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Após alterar divulgação de dados, Ministério da Saúde informa números contraditórios sobre covid-19

Em primeiro documento, pasta falava em 1.382 óbitos; depois, em site, divulgou que eram 525 mortes em 24 horas

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Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Após alterar na semana passada a divulgação de mortes e infecções por covid-19, o Ministério da Saúde divulgou neste domingo, 7, números contraditórios sobre a doença. Às 20h37, as informações oficiais da pasta eram de 1.382 novos óbitos em 24 horas (um recorde para um domingo) e 12.581 novos casos de infectados, no mesmo período. Entretanto, às 21h50, a plataforma oficial trazia dados diferentes. De acordo com o site, foram registrados 525 novos óbitos e 18.912 novos casos confirmados de sábado para domingo. Os números estavam mais próximos dos relatados pelas secretarias estaduais e por grupos independentes – que começaram no fim de semana a fazer levantamento próprio após o governo atrasar divulgações, deixar de dar somatórios e considerar que só deveria divulgar os óbitos nas últimas 24 horas, deixando de incluir históricos.

Captura de tela divulgada pelo Ministério da Saúde na noite deste domingo, 7, às 20h37. Foto: Reprodução/ Ministério da Saúde

O Ministério faz seu balanço a partir dos dados das secretarias estaduais. Nos boletins publicados nos sites, o Estadão verificou que havia discrepâncias importantes nos Estados de Roraima e Bahia, por exemplo. No primeiro havia uma diferença de  mais de 600 mortes e no segundo, são mais de 200 mortes. O Estadão indagou o ministério, mas não obteve resposta até 22h30.

Captura de tela feita na plataforma (covid.saude.gov.br/) às 21h50 deste domingo, 7. Nele é possível ver que os números divulgados diferem das informações anteriores divulgadas pela pasta. Foto: Reprodução/ Ministério da Saúde

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MP e Justiça

O Ministério Público Federal abriu procedimento extrajudicial para apurar o atraso e a omissão na divulgação de dados sobre o novo coronavírus no País. A Defensoria Pública da União foi à Justiça Federal de São Paulo para obrigar o governo a apresentar os dados como se fazia até sexta-feira. Nessa linha, os partidos de oposição planejam acionar o Supremo Tribunal Federal.

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