Negros na luta contra o racismo acima e abaixo do equador

Menino 23 e George Floyd, o racismo em dois tempos - Divulgação

Durante dias, todos estão acompanhando os protestos nos Estados Unidos, pela morte de George Floyd, a gota d’água que faltava pra que entidades, ONG’s, civis e lideres negros darem um basta em uma sucessão de prisões descabidas e abordagens violentas. A história que leva a Floyd começou na 13° Emenda constitucional que entrou em vigor em 1865 determinando que ninguém poderia ser submetido ao regime de escravidão, salvo se condenado por crime.

Em 2017 foi lançado na Netflix o documentário “A 13ª Emenda” produzido pela ativista, cineasta e roteirista Ava DuVernay, de 47 anos, que explica com clareza o racismo nos EUA. Grande parte do documentário se assemelha à realidade dos negros no Brasil, principalmente porque se por um lado é garantida a igualdade de todos perante a lei, por outro a população negra em ambos os países e em outras partes do mundo são mais visadas pelo sistema legal controlado pela população branca desde os primórdios.

No Brasil, após a abolição da escravidão em 1888, o sistema penal criminalizou condutas inofensivas para afastar os recém-libertos da convivência pública. Infrações como vadiagem num país onde negros não podiam nem estudar, quanto mais arranjar emprego era uma tática óbvia de marginalizar e perseguir quem até pouco tempo antes tinha sido escravizado. Manifestações culturais como a capoeira ou religiosas como cultos e oferendas das religiões de matriz africanas também eram e são perseguidas até os dias de hoje, quando o próprio presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, se refere a mães de santos pejorativamente como macumbeiras e ameaça não subsidiar com verba oficial qualquer atividade do setor.

Para quem tiver interesse em conhecer melhor a história do racismo norte-americano, o documentário A 13ª Emenda está no Netflix e no Youtube. No link a seguir, vários filmes brasileiros voltados para a temática racial – http://www.assistebrasil.com.br/2016/08/10-filmes-nacionais-discutem-racismo-no-brasil/