UE quer 3 mil milhões de novas árvores até 2030. Portugal já plantou 23.774 e foi um dos únicos 6 países que aderiu ao desafio

A Comissão Europeia lançou com a Agência Europeia do Ambiente, a aplicação informática «MapMyTree»: já foram plantadas na UE até agora 867 mil árvores no âmbito desta iniciativa da Comissão Europeia.

A União Europeia quer plantar três mil milhões de árvores até 2030, no âmbito da sua nova Estratégia Florestal, integrada por sua vez na Estratégia para a Biodiversidade e no pacote legislativo Fit for 55, o roteiro que tem como missão cumprir os objetivos do Green Deal.

O objetivo de plantar em média cerca de 600 milhões de árvores por ano passa não só por promover a biodiversidade mas, sobretudo, aumentar a capacidade de sumidouro de carbono do continente, através desta nova floresta projetada para no futuro vir a absorver mais gases com efeito de estufa e reduzir a poluição na UE em pelo menos 55% até 2030 em relação aos níveis de 1990.

Mas como garantir que este número tão grande de árvores serão mesmo plantadas? E que tudo não passa apenas de uma promessa? Para isso, a Comissão Europeia lançou esta semana, juntamente com a Agência Europeia do Ambiente, a aplicação informática «MapMyTree».

De acordo com este “contador” em tempo real (lançado em 9 de dezembro de 2021), já foram plantadas no UE até agora 867 mil árvores no âmbito desta iniciativa, das quais: 23.774 em 158,80 hectares em Portugal; 33.04 em Espanha; 777.063 em França, 31,291 em Itália; 165 na Grécia; 1.400 nos Países Baixos.

A aplicação contabiliza 4 organizações inscritas (Fundação Life Terra em Portugal) e 6 países participantes num total de 27.

Objetivo é que todas as organizações adiram ao compromisso de plantação de 3 mil milhões de árvores adicionais até 2030, registando-se na aplicação e cartografando as árvores plantadas, contribuindo para a contagem e para o objetivo final da UE.

De acordo com a Comissão Europeia, só podem ser registadas na plataforma as árvores que beneficiam a biodiversidade e o clima e que são adicionais ao que normalmente seria plantado. O papel da Comissão consistirá em facilitar, motivar, contar e acompanhar os progressos realizados.

Já na primavera de 2022, a plataforma estará então aberta a todas os cidadãos europeus, pelo que cada nova árvore plantada que respeite os requisitos pode ser contabilizada.

Algumas destas árvores serão plantadas em cidades da União Europeia, bem como em campos agrícolas, avança a Comissão Europeia. A ideia é misturar certas espécies de árvores, não só em florestas, mas também em áreas agroflorestais, agrícolas e urbanas.

Na UE, estima-se que tenham crescido quase 300 milhões de árvores todos os anos entre 2010 e 2015. A Comissão Europeia (CE) adianta que o objetivo é duplicar estes números e plantar chegar a cerca 600 milhões de árvores por ano. “Isto significa que teríamos três mil milhões de árvores adicionais até 2030”, explica a CE.

De acordo com o recém revelado roteiro Fit for 55, um dos objetivos é precisamente a recuperação das florestas, dos solos, das zonas húmidas e das turfeiras da Europa, o que aumentará a absorção de CO2 e tornará o ambiente mais resiliente às alterações climáticas. Além disso, a UE quer critérios novos e rigorosos para evitar a exploração florestal insustentável e proteger as zonas de grande valor em termos de biodiversidade.

No que diz respeito à capacidade de sumidouro natural de carbono no continente, a UE quer novas metas: passar das atuais 268 milhões de toneladas para 310 milhões de toneladas.

“As florestas são também os pulmões da nossa sociedade e economia: asseguram a subsistência nas zonas rurais, fornecem produtos essenciais aos nossos cidadãos, e possuem um profundo valor social através da sua natureza”, destaca Janusz Wojciechowski, comissário europeu da Agricultura, em declarações ao Bloomberg.

Apesar desta meta, a Comissão Europeia adianta que este compromisso não resolverá por si só o clima nem a crise da biodiversidade. “A plantação de novas árvores não é uma alternativa à preservação das árvores existentes, mas sim um complemento a uma ação de conservação mais ampla”, explica a Comissão Europeia.

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