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EXPECTATIVA VS REALIDADE

Em 2022, Record vai abrir cápsula do tempo com depoimentos da direção

Foto de Honorilton Gonçalves, ex-executivo da Record
Honorilton Gonçalves era o principal executivo da Record quando a cápsula do tempo foi feita (foto: Divulgação/Record)

A Record passará por um momento inusitado no início de 2022. Há quase dez anos, em abril de 2012, a emissora aproveitou uma convenção em um resort de luxo de São Paulo para fazer com que os seus principais executivos gravassem depoimentos dizendo o que esperavam para a empresa nos próximos dez anos. As mídias com as gravações foram enterradas em uma cápsula do tempo, que deverá ser aberta no próximo ano.

De acordo com o jornalista Flávio Ricco, então colunista do UOL, cerca de 400 pessoas foram convidadas para participar do evento em que as gravações foram feitas. “Principal palestrante na convenção, Ana Paula Padrão falou aos presentes sobre liderança. Auditório lotado. Os participantes foram convidados a gravar um depoimento sobre o que esperam do canal nos próximos dez anos. Um não ouviu o que o outro falou”, afirmou a publicação, feita originalmente na noite de 17 de abril de 2012.

Ainda segundo o jornalista, a fita com todas as gravações foi armazenada por Walter Zagari, que seria o responsável por revelar o conteúdo dos depoimentos após uma década das filmagens. Ele, na época, era um dos grandes executivos da Record, atuando como vice-presidente Comercial da emissora. A sua trajetória no cargo, porém, foi interrompida abruptamente no início do mês, em meio a uma possível briga com Cristiane Cardoso, herdeira da empresa. De manda-chuva, ele virou apenas um conselheiro no setor que antes comandava.

Mas não foi apenas o cargo de Zagari que mudou nos últimos dez anos. As gravações da cápsula do tempo foram feitas apenas uma semana depois da estreia da desastrosa novela Máscaras, que foi a responsável por praticamente dizimar todo o setor de dramaturgia do canal, que arrendou o RecNov (seu complexo de dramaturgia no Rio de Janeiro) para a produtora Casablanca em novembro de 2015. A trama implodiu o projeto A Caminho da Liderança e custou o emprego da maior parte dos executivos da emissora, que passou por uma grande reformulação interna em julho de 2013.

A audiência, de lá pra cá, também foi caótica. Os índices da Record desabaram com o passar dos anos, ao ponto da rede ter sido suplantada pelo SBT na disputa pela vice-liderança no Painel Nacional de Televisão, o PNT. O canal só voltou para a segunda colocação no segundo semestre do ano passado, muito por conta das incontáveis mudanças promovidas por Silvio Santos, mas ainda aquém dos números outrora alcançados.

Se a cápsula do tempo ainda existir, sua abertura promete momentos no mínimo engraçados — que a Record dificilmente terá coragem de compartilhar com o público. Dificilmente os executivos da rede, conhecidos por sua mania de grandeza, acreditavam que a emissora chegaria ao ano de 2022 muito pior do que estava em 2012 em praticamente todos os sentidos.

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