CVC (CVCB3) cogita pedir ressarcimento de bônus e ações de ex-diretores

Após os erros contábeis da gestão passada, a CVC (CVCB3) cogita pedir o ressarcimento de bônus e ações de ex-diretores. A companhia recomendou, na última sexta-feira (26), que os acionistas aprovem a arbitragem para a devolução dos recursos, em Assembleia Extraordinária que ocorrerá no dia 27 de abril.

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A iniciativa da CVC seria inédita no mundo corporativo brasileiro, uma vez que companhias nacionais costumam evitar conflitos desta natureza. Após a conclusão da perícia acerca da fraude detectada, a operadora de turismo mira quatro ex-executivos — entre eles o ex-CEO e ex-presidente do Conselho, Eduardo Falco.

Em nota aos investidores, o presidente da companhia, Leonel Andrade, disse que a decisão por seguir adiante com o caso está nas mãos dos acionistas.

“Cabe aos acionistas definirem sobre a proposição do Conselho porque, em última instância, são os donos da companhia que teriam sido afetados. Não tenho avaliação sobre o assunto porque cheguei após os fatos e não participei da investigação, meu olhar é para a gestão da empresa.”

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Segundo o jornal Valor Econômico, o entendimento de partes relacionadas ao caso é de que não foi possível encontrar prova de dolo na conduta dos executivos, mas que inquestionavelmente os erros contábeis acabaram por melhorar artificialmente os números da companhia — elevando os bônus dos executivos.

CVC estima valores e quer seguir seus negócios

Iniciada em fevereiro de 2020, a investigação externa das contas da CVC acabaram por encontrar erros contábeis que somaram R$ 362 milhões, impactando na maior parte a receita da empresa. O lucro teve um efeito de R$ 44 milhões.

Caso a Assembleia delibere para dar continuidade à arbitragem, o pedido de ressarcimento deve começar em R$ 67 milhões. O montante foi calculado com base nos impostos pagos pela receita inflada, custos com investigações, multa por atrasos na divulgação de resultados e despesas com renegociação de dívidas.

“A melhor vitória que a companhia pode ter é a KPMG dizer que não há mais risco de continuidade, o que a auditoria havia notificado em balanços anteriores”, afirmou Andrade, que chegou à companhia em abril de 2020. “O patrimônio voltou a ser positivo, a companhia está equalizada, em dia com qualquer obrigação fiscal, regulatória, e com compliance.”

Reversão de prejuízo no quarto trimestre

No quarto trimestre do ano passado, a CVC obteve um lucro líquido de R$ 392,5 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 95,8 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Por outro lado, no acumulado do ano, a empresa de turismo registrou um prejuízo de R$ 1,2 bilhão, contra um prejuízo de R$ 1,9 milhão registrado em 2019.

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A geração de caixa operacional ao longo de 2020 atingiu R$ 848,6 milhões, em comparação a uma geração de caixa de R$ 260,7 milhões de 2019.

O resultado foi obtido, segundo a companhia, “graças a postergação dos embarques já contratados e volume reduzido de novas vendas, aliadas a um fluxo de recebimento com menor risco de crédito para a companhia e medidas de contenção de gastos como resposta à crise”.

A CVC salientou em seu relatório de resultados que “o ano de 2020 foi o mais desafiador da história da Companhia e do mercado de turismo por conta da pandemia. Estamos implementando diversas ações para mantermos o protagonismo na retomada do mercado de turismo, além de preparar as bases para o crescimento futuro da companhia”.

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Jader Lazarini

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