CEI de Joinville cria rede de apoio para mães de alunos com desenvolvimento atípico

Proposta feito no CEI Jorge Luiz Wanderwege visa a promoção do autocuidado e autoconhecimento para mães de estudantes com desenvolvimento atípico e com deficiência

A relação entre mães e filhos é uma das mais importantes na vida de um indivíduo: são elas que cuidam, dão carinho e atendem as necessidades de seus pequenos, ainda na gestação. Esse zelo acaba se tornando ainda maior com crianças com deficiência e de desenvolvimento atípico, pois carecem de mais atenção. Mas quem se torna o responsável por cuidar de quem cuida?

Mães de alunos com desenvolvimento atípico participam de reuniões para trocar experiênciaAMADA é nome da rede de apoio desenvolvido no CEI Jorge Luiz Wanderwege – Foto: Marta dos Santos Dettruz/Divulgação/its Teens

Na procura de oferecer uma rede de apoio, o Centro de Educação Infantil (CEI) Jorge Luiz Wanderwege criou um projeto visando ajudar essas mulheres. Assim nasceu a Associação de Mães e Amigos dos Discentes Atípicos, mais conhecida como AMADA.

Ter um olhar de cuidado com os alunos é essencial para identificar as dificuldades que eles enfrentam. Ao identificar que um dos estudantes não havia alcançado o desenvolvimento esperado para sua idade, a equipe pedagógica verificou a origem da adversidade.

Por problemas pessoais e sem encontrar a ajuda psicológica necessária, a situação dessas mães afetou a qualidade do aprendizado de seus filhos. A partir disto, surgiu a ideia de criar um projeto para oferecer apoio às mães de crianças com desenvolvimento atípico e com deficiência.

Na construção do programa, foi realizada uma pesquisa em que constatou-se que as mães dessas crianças possuem alto índice de ansiedade e depressão diagnosticados. As batalhas do dia a dia, junto com a sobrecarga das responsabilidades de criar uma criança com necessidades especiais, podem fazer com que esse acúmulo de estresse se agrave caso não haja algum tipo de ajuda.

Os encontros ocorrem quinzenalmente e seguem um cronograma com palestras, rodas de conversa, oficinas, artesanato e a promoção do autocuidado. Para as mães que levam seus filhos nas reuniões, o CEI disponibiliza voluntários para cuidar das crianças.

“As mães que participam têm encontrado um lugar seguro e acolhedor para falar sobre seus sentimentos, seus medos e inseguranças, estão criando vínculos entre elas e compartilhando dores e alegrias da maternidade atípica”, afirma a professora da unidade, Marta dos Santos Dettruz.

O objetivo principal do AMADA é criar um ambiente seguro e sem julgamentos para as participantes, além de criar vínculos entre as mães para que elas possam dividir suas experiências e ver que não estão sozinhas e que não precisam se sentir culpadas por suas dores.

Além disso, o propósito é também enxergar a mulher além do papel de mãe. Incentivar o empoderamento e também que  possam se desenvolver nessa rede de apoio, ressignificar seus sonhos e propósitos de vida, por meio de reflexões, diálogos e conhecimento, está entre os objetivos.

Contribuir com o desenvolvimento dessas mães também beneficia diretamente todo o seu entorno. Uma pessoa com a saúde física e mental em bom estado pode ajudar ainda mais os outros, principalmente seus filhos. “Uma mãe mais feliz tem mais ânimo para cuidar dela mesma, cuidar e auxiliar seu filho e cumprir suas responsabilidades como profissional.”, explica Marta.

Com apenas três encontros, uma das participantes, Patricia Carla Goudinho, já consegue ver resultados positivos. “O projeto está fazendo bem para mim e para minha família. A cada reunião que nós temos, há troca de vivência. Passei a conhecer outras realidades e isso é muito importante, porque descobri que não estou sozinha.”, declara Patricia.

Além de ajudar no desenvolvimento das mães, essa troca de experiências entre as mulheres também auxilia com novos aprendizados para a criação das crianças.

“A gente aprende outras formas de abordar alguns assuntos, outras formas de educar essa criança, de participar da vida com ela. […] O projeto tem nos auxiliado a permanecermos fortes para dar o amparo para a criança, que daqui a pouco estará na sociedade e precisa estar preparada”, conclui Patricia.

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