Covid-19 já matou mais que H1N1 no Brasil

Coronavírus matou 2.141

H1N1 fez 2.098 vítimas

Profissionais de saúde do SUS recebem paciente na entrada de hospital em Brasília
Copyright Sérgio Lima/Poder360 - 4.abr.2020

O número de mortes no Brasil por covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus, já é maior que o da gripe suína, desencadeada pelo H1N1 no país. Dados do Ministério da Saúde desta 6ª feira (16.abr.2020) confirmam 2.141 mortos pela nova infecção no país enquanto o H1N1 vitimou 2.098 pessoas, de 2009 a 2010. A covid-19 supera a gripe suína 31 dias depois da confirmação do 1º óbito, em 17 de março, em São Paulo.

O número contraria previsão do presidente Jair Bolsonaro. “O número de pessoas que morreram de H1N1 foi mais de 800 pessoas [em 2019]. A previsão é não chegar aí a essa quantidade de óbitos no tocante ao coronavírus”, afirmou o presidente à TV Record em 8 de março.

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), que chegou a ser cotado para o cargo de ministro da Saúde no lugar de Luiz Henrique Mandetta (DEM), também errou. “Vai morrer mais gente de gripe sazonal, no inverno, no Rio Grande do Sul. Morrem, em média, 950 pessoas de gripe sazonal, principalmente os idosos”, disse Terra, em entrevista à Folha de S.Paulo em 8 de abril. Veja outras previsões.

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Até o momento, o Brasil tem 33.682 casos confirmados de covid-19, com taxa de mortalidade de 6,4%. O número ainda é inferior ao total de diagnosticados com a gripe suína de 2009 a 2010. Houve 53.797 pessoas contaminadas pelo H1N1, segundo o Instituto de Medicina Tropical da USP (Universidade de São Paulo), com base nos dados do Ministério da Saúde.

Deve-se considerar, no entanto, a subnotificação dos casos de covid-19, já que faltam exames no país. A maior parte dos que são testados são pacientes em estado grave. No caso da gripe suína, inicialmente pessoas assintomáticas que voltavam de viagem ao exterior ou que haviam tido contato com esses turistas eram testadas. Com o aumento na quantidade de casos, o mesmo protocolo do novo coronavírus foi adotado há 10 anos, ou seja, exames passaram a ser feitos só para quem estivesse em estado grave.

A recomendação para casos suspeitos de covis-19, de leves a moderados, é ficar em casa, em isolamento. Há, também, os infectados que não apresentam sintomas. Por isso, estudo do Nois (Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde) indica que a quantidade de infectados pode ser até 12 vezes maior que a divulgada oficialmente pela pasta.

O Sars-Cov-2, mais conhecido como novo coronavírus, é altamente transmissível. A taxa é maior que a do H1N1, mutação do vírus influenza que causa gripe suína. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma pessoa com H1N1 pode infectar de 1,2 a 1,6 pessoas. O número sobe para 2,79 no caso do novo coronavírus, segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças, em português).

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