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As pérolas de Guedes: ministro polemiza com falas controversas

Paulo Guedes causa tensão no mercado e arrisca imagem do governo com declarações públicas

Brasília|Emerson Fraga, do R7, em Brasília

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento em Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento em Brasília O ministro da Economia, Paulo Guedes, em evento em Brasília

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, tem provocado polêmica com declarações à imprensa. Controversas, as falas de Guedes repercutem de forma negativa para a imagem do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) e causam alvoroço no mercado.

Nesta quinta-feira, em audiência no Senado Federal, o ministro da Economia afirmou que a taxa extra de energia elétrica deverá sofrer um novo reajuste e que “não adianta ficar sentado chorando”. “Temos de enfrentar a crise de frente. Vamos ter de subir a bandeira, a bandeira vai subir. Vou pedir aos governadores para não subir automaticamente o ICMS [imposto estadual, cobrado no valor total da conta de luz]. Eles acabam faturando em cima da crise. Isso não é interessante. Temos de enfrentar, não adianta ficar sentado chorando”.

No mesmo evento, o ministro disse que é melhor não pagar os precatórios federais (requisições de pagamento expedidas pelo Judiciário) do que ficar sem vacina. “Se entrarem os precatórios, não há dinheiro para expandir as vacinas. Será que o jovem lá do IFI [Felipe Salto, diretor-executivo do instituto] sabe disso? Ele prefere pagar o precatório e ficar sem a vacina? Eu acho que os senadores, se estivessem bem assessorados, estariam bem informados disso”.

As declarações vêm um dia depois de Guedes ter perguntado, no lançamento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, qual o problema de a conta de energia ficar “um pouco mais cara”. No evento, ele disse que a arrecadação, o consumo de energia elétrica e de combustível estão “bombando” e a economia está “vindo com força”.

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Em 17 de junho, Guedes afirmou que o brasileiro exagera no prato de comida e que as sobras nos restaurantes poderiam “alimentar mendigos”. “Você vê um prato de um classe média europeu, que já enfrentou duas guerras mundiais, são pratos relativamente pequenos. E os nossos aqui, nós fazemos almoço em que, às vezes, há uma sobra enorme”, afirmou. “Toda aquela alimentação que não for utilizada ali durante aquele dia no restaurante, aquilo dá pra alimentar pessoas fragilizadas, mendigos, desamparados. É muito melhor do que deixar estragar essa comida toda.”

Em 27 de abril, Guedes disse, durante reunião do Conselho de Saúde Complementar, que o Fies, programa federal para estudantes de baixa renda financiarem mensalidades do ensino superior, deu “bolsa pra todo mundo” e ajudou até “filho do porteiro” que “tirou zero na prova” do vestibular. “Deram bolsa pra quem não tinha nenhuma capacidade de saber ler”, declarou.

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No mesmo encontro, Guedes afirmou que “o chinês inventou o vírus [da Covid-19], e a vacina dele é menos efetiva do que a americana”. Depois, ele se desculpou e disse que usou “uma imagem infeliz”.

Em 12 de fevereiro de 2020, o ministro defendeu o patamar elevado da taxa de câmbio e afirmou que, com o dólar baixo, tinha até “empregada doméstica indo pra Disneylândia”. “Todo mundo indo pra Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia. Uma festa danada. Peraí. Vai passear ali em Foz de Iguaçu, vai passear ali no Nordeste, cheio de praia bonita. Vai pra Cachoeiro de Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que tá cheio de coisa bonita pra ver”, disse.

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Em 7 de fevereiro do ano passado, em uma palestra na Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro (RJ), Guedes chamou os funcionários públicos de “parasitas”, genericamente, ao defender a necessidade de uma reforma administrativa.

“O governo está quebrado. Gasta 90% da receita toda com salário e é obrigado a dar aumento de salário. O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação, tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo, o hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita, o dinheiro não chega ao povo e ele quer aumento automático. Não dá mais. A população não quer isso, 88% da população brasileira são a favor inclusive de demissão de funcionalismo público, de reforma, de tudo para valer. Nos Estados Unidos o cara fica quatro, cinco anos sem dar um reajuste. De repente, quando ele dá um reajuste todo mundo: ‘Oh, muito obrigado, prazer’. Aqui o cara é obrigado a dar, porque o dinheiro está carimbado, e ainda leva xingamento, ovo, não pode andar de avião."

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