Compostagem para municípios e condomínios: porque é urgente implementar uma solução a longo prazo
O Brasil possui 20% dos solos agriculturáveis do planeta, o que, segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos, posiciona o país como o 4º maior consumidor da indústria mundial de fertilizantes. Este cenário demonstra a importância da realização de pesquisas na área de produção de compostos orgânicos para a substituição dos fertilizantes químicos em nossos solos.
Em alguns países, 20% da geração antropogênica do gás metano (CH4) é oriunda dos resíduos humanos. O metano, gás de efeito estufa, tem potencial de aquecimento global 21 vezes maior do que o gás carbônico (CO2) e é emitido em grande escala durante o processo de degradação e aterramento de rejeitos e resíduos orgânicos, de acordo com dados de 2015 da WWF-BRASIL.
A análise dos casos de sucesso em vários países demonstrou que devem ser utilizadas todas as opções possíveis para desenvolver um programa exitoso de aproveitamento dos resíduos orgânicos das cidades. O domínio que atualmente se tem dos projetos de compostagem local e de compostagem em pequena e média escala permitem conceber programas em cidades de qualquer dimensão, que partem da combinação dessas alternativas.
O princípio básico do sistema de compostagem padronizado na Colômbia, por exemplo, é a aeração do resíduo sem o seu reviramento, utilizando técnicas diferentes de aeração conforme a escala da aplicação. Quanto mais eficiente for esta aeração, maior será a proliferação das bactérias aeróbias e assim, melhor será a compostagem dos resíduos.
A eficiência da aeração por toda a massa será decorrência de uma boa mistura entre os resíduos orgânicos com um material estruturante seco - que pode ser composto por folhas e podas picotadas, serragem, cavacos finos, maravalha etc. A mistura deve ser realizada na proporção 3 por 1, em volume. Para cada 3 volumes de resíduos úmidos deverá ser adicionado 1 volume de resíduo estruturante seco. As proporções podem variar um pouco para se evitar a umidade excessiva de alguns resíduos específicos.
Os sistemas de compostagem propostos são modulares e podem ser dimensionados conforme a geração, organizados basicamente em duas classificações:
- compostagem em pequena escala (composteiras individuais ou coletivas, desenhadas e construídas para permitir a aeração por convecção, pela base e pelas laterais) e
- compostagem em média escala de resíduos provenientes da coleta seletiva (baias com aeração forçada por meio de um pequeno sistema de tubos e bomba sopradora de pequena capacidade)
Assim como em todo programa de compostagem, a condição central para o sucesso das ações é uma gestão eficiente que permita dar continuidade ao trabalho. O guia de compostagem contempla as diversas escalas em que pode ser implementada a compostagem, mas este artigo foca nas soluções para os municípios que buscam cumprir suas obrigações com a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Se esse é o seu caso, que tal conversarmos sobre o manejo sustentável de resíduos e compostagem urbana? Uma boa solução para o problema requer menos investimento com maior retorno a longo prazo, inclusive para o meio ambiente.
Você pode acessar o doc completo sobre compostagem para municípios em: https://bit.ly/32CCpes
Professora e Pesquisadora até dez 2018 na Centro Universitário Fundação Santo André
4yTratar dos resíduos orgânicos deveria ser uma prioridde. Eles respresentam mais de 50 % de resíduos domiciliares..... por que não vemos mais iniciativas como esta?!!!!