As conexões entre a indústria da pecuária e o negacionismo climático

pecuária e negacionismo

A indústria global da carne está usando táticas aprendidas com as petroleiras para negar sua responsabilidade para com a crise climática. Pesquisadores da Universidade de Nova York mapearam os financiamentos políticos das 10 maiores empresas do setor de carne nos EUA. Parte importante desses recursos foi para grupos de lobby contrários a ações e políticas climáticas e outra parte foi doada para apoiar cientistas para minimizar publicamente a importância das emissões do setor frente à crise do clima. Estima-se que 14% das emissões globais venham da pecuária e que as 35 maiores corporações respondam por 15% destas emissões. O consumo de carne vermelha vem acelerando este século e um rebanho cada vez maior, arrota cada vez mais metano. Os pesquisadores também analisaram relatórios financeiros e de sustentabilidade destas 35 empresas. Poucas assumiram compromissos climáticos e só quatro prometeram o net-zero para um longínquo 2050. E mesmo esses parcos compromissos se referem muito mais ao consumo de energia da cadeia do que o metano das duas extremidades do rebanho. O trabalho que acaba de sair na Climate Change, faz uma conta interessante. As emissões da Nestlé são maiores do que o orçamento de carbono da Suíça. O mesmo acontece em relação à neozelandesa Fonterra. O Gizmodo publicou um artigo comentando o trabalho.

Para registro: segundo o SEEG, a pecuária responde por ⅔ das emissões da agropecuária no Brasil, e, sozinha, por 20% de todas emissões nacionais, incluindo o desmatamento.

 

ClimaInfo, 8 de abril de 2021.

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