Vírus solto

Depois de uma semana de queda, taxa de transmissão da covid-19 no Brasil volta a subir

País não sustenta índice de 0,98 na velocidade do contágio pelo coronavírus, de acordo com relatório da Imperial College. Dado mostra que contaminação não desacelerou e transmissão ainda é constante

Rovena Rosa/EBC
Rovena Rosa/EBC
Em números de casos e mortes, Brasil é segundo maior país, atrás dos Estados Unidos. De acordo com a Opas, jovens estão impulsionando a disseminação do novo coronavírus nas Américas

São Paulo – A taxa de transmissão do novo coronavírus voltou a crescer no Brasil, de acordo com relatório semanal do Imperial College de Londres. A instituição britânica calcula que o país abriu a semana, no domingo (23), com o índice em 1. Ou seja, cada 100 pessoas infectadas pela covid-19 transmitem o vírus para outras 100 pessoas. Uma semana antes, pelo mesmos cálculos a taxa de contaminação era de 0,98 – o primeiro resultado mais baixo desde abril. 

O novo índice indica que a epidemia no Brasil ainda não está desacelerando. Apenas uma taxa de transmissão abaixo de 1 leva à queda de novos casos de contaminação pelo coronavírus. Um índice em 0,98  por exemplo, mostra que cada 100 infectados contaminam outros 98 pessoas, que poderiam transmitir o vírus para outras 96. E assim sucessivamente, até o alcance do patógeno ir reduzindo dentro da mesma proporção. 

Ao oscilar para cima, apesar de uma ligeira estabilidade na transmissão, a pandemia ainda segue em tendência de crescimento. O índice é calculado pelo Imperial College com base no número de mortes reportadas. Nesse quesito e em número de casos confirmados da doença, o Brasil é o segundo país com mais registros, atrás somente dos Estados Unidos. 

Mortes e infecções nas Américas

Nesta terça-feira (25), mais de mil mortes por covid-19 foram novamente registradas nas últimas 24 horas no Brasil. De acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), já são, ao todo, 116.550 vidas perdidas em decorrência da infecção. E 3,670 milhões de casos confirmados desde o início do surto, em março.

Reportagem da Folha de S. Paulo aponta que, nesta semana, a instituição britânica observa que o Peru é o único país sul-americano que apresenta uma taxa de transmissão abaixo de 1. O continente das Américas, como um todo, preocupa as autoridades sanitárias. A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) – braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) –, indica que os números de mortes e infecções dobraram na região nas últimas seis semanas. 

A diretora da Opas, Carissa Etienne, descreveu nesta terça que as pessoas entre 19 e 59 anos são o principal impulso à disseminação do novo coronavírus nas Américas. Por outro lado, quase 70% dos óbitos por covid-19 se concentram na parcela de indivíduos com 60 anos ou mais. A região também tem seis países listados entre os 10 mais afetados pela pandemia: Estados Unidos, Brasil, México, Colômbia, Peru e Argentina. O órgão frisou a importância de que governos mantenham medidas de prevenção, expandindo a testagem e programas de controle dos casos e de rastreamento da doença. 


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