Contribuições para um novo histórico de Arcoverde


Jornal de Arcoverde - Julho/Agosto de 2011 - pág.3


Contribuições para um novo histórico de Arcoverde

Pedro Salviano Filho

No próximo ano Arcoverde comemora os seus dois séculos de existência, sendo que sua emancipação ocorreu em 11 de setembro de 1928. Nestes duzentos anos o primeiro grande fator de crescimento aconteceu há 100 anos, com a chegada dos trilhos da ferrovia. Será que algum acontecimento pode marcar esta nova data secular?
Isto nos remete a uma retrospectiva embasada nas anotações disponíveis e numa rápida análise cronológica da nossa Arcoverde.


A história de Arcoverde
Os mais antigos registros da igreja católica da região, disponibilizados bem recentemente pelos mórmons, tem-nos oferecido interessantes observações sobre aqueles habitantes da então povoação de Olho d´Água que, em 1812, tinha meia dúzia de casas localizadas entre as serras da Aldeia Velha e Caiçara, outrora habitadas por índios de Ararobá (entre os quais os Xucurus), que levaram o recém-chegado português Leonardo Pacheco Couto (1780-1870), a doar terreno da sua fazenda Santa Rita e a construir uma pequena capela em homenagem à Nossa Senhora do Livramento que foi reconstruída em 1867.
A economia predominante era das fazendas de gado dos vaqueiros sertanejos para venda de “carne verde” (carne fresca) especialmente no litoral pernambucano. Em 1810 o “Livro da Criação da Vila de Cimbres (1762-1867)” registrava a importância do cultivo do algodão. O comércio formal teve início de 1844, com a autorização para o funcionamento das primeiras tabernas.
 Em 1843 ainda não havia estrada entre Cimbres e Olho d´Água e provavelmente o vigário interino, padre Manoel José dos Prazeres, descia em lombo de mula para ali realizar os primeiros batizados. Os registros assinados por ele agora podemos ver em  https://bit.ly/2Mss5i2, incluindo muitos nomes das primitivas fazendas de criação de gado que se desenvolviam. Há necessidade de se inscrever (email e senha) para acesso ao FamilySearch.
Apenas no meio do século 19 é que foi construída a primeira estrada, o Caminho das Boiadas ou Roteiro de Ipojuca, ligando a vila de Pesqueira a Olho d´Água.
Em 1860 o povoado já ganharia o nome de Olho d´Água dos Bredos. Isto aparece num registro de óbito e sepultamento ao lado da referida capela, onde foi o primeiro cemitério, tudo assinado pelo então vigário Domingos Leopoldo da Costa Espinosa. Confira nos livros da igreja, mostrados pelos mórmons, em https://bit.ly/3eJZ1yI. Note que este é um dado novo, pois Luís Wilson diz que o nome Olho d´Água dos Bredos só aparece em 1890, conforme se encontrou nos documentos de Cimbres.
Quanto à origem do nome Olho d´Água dos Bredos imagina-se que ocorreu porque em livros da igreja da freguesia de Buíque (São Félix de Cantalice) aparecem registros de outra localidade também conhecida por Olho d´Água: https://bit.ly/3eMV0JO  (1861- livro 1 matrimônio, Buíque, imagem 109/167); na freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Pedra aparece Olho d´Água https://bit.ly/3dy4UyP  (1887 – livro 5 batizados, Pedra, imagem 52/54)  e Olho d´Água da Santa Cruz https://bit.ly/3dxsSKx  (1895, livro 2 matrimônio, Pedra, imagem 3/55). Assim, para não haver confusão, a população começou a usar o “dos Bredos” para o nosso Olho d´Água, porque João dos Bredos, apelido de João Nepomuceno de Siqueira Melo, era proprietário da fazenda ao lado da fazenda Santa Rita.
Sobre o local do olho d´água que deu origem ao primeiro nome, Luís Wilson explicou assim: “Há quem diga que o olho d'água, que daria a primeira designação a Rio Branco, juntamente com o nome da fazenda de João dos Bredos, ficava no local onde, em 1919, o Dr. Brandão Cavalcanti construiu os edifícios de "Pinto Alves e Cia" vendidos depois à Sanbra. Dizem outros que era na rua Velha. O velho "olho d'água", para mim, é o de "seu" Jé, o de "compadre" Jé.” https://bit.ly/2XxZ0Z5.
Em 1909 Olho d´Água dos Bredos passa à categoria de Vila.
Os dados já revelados por vários pesquisadores, principalmente Luís Wilson, mostram o lento desenvolvimento até a chegada da linha férrea, em 1912 (ver “Controvérsias sobre o histórico de Arcoverde” https://bit.ly/2yXxgn0 e “Qual o berço de Arcoverde?” https://bit.ly/2Xu3SOH – Jornal de Arcoverde, 2011), quando aí só existia uma rua (rua Velha ou Leonardo Pacheco) e mais algumas casas.
Já com o seu terceiro nome, Rio Branco consegue a sua emancipação política de Pesqueira em 11 de setembro de 1928, sendo incorporada pela Fazenda Tatu, de Buíque, e, depois, por Ipojuca, de Pesqueira. Leis estaduais: https://bit.ly/2ZX9NO5. O nome Rio Branco foi dado em 1912, homenagem a José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, falecido em fevereiro daquele ano.
Em 1943, para evitar duplicidade de nomes em municípios e vilas, o governo federal decretou uma revisão toponímica obrigando, assim, a mudança do nome Rio Branco, já que havia uma Vila Rio Branco desde 1904, no Acre. Então foi escolhido o nome Arcoverde em homenagem a D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (1850-1930), primeiro Cardeal da América Latina, em 1905, que nasceu na Fazenda Fundão.
O nome Arcoverde foi adotado como nome de família por André Cavalcanti de Albuquerque (1753-1829), inspirado em seu antecedente Jerônimo de Albuquerque (falecido em 1593) que casou com uma filha do cacique Muirá Ubi (do tupi, significando Arcoverde). Um dos filhos de André foi Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque Arcoverde (1799-1843), ao que parece, homenagem prestada ao Jerônimo de Albuquerque, genro do cacique tabajara de Olinda. Este Jerônimo Arcoverde era avô do cardeal Arcoverde.
A realização de novas prospecções pode oferecer novos subsídios para a constante elaboração de um histórico mais próximo da realidade, resgatando assim a memória da nossa Arcoverde.

 Em fevereiro de 1919 acontecem os primeiros batizados, documentados pelo Pe. José  Kehele, na já Matriz do Rio Branco, Diocese de Pesqueira. As fotos, com legenda original, são do livro Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. 1982. Luís Wilson.
A Matriz, após sua terceira reforma.
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Síntese do histórico de Arcoverde
No alvorecer dos 1800, em plena caatinga, entre a Serra da Aldeia Velha e a de Caiçara, outrora habitadas pelos índios de Ararobá, entre os quais os Xucurus, começou a surgir um arruado que daria origem a Olho d´Água. As fazendas de criação de gado se desenvolviam.
Com a chegada do português Leonardo Pacheco Couto para comandar sua fazenda Santa Rita, em 1812, ele mandou construir uma igrejinha em homenagem à Nossa Senhora do Livramento onde, em 1843, foram realizados os primeiros registros dos  batizados.
Somente na metade daquele século é que teve o início o Caminho das Boiadas, com uma estrada ligando aquela povoação à vila de Pesqueira. Em 1867 a capela sofreu sua primeira reconstrução. Neste ano os registros da igreja mostram a povoação com o seu segundo nome “Olho d´Água dos Bredos”, denominação que só foi substituída em 1912 por “Rio Branco”, logo após da chegada da linha férrea, seu primeiro fator de desenvolvimento.
Em 11 de setembro de 1928, Rio Branco, que era vila desde 1909, é transformada em cidade, sendo incorporada pela Fazenda Tatu, de Buíque e, depois, por Ipojuca, de Pesqueira. Em 1943, o município tem seu topônimo mudado para Arcoverde, em homenagem a D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, 1º. Cardeal do Brasil e da América Latina.
Formação Administrativa
1909 - A Lei Estadual n.991 de 1º de julho, eleva a povoação de Olho d´Água dos Bredos à categoria de Vila.
1912 – Após a morte de José Maria da Silva Paranhos Junior – o Barão do Rio Branco (em 10 de fevereiro) e a chegada dos trilhos (em 13 de maio), Olho d´Água dos Bredos toma o nome de Rio Branco, ainda pertencente ao município de Cimbres.
1928 – Rio Branco é elevada à condição de cidade e sede do município, pela lei estadual nº 1931, de 11-09-1928. Instalado em 01-01-1929.
1943 - Rio Branco tem seu topônimo mudado para Arcoverde, em homenagem a D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, 1º. Cardeal do Brasil e da América Latina. Isto se deu pelo Decreto-Lei Estadual n. 952, de 31 de dezembro daquele ano de 1943, assinado por Júlio Celso de Albuquerque Belo, presidente da Câmara Estadual, titular do governo estadual na ocasião.
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A seguir estão os dados cronológicos que embasaram o novo histórico de Arcoverde descrito acima. Por problema de espaço, o texto completo está disponível para os leitores aqui.

A ORIGEM
Aqui, como na Serra da Caiçara, viveram em outra época os mesmos gentios de Ararobá, entre os quais os Xucurus, índios cariris, significando este último nome - ´nostálgicos´ ou saudosos de sua terra ou de sua pátria e, povos taciturnos, em suas reuniões festivas acalentavam eles, com carinho, as recordações de seu lugar de origem – à região do Lago Encantado, a terra onde nunca se morre, que Capristano de Abreu supôs ser o Amazonas mas certamente será a Lagoa Titicaca, no Peru, pois segundo Karl Von Der Steiner, os carijós (dos quais os cariris seriam parentes remotos), descendem dos baikiris e estes dos Karias ou Karos, povos primitivos dos Andes, que são de civilização marginal pré-incaica.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 27
1698 - Antônio, Manoel e o Sargento-Mor Bernardo Vieira de Melo (da "República de Olinda" e da "Confederação dos Palmares") dão início a exploração de suas terras em Ararobá, excruciando e matando, entre outros gentios, xucurus e paratiós e fundando sítios de cultura e fazenda de criação de gado, onde estão hoje, no Estado, as cidades de Caruaru, Altinho, Agrestina, São Bento do Una, Lageado, São Caetano e, entre outras, Alagoinha.
1729 - A primeira freguesia do Sertão (de Cimbres) foi criada em 1729... A de Tacaratu é de 1772. A de Flores, de 1783. A de Santo Antônio de Garanhuns, de 1786. A de Buíque, de 1792. A do Brejo da Madre de Deus, de 1797.
1738 - É aberta a Estrada ou o Caminho das Boiadas (Roteiro do Ipojuca e do Capibaribe) para Ararobá e o Sertão, até o extremo limite da Capitania, em Cariranha (a princípio uma aldeia de índios caiapós) na margem esquerda do rio São Francisco ou do "Grande Rio", Bahia, nas divisas do Estado de Minas Gerais... Durante muitos anos não passou o “Caminho das Boiadas” em “Olho d´Água”, no fim do século passado, Olho d´Água dos Bredos, no princípio deste século, Rio Branco (Barão do Rio Branco) e hoje Arcoverde. No município de Cimbres (a partir de 1913, município de Pesqueira), antes da Serra de Mimoso, desviava-se para a Conceição da Pedra e Buíque, tendo sido também aquele “caminho” o mesmo, talvez, das minas de salitre de Buíque (1700).
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 41.
1810 – Dizem André Cavalcanti de Albuquerque, Luís Cavalcante de Albuquerque e outros moradores do sertão de Ararobá, vizinhança e termo da vila de Cimbres, onde se empregam na agricultura do algodão, que antes de florescer este ramo de comércio, ninguém explorava aquelas terras, que apenas eram de proveito para a criação de gados, mas depois que se abriu aquele novo comércio de riqueza, começou-se a fazer naquelas partes a dita agricultura, som tanto proveito que talvez nenhumas outras se descobrirão mais próprias para elas. Certos homens porém, menos dados ao trabalho, ou por preguiça ou por carecerem de forças, querem preferir a criação de gado à cultura do algodão nas referidas terras, e assim insistem em cria-los entre as terras lavradias e cultivadas, com grandíssimo dano dos suplicantes, prejuízo do comércio e perda da Real Fazenda, e dizem então quem as terras são de criar e que os que as quiserem reduzir à cultura cerquem as suas plantas, o que não pode ser, porque a terra que noutro tempo foi de criar, porque não havia então outro meio de aproveitá-las, pode ser hoje fértil e rica de produções mais úteis quando aumentada a população e o comércio e mudadas as circunstâncias há já braços e forças com que se lavre e cultive...
Livro da Criação da Vila de Cimbres (1762-1867) - Recife, 1985. Pág. 217

COMARCA DO SERTÃO
3 março de 1812 - Registro da Provisão de juiz do limite a José Reis de Lima. O juiz ordinário, presidente e mais senadores da câmara da vila de Cimbres da nova comarca do sertão de Pernambuco este presente ano, por Sua Alteza Real o Príncipe Regente nosso Senhor que Deus guarde.
Fazemos saber aos que esta provisão virem, que havendo respeito a José dos Reis Lima ter sido nomeado pela câmara do ano passado para servir o cargo de juiz do limite do lugar do Olho D´água e seus subúrbios, como igualmente foi de presente nomeado pela presente câmara para servir este presente ano o dito cargo do mesmo lugar acima declarado e conhecerá verbalmente das contendas que forem entre os moradores do dito seu limite, até a quantia de 400 réis, sem apelação nem agravo, verbalmente, sem fazer processo e da mesma maneira conhecerá, segundo as posturas do Conselho, dos crimes e danos e não conhecerá  sobre crime algum, digo conhecerá de contenda alguma de bens de raiz.
Livro da Criação da Vila de Cimbres (1762-1867) – Recife, 1985. Pág. 227

OLHO D´ÁGUA
1812 - Meia dúzia de casas, talvez, mas de qualquer modo a povoação de Olho d´Água, já em 1812, existia no lugar para onde veio Leonardo Couto, tendo sido este o motivo porque mandou construir ali, a 7 ou 8 quilômetros da casa da Fazenda Santa Rita, a igrejinha de Nossa Senhora do Livramento, que deu como que outra vida ou outra alma à localidade.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 51
1843 – O vigário interino de Cimbres, padre Manoel José dos Prazeres faz os primeiros batizados dos moradores de Olho de Água em março de 1843 e, em meses seguintes, na mesma capela, dos moradores das fazendas Fundão, Carrapateira, Malhada, Pingadeira e Arara. No dia 20 de maio os padrinhos de batismo são Leonardo Pacheco Couto e sua esposa Ana Antônia Cordeiro, moradores na fazenda Santa Rita.
Livro de Batismos 1842-1846 – Cimbres (imagem 20/114) https://bit.ly/3gRXwAw
1844 - A Câmara Municipal de Cimbres, em Pesqueira (sede do Município desde 1836), nas sessões de 11 e 12 de janeiro, despacha, entre outros, um requerimento de João Pulchério dos Santos, outro de João dos Santos Falcão, outro de Joaquim Ferreira e outro, ainda, de João Thereso de Jesus, concedendo-lhes licença para a venda de secos e molhados em suas “tabernas” na povoação de Olho d´Água, pagando os mesmos ao “respectivo procurador” a importância de seiscentos réis, sendo aqueles senhores, oficialmente, os primeiros comerciantes estabelecidos talvez em Olho d´Água.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 60
Durante muitos anos não passou o “Caminho das Boiadas” em “Olho d´Água”; antes da Serra de Mimoso, desviava-se para a Conceição da Pedra e Buíque, tendo sido também aquele “caminho” o mesmo, talvez, das minas de salitre de Buíque (1700).
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 42
1849 - Joaquim Severiano de Albuquerque, Juiz de Paz de Olho d´Água, requer à Câmara de Cimbres a construção de uma estrada fazendo a ligação entre a povoação de Olho d´Água e a Vila de Pesqueira, no que foi atendido e tendo sido, sem dúvida, a partir daquela época que o Caminho das Boiadas (Roteiro do Ipojuca) começa a passar naquela povoação.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 62

OLHO D´ÁGUA DOS BREDOS
1860 - Aos vinte e quatro de abril de mil oitocentos e sessenta e sete me foi entregue com encomendado Exmo. Ver. Senhor vigário capitular Joaquim Francisco de Farias o qual é do teor seguinte: Manda ao reverendo pároco de Cimbres que adiante por mim assinado, abra no respectivo livro, o óbito de Maria Joaquina Cordeiro, casada que foi com José Domingos da Silva da Cunha, por ter esta justificação perante mim, ter a dita sua mulher falecido a trinta de junho de mil oitocentos e sessenta, e ter sido sepultada na Capela de Nossa Senhora do Livramento da Povoação de Olho d´Água dos Bredos, filial da referida freguesia de Cimbres. Dado no Palácio da Soledade aos 11 de abril de 1867. Doutor Faria. E para constar fiz este assunto que assino. O Vigário Domingos Leopoldo da Costa Espinosa.
Livro de Óbitos 1865-1899 – Cimbres (imagem 21/91) https://bit.ly/3eJZ1yI
1865 - Reconstrução da igrejinha de Nossa Senhora do Livramento, mandada levantar pelo Capitão Leonardo Pacheco Couto em terras de sua Fazenda Santa Rita, na então povoação de Olho d´Água (Arcoverde). Acima de sua porta principal, até o ano de 1939, ou de 1940, quando a derrubaram (deixando apenas o “frontão”), para a construção de outra igreja, no local, estava a seguinte data – “1865”, de uma reforma da igrejinha, “capela curada”, já a 28.02.41).
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 66
Dentre os fundadores do Município, um se projeta como figura que ficará para sempre ligada à história de Arcoverde: Leonardo Couto. Aqui chegando, pôde com o concurso do elemento negro, ampliar o povoado recém-nascido, construindo depois de algum tempo, uma capela sob a invocação de N.S. Livramento, - a qual doou um regular patrimônio. Dita capela foi reconstruída no ano de 1865.
O Município de Arcoverde. Arcoverde, 1951. Teófanes Chaves Ribeiro. Pág.2 e em https://bit.ly/2BqO6vy
1867 - Nomeação de subdelegado de Olho d´Água dos Bredos, de 18 de maio de 1867.
Livro da Criação da Vila de Cimbres (1762-1867) – Recife, 1985. Pág. 243
1890 - Ainda, na ata de uma das sessões do Conselho da Intendência do Município de Cimbres, encontro escrito pela primeira vez nos velhos livros do Senado e da Câmara de Cimbres, o nome “Olho d´Água dos Bredos”, mais tarde Rio Branco e hoje Arcoverde. ... Em seguida foram feitos editais para serem afixados nesta cidade, Poção, Alagoinha, Genipapo, Salobro, Cimbres e Ipojuca, de Olho d´Água dos Bredos, comunicando o prazo de trinta dias para dentro deles os donos de estabelecimentos comerciais e industriais virem perante esta paróquia, de conformidade com os respectivos alvarás de licença. 
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 74

A VILA OLHO D´ÁGUA DOS BREDOS
1909 - Foi pela Lei Estadual n. 991, de 1 de julho de 1909, que o povoado de Olho d´Água dos Bredos foi elevado à categoria de vila. Três anos depois passa a ser distrito de Pesqueira (Lei Municipal n. 18, de 12 de novembro de 1912).
Minha Cidade, Minha Saudade. Recife, 1972. Luís Wilson. Pág. 130
1910 - É instalada uma Agência Postal em Olho d´Água dos Bredos.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 78

3º NOME: RIO BRANCO
1912 - No dia 13 de maio os trilhos da Estrada de Ferro Central de Pernambuco chegam a Olho d´Água dos Bredos, já com o nome na estação de “Barão do Rio Branco”(que havia falecido em fevereiro daquele ano), oficialmente reconhecido somente três meses depois.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 79
1916 – Primeira feira de gado de Rio Branco.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 84
1917 – Construção do Cine Rio Branco.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 85



PARÓQUIA NOSSA SENHORA DO LIVRAMENTO
1919 – Criação da Paróquia de Nossa Senhora do Livramento de Rio Branco, cujo primeiro vigário foi o padre José Kherle (1891-1978)
Tem-se a impressão de que há engano na data da nomeação do Padre José Kherle para vigário da Matriz de Nossa Senhora do Livramento (21-2-1919), ou na de criação da mesma Freguesia (31-08-1919), a não ser que aquele sacerdote pudesse ter sido nomeado vigário de uma Paróquia criada seis meses depois de sua provisão para vigário da mesma”.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 91
1919 - O primeiro registro na Igreja N.S.do Livramento, em Rio Branco, dia 23-2-1919 (transcrição):
Aos vinte e três dias do mês de fevereiro de 1919 nesta Matriz de Rio Branco, bispado de Pesqueira, batizei solenemente o párvulo "José" nascido em .. de fevereiro de mil novecentos e dezenove; filho legitimo de Antônio Felipe de .. e Joana Ferreira de Freitas, sendo padrinhos José Bezerra dos Santos e .. Maria da Conceição. E para constar lavrei este termo que assino. Padre José Kehele, Vigário. (Página parcialmente rasgada).
Livro de Batismos 1919-1922 – Arcoverde (imagem 3/156)- https://bit.ly/2BpKw4F

MUNICÍPIO RIO BRANCO
1928 - A Lei 1.931, de 11 de setembro de 1928, desmembra de Pesqueira a vila Rio Branco, ampliando-a com a incorporação da Fazenda Tatu, de Buíque, e cria o município Rio Branco. É a "certidão de nascimento” da nossa cidade, assinada por Júlio Celso de Albuquerque Belo (presidente da Câmara Estadual, titular do governo estadual na ocasião).
Jornal de Arcoverde N. 259, jan/fev. 2011, Pág. 3 ou https://bit.ly/2Y0Boem
Quando em 1928, a vila e o 7º. Distrito de Rio Branco, naquela época do Município de Pesqueira, foram elevados à categoria de Cidade e Município do mesmo nome (Rio Branco), Ipojuca ficou pertencendo ao Município de Pesqueira, logo depois, no entanto, por solicitação do Cel. Arcelino de Brito, senhor de Ipojuca, passando a pertencer a “Rio Branco”, hoje Arcoverde.
Município de Arcoverde (Rio Branco) Cronologia e outras notas. Recife,1982.  Luís Wilson. Pág. 71

MUNICÍPIO ARCOVERDE
1944 - Em 1944, pelo Decreto-Lei Estadual nº 952 de 31 de dezembro de 1943 Rio Branco teve o seu topônimo modificado para Arcoverde. Homenagem a D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti, primeiro Cardeal da América Latina, em 1905. Quando da revisão toponímica, realizada em 1943, por força de um decreto federal, cuja finalidade era acabar (como o fez), com as duplicatas dos nomes de cidades e vilas, em todo o país, o nome que havia sido escolhido para Rio Branco fora “Bredos”. Rio Branco não podia continuar, por já existir um nome mais antigo que o nosso, no Acre. Antônio Napoleão Arcoverde pensou em dois nomes, um dos quais Tacá. Lembrado pelo historiógrafo José de Almeida Maciel (“seu Cazuzinha", da Loja Sant´Águeda, em Pesqueira), surgiu o nome Arcoverde. Esta denominação, no entanto, era, a da vila de Mimoso (o secular Mimoso das Bulhas), pertencente a Pesqueira), surgiu o nome Arcoverde. A dificuldade, todavia, era haver também, em Santa Catarina, outra cidade com o nome de Arcoverde. Mário Melo, membro da Comissão encarregada da Revisão Toponímica do Estado de Pernambuco, solicitou, então, à Comissão de Santa Catarina, que abrisse mão da denominação de “Arcoverde” para o Estado de Pernambuco, no que foi atendido. O nosso secular “Mimoso” (que havia sido também denominado “Freixeira”), voltou ao seu primitivo nome. E, assim, como homenagem a D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti é que somos, hoje, Arcoverde.
Minha Cidade, Minha Saudade. Recife, 1972. Luís Wilson. Pág. 132
Ver também LEIS ESTADUAIS: https://bit.ly/2ZX9NO5

O RAMO FAMILIAR ARCOVERDE
A palavra Arcoverde é tradução de MUIRÁ UBI, nome do grande Cacique dos Tabajaras de Olinda. Sua filha, a princesinha Arcoverde, apaixonou-se por Jerônimo de Albuquerque que, quando prisioneiro, foi condenado à morte por sua tribo. Ela o salvou e passou com ele a viver.
Muirá Ubi. Arcoverde. Tradução, trajetória e talentos. 2003. Roberto Morais. Pág. 23
Capitão André Cavalcanti de Albuquerque Arcoverde (1753-1829 – casou-se em Conceição da Pedra, hoje Pedra-PE), que por muito tempo assinou como André Arcoverde “e parece ter sido o primeiro da família, nos séculos 18 e 19, a adotar este nome [Arcoverde]”.
Ararobá, Lendária e Eterna. Pesqueira, 1980.   Luís Wilson. Pág.73
Jerônimo Cavalcanti de Albuquerque Arcoverde (1799-1843), era filho de André Cavalcanti de Albuquerque Arcoverde e de sua mulher Úrsula Jerônima Cavalcanti. Ele, de Igaraçu, filho do Tenente-General Simeão Correia de Lima e de Vitória de Moura Bezerra Cavalcanti, o primeiro, talvez, da família, a usar o nome Arcoverde.
Minha Cidade, Minha Saudade – Recife, 1972 . Luís Wilson.  Pág. 71 e em http://bit.ly/oBR7Zf
Naquela época, o que acontecia, era que algumas pessoas em Rio Branco, entre as quais Antônio Napoleão (primo de D. Joaquim), não eram favoráveis ao seu nome, porque entendiam que o velho e nobre Cardeal jamais se lembrara da cidadezinha para coisa alguma neste mundo.
Uma noite, conversando na calçada da casa de Napoleão, disse-lhe o seguinte: Faça de conta, Antônio, que o nome ARCOVERDE é uma homenagem não a D. Joaquim, mas a bela, a linda princesinha Muirá-Ubi (ARCOVERDE), da lendária MARIM, e depois a OLINDA de Duarte Coelho, “de pele queimada pelos sós de Cochinchina e do Indostão”, nosso primeiro donatário.
Ai estaria certo, meu velho amigo, respondeu alegre Antônio Napoleão.

Roteiro de velhos e grandes sertanejos. Vol. 7 – Recife, 1978 – Luís Wilson. Pág 741 e em https://tinyurl.com/ybqz37yu

Filho do Capitão Antônio Francisco de Albuquerque Cavalcanti – Capitão Budá (1822-1870) e de Dona Marcolina Dorothéia Pacheco do Couto (falecida em 1903), D. Joaquim Arcoverde de Albuquerque Cavalcanti (Cardeal Arcoverde) nasceu em 17 de janeiro de 1850, nesse município e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, a 18 de abril de 1930.
Arcoverde. História político-administrativa. Brasília – 1995 – Sebastião Calado Bastos, pág. 17

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