Anne Glienke’s Post

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Data Engineer at Reach plc

Nem tudo são flores na gringa… Eu sempre falo das coisas boas de se morar na Alemanha, e em Berlim. Hoje eu vou falar das coisas difíceis de morar fora: - Burocracia: mudar de país é extremamente burocrático, tanto no país de origem quanto no de destino. Passei meses me preparando pra isso e foi exaustivo. - Trabalhar em inglês: essa foi minha primeira experiência trabalhando 100% em inglês. Percebi que meu vocabulário é bem limitado e, no começo, foi bem cansativo passar o dia com o cérebro atento ao que os outros tão falando. A comunicação é bem menos fluida do que na nossa língua nativa. - Viver num país de língua estrangeira: a carga mental de ouvir outra língua o dia inteiro, de ter que levar o celular no mercado pra traduzir tudo é enorme. Às vezes a gente só quer ouvir um português pra descansar. - Acomodação: Berlim tem uma escassez de imóveis crônica. Moro aqui há pouco mais de 7 meses e ainda to em um imóvel temporário e mais caro que o aluguel tradicional porque: primeiro, não tinha os documentos necessários ainda; segundo, quando eu aplico pro aluguel de um imóvel, concorro com algo entre 500-1200 pessoas. - Inverno: eu tive uma deficiência enorme de vitamina D e winter blues forte. Durante o inverno a gente não vê o céu. Tá sempre nublado, cinza, frio. Os apartamentos e as ruas não têm iluminação suficiente, então a gente vive na penumbra. Os dias acabam às 15h30. Não é mágico, é horrível. Provavelmente a coisa mais difícil que eu passei aqui. - Bons médicos são disputados: se teve algo que eu aprendi aqui foi que se eu quiser um bom médico, eu vou ter que esperar alguns meses. Todos os médicos que eu consegui marcar rápido foram péssimos. Extremamente rudes e desrespeitosos. A maioria dos que eu visitei tentou me empurrar um tratamento alternativo (não coberto pelo plano), que envolve beber chás, meditar, participar de grupos de yoga. Aliás tem médico que se você tentar pedir um remédio vai dizer pra você procurar um “drug dealer” porque ele não faz "esse tipo de atendimento". A gente se sente muito impotente e vulnerável quando busca auxílio médico e passa por isso. - Saudade da família/amigos: ficar longe da nossa rede de apoio é muito difícil e muito solitário. Dói não estar lá pra comemorar coisas importantes, pra dar e receber suporte em momentos difíceis ou só pra jantar junto. É difícil pensar que, se alguém precisar, a gente tá a muitas horas de distância. Eu não vou mentir. Eu vim pela segurança, pelo desenvolvimento profissional, pelos salários, pelas garantias trabalhistas. Por não aguentar mais viver num país em que tanta gente vota no Inominável de coração tranquilo e repete absurdos violentos e preconceituosos de boca cheia, com a certeza da impunidade. O que eu vim buscar aqui, eu encontrei. E é muito bom. Se não fosse, eu já tinha voltado. Mas não é fácil. E esse desabafo é pra ajudar a preparar quem tá pensando em sair do país. E pra dizer pra quem optou por não sair que essa também é uma boa decisão.

Vitor Seabra

Head of International Expansion @ Pluga

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A quantidade de carta que tu recebe tb kkkk! mano, fui mudar minha steuerklasse... pqp... recebi 6 cartas no total. Isso q consegui fazer o processo online, o q é uma raridade na Alemanha. Eles estão uns 10-15 anos atrasados nesse aspecto

Vinicius de Paula Monteiro de Campos

Data Engineer | DevOps | Big Data | AWS | Datalake | Redshift | Spark | Azure | Databricks | Snowflake | DataFactory | Python | PySpark | Hadoop | GCP | Dataproc | Bigquery | Airflow | Kubernetes | Kafka | Athena | EMR

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Não merece apenas um like mas AQUELEEEE LIKE!

Ana Maia

Co-Founder at Panic Lobster

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Força amiga! Não é fácil, estamos aqui pra quando vcs precisarem! ❤️

Flavio Lima

Performance & Capacity Planning

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Sair do pais natal e ir morar na Gringolandia nao é facil. Nao consegui me adaptar à Suiça, pais vizinho da Alemanha. O inverno que parece nao terminar, a solidao que senti, sao fatores que ninguem esta preparado para enfrentar. Fui embora, aceitei uma oferta nos EUA. Foi a melhor opçao de minha vida. Embora inicialmente vivi em regiao de inverno intenso, o povo americano fez toda a diferença. Cada regiao americana é uma experiencia diferente. Finalmente, o sul da Florida, com clima tropical, foi o premio que conquistei por nao jogar a toalha.

Ana Paula Schäpers

Communications Officer bei Constructor Knowledge | Press Officer by TC Pfullendorf

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Moro na Alemanha, Munique, e minha experiências é TOTALMENTE diferente da desse post. A parte dos médicos achei bem estranho o relato dela, que foi indicada a fazer meditação, procurar drug dealer… Oi? Vale destacar que isso foi a experiência pessoal DELA. É a visão DELA e merece respeito. Mas não quer dizer que é ou vai ser igual para todo mundo. Pra mim por exemplo, que já estou há seis anos no país, tem sido incrível. O blues do inverno é uma realidade, assim como a dificuldade para alugar uma moradia. De resto, tô bem feliz andando livre pelas ruas e vivendo com dignidade e respeito.

Carlos Eduardo Silva Castro

Sr. Project&Agile/Scrum Manager | Organizational Change&Transformation Strategist Leader | AI&ML | LGPD & GDPR Expert | BU&Channel Mgmt | M.Sc. 🌟 Driving Business Success through Strategic Leadership & Innovation 🌟

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Importante alertar a respeito dessa realidade sem glamour. Mas assim é a vida! A realidade do lado de lá é comum a todos que saem da sua terra, sem importar para onde, serão estrangeiros, e principalmente para os brasileiros, eternos saudosistas da "seus tudos", até quando saem a passeio. Talvez um traço cultural herdado dos lusos. Mas, nessas situações de "dificuldade" há decisões corretas, como na área da saúde, ou simplesmente características climáticas e culturais imutáveis. No caso cultural, cabe perfeitamente a frase: "em Roma, como os romanos", ou como em español: "a la tierra que fueres, haz lo que vieres". É bom se desfazer de qualquer muleta, integrar-se! Já a realidade do lado de cá, levando as pessoas a sair, não é de agora, é fruto de décadas de pilhagem e loteamento da rés pública, em todos os níveis e abrangências, pois nenhuma situação como esta se estabelece em tão pouco tempo. E o eleitor já demonstrou, à saciedade, não saber votar ou votar no que lhe parece o mal menor. Assim, sejamos honestos, o adjetivo por você utilizado para o ocupante de plantão na cadeira do Executivo Federal, cai como uma luva em TODOS os políticos brasileiros. E nos eleitores a pecha de eleger o seu algoz (ou será corrupto?) favorito.

Eduardo Elias Saleh

Mission Critical Software Engineer

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Eu não sei a quanto tempo vc tá na Alemanha. Estou a 5 anos na Holanda. Quebrei meu pé no primeiro fim de semana depois de mudar. Foi horrível. Perdi parente e entrei em depressão. Mas passa. O inglês fica fluente. Vc passa a pensar mais em inglês que na sua língua Natal. Vc acaba se acostumando com a burocracia e as cartas. Eu ainda tô aprendendo o holandês, mas isso também ajuda. Minha filha já se sente mais em casa aqui do que no Brasil. A saudade não passa, nunca. Mas a gente se acostuma. Pra mim, que sou filho único, vivo com medo de algo acontecer aos meus e eu não poder ajudar. Mas, até hoje, tenho podido ajudar mais do que podia quando estava lá. Pelo menos financeiramente. Tive oportunidade de voltar e continuar remoto. Seria ótimo, se minha filha não fosse ter que estudar ou pra ser operária, ou opressora. Pq essa parece a dicotomia das escolas brasileiras. Aqui, pelo menos, ela aprende que o vizinho feliz faz a vizinhança inteira feliz. Resumindo, não é perfeito. Mas ainda me parece a melhor opção. Boa forte!

Danielle A.

Lead, Technical Program Management at Mastercard

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Oi Anne, seu post apareceu pra mim, moro na Irlanda há quase 4 anos. Tudo verdade. A melhor parte é que a parte exaustiva da língua, que é realmente muito cansativo, passa depois de um ano e pouco trabalhando e, por incrível que pareça, em algum momento você vai ficar cansada de falar de trabalho em português. Pois é! O cérebro chaveia automaticamente quando eu sento pra trabalhar. Eu também cheguei a um ponto que ficava com preguiça de socializar pq demandava um vocabulário que eu ainda não tinha. Passa também. Vocabulário vem com o tempo e justamente com você se forçando a estar entre nativos e não entendendo nada das piadas na hora do almoço de trabalho. Almoço de trabalho com irlandeses me ajudou muito! Não deixa de tomar vitamina D, nem no verão. Aqui a crise de habitação também está séria 😔 Força, daqui a um ano você vai estar feliz por ter insistido! Qualquer coisa, me chama por aqui.

Tássia Reis

Director of Reporting & Analysis, Office of the CEO @ NYSE: AGR

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Tudo é completamente verdadeiro… Adicionaria mais dois itens que sempre estão em minha mente: - Iniciar a vida do zero: tudo que você aprendeu a sua vida inteira no seu país materno, você tem que reaprender. Nos EUA não importa se você tem um bom salário, se você não tem histórico do seu crédito, você não é ninguém, porque você nunca comprou nada no país. Você tem que construir seu histórico do zero. Tem também as questões básicas do dia-a-dia, desde como tirar sua habilitação para dirigir até mesmo ir ao Post Office e mandar uma encomenda. - Se reinventar: você é uma nova pessoa num novo país. Isso é um fato. Seus amigos, sua família, sua história ficou e você foi pra outro lugar. O modelo de trabalho é diferente, o seu modo de trabalhar também muda. É um processo de desconstrução de você mesmo e criar um novo “eu” nesse novo mundo.

Vania Subbotina

Accountant - Accounts Receivable / Billing / Business Management - CPA - QBO - Netsuite.

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Morei na Ilha de Malta por mais de um ano e não foi fácil! Não suportei o frio, a dificuldade em encontrar bons hospitais/médicos, o preconceito com nós estrangeiros (apesar de muitos amarem o Brasil), os aluguéis caríssimos, a concorrência para conseguir um bom emprego, a saudade da família e etc... mas valeu a pena porque meu inglês ficou fluente e pude voltar ao meu amado Brasil (mesmo com seus defeitos, que aliás, todo país têm) onde consegui uma vaga em uma multinacional. Nos adaptamos em qualquer lugar, mas nossas escolhas têm consequências, faz parte, o importante é estar feliz com elas.

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