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Nossa Senhora de Lourdes-França a Vidente Santa Bernadette Soubirous


 

 11 de fevereiro: aniversário das aparições de lourdes

 

Em meados do século XIX, Lourdes é uma pequena cidade tranquila, junto aos Pirinéus, que se estende ao longo da margem direita do Gave. Entre notários, advogados, médicos, professores, há os que trabalham manualmente, concretamente, muitos moleiros.

 

 Num deles, o Moinho de Bloy, nasce Bernadette em 7 de Janeiro de 1844, após um ano de casamento dos pais. Bernadette morará nesse moinho durante dez anos com os pais Francisco Soubirous e Luísa Castérot, moleiros que ganham dignamente a vida. É um casamento de amor que dará origem a nove filhos dos quais cinco morrem em pequenos. Bernadette chamará a esta casa "o Moinho da felicidade" porque aí fez uma das mais importantes descobertas para todo o homem e mulher: o amor humano. Bernadette era uma criança simpática, pouco desenvolvida fisicamente para a sua idade, sofrendo de problemas respiratórios de tipo asmático.

 

Vidente Santa Bernadete

 

Em Novembro de 1844, Luísa queima-se num seio e não pode mais dar de mamar a Bernadette que tem de ser mandada para uma ama nos arredores de Lourdes, em Bartrès. Além da separação, a despesa é grande.

 

 Em Abril de 1854, morre o segundo filho dos Soubirous, com dois meses. Depois, os negócios no moinho correm mal. Francisco é um bom homem, sempre sem pressa que lhe paguem, sobretudo os clientes pobres.

Um novo acidente acontece, desta vez a Francisco. Cega de um olho por causa dum estilhaço de pedra que se desprende de uma das mós do moinho que estava a picar, porque se tinha tornado demasiado lisa.

É assim que em 1854, quando Bernadette tem 10 anos, a família tem de mudar de casa. O pai começa a procurar trabalhos precários e a própria mãe também faz trabalhos de casa, lava roupa, trabalha no campo.

No Outono de 1855, uma epidemia de cólera abate-se sobre Lourdes. Bernadette escapa mas a saúde, já frágil desde os seis anos, deteriora-se mais. Nunca mais deixará de ter asma. Com a morte da avó Castérot veio algum dinheiro que melhorou um pouco a situação financeira da família, mas apenas temporariamente. Alugaram um novo moinho mas o contrato revelou-se ruinoso.

Durante o Inverno de 1856-57, para ter "menos uma boca a alimentar", Bernadette vai para casa da madrinha que a toma como criada.

Bernadette ignora tudo do catecismo. Mas isso não a impede de ser educada cristãmente. Sabe o Pai Nosso e a Avé Maria e traz sempre consigo um terço.

Por causa do desemprego, no princípio de 1857, os Soubirou são expulsos de casa e instalam-se na "masmorra", uma sala sombria de 3,5 m por 4,5 m, que fazia parte do que fora uma antiga prisão. A miséria aumenta e em 27 de Março de 1857, a polícia apresenta-se na "masmorra" para prender Francisco Soubirou acusado de ter roubado dois sacos de farinha ao padeiro Maisongrosse. Ei-lo caído ao nível dos ladrões. Bernadette não quer estar longe dos seus e volta a casa em 1857.

 


 

Histórico 

 

Primeira aparição: Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 1858

Acompanhada pela irmã e uma amiga, Bernadette vai a Massabielle, ao longo do rio Gave, para apanhar carqueja. Tirando as meias para atravessar o ribeiro, ouve um barulho que parecia uma rabanada de vento, levanta a cabeça para a Gruta:

"Vi uma senhora vestida de branco: tinha um vestido branco, um véu branco também, um cinto azul, e uma rosa amarela em cima de cada pé."

Faz o sinal da Cruz e recita o terço com a Senhora. Terminada a oração, a Senhora desaparece bruscamente.

Segunda aparição: Domingo 14 de Fevereiro de 1858

Bernadette sente uma força interior que a empurra a voltar à Gruta apesar da proibição dos pais. Pela sua insistência, a mãe dá-lhe autorização. Depois da primeira dezena do terço, vê aparecer a mesma Senhora. Lança-lhe água benta.

A Senhora sorri e inclina a cabeça. Terminada a oração do terço, desaparece.

Terceira aparição: Quinta-feira, 18 de Fevereiro de 1858

A Senhora fala pela primeira vez. Bernadette dá-lhe um papel e pede-lhe que escreva o nome. A Senhora diz-lhe:

Não é necessário.

E acrescenta:

Não prometo tonar-vos feliz neste mundo mas no outro. Queres dar-me o prazer de vir aqui durante quinze dias?

Quarta aparição: Sexta-feira, 19 de Fevereiro de 1858

Bernadette vai à Gruta com uma vela acesa. Foi deste gesto que nasceu o hábito de levar velas e de as acender diante da Gruta.

Quinta aparição: Sábado, 20 de Fevereiro, de 1858

A Senhora ensina-lhe uma oração pessoal. No final da visão, uma grande tristeza invade Bernadette..

 


 

Sexta aparição: Domingo 21 de Fevereiro de 1858

A Senhora apresenta-se a Bernadette de manhã cedo. Uma centena de pessoas acompanham-na. De seguida, é interrogada pelo comissário da Polícia, Jacomet. Ele quer faze-la dizer o que viu. Bernadette não lhe fala senão "d'AQUERO" (daquilo).

Sétima aparição: Terça-feira, 23 de Fevereiro de 1858

Rodeada de cento e cinquenta pessoas, Bernadette vai à Gruta. A Aparição revela-lhe um segredo "Só para ela".

Oitava aparição: quarta-feira, 24 de Fevereiro de 1858

Mensagem da Senhora:

Penitência! Penitência! Penitência! Rezai a Deus pelos pecadores! Vai beijar a terra como penitência pelos pecadores.

Nona aparição: Quinta-feira, 25 de fevereiro de 1858

Estão presentes trezentas pessoas.

Vai beber à fonte e lavar-te. Comerás da erva que lá está.

Bernadette conta:

"Disse-me que fosse beber à nascente (…) não encontrei senão um pouco de água enlameada. À quarta tentativa consegui beber. Fez-me também comer uma erva que se encontrava perto da fonte, depois a visão desapareceu e fui-me embora".

Diante da multidão que lhe pergunta:

"Sabes que acham que estás louca por fazeres essas coisas?"

Ela responde simplesmente:

"É pelos pecadores."

Décima aparição: Sábado, 27 de Fevereiro de 1858

Oitocentas pessoas estão presentes. A Aparição é silenciosa. Bernadette bebe água da fonte e faz os gestos habituais de penitência.

Décima primeira aparição: Domingo, 28 de Fevereiro de 1858

Mais de mil pessoas assistem ao êxtase. Bernadette reza, beija a terra e anda sobre os joelhos em sinal de penitência. De seguida é levada à presença do juiz Ribes que a ameaça de prisão.

 



 

Décima segunda aparição: segunda-feira, 1 de Março de 1858

Mais de cinco mil pessoas se juntaram e entre elas, pela primeira vez, um sacerdote. Durante a noite, Catarina Latapie, uma amiga de Lourdes, vai à Gruta e molha o braço doente na água da fonte: o braço e a mão reencontram os movimentos.

Décima terceira aparição: Terça-feira, 2 de Março de 1858

A multidão aumenta cada vez mais. A Senhora pergunta-lhe:

Vai dizer aos sacerdotes que venham aqui em procissão e que construam uma capela.

Bernadette fala ao Pe. Peyramale, pároco de Lourdes. Este não quer senão saber uma coisa. O nome da Senhora.

Exige além disso uma prova: ver florir a roseira brava da Gruta em pleno inverno.

Décima quarta aparição: Quarta-feira, 3 de Março de 1857

Às sete horas da manhã, em presença de três mil pessoas, Bernadette vai à Gruta, mas a visão não aparece. Depois da escola, escuta o convite interior da Senhora. Vai à Gruta e volta a perguntar-lhe o nome. A resposta é um sorriso. O Pe. Peyramale torna a dizer-lhe:

"Se ela quer mesmo uma capela, que diga o seu nome e faça florir a roseira da Gruta!"

Décima quinta aparição: Quinta-feira, 4 de Março de 1858

A multidão cada vez mais numerosa (cerca de oito mil pessoas) espera um milagre no final desta quinzena. A visão é silenciosa. O Pe. Peyramale não muda de posição. Durante 20 dias, Bernadette não vai mais à Gruta, não sente mais o convite irresistível.

 


 

Décima sexta aparição: Quinta-feira, 25 de Março de 1858

A visão revela o nome, mas a roseira em cima da qual pousa os pés durante as Aparições não floresce.

Bernadette conta:

"Levantou os olhos ao céu, juntando as mãos em sinal de oração, mãos que estavam esticadas e abertas para a terra e disse-me:

"Eu sou a Imaculada Conceição" ("que soy era immaculata councepciou").

A jovem vidente parte a correr, repetindo sem parar, no caminho, as palavras que não compreende. Estas palavras perturbam o valente prior. Bernadette ignorava esta expressão teológica que designa um dos privilégios concedidos por Deus à Santíssima Virgem.

Quatro anos mais cedo, em 1854, o papa Pio IX tinha-a tornado uma verdade certa da fé católica: um dogma.

Décima sétima aparição: Quarta-feira, 7 de Abril de 1858

Durante esta aparição, Bernadette tem a vela acesa. A chama envolveu-lhe longamente a mão sem a queimar. Este facto foi imediatamente constatado pelo médico, o Dr. Douzous.

Décima oitava e última aparição: Quinta-feira, 16 de Julho de 1858

 Bernadette sente o misterioso apelo da Gruta, mas o acesso está proibido e vedado com uma paliçada. Vai então pelo lado da frente, na outra margem do Gave. Vê a Virgem que se apresenta soba a aparência de Nossa Senhora do Monte Carmelo.

"Parecia-me que estava diante da gruta, à mesma distância que das outras vezes. Via apenas a Virgem, nunca a tinha visto tão bela!"

 


 

Reconhecimento pela Igreja

Quatro anos depois das aparições, o Bispo de Tarbes, em 18 de Janeiro de 1862, declara-as como autênticas.

À entrada da basílica da Imaculada Conceição, pode ler-se gravada em mármore a declaração solene do Bispo das Aparições, D. Laurence:

"Julgamos que a Imaculada Maria, Mãe de Deus, apareceu realmente a Bernadette Soubirous, em 11 de Fevereiro de 1858 e nos dias seguintes, por dezoito vezes, na gruta de Massabielle, perto da cidade de Lourdes; que está revestida de todas as características da verdade, e que os fiéis têm fundamento em tê-la como certa. Submetemos humildemente o nosso juízo ao Juízo do Soberano Pontífice que está encarregue de governar a Igreja universal".

Em 3 de Julho de 1866, Bernadette parte para Nevers, para dar entrada na Congregação das Filhas da Caridade onde permanece até à sua morte em 16 de Abril 1879.

É canonizada por Pio XI em 8 de Dezembro de 1933.

 

Corpo Incorrupto De Santa Bernadete

 

 Marie-Bernard Soubirous (Lourdes, 7 de Janeiro de 1844 — Nevers, 16 de Abril de 1879)