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Direto da Reitoria

Professores eméritos da UFRJ emitem nota em defesa da democracia

Posicionamento manifesta, ainda, defesa da educação, da cultura, do meio ambiente, da tecnologia e da ciência

Um grupo de 50 professores eméritos da UFRJ emitiu nota na última terça-feira, 25/10, expressando defesa da educação, da ciência, da cultura, do meio ambiente, da tecnologia e da democracia.

Lido na sessão ordinária do Conselho Universitário (Consuni/UFRJ) desta quinta-feira, 27/10, pelo professor Ricardo Medronho, o posicionamento destaca o asfixiamento orçamentário das universidades federais.

“As universidades públicas são responsáveis por mais de 95% da pesquisa produzida no país. Assim, deixá-las à mingua, sem recursos que garantam seu pleno funcionamento e sem verbas para bolsas de pós-graduação e pesquisa, torna evidente o projeto de nação engendrado”, ressalta o texto.

Leia na íntegra:

Posicionamento de Professores Eméritos da UFRJ em Defesa da Educação, da Ciência, da Cultura, do Meio Ambiente, da Tecnologia e da Democracia

Nós, Professores Eméritos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, vimos a público manifestar nossa total indignação frente aos desmandos do atual governo, claramente empenhado em asfixiar as universidades federais e em desmontar o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, duramente construído e continuamente aperfeiçoado desde 1951, quando da criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq.

O governo atinge este objetivo ao retirar verbas das universidades federais, comprometendo seriamente seu funcionamento. Da mesma forma age em relação à CAPES, ao CNPq e ao FNDCT, reduzindo
drasticamente os auxílios à pesquisa e a concessão de bolsas para pós-graduandos, fragilizando a educação superior e a ciência como um todo. Como consequência disto, vemos nossos mais brilhantes jovens pesquisadores emigrarem para países mais ricos, a fim de avançar com suas pesquisas, uma vez que isso se tornou impossível no Brasil, resultado desse monstruoso corte de verbas.

As universidades públicas são responsáveis por mais de 95% da pesquisa produzida no país. Assim, deixá-las à mingua, sem recursos que garantam seu pleno funcionamento e sem verbas para bolsas de pós-graduação e pesquisa, torna evidente o projeto de nação engendrado pelo atual governo para o País, ao qual caberia apenas a exportação de commodities, tais como petróleo bruto, minério de ferro e soja.

Como defensores incontestes da ciência, da educação, da saúde pública e do Estado Democrático de Direito, posicionamo-nos fortemente contra o negacionismo que causou a morte evitável de centenas de milhares de pessoas durante a pandemia; contra o totalitarismo, que ataca os meios de comunicação e espalha o ódio e o terror na sociedade, com o uso contínuo e recorrente de fake news; contra o armamento da população, que serve apenas para munir as milícias com armamentos comprados
legalmente; contra o desenfreado desmatamento da Amazônia, que altera as condições climáticas do planeta; contra a invasão de terras indígenas; contra o garimpo ilegal, que provoca destruição do meio
ambiente; contra o desmonte da Funai e do Ibama; contra os falsos profetas que manipulam os mais pobres, incutindo-lhes o medo e o ódio; e, finalmente, contra o projeto de um governo que nos colocou de
volta no mapa da fome da ONU.

Em 25 de outubro de 2022

Adelaide Maria de Souza Antunes
Adalberto Ramon Vieyra
Ana Ivenicki
Andrea Viana Daher
Anita Dolly Panek
Antonio Carlos Secchin
Antonio Flavio Barbosa Moreira
Antonio Giannella-Neto
Arthur Octavio de Avila Kós
Beatriz Becker
Carlos Aguiar de Medeiros
Celina Moreira de Mello
Clarisa Beatriz Palatnik de Sousa
Claudio Costa Neto
Consuelo da Luz Lins
Dinah Maria Isensee Calou
Erasmo Madureira Ferreira
Dani Gamerman
Francisco Radler de Aquino Neto
Gilberto Barbosa Domont
Jorge Almeida Guimarães
Helio dos Santos Migon
Jayme Luiz Szwarcfiter
Jose Angelo de Souza Pappi
José Egídio Paulo de Oliveira
José Luís da Costa Fiori
Jose Mauro Peralta
Liu Hsu
Luiz Bevilacqua
Luiz Davidovich
Luiz Felipe Alvahydo de Ulhoa Canto
Manuel Antônio de Castro
Márcio Tavares d’Amaral
Maria Antonieta Rubio Tyrrell
Marieta de Moraes Ferreira
Martin Schmal
Muniz Sodre Cabral
Nei Pereira Junior
Nelson Maculan Filho
Nelson de Souza e Silva
Nelson Spector
Nicim Zagury
Nubia Verçosa Figueiredo
Olaf Malm
Otávio Guilherme Cardoso Alves Velho
Raquel Paiva de Araújo Soares
Ricardo de Andrade Medronho
Roberto Lent
Takeshi Kodama
Vivian Mary Barral Dodd Rumjane