho para saber qual quantidade de leite materno deve ser oferecida a cada mamada na sua ausência. Como o leite materno é precioso, é melhor dividir as porções, porque o leite que sobrar não pode ser reaproveitado uma vez que tenha tido contato com a boca do bebê.

A dificuldade costuma ser maior no começo, enquanto o bebê é pequeno e precisa de muito leite. Conforme os meses passam, a criança passa a ter uma alimentação mais variada e pode tomar o leite materno quando vocês estiverem juntos.

Bebês de até 6 meses: amamentação exclusiva

A lei brasileira concede a funcionárias registradas, até o bebê fazer 6 meses, dois intervalos de meia hora cada durante a jornada de trabalho, especificamente para as mamadas.

Isso só funciona na prática para quem mora perto do trabalho ou tem o bebê numa creche próxima.

Caso você não consiga usar os intervalos para dar de mamar, pode negociar com o empregador para diminuir o expediente em uma hora (no início ou no fim da jornada de trabalho), até o bebê fazer 6 meses.

Se não conseguir conciliar mamadas no meio do horário de trabalho, você tem duas opções:

Fazer um estoque de leite materno e ordenhar no trabalho

Prepare um pequeno estoque de leite congelado antes de voltar a trabalhar, usando uma bombinha. As autoridades sanitárias brasileiras consideram seguro manter o leite materno congelado por apenas 15 dias, portanto seu estoque não será muito grande.

Quando voltar a trabalhar, programe-se para ordenhar o leite uma ou duas vezes durante o expediente, se houver algum lugar adequado onde você trabalha.

Guarde bem o leite extraído, em geladeira, para que possa ser acrescentado ao seu estoque, enquanto o bebê vai tomando o leite mais antigo do estoque, dado por outra pessoa.

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Complementar com fórmula de leite artificial e seguir amamentando em casa

Se você não puder ou não quiser tirar o leite no trabalho e não tiver estoque de leite materno congelado, pode substituir apenas as mamadas dos momentos em que vai estar fora por fórmula de leite artificial e deixar para amamentar sempre que estiver em casa, incluindo os fins de semana.

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Sem ordenhar leite no trabalho, sua produção vai cair pelo menos um pouco. O uso de mamadeira pode também interferir na amamentação. Mesmo assim, é perfeitamente possível dar preferência ao peito sempre que estiver junto com o bebê e seguir com as duas coisas.

Bebês de mais de 6 meses: introdução alimentar

Em algumas situações a licença-maternidade dura até o bebê completar 6 meses, e estar apto a começar a comer outros alimentos.

Funcionárias públicas federais e de alguns Estados e municípios, e mulheres que trabalham em empresas que fazem parte do programa Empresa Cidadã têm direito a licença-maternidade de 180 dias. (Veja como a licença-maternidade funciona.)

Aos 6 meses, bebês já podem começar a comer outros alimentos. É possível introduzir refeições e lanches nos momentos em que a mãe está fora de casa e guardar as mamadas no peito para quando ela estiver presente.

Enquanto o bebê se adapta à nova alimentação, e dependendo de quanto tempo a mãe passa longe de casa, pode precisar de uma quantidade de leite considerável. Vale montar um pequeno estoque de leite congelado e tirar o leite pelo menos uma vez no trabalho.

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A alternativa do uso da fórmula pode ficar como um complemento à amamentação se por acaso houver uma emergência.

Quando o bebê começa a comer comida, a produção de leite da mãe normalmente já se reduz e se adapta à demanda menor. Mantenha a amamentação à noite e sempre que estiver em casa, para que a produção de leite fique estabilizada e adequada às necessidades do seu filho.

Quais as vantagens de tirar o leite no trabalho?

Entre as vantagens de manter o aleitamento pelo máximo de tempo possível está o fato de o leite materno evitar alergias, conferir proteção contra doenças e evitar os gastos com a compra de fórmula artificial.

Além disso, tirar o leite pode diminuir o risco de você ter mastite.

Pode até ser que você ache meio estranho usar a bombinha em um ambiente tão não caseiro (mesmo que seja em um espaço reservado), mas os benefícios são um bom incentivo para superar as inconveniências.

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O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde recomendam que a amamentação seja mantida até a criança ter pelo menos 2 anos.

Do que vou precisar para tirar o leite no trabalho?

Você vai precisar de alguns itens básicos:

  • Uma bombinha: as elétricas e que tiram leite dos dois seios ao mesmo tempo tornam o processo mais rápido, mas são caras (esse tipo de equipamento pode também ser alugado em locais específicos; converse com o pediatra,obstetra ou consultor para pedir indicações). Bombas manuais também fazem bem o trabalho, desde que você se acostume. Você também pode tentar a ordenha manual.
  • Frascos especiais para leite materno ou potes de vidro com tampa plástica esterilizados em casa, e uma sacolinha térmica para armazenar o leite no caminho de volta.
  • Acesso a uma geladeira para manter o leite resfriado até que você volte para casa.
  • Acesso a uma tomada, se sua bomba extratora exigir.
  • Um local limpo e reservado para extrair o leite. Se sua empresa não tiver uma sala de lactação, converse com o setor de recursos humanos para encontrar uma salinha onde possa ficar à vontade e que possa ser trancada. O banheiro não é o melhor lugar para tirar o leite, pois é um ambiente sujeito a contaminações.

A Anvisa tem uma norma técnica (portaria 193 de 23 de fevereiro de 2010Abrir uma nova janela) para a criação de salas de apoio à amamentação no local de trabalho.

Com que frequência devo fazer a extração de leite no trabalho?

Quando o bebê é novinho, com menos de 6 meses, o ideal é tirar o leite materno a cada três horas, para manter o ritmo da produção do leite e poder amamentar sem problemas no fim de semana.

Para isso você pode contar com os dois intervalos de meia hora garantidos pela legislação até o bebê fazer 6 meses, para trabalhadoras registradas.

Depois dos 6 meses, será necessário negociar intervalos ou usar parte da hora do almoço ou de descanso para a ordenha.

Mesmo que você só consiga tirar o leite uma vez, durante sua jornada de trabalho, já é melhor do que não tirar nada. Lembre-se de que o leite ordenhado precisa ir imediatamente para a geladeira, e depois ser transportado numa bolsa térmica.

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O que fazer para que os seios não vazem no trabalho?

Nas primeiras semanas depois da volta ao trabalho é bem possível que você sinta seus seios bem cheios nos horários de mamada e que eles vazem.

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A retirada regular do leite (digamos que em um intervalo de manhã, na hora do almoço e em outro intervalo à tarde) vai ajudar a conter o vazamento, mas você pode também usar absorventes para seios a fim de evitar marcas ou manchas nas roupas.

Troque os absorventes com frequência porque a umidade pode favorecer a proliferação de microorganismos.

Existem também alguns modelos de conchas para colocar dentro do sutiã. O leite acumulado na concha não pode ser guardado nem dado ao bebê, e há especialistas que acham que seu uso também predispõe a infecções e ao entupimento de ductos.

Tenha sempre com você, ou no seu local de trabalho, uma ou duas trocas da parte de cima da roupa para o caso de vazamentos.

Como oferecer o leite ordenhado ou fórmula ao bebê? Precisa treinar antes?

O método mais prático para oferecer o leite ao bebê enquanto você estiver no trabalho é a mamadeira. A questão é que especialistas advertem que existe o risco de o bico artificial interferir na amamentação e acabar apressando o desmame.

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As alternativas à mamadeira são o copo ou ainda outras formas de oferecer o leite, como numa colher dosadora, que podem ser bem mais trabalhosas e demoradas, o que as torna inviáveis em certas situações, como em muitas creches.

É provável que o bebê estranhe no começo qualquer um dos métodos, seja copo ou mamadeira. Quando estiver se organizando para preparar o bebê para ficar com outra pessoa inclua algumas experiências com o processo da alimentação.

Só não fique por perto enquanto alguém dá o leite. Bebês costumam preferir o peito se sentem que a mãe está próxima, mesmo que fora de seu campo de visão.

Procure não se desesperar se o bebê rejeitar a mamadeira ou qualquer outro método logo de cara. Pode ser difícil no começo, mas a criança tem o instinto de se alimentar.

Conforme os meses vão passando e a alimentação do bebê muda, ele não será mais tão dependente do leite na sua ausência e a necessidade de dar leite com outros métodos será menor. Quando ele estiver comendo alimentos sólidos, poderá tomar a maior parte do leite que consome quando você estiver em casa, direto do peito, o que contribuirá para que a amamentação prossiga.

Mais orientações sobre a volta ao trabalho

O BabyCenter tem bastante material para ajudar você na manutenção da amamentação . Leia nossos artigos sobre:

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O seu grupo dos bebês do mesmo mês é um ótimo lugar para trocar ideias sobre o fim da licença-maternidade. Ou então peça conselhos no grupo sobre amamentação. Consultorias especializadas em lactação podem ajudar você a se organizar na nova rotina.

Tire dúvidas sobre bebê em creche ou escolinha e doenças.

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Assista em um vídeo como fazer uma boa pega para o bebê mamar no peito.

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