Sociedade

O “Demónio de Taganga” foi detido em Oeiras. Autoridades suspeitam que estaria a montar uma rede de prostituição ibérica

23 maio 2019 22:20

dirección de investigación criminal e interpol

Sobre Assi Moosh recaía um mandado europeu de detenção, mas é na Colômbia que deve enfrentar várias acusações, inclusive de homicídio

23 maio 2019 22:20

Assi Moosh, um ex-militar israelita de 45 anos, foi detido esta quarta-feira em Oeiras, pela Polícia Judiciária, com a colaboração da Guardia Civil espanhola e da Polícia Nacional da Colômbia. O homem era procurado pela Interpol e é acusado pelo Ministério Público colombiano de homicídio agravado, conluio, enriquecimento ilícito, turismo sexual e proxenetismo.

De acordo com informação fornecida pela instituição, Moosh era o cabecilha de uma rede de prostituição que dirigiu entre 2009 e 2017, data em que foi expulso da Colômbia. Era conhecido como “Demónio de Taganga” (nome de uma cidade turística na costa caribenha da Colômbia) ou "O Intocável", devido à cumplicidade de que beneficiava por parte das autoridades locais.

A Polícia Nacional da Colômbia suspeita que o homem estivesse a montar em Portugal e Espanha uma organização criminosa similar à que tinha sido desmantelada na América do Sul. A sua organização no país foi alvo de uma operação em dezembro de 2018, que resultou na detenção de cinco pessoas e na apreensão de 12 imóveis, avaliados em 16 milhões de euros.

Assi Moosh, sobre o qual pendia um mandado europeu de detenção, foi detido com uma parceira e na posse de documentação israelita falsa. Segundo a Guardia Civil, geria uma rede de tráfico de pessoas para exploração sexual, incluindo menores, camuflada de negócio turístico. Ainda colaboraria com organizações de tráfico de drogas.

De acordo com a televisão colombiana Caracol, Moosh vendia pacotes turísticos que incluíam drogas e serviços sexuais. “Eram oferecidos a cidadãos israelitas, especialmente ex-militares’’, avançou o coronel Edwin Villota. A mesma fonte adianta que deverá ser extraditado para a Colômbia, onde enfrenta acusações que podem resultar numa pena até 60 anos de prisão.