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País tem recorde de 14,8 milhões sem emprego

Taxa de desocupação de 14,7% é a maior da série histórica iniciada em 2012, indica a Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios

carteira de trabalho

População ocupada de 85,7 milhões de pessoas fica estável em relação ao trimestre anterior e cai 7,1%, sobre o mesmo período de 2020 | Foto: Getty Images

O Brasil registrou um recorde de 14,805 milhões de pessoas desempregadas no trimestre encerrado em março, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Foi o nível mais alto de desemprego na pesquisa iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “É o maior contingente de toda a nossa série histórica”, apontou Adriana Beringuy, gerente da Pnad Contínua.

A taxa de desemprego passou de 13,9% no trimestre encerrado em dezembro para um ápice de 14,7% no trimestre terminado em março. O total de desocupados cresceu 6,3% em relação a dezembro, 880 mil pessoas a mais em busca de uma vaga.

Em relação a março de 2020, o número de desempregados aumentou 15,2%, 1,956 milhão de pessoas a mais procurando trabalho. A população ocupada somou 85,650 milhões de pessoas, 529 mil trabalhadores a menos em um trimestre. Em relação a um ano antes, 6,573 milhões de pessoas perderam seus empregos.

A população inativa somou 76,483 milhões de pessoas no trimestre encerrado em março, 225 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, a população inativa aumentou em 9,202 milhões de pessoas.

O nível da ocupação – porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – caiu de 53,5% no trimestre encerrado em março de 2020 para 48,4% no trimestre até março de 2021. No trimestre terminado em dezembro de 2020, o nível da ocupação era de 48,9%.

Taxa de desocupação fica em 14,7%

A taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,7% no trimestre encerrado em março, de acordo com os dados da pesquisa do IBGE.Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,2%. No trimestre até fevereiro, a taxa de desocupação estava em 14,4%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.544 no trimestre encerrado em março. O resultado representa alta de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 212,514 bilhões no trimestre até março, queda de 6,7% ante igual período do ano anterior, de acordo com o IBGE.

Setor privado fecha 315 mil vagas no trimestre

O trimestre encerrado em março de 2021 mostrou um fechamento de 315 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em dezembro. Na comparação com o trimestre até março de 2020, 3,526 milhões de vagas com carteira assinada foram perdidas no setor privado.

O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 29,570 milhões no trimestre até março, enquanto outros 9,691 milhões atuavam sem carteira assinada, 294 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até março de 2020, foram extintas 1,333 milhão de vagas sem carteira no setor privado.

O trabalho por conta própria ganhou 565 mil pessoas a mais em um trimestre, mas ainda tem 322 mil a menos que o patamar de um ano antes, totalizando 23,837 milhões de pessoas.

O número de empregadores diminuiu em 153 mil pessoas em um trimestre. Em relação a março de 2020, o total de empregadores é 616 mil inferior.

Trabalho doméstico emprega 4,9 milhões

O País teve um aumento de 34 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para 4,936 milhões de pessoas, mas esse contingente ainda é 1,035 milhão menor que no ano anterior.

O setor público contratou 159 mil ocupados no trimestre terminado em março de 2021 ante o trimestre encerrado em março de 2020. Na comparação com o trimestre até dezembro de 2020, foram fechadas 351 mil vagas.

Falta trabalho para 33,2 milhões

No trimestre terminado em março de 2021, faltou trabalho para um recorde de 33,202 milhões de pessoas no País, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 28,7% no trimestre até dezembro para 29,7% no trimestre até março. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até março de 2020, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 24,4%.

A população subutilizada subiu 3,7% ante o trimestre até dezembro, 1,171 milhão de pessoas a mais. Em relação ao trimestre até março de 2020, houve um avanço de 20,2%, mais 5,582 milhões de pessoas.

A taxa de desocupação saiu de 13,9% no trimestre até dezembro para um recorde de 14,7% no trimestre até março. Segundo o IBGE, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 8,2% no trimestre até março, ante 7,9% no trimestre até dezembro.

Pais tem 7 milhões de subocupados

Em todo o Brasil, há 7,032 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até dezembro para o trimestre até março, houve um aumento de 241 mil pessoas na população nessa condição. O País tem 565 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a mais em um ano.

Massa salarial encolheu R$ 15,2 bilhões

A massa de salários em circulação na economia encolheu R$ 15,205 bilhões no período de um ano, para R$ 212,514 bilhões, uma queda de 6,7% no trimestre encerrado em março em relação ao mesmo período de 2020.

Na comparação com o trimestre terminado em dezembro, a massa de renda real caiu 1,5%, com R$ 3,159 bilhões a menos. O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve queda de 0,9% na comparação com o trimestre até dezembro, R$ 22 a menos. Em relação ao trimestre encerrado em março do ano passado, a renda média subiu 0,8%, R$ 20 a mais, para R$ 2.544. (AE)

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