Guia de Orientações de ATER

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GUIA DE ORIENTAÇÕES


GUIA DE ORIENTAÇÕES Serviço Especializado de Assistência Técnica na Produção para Fortalecimento de Alianças Produtivas

Salvador • setembro/2021



SUMÁRIO 01 | APRESENTAÇÃO •

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02 | CONTEXTUALIZAÇÃO • 03 | METODOLOGIA •

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04 | PLANO DE QUALIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO • 05 | ESCOPO DE TRABALHO •

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06 | ASSISTÊNCIA TÉCNICA CONECTADA COM AS DEMANDAS DO MERCADO • 07 | MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO • 08 | CONSIDERAÇÕES FINAIS • 09 | ANEXOS •

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Este Guia de Orientações sobre o Serviço Especializado de Assistência Técnica na Produção para Fortalecimento de Alianças Produtivas tem o objetivo de contribuir para a implementação de ações, procedimentos e rotinas a serem desenvolvidas pelos(as) profissionais de assistência técnica e extensão rural contratados pelas Organizações Produtivas da Agricultura Familiar apoiadas pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), por meio do Projeto Bahia Produtiva, que estão dedicados à implantação e qualificação da base produtiva e dos processos de beneficiamento e agroindustrialização de produtos. A organização dessa base produtiva é fundamental para o bom desempenho das Organizações Produtivas (associações e cooperativas) que buscam ampliar oportunidades de acesso e permanência em diversos mercados e fortalecimento de alianças produtivas. Nesse desafio, ter uma equipe técnica qualificada e com práticas inovadoras é fundamental para alcançar qualidade, regularidade e a adoção de práticas cada vez mais sustentáveis de produção de alimentos.


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CONTEXTUALIZAÇÃO

“O cenário de aumento da produção e da diversidade de produtos da agricultura familiar tem um grande desafio: ampliar o acesso ao mercado”


02 • CONTEXTUALIZAÇÃO

O cenário de aumento da produção e da diversidade de produtos da agricultura familiar tem um grande desafio: ampliar o acesso ao mercado.

Produção, agregação de valor e acesso a mercados são temas indissociáveis para a agricultura familiar. As ações e investimentos do Governo da Bahia têm focado no estímulo ao acesso, permanência e consolidação de oportunidades concretas de comercialização de interesse da agricultura familiar. As Organizações Produtivas da Agricultura Familiar estão buscando ampliar e qualificar parcerias comerciais duradouras junto ao setor privado, com o propósito de garantir acesso a mercados para os seus produtos. A ampliação e qualificação das ações comerciais implicam, também, na necessidade de ampliação do processo de obtenção/produção de matéria-prima, de origem vegetal ou animal, que serão encaminhadas para beneficiamento e/ou transformação. Para garantir o bom andamento do processo de beneficiamento e/ou transformação é necessário fazer intervenções junto às Unidades de Produção Familiar (UPF) no sentido de garantir o processo de gestão estratégica das propriedades. Nesse sentido, a assistência técnica que será prestada pelo(a) profissional contratado(a) diretamente pela Organização Produtiva deverá, obrigatoriamente, contribuir para a ampliação e qualificação dos produtos ofertados por agricultores(as) familiares cooperados(as) para que estes respondam pela demanda gerada pelos compromissos e contratos de comercialização firmados pela Organização Produtiva junto às empresas parceiras. Nesse contexto, os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) têm papel de destaque, pois permitem uma abordagem direta com os agricultores(as) familiares e suas organizações sociais e produtivas, introduzindo novas tecnologias, serviços especializados, processos de formação continuada e interlocução com o mercado.

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A abordagem dos serviços de assistência técnica deve sempre incorporar, em sua essência, os seguintes conceitos nas dinâmicas e trabalhos desenvolvidos junto aos agricultores familiares e suas organizações:

Na Unidade de Produção Familiar • Planejamento da produção de acordo com o potencial produtivo, capital necessário, capacidade de gestão e de controle na produção; • Introdução de tecnologias apropriadas e adaptadas às condições do ambiente, aumentando a produtividade e preservando os recursos naturais; • Orientação sobre os requisitos da legislação ambiental; • Introdução de práticas e métodos produtivos de baixo impacto ambiental, gerando produtos mais sustentáveis e com menor custo de produção, se possível, implantando a transição para produção orgânica ou agroecológica; • Planejamento e formação da mão de obra necessária para garantir a aplicação de boas práticas na produção, apresentando um produto saudável e de boa qualidade, na quantidade e regularidade exigida pelo mercado; • Planejamento e formação da equipe necessária para garantir a aplicação de Boas Práticas de Fabricação, apresentando um produto seguro e com padrão sensorial e físico-químico, além do olhar crítico para resolução de problemas tecnológicos e para a Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I); • Produção e consumo de alimentos saudáveis, que garantam a promoção da segurança alimentar e nutricional; • Planejamento da produção com vistas ao atendimento das demandas apresentadas pela Organização Produtiva a qual está integrada.

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02 • CONTEXTUALIZAÇÃO

Na Organização Produtiva • Intensificação e consolidação de uma cultura empreendedora e profissionalizada com foco na melhoria da gestão, no acesso a mercados e na relação com os clientes e consumidores; • Intensificação e consolidação de uma cultura para o mercado de alimentos com visão crítica sobre a composição, apresentação, informações obrigatórias, temperatura de conservação, tempo de prateleira, com foco na Pesquisa Desenvolvimento e Inovação (PD&I); • Articular os agricultores(as) familiares da base das Organizações Produtivas, buscando ampliar e qualificar a oferta para atender às demandas dos mercados; • Promover a profissionalização da gestão e fortalecer capacidades da Organização Produtiva para acessar mercados, realizar parcerias comerciais e identificar oportunidades de acessar novas oportunidades de negócios; • Promover a conformidade ambiental da Organização Produtiva e incentivar a adoção de sistemas de produção e comercialização sustentáveis (exemplo: certificação, rastreabilidade, selos de produção, redução de embalagens plásticas, práticas de reciclagem); • Ampliar e qualificar a participação dos produtos da agricultura familiar nos atuais e em novos mercados; • Ampliar a rentabilidade e viabilidade econômica da Organização Produtiva, com base em processos produtivos sustentáveis, inclusivos e resilientes.

Os Termos de Referência (TDR), que integram o Componente III − Desenvolvimento Institucional, Assistência Técnica e Gestão de Projetos do Projeto Bahia Produtiva, orientam e estabelecem os objetivos para a contratação e as atividades do(a) profissional de assistência técnica para formação e acompanhamento técnico aos beneficiários(as), dirigentes e Organizações Produtivas. Os serviços devem levar em consideração, dentre outros aspectos, o uso de tecnologias sustentáveis e adequadas aos agricultores(as) familiares, respeitado os princípios constantes na Lei Estadual de ATER nº 12.372/2011 e nas Salvaguardas Ambientais e Sociais do Projeto Bahia Produtiva, financiador dessa ação.

Os serviços devem ser executados de maneira a respeitar todas as diretrizes e marcos legais ambientais, priorizando soluções e práticas que não agridam o meio ambiente, conservem o solo, minimizem o desperdício da água, preservem as florestas e a conservação da biodiversidade. Os serviços de assistência técnica devem ser ofertados de maneira sistemática, com a atualização do diagnóstico do potencial das Unidades de Produção Familiar (UPF) e das unidades agroindustriais, planejando os sistemas de produção, estabelecendo um monitoramento gerencial de cada propriedade, aprimorando as técnicas de processamento, contribuindo assim para gerar produtos alimentares de melhor qualidade para o mercado, compreendendo-se, portanto, como um processo de assessoria qualificada e contínua.

Empreendimento Vinculado

Técnico(a) de ATER

Unidade de Produção Familiar

COOPERATIVA

COOPERATIVA

Empreendimento Vinculado

Técnico(a) de Gestão/Mercado

Mercados

Empreendimento Principal Empreendimento Vinculado

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COOPERATIVA

COOPERATIVA

COOPERATIVA

Empreendimento Vinculado

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“Para gerir melhor a base de produção de uma Organização Produtiva, associação ou cooperativa, além das organizações vinculadas, é necessário melhorar o monitoramento e o controle das práticas dos cooperados/associados”


03 • METODOLOGIA

As metodologias de abordagens de um(a) técnico(a) extensionista tem papel fundamental na relação de cooperação com o(a) agricultor(a), uma vez que é de extrema relevância o envolvimento de ambos na construção de uma ação de desenvolvimento rural em bases sustentáveis. O objetivo é que, por meio destes métodos, o extensionista possa implementar ações de aprendizagem e construção de conhecimento ancorada na relação de confiança, de modo que o(a) agricultor(a) possa expressar suas experiências em complemento ao conhecimento científico, formando uma via de comunicação entre as partes. Para tanto, o(a) profissional deve lançar mão de atividades individuais e/ou coletivas para adquirir conhecimento sobre a realidade da comunidade e sobre a problemática por ela enfrentada, de modo a planejar ações e soluções estratégicas que possam transformar a realidade das Unidades de Produção Familiar (UPF). As atividades individuais favorecem o bom entendimento sobre cada Unidade de Produção Familiar (UPF) e podem elevar a capacidade de apresentar soluções customizadas a cada propriedade. Já as atividades coletivas conseguem alcançar um maior número de agricultores(as), potencializam a troca de experiências e direcionam o planejamento pelo agrupamento de soluções similares. Dessa forma, o(a) profissional de assistência técnica deve identificar qual é a melhor estratégia na combinação de atividades coletivas e individuais para cada momento junto ao grupo de agricultores(as) que acompanha.

Por se tratar de um público qualificado e com um grau de organização elevado, o profissional deve buscar o aprimoramento técnico nas ações práticas de organização da produção. A cooperativa e as associações vinculadas, às quais esses agricultores(as) estão ligados, também apresentam desafios para obter regularidade, qualidade e produtos nas especificidades exigidas pelo mercado. Outra ferramenta imprescindível é o planejamento das ações. À medida em que se tem um retrato do que vai ser enfrentado, devem-se, estabelecer as prioridades e montar o planejamento do trabalho, com capacitações, identificação de técnicas e tecnologias apropriadas, condições e rotinas de trabalho, monitoramento das práticas e avaliação dos resultados. O planejamento deve ser continuamente revisitado, pois ele não é uma ferramenta estática que não pode sofrer mudanças; ao contrário, a análise da rotina proporcionará o aprimoramento adequado, na perspectiva da evolução dos resultados esperados. Nesse cenário, deve-se priorizar a organização da base produtiva, melhorando os processos de gestão, fomentando a experimentação e inserindo técnicas e tecnologias que elevem a produção, produtividade e os resultados econômicos, sempre respeitando a legislação ambiental vigente. Isso está atrelado à necessidade de estabelecer um modelo de Boas Práticas na Produção, que incopore a regularização ambiental da propriedade, os processos de gestão e monitoramento da produção, a infraestrutura e mão de obra necessária, além de um levantamento de capital financeiro disponível a ser viabilizado para custear a produção.

Para compreender a dinâmica da Organização Produtiva e das outras organizações a ela vinculadas é de extrema importância realizar o levantamento do máximo de informações dos agricultores(as) que serão acompanhados e da demanda por seus produtos. Para tanto, é necessário ter um registro das informações relevantes para determinar as soluções apropriadas para o grupo. Sendo assim, uma “Ficha do Produtor” deve ser desenvolvida para que se possa estabelecer um diagnóstico da realidade. O objetivo dessa ação é permitir que a cooperativa e o profissional de ATER conheçam os problemas e desafios de forma sistematizada para planejar as soluções adequadas.

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03 • METODOLOGIA

Todos esses fatores são importantes em um processo de produção, conforme ilustração da figura a seguir:

Crédito rural

GESTÃO

Garantia da qualidade do produto

CAPITAL MÃO-DE-OBRA Práticas agronômicas

TECNOLOGIA

Recurso humano e de infraestrutura necessários

Figura 1 – Boas Práticas na Produção.

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03 • METODOLOGIA

Para gerir melhor a base de produção de uma Organização Produtiva, associação ou cooperativa, além das organizações vinculadas, é necessário melhorar o monitoramento e o controle das práticas dos cooperados/associados, estabelecendo nos processos produtivos os parâmetros de qualidade e regularidade definidos pelos clientes do empreendimento. Em geral, a aplicação prática dos agricultores ao longo de gerações adota uma rotina ou forma de produzir que pode ser usada como ponto inicial para definição de “modelos de produção”, aliando essa experiência às tecnologias sustentáveis que possam contribuir para elevação da produtividade. É importante montar “unidades referenciais” em algumas propriedades rurais para demonstrar ou testar a eficiência dos modelos propostos, lançando mão de testes para aperfeiçoar e customizar de acordo com as condições existentes nas comunidades. Para definição dos modelos é importante levar em consideração os parâmetros do esquema a seguir:

Quais são os mecanismos de controle? Qual é a demanda do produto?

Que tipo de recurso natural?

Que tipo de incremento tecnológico?

Quais são o capital e o insumo externo?

Quais práticas agronômicas ou zootécnicas serão utilizadas?

Quais são a mão de obra e a infraestrutura necessárias?

E algumas questões precisam ser respondidas: 1 • Quais são o volume, a qualidade e a regularidade necessários para atender à demanda? (capacidade de produção, área disponível, produtividade atual, calendário, beneficiários que atendem à exigência de qualidade, etc); 2 • Quais são as condições ambientais e edafoclimáticas existentes? (necessidade de recursos naturais — ex: irrigação —, condições de solo, índices pluviométricos — ex: normal climatológica —, etc); 3 • Quais são a mão de obra e a infraestrutura necessárias? (dia/homem, mecanização, armazenamento, pós-colheita, etc); 4 • Quais são o capital e os insumos necessários? (crédito, formação de capital em produções secundárias, corretivos, adubos, sementes, alevinos, ração, etc); 5 • Quais são as práticas agronômicas ou zootécnicas aplicadas? (correção do solo, tratos culturais, manejo reprodutivo, manejo sanitário, manejo fitossanitário, etc); 6 • Quais são os mecanismos de controle e do acompanhamento do serviço de assistência técnica necessários? (software de acompanhamento, monitoramento e controle fitossanitário, visita técnica, dia de campo, etc).

Esses indicativos devem ser adaptados à realidade dos agricultores que o profissional de assistência técnica atende, portanto, estão livres para interpretar as necessidades específicas e colocar em prática seus modelos de produção. Outro serviço importante está relacionado às agroindústrias, onde existe a necessidade de incentivar as Boas Práticas na Fabricação e melhoria contínua de produtos e processos. Todo o trabalho deverá ser direcionado para aplicação de práticas que contribuam na melhoria das condições de pós-colheita, transporte, armazenamento e beneficiamento das diversas matrizes produzidas no campo.

Figura 2 – Unidade Referência (experimentação)

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03 • METODOLOGIA

As condições higiênico-sanitárias de armazenamento e manipulação de alimentos devem seguir as normas dos órgãos de saúde, tudo para garantir um produto seguro ao consumidor. Além do beneficiamento propriamente dito, existem outros temas da tecnologia de alimentos que devem ser considerados, como armazenamento, estabelecimento de tempo de prateleira, rotulagem, embalagem de acordo com as características físico-químicas e de uso deste alimento e avaliação sensorial, observando as matrizes e produtos finais, pois padrões de cores, sabores, textura, acidez e brilho são fundamentais na Indústria de Alimentos. Adicionalmente, os profissionais de assistência técnica devem, juntamente com os técnicos(as) de apoio a gestão, conduzir a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação de produtos no empreendimento e fomentar as cadeias produtivas sustentáveis e a discussão sobre sistemas de certificação, práticas de comercialização sustentável, rastreabilidade dos produtos, entre outras.

A figura a seguir ilustra esse processo de formação:

PD&I Condições higiênico-sanitárias

Rastreabilidade

Acondicionamento de matéria-prima

Manipulação de alimentos

Adequação de equipamentos e processos

Cuidados no transporte e no armazenamento

Figura 3 – Boas Práticas na Fabricação.

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03 • METODOLOGIA

Além dos aspectos da produção e da fabricação, é importante o olhar do profissional de assistência técnica para o todo, o que significa dizer que este deve participar em conjunto com o Asssistente Técnico na Gestão – ATEG no diálogo para melhoria dos aspectos gerenciais do empreendimento, o que se pode denominar “ Boas Práticas na Gestão”. Esses profissionais devem propor melhorias nos processos de Gestão Organizacional (com o objetivo de buscar resultados por meio do trabalho coletivo); Gestão Financeira (buscando o planejamento e o controle de gastos); Gestão da Produção (acompanhando a qualidade e regularidade dos produtos); e, Gestão da Comercialização (encontrando mercados e oportunidades de negócio).

A figura a seguir ilustra esse processo de aprendizagem:

Gestão Financeira

Gestão Organizacional

Gestão da Produção

Gestão da Comercialização e do Negócio

Figura 4 – Boas Práticas na Gestão.

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03 • METODOLOGIA

Levando-se em consideração todo esse cenário, deverão ser desenvolvidas práticas no serviço de assistência técnica que estejam voltadas à organização da produção, melhoria da gestão e da comercialização. Todas as atividades de assistência técnica devem primar pelo conteúdo aplicado, transformando o processo de formação em experiências do “aprender-fazendo”. Sendo assim, as famílias atendidas e dirigentes das organizações, podem utilizar a experiência adquirida para multiplicar o aprendizado na comunidade, formando uma espécie de rede de conhecimento. O serviço de assistência técnica em campo deve ser dividido da seguinte maneira: Atividades Individuais Têm o objetivo de promover a organização da base produtiva inserindo soluções tecnológicas sustentáveis e apropriadas, que elevem a produtividade, que melhorem a qualidade do produto e que garantam a regularidade de entrega. Estas atividades deverão ser programadas de maneira a atender às demandas do empreendimento, e devem estar relacionadas às necessidades reais de implantação, monitoramento/controle, colheita e pós-colheita, dos produtos principais. O serviço deve estar em plena sintonia com a implantação do Plano de Ação definido no Plano de Negócio.

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Atividades Coletivas Têm por objetivo introduzir “Boas práticas de produção” por meio da adoção de tecnologias apropriadas às condições encontradas nas comunidades. A atividade pode ser realizada, também, por meio de Intercâmbios de Experiências, em que as unidades selecionadas servirão como referência para implantação de modelos tecnológicos, ou em Dias de Campo, aplicando um modelo experimental na comunidade. Em caso de agroindústria, o profissional poderá promover atividades de formação em Boas Práticas de Fabricação (BPF), informando e aplicando todo o regulamento sanitário (Portaria nº 326 de 30 de julho de 1997 e RDC 275 de 21 de outubro de 2002) para produção de alimentos e capacitações e/ou treinamentos a fim de desenvolver novos produtos com potenciais de vendas. O serviço deve estar em plena sintonia com o Plano de Ação definido no Plano de Negócio. Deverão ser respeitadas práticas sustentáveis de produção, portanto os modelos de produção ou de tecnologias aplicadas deverão primar pela conservação dos recursos naturais.

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04

PLANO DE QUALIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO

“Para planejar com eficiência o serviço de assistência técnica na produção, o(a) profissional precisa definir um protocolo com base em um modelo de produção preestabelecido”


04 • PLANO DE QUALIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO

Para planejar com eficiência o serviço de assistência técnica na produção, o(a) profissional precisa definir um protocolo com base em um modelo de produção preestabelecido. Este modelo deve levar em consideração todos os aspectos sociais, ambientais e econômicos, com o objetivo de minimizar os riscos e aumentar a produtividade. É importante definir quais são os dados relevantes e elaborar um modelo de Ficha do Produtor, que possa revelar uma “fotografia” da realidade do cooperado(a). Para tanto, seguem algumas dicas para formatar seu modelo de ficha.

Dados Básicos

Dados do agricultor e da propriedade

Dados básicos, fundiários (possuidor ou proprietário), georreferenciamento, regularização ambiental (CAR + APE) e recolhimento de impostos (ITR + CCIR)

Dados de infraestrutura e recursos humanos

Ferramentas e equipamentos disponíveis, benfeitorias e recursos humanos empregados

Capacidade de formação de capital

PRONAF, PROAGRO, outras culturas etc.

Dados Avançados (ficha do produto)

Dados da produção

Calendário de produção/safra, tipo de produto, qualidade do produto, escala/produção média, produtividade, certificações em produtos e processos e descrição da linha de produtos/matérias-primas/insumos

Dados colheita e pós-colheita

Índice de colheita, coloração, lavagem, sanitização, aplicação de cera, higienização de contentor, etc.

Logística de entrega

Transporte em caixas e contentores, posto de recolhimento, transporte em caminhão etc.

O modelo de Ficha do Produtor deve ser adequado à realidade de cada cooperativa, levando em consideração todos os aspectos inerentes ao tipo de produto. Como parte integrante desse guia, tem-se um modelo de ficha a ser desenvolvida/adaptada pelo profissional em parceria com os cooperados, dirigentes e o profissional de gestão. Com a consolidação e a avaliação do grau de conformidade dos questionários aplicados é necessário propor um Plano de Ação prevendo uma categorização das soluções fundamentado nas prioridades definidas. O ideal é criar uma classificação de prioridades e montar o planejamento, com base em um modelo de produção consolidado. Também é parte integrante desse guia a apresentação de uma proposta de classificação para possibilitar customizar a realidade de cada base de produção. Essa proposta não elimina a necessidade de modernização do processo de gestão através do uso de softwares específicos de gestão da produção.

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ESCOPO DE TRABALHO

“O(a) profissional de assistência técnica contratado(a) deverá seguir uma rotina de trabalho com base no planejamento das ações”


05 • ESCOPO DE TRABALHO

O(a) profissional de assistência técnica contratado(a) deverá seguir uma rotina de trabalho com base no planejamento das ações, estabelecendo um quantitativo mínimo de atividades individuais, coletivas, administrativas e acessórias1 para o alcance das metas.

O/A profissional de assistência técnica desenvolverá as seguintes ações e atividades: a) Assessorar agricultores e agricultoras familiares que integram a base produtiva e a organização social/produtiva principal e vinculadas apoiada pela CAR/Projeto Bahia Produtiva, desenvolvendo atividades de apoio à gestão, produção, acesso ao crédito rural, acesso a mercados e regularização ambiental da propriedade rural, em acordo com o Código Florestal; b) Assessorar agricultores e agricultoras familiares nas diversas etapas da produção, auxiliando na implantação e gerenciamento de sistemas de controle de qualidade, identificação e aplicação de técnicas mercadológicas para distribuição e comercialização de produtos; c) Atuar em modelos de produção agropecuária e extrativista fundamentados em princípios agroecológicos e em técnicas de produção orgânica, desenvolvendo ações de menor impacto, minimizando o uso dos recursos naturais, promovendo a sustentabilidade social e econômica da Unidade de Produção Familiar (UPF); d) Promover o planejamento, execução e acompanhamento das diversas fases das atividades agrícolas e/ou agropecuárias na propriedade rural e das organizações, principal e vinculadas, elaborando, aplicando e monitorando ações de controle e mitigando ao máximo os processos de intervenção, de modo a garantir a qualidade do produto;

f) Apoiar a realização de ações que resultem na ampliação do acesso aos mercados para os produtos primários ou beneficiados pelos agricultores e sua Organização Produtiva; g) Desenvolver ações de qualificação das cadeias de suprimento para responder adequadamente às demandas do mercado, visando garantir qualidade, regularidade, escalas e condições compatíveis com as demandas do mercado; h) Promover e estimular a aplicação de boas práticas na produção, adotando princípios sustentáveis de produção; i) Contribuir para ampliar a oferta de alimentos saudáveis, sustentáveis, com origem, identidade social e qualidade asseguradas; j) Promover e estimular a valorização e participação das mulheres, da juventude e dos povos e comunidades tradicionais em todos os níveis; k) Prestar informações regularmente, em ferramentas disponibilizadas pelas instituições parceiras da Organização Produtiva, em especial a CAR/Projeto Bahia Produtiva, visando colaborar com o monitoramento e acompanhamento dos resultados; l) Participar de atividades de formação técnica promovidas pela própria Organização Produtiva, principal e vinculadas, pela CAR/Projeto Bahia Produtiva ou por outras instituições parceiras; m) Responsabilizar-se, junto com o(a) profissional de gestão, da alimentação do Sistema de Monitoramento de Resultados das Organizações apoiadas pelo Projeto Bahia Produtiva (MonitoraBP), ferramenta digital, desenvolvida pela CAR/Projeto Bahia Produtiva para monitorar e acompanhar mensalmente o desempenho econômico e financeiro das cooperativas e associações.

e) Participar das ações desenvolvidas para a elaboração, implantação e/ou qualificação de Plano de Negócios da Organização Produtiva e suas vinculadas;

1 | Atividade extra de formação, auditoria, reuniões, participação em Conselhos, Assembleias, dentre outras.

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05 • ESCOPO DE TRABALHO

Atividades

Quantidade/mês

Carga horária/mês

Individuais (IND) (04 horas)

16 ≤ x ≤ 22

64 h ≤ x ≤ 88 h

Coletivas (COL) (08 horas)

1≤x≤4

8 h ≤ x ≤ 32 h

Administrativas e Gerenciais (AG) (08 horas)

2≤x≤4

16 h ≤ x ≤ 32 h

Acessórias (AC) (08 horas)

1≤x≤4

8 h ≤ x ≤ 32 h

TOTAL

23 ≤ x ≤ 26

120 horas2

Obs 1.: Os quantitativos mínimos devem ser respeitados, ficando a cargo do profissional definir as atividades para uma carga horária de 120 horas/mês. Obs 2.: Os profissionais dedicados à melhoria dos processos e produtos da agroindústria deverão apresentar um quadro alternativo de atividades, ficando a cargo do supervisor/fiscal aprovar modelo mais adequado à rotina de atividades do mesmo. De qualquer modo, será apresentada uma minuta contendo sugestão de rotina em quadro anexo. Fica mantida a carga horária obrigatória de 120 horas/mês. Considerando as consequências e limitações relacionadas à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), do estado de calamidade pública, reconhecido pelo Decreto Estadual nº 19.626, de 9 de abril de 2020, e os procedimentos determinados pelo Decreto Estadual nº 19.638, de 14 de abril de 2020, a realização das ações e atividades previstas deverá, obrigatoriamente, obedecer a todos os procedimentos necessários definidos nos dispositivos legais vigentes e nas recomendações emitidas pelos órgãos de saúde, visando resguardar a saúde e bem-estar das famílias beneficiárias atendidas, das equipes técnicas e da população em geral. A Organização Produtiva, principal e vinculadas, deverá fornecer os equipamentos de proteção individual necessários para os profissionais envolvidos executarem as atividades (exemplo: máscara, álcool em gel, escudos protetores de face).

2 | Esta carga horária é obrigatória, de acordo com o estabelecido no contrato de trabalho, referendada na Consolidação das Leis do Trabalho (Lei Federal nº 5.452/1943)

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A CAR/Projeto Bahia Produtiva tem publicado guias orientativos sobre prestação de serviços de assistência técnica e protocolos que ajudam na proteção contra o novo coronavírus (Covid-19) e estão disponíveis como parte integrante deste Guia. Todas as atividades devem ser planejadas e disponibilizadas antecipadamente para os dirigentes, cooperados, fiscais e órgãos de controle. O calendário de atividades deve ser afixado em local de fácil visualização, como o mural da cooperativa. Minuta de Cronograma/Calendário de atividades: Exemplo 1 Técnico de Campo: Mês/ano: D

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Junho/2021 S

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IND

COL

AG

AC

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Q

S

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Ex: Sede

Ex: Sede

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AG: Sede

IND: Caritá

IND: Gruê

COL: Araças

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Ex: ...

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Ex: ...

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Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

COL: Sede

AC: Sede

IND • Atividades Individuais COL • Atividades Coletivas AG • Atividades Administrativas e Gerenciais AC • Atividades Acessórias

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Nome e conselho

Obs.: Com base nos termos contratuais, o total da carga horária não pode ser inferior a 120 horas/mês.

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Exemplo 2 Técnico de Campo: Mês/ano: D

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Junho/2021 S

T

IND

COL

AG

AC

Q

Q

S

S

1

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IND: Gruê

AC: Salvador

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COL: Sede

AG: Sede

Ex:

IND: Araças

Ex: ...

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Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

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Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

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Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

AG: Setaf

IND • Atividades Individuais COL • Atividades Coletivas AG • Atividades Administrativas e Gerenciais AC • Atividades Acessórias

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Nome e conselho

Obs.: O total da carga horária não pode ser inferior a 120 horas/mês.

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06

ASSISTÊNCIA TÉCNICA CONECTADA COM AS DEMANDAS DO MERCADO

“Compreendemos os desafios que uma assistência técnica tem em trazer mudanças na forma de produzir e gerenciar a produção do agricultor familiar”


06 • ASSISTÊNCIA TÉCNICA CONECTADA COM AS DEMANDAS DO MERCADO

Compreendemos os desafios que uma assistência técnica tem em trazer mudanças na forma de produzir e gerenciar a produção do agricultor familiar. Afinal, as práticas destes agricultores são formadas ao longo de gerações, por isso apresentar novos modelos de trabalho tem os seus desafios. Maior ainda são os desafios de se produzir e adequar a produção para atender às demandas do mercado. Afinal, cada mercado tem suas particularidades e atendê-las é importante quando se deseja trazer resultados comerciais tanto a quem produz quanto aos compradores dessas matérias-primas e produtos beneficiados ou não.

• Cada demanda pode variar em função do canal de distribuição que a cooperativa ou associação define como parceiro comercial. Por exemplo, um representante comercial pode ter determinadas necessidades e demandas que são diferentes de um distribuidor, e assim também para um varejo ou mercado local; • O mais importante em relação a mercado é definir onde se deseja vender os produtos e assim entender como funciona esse ambiente. Com esta informação se consegue voltar para o campo, ou para a Organização Produtiva e adaptar produção e produtos para atender às especificidades daquele mercado.

Para que uma assistência técnica seja mais efetiva ainda, a CAR/Projeto Bahia Produtiva entende que deve conectá-la à demanda do mercado dos produtos da agricultura familiar, trazendo mais resultados para quem produz e para quem vende. Para isto, decidimos abordar um pouco o tema "mercado" e como ele pode e deve se conectar com o trabalho da assistência técnica. Abaixo os principais pontos a serem entendidos sobre o mercado e suas demandas: • Cada mercado tem características próprias de operar. Isto significa dizer que se vender meu produto em um grande município, este mercado tem certas demandas em relação a determinado produto que em outro mercado pode não ter. Isso é muito comum em se tratando de compradores e consumidores diferentes em cada lugar/mercado. A forma como se compra e o padrão de consumo pode variar de lugar para lugar; • Outra coisa importante é compreender que o mercado determina o que quer comprar, e não o inverso, ou seja, a cooperativa ou associação produzir o que deseja e depois vender. Esta última lógica pode ser inadequada, pois pode-se produzir determinado produto e, na hora de vender, percebe que não existe mercado para comprar a produção;

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06 • ASSISTÊNCIA TÉCNICA CONECTADA COM AS DEMANDAS DO MERCADO

Pode-se perguntar então: o que seria necessário para atender o mercado? Para orientar nas questões mais gerais e básicas respondemos a seguir. • Qualquer comprador vai pedir de um fornecedor produto disponível o ano todo. Ou seja, durante o período de 1 ano, ele precisa do produto no mercado com regularidade. Portanto, ele demandará produção suficiente todos os meses para que ele possa revender aos seus clientes. Orienta-se, portanto, que seja avaliada a possibilidade de realizar um planejamento da produção de forma que se possa produzir o maior período de tempo possível. Entendemos que algumas culturas não são possíveis de se produzir o ano todo. Assim, o máximo que se conseguir estender a produção para períodos mais longos, melhor será o atendimento às demandas dos clientes; • Outro ponto importante é o padrão de qualidade dos produtos. Qualidade não é mais um diferencial, mas uma obrigação em qualquer produto. Produto sem qualidade não vende ou, quando vende, se conseguem preços baixos, não pagando o custo de produção em muitos dos casos. Importante que o serviço de assistência técnica se preocupe em desenvolver ações ou modelos de gestão e controle de qualidade que possam ajudar o(a) agricultor(a) familiar a produzir melhor; • Regularidade dos lotes de produção é outro fator importante. Todos os lotes produzidos devem ter o mesmo padrão de qualidade. Algumas culturas podem pedir a classificação dos produtos por tamanho, peso ou outra unidade de medida; • Muito do que se produz está sujeito a perdas devido a uma série de fatores. Um deles é o condicionamento e o transporte do produto até o comprador. Importante que os produtos sejam selecionados, classificados e embalados adequadamente para chegar ao seu destino sem danos e avarias; • É importante estar atento para cumprir prazos na entrega dos produtos ao comprador ou à cooperativa/associação.

48

Cada cultura ou produto tem suas especificidades. Assim, outros critérios ou atributos podem ser adotados em função das suas especificidades e particularidades. Seria importante agregar esses outros atributos ou particularidades em função do mercado onde serão acessados.


07

MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

“A relação constituída entre a CAR/Projeto Bahia Produtiva e as Organizações Produtivas (associações e cooperativas) apoiadas, em última instância, converge para o alcance de objetivos comuns”


07 • MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

A relação constituída entre a CAR/Projeto Bahia Produtiva e as Organizações Produtivas (associações e cooperativas) apoiadas, em última instância, converge para o alcance de objetivos comuns: desenvolver a agricultura familiar. As ações buscam apoiar os processos produtivos; disponibilizar a infraestrutura necessária; apoiar à gestão; garantir a assistência técnica e facilitar o acesso a mercados. Sendo assim, todas estas instituições são parceiras e responsáveis pela implementação das ações que cabe a cada uma.

No caso específico da CAR/Projeto Bahia Produtiva o papel é o de orientar e propor correções ao bom andamento dos investimentos realizados, mitigando os riscos inerentes à execução e fortalecendo o alcance dos resultados esperados. No caso dos serviços de assistência técnica, seja por meio de uma instituição contratada especificamente para esse fim, seja por meio de um(a) profissional contratado diretamente pela Organização Produtiva apoiada, utilizando-se dos recursos financeiros repassados, a CAR/Projeto Bahia Produtiva destaca um(a) técnico(a) do seu quadro, que ficará responsável pelo acompanhamento, monitoramento e supervisão. É dever desse(a) técnico(a) da CAR tomar as providências necessárias para o bom andamento dos serviços, levando em consideração a satisfação dos agricultores(as) ao receber o serviço, o alcance de metas com base no planejamento das ações e na entrega de resultados.

52

São atribuições do(a) profissional da CAR/Projeto Bahia Produtiva no acompanhamento dos serviços de assistência técnica prestados: • Monitorar a aplicação dos recursos financeiros disponibilizados para a Organização Produtiva apoiada, pautando pela eficiência, eficácia e efetividade do serviço contratado e disponibilizado; • Orientar o(a) profissional de assistência técnica buscando contribuir para a melhoria e qualificação permanente do desempenho deste; • Acompanhar, de forma amostral, as atividades desenvolvidas pelo(a) profissional, sempre orientando as ações de acordo com os instrumentos legais pertinentes; • Medir o serviço de assistência técnica prestado, emitindo parecer sobre a liberação de parcelas segundo cronograma de desembolso constante do Plano de Trabalho e Convênio; • Disponibilizar informações atualizadas sobre a execução do convênio; • Aprimorar o processo de monitoramento e avaliação, tornando-o mais transparente.

53


07 • MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Por outro lado, os dirigentes e cooperados da Organização Produtiva, principal e vinculadas, têm o papel de monitorar o bom andamento dos serviços de assistência técnica prestados, desde a concepção até o desenvolvimento das atividades, corrigindo e planejando o curso para o alcance do objetivo comum. A Organização Produtiva tem, também, a responsabilidade de fornecer as melhores condições para que o(a) profissional possa desenvolver o trabalho.

Os seguintes indicadores de resultados serão acompanhados: Quadro de Resultados Esperados

01

• Indicador Clientes-alvos satisfeitos com o serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER.

Para tanto, sugere-se que, dentre outras ações, possa assumir as seguintes atribuições: • Efetuar boa gestão dos recursos financeiros que custeiam os serviços de ATER, primando pela eficiência, eficácia e efetividade do serviço;

• Descrição Esse indicador mede o número de clientes (famílias) que manifestam satisfação com o serviço prestado nas áreas do projeto, com base em pesquisa formal ou informal. • Fórmula de Cálculo

• Destacar, no mínimo, 3 (três) membros da diretoria para que, de forma amostral, possam acompanhar as atividades desenvolvidas pelo(a) profissional, consultando os cooperados(as) sobre o bom andamento do serviço;

= número de clientes (famílias) satisfeitos com Assistência Técnica e Extensão Rural.

• Disponibilizar a CAR/Projeto Bahia Produtiva, sempre que consultada, anotações referentes ao processo de execução do serviço.

• Forma de Verificação

Como forma de avaliar a qualidade do serviço de assistência técnica disponibilizados aos cooperados/associados das organização apoiada, a CAR/Projeto Bahia Produtiva fará o monitoramento e a avaliação, utilizando, adicionalmente, ferramentas/instrumentos de acompanhamento da eficiência, eficácia e efetividade do serviço.

• Forma de Apuração Informado. Questionário.

02

• Indicador Nº de clientes (famílias) capacitados. • Descrição Esse indicador mede o número de capacitações fornecidas, ou seja, o número de clientes capacitados multiplicado pela quantidade de treinamento. • Fórmula de Cálculo = (Número de clientes capacitados x Nº de capacitações). • Forma de Apuração Automático no sistema. • Forma de Verificação SACC ou equivalente − Informações de acompanhamento do projeto.

54

55


07 • MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

03

• Indicador Nº de ACRs (Agentes Comunitários Rurais) capacitados. • Descrição

05

• Indicador Acesso de famílias assistidas por Políticas de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

Esse indicador mede o número de capacitações fornecidas, ou seja, o número de clientes capacitados multiplicado pela quantidade de treinamento.

• Descrição

• Fórmula de Cálculo

• Fórmula de Cálculo

= (Número de ACRs capacitados x Nº de capacitações). • Forma de Apuração

= (Número de empréstimos, acesso a insumos e seguro que integram as organizações de produtores beneficiários).

Automático no sistema.

• Forma de Apuração

• Forma de Verificação

Informado.

SACC ou equivalente − Informações de acompanhamento do projeto.

• Forma de Verificação

04

• Indicador

Número de acessos formais a programas de apoio à agricultura familiar (PRONAF, GARANTIA SAFRA, PNPB, etc).

Declaração das instituições (BB, BNB, SUAF/SDR e PBIO) atestando o recebimento do benefício de acompanhamento do projeto.

06

Acesso de jovens a estágio e a primeira experiência profissional.

• Indicador

• Descrição

Aumento do número de contratos formais que integrem as Organizações de Produtores (OP’s) beneficiários aos mercados.

Número de acessos formais a programas de estágio e primeiro emprego. • Fórmula de Cálculo = (número de estágios e primeiro emprego que foram gerados nas equipes de Assistência Técnica e Extensão Rural e os ACRs). • Forma de Apuração Automático no sistema. • Forma de Verificação SACC ou equivalente − Informações de acompanhamento do projeto.

• Descrição Número de contratos formais com mercados institucionais (PAA, PNAE, etc.) e/ou com instituições privadas do total de OPs. • Fórmula de Cálculo = (número de contratos formais que integrem as organizações de produtores beneficiárias ao mercado no ano de aferição – número de contratos formais que integram as organizações de produtores beneficiárias ao mercado). • Forma de Apuração Informado. • Forma de Verificação Contratos ativos da entidade no mercado institucional e no mercado privado

56

57


08

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este instrumento apresenta orientações e ferramentas que servirão para nortear a dinâmica diária dos(as) profissionais de assistência técnica na produção, estabelecendo uma conexão entre a sua missão e as obrigações com o técnico-científico necessários para melhor atender às cooperativas e associações a que estão vinculados. É preciso enfatizar que os tópicos contidos nesse Guia não têm a pretensão de abarcar todos os conteúdos necessários. As ferramentas precisam ser melhoradas e, para tanto, é necessário que cada organização e sua equipe técnica busquem soluções singulares às suas realidades. Esperamos que este Guia possa contribuir na melhoria da execução dos serviços prestados, favorecendo a qualificação na organização da base de produção, para promover os avanços necessários à gestão dos empreendimentos, às rotinas e aos processos de fabricação. Com isso, o resultado será um produto de melhor qualidade, com regularidade de entrega e com garantia de procedência.


09

ANEXOS

“Esperamos que este Guia possa contribuir para a melhoria da execução dos serviços prestados”


09 • ANEXOS

MODELO I – FICHA DO PRODUTOR

FICHA DO PRODUTOR 1. Dados do Produtor Nome:

4. Dados da Produção Linha de produto/segmento atuação: Produto principal:       Área:       Produtividade:

Produtor: 01

CPF:            DAP: Endereço: Comunidade:            Município: Estado:            CEP: E-mail:            Celular:

Produtos secundários: 1       Área:   Prod:   2   Área:   Prod: Modelo de produção/sistema produtivo: Insumos: Recursos humanos empregados (mão de obra):

;

Quantas pessoas da família trabalham na propriedade?

;

Alguém da família vende dias de serviço?

;

Utiliza trabalhador temporário?     ; Quantos?     ; Nº de dias/homem/mulher:

;

Nº de horas/homem/mulher/semana?

.

Capital investido:

2. Dados da Propriedade Nome:            Localização geográfica: (SRF – DATUM/SIRGAS 2000) Roteiro de acesso: Vínculo do imóvel: (  ) Proprietário (  ) Justo possuidor  Área (ha):    Tipo de documento: Nº Recibo do CAR: Nº Autorização de APE1: Está em dia com o Imposto Territorial Rural – ITR?  (  ) Sim  (  ) Não

Crédito Pronaf: (  ) Sim (  ) Não; Linha     ; Semoventes: (  ) Sim (  ) Não ; Outros: Valor total investido R$: Regularidade na produção (períodos de sazonalidade ou não) e oferta: Capacidade em atender a demandas da Organização Produtiva: Certificações em produtos e processos: Gestão de custos: Principais gargalos e restrições na produção e na venda: Principais demandas para adequação da base produtiva:

3. Dados de Infraestrutura Inventário de equipamentos: Inventário de benfeitorias:

Obs.: Todos os dados apresentados na ficha são passíveis de ajuste e devem refletir a necessidade de cada cooperativa. É papel do técnico na produção customizar essa ferramenta.

1 | Autorização por procedimento especial de licença ambiental para atividades agrosilvopastoris

62

63


09 • ANEXOS

MODELO II – PLANO DE AÇÃO

MODELO III – RELATÓRIO

COOPERATIVA CNPJ: 00.000.000/0000-00 Rua............................, n°xxx – Bairro – CEP: 3xxxxxx-xxx – Cidade – BA

Protocolo de Boas Práticas

Comunidade

Atividade:

Produtor

Quesito de verificação2

Produto:

Diagnóstico

Rua............................, n°xxx – Bairro – CEP: 3xxxxxx-xxx – Cidade – BA Fone: xx – xxxx-xxxx - e-mail: ..................@.............com.br

Período

1

Início:

Ação

RELATÓRIO

CNPJ: 00.000.000/0000-00

Nº ID: ___

Fone: xx – xxxx-xxxx - e-mail: ..................@.............com.br

Tema:

COOPERATIVA

PLANO DE AÇÃO

Local:

Município:

Título:

Nº CV:

Nº ID: ___

Fim:

ROTEIRO:

Conformidade3 Destaque

Desafio

Crítico

Ranking

I • JUSTIFICATIVA (Sem limite de caracteres) Por que a atividade foi necessária? II • OBJETIVOS (Sem limite de caracteres) Para que a atividade foi desenvolvida? III • PAUTA DO EVENTO/ATIVIDADES DESENVOLVIDAS (Quais os assuntos abordados? / Como os assuntos foram abordados)

1. Pauta 2. Atividades desenvolvidas (Sem limite de caracteres) IV • RESULTADOS ALCANÇADOS (Sem limite de caracteres) V • ENCAMINHAMENTOS (Sem limite de caracteres) VI • OBSERVAÇÕES DO RESPONSÁVEL TÉCNICO (Sem limite de caracteres)

Data:   /   /   .

1 | O protocolo deve ser escrito pelo profissional a partir do encontrado na literatura e na prática do experimento, de modo a estabelecer as atividades mais adequadas de produção. 2 | Este tem o objetivo de apresentar a técnica adequada de cada prática, de modo a subsidiar o planejamento das ações com base no controle absoluto dos processos.

Assinatura do responsável técnico/carimbo

Obs.: Deverão ser feitos registros fotográficos identificando o produtor, a comunidade e a atividade correlacionada. Os registros devem ser armazenados em CD_ROM e arquivado na sede da Cooperativa por no mínimo 05 (cinco) anos a partir da data de realização.

3 | Confronta a aplicação das técnicas apresentadas nos quesitos de verificação com o encontrado no diagnóstico de campo. Isso ajuda na priorização de unidades em situação crítica de conformidade.

64

65


09 • ANEXOS

REGISTRO DE FREQUÊNCIA

MODELO III – FICHA DE VISITA

COOPERATIVA CNPJ: 00.000.000/0000-00 Rua............................, n°xxx – Bairro – CEP: 3xxxxxx-xxx – Cidade – BA Fone: xx – xxxx-xxxx - e-mail: ..................@.............com.br

Nome do Participante/ Beneficiário(a)

CPF

COOPERATIVA

RELATÓRIO

Nº ID: ___

Assinatura/Assinatura a Rogo

FICHA DE VISITA

CNPJ: 00.000.000/0000-00 Rua............................, n°xxx – Bairro – CEP: 3xxxxxx-xxx – Cidade – BA

Nº ID: ___

Fone: xx – xxxx-xxxx - e-mail: ..................@.............com.br

Nome do Agricultor(a): Nº Convênio:

CPF: Comunidade:

Município:

Diagnóstico: Prescrição técnica:

Data:   /   /

Assinatura do Produtor

a rogo

TEC. Responsável / Nº Conselho de Classe

Local:

66

Data:  /  /

Responsável Técnico:

67


09 • ANEXOS

ANEXO IV – CRONOGRAMA PROFISSIONAL DA AGROINDÚSTRIA

Minuta de Cronograma/Calendário de atividades: Técnico de Campo: Mês/ano:

Quadro Mínimo de Atividades Atividades

Quantidade/mês

Carga horária/mês

Fábrica (FA) (08 horas)

08 ≤ x ≤ 10

64 h ≤ x ≤ 80 h

Individuais (IND) (04 horas)

02 ≤ x ≤ 06

08 h ≤ x ≤ 24 h

Coletivas (COL) (08 horas)

1≤x≤4

8 h ≤ x ≤ 32 h

Administrativas e Gerenciais (AG) (08 horas)

2≤x≤4

16 h ≤ x ≤ 32 h

Acessórias (AC) (08 horas)

1≤x≤4

8 h ≤ x ≤ 32 h

TOTAL

16 ≤ x ≤ 18

120 horas

D

4

11

18

25

Junho/2021 S

T

IND

COL

AG

AC

Q

Q

S

S

1

2

3

IND: Gruê

AC: Salvador

5

6

7

8

9

FA: Fábrica

FA: Sede

Ex:

IND: Araças

Ex: ...

12

13

14

15

16

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

19

20

21

22

23

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

26

27

28

29

30

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

Ex: ...

FA: Fábrica

10

17

24

31

FA • Atividades Agroindustriais IND • Atividades Individuais COL • Atividades Coletivas AG • Atividades Administrativas e Gerenciais AC • Atividades Acessórias

68

Nome e conselho

69


09 • ANEXOS

ANEXO V – FOLHA DE FREQUÊNCIA

17

Sábado

18

Domingo

19 20 COOPERATIVA

FREQUÊNCIA

CNPJ: 00.000.000/0000-00 Rua............................, n°xxx – Bairro – CEP: 3xxxxxx-xxx – Cidade – BA Fone: xx – xxxx-xxxx - e-mail: ..................@.............com.br Nome:

CPF:

Cargo:

N° CV:

21 22 23

Mês/ano: 07/2021

24

Sábado

25

Domingo

26 27 28 29

Jornada De Trabalho Data

Manhã Início

Tarde

Término

Início

Término

30 Assinatura

Observação/ Atividade

31

01

/   /

02

Data de encerramento da folha

03

Sábado

04

Domingo

Assinatura do Representante Legal

05 06 07 08 09 10

Sábado

11

Domingo

12 13 14 15 16

70

71


EQUIPE PROJETO BAHIA PRODUTIVA COORDENADOR GERAL Fernando Cabral COORDENADOR DE ANÁLISE E ACOMPANHAMENTO Gilberto Andrade COORDENADORA DE APOIO AOS ESCRITÓRIOS TERRITORIAIS Dora Helena Passos COORDENADORA DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Egla Ray Costa COORDENADORA DE CAPACITAÇÃO Elira de Andrade

ESPECIALISTAS TEMÁTICOS ESPECIALISTA EM AQUICULTURA E PESCA Alexandre José de Araujo Macedo ESPECIALISTA EM MANDIOCULTURA André Luis Lordelo Silva ESPECIALISTA EM CAPRINOS E OVINOS Carina Moreira Cezimbra ESPECIALISTA EM BOVINOCULTURA DE LEITE José Antônio Magalhães de Araujo ESPECIALISTA EM APICULTURA E MELIPONICULTURA Lívia Viana de Oliveira ESPECIALISTA EM FRUTICULTURA Marcos Raimundo Pitangueira ESPECIALISTA EM OLEAGINOSAS Taís Nunes de Almeida ESPECIALISTA EM SUBPROJETOS SOCIOAMBIENTAIS Greice Póvoas de Carvalho ESPECIALISTAS EM AGROINDÚSTRIA Rafael Rebelo de Matos Meirelaine Rios de Almeida Mendes

COORDENAÇÃO DE ATER Wecslei Ferraz COORDENADOR DE INTELIGÊNCIA E MERCADO Aldir Parisi COORDENADORA DO COMPONENTE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Andrevan Santana COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO Silvia Costa ASSESSOR DA DIRETORIA DA CAR Ivan Fontes ASSESSORA DE AQUISIÇÕES Nara Lins Muiños ASSESSORA FINANCEIRA Maria Juçara Monteiro ASSESSOR DE ACOMPANHAMENTO Antonio Berenguer ASSESSORA DE ACOMPANHAMENTO DO COMPONENTE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Maria Auxiliadora Cavalcanti Produzido pela Coordenação de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) do Projeto Bahia Produtiva em parceria com Assessoria de Comunicação da CAR/SDR www.sdr.ba.gov.br / www.car.ba.gov.br/bahiaprodutiva


Revisão Renata Siqueira / Ilustrações Marcílio Cerqueira / Projeto Gráfico P55 Edição | p55.com.br

GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA Rui Costa SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO RURAL Josias Gomes DIRETOR-PRESIDENTE DA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO E AÇÃO REGIONAL (CAR) Wilson Dias DIRETORA-GERAL DA COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO E AÇÃO REGIONAL (CAR) Ioná Queiroz

Sede do Bahia Produtiva Av. Luiz Viana Filho, 250 Conjunto Seplan, CAB CEP: 41745-001, Salvador-Bahia / Tel: (71) 3115-3941 www.sdr.ba.gov.br | www.car.ba.gov.br

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