Setor Automotivo

Nissan quer vender 1 milhão de carros a mais e reduzir custos dos elétricos

Fabricante japonesa revela plano global estratégico que prevê 30 lançamentos até 2026 e aumento da rentabilidade

redacao-ab
Redação AB
  • 25/03/2024 - 16:42
  • 2 minutos de leitura
    
             Makoto Uchida, CEO da Nissan, durante apresentação do novo plano estratégico The Arc

    Dezenas de lançamentos, aumento da lucratividade, expansão da eletrificação, redução de custos e crescimento nas vendas. Estas são algumas das principais diretrizes do The Arc, o novo plano estratégico global que a Nissan apresentou nesta segunda, 25, e que traça as diretrizes do grupo automotivo até 2026.

    O plano estratégico é considerado uma “ponte” entre o Nissan Next - que termina neste ano fiscal de 2023, em 31 de março -, e o Ambition 2030, o programa de longo prazo da fabricante japonesa. Dentro do projeto, 30 lançamentos de veículos e aumento da vendas em 1 milhão de unidades (já em 2024).


    SAIBA MAIS:
    - Nissan une operações na América Latina
    - Nissan e Dongfeng vão investir em elétricos e exportações
    - Nissan aposta em mais de uma solução de transição energética no Brasil


    "Este plano nos permitirá potencializar ainda mais a geração de valor e a competitividade, com mais agilidade. Ao enfrentar a extrema volatilidade no mercado, a Nissan está tomando ações decisivas, norteada pelo novo plano, para assegurar a lucratividade e o crescimento sustentável", afirmou Makoto Uchida, CEO da Nissan.

    Plano estratégico da Nissan mira em elétricos e híbridos

    Para a meta de 1 milhão de veículos vendidos a mais no novo ano fiscal que se inicia, na comparação com o anterior, a montadora diz que adotará estratégias regionais. O alvo preferencial, obviamente, está nos eletrificados.

    Dos 30 novos carros previstos pela Nissan até 2026, 16 serão híbridos ou veículos elétricos (VEs). Já de 2024 a 2030, o objetivo da empresa é lançar um total de 34 modelos eletrificados em todos os segmentos.

    Pelo plano estratégico, a Nissan quer que híbridos e elétricos respondam por 40% de seu mix de vendas até 2026. E até 2030, o objetivo é que essa participação de eletrificados chegue a 60% do portfólio geral da fabricante. 

    Segundo a montadora, a ofensiva de eletrificados será baseada em novos processos de desenvolvimento e manufatura, na tentativa de tornar os VEs mais acessíveis e aumentar a lucratividade. A ideia é desenvolver famílias de carros elétricos sobre plataformas modulares e com integração de motores e baterias.

    Elétricos da Nissan vão custar o mesmo que carros a combustão

    Desta forma, a Nissan pretende reduzir em 30% os custos de sua próxima geração de veículos elétricos na comparação com seu mais recente modelo zero combustão, o SUV Ariya. E até o fim da década, a meta é equiparar com os custos de modelos a combustão. 

    Além disso, as novas práticas podem diminuir os prazos de desenvolvimento de novas gerações de VEs em quatro meses. Enquanto as arquiteturas modulares devem reduzir o tempo de produção nas linhas de montagem em 20%.

    Isso implicará na adoção do chamado padrão Nissan Intelligent Factory. O sistema de produção integrará as fábricas da marca no Japão, Reino Unido e Estados Unidos.

    Nissan traça novas tecnologias em plano estratégico

    O plano também aborda outras frentes de desenvolvimento, como as tecnologias semi-autônomas e de assistência à condução, o que inclui uma nova geração do ProPilot. Ao mesmo tempo, a Nissan diz que vai investir em baterias de íons de lítio e de estado sólido. 

    As baterias serão desenvolvidas e produzidas no Japão, com promessa de redução de 30% nos custos em comparação às que equipam hoje o subcompacto Sakura. A previsão é que os VEs com a nova geração de baterias (inclusive de estado sólido) sejam lançados no ano fiscal de 2028.

    América do Sul não é citada no plano estratégico da Nissan

    A fabricante também elencou regiões dentro do plano The Arc. Para as Américas, estão previstos sete novos carros - entre modelos com tecnologia e-Power e híbridos plug-in - nos Estados Unidos e Canadá, além de renovação de 78% do portfólio nos EUA.

    Serão US$ 200 milhões de investimento na “experiência do consumidor nos EUA”, diz a marca. A meta é alcançar 330 mil unidades a mais em vendas em 2026 na comparação com o ano fiscal de 2023.

    Brasil e outros países do continente latino-americano, contudo, sequer foram citados no plano global da Nissan, que estabelece objetivos para Japão, China e Índia, além de mercados da Europa, África, Oriente Médio e Oceania.

    Vale lembrar que, em 2023, a Nissan confirmou a produção de um novo SUV para o Brasil - a segunda geração do Kicks - e subiu investimento na região para R$ 2,8 bilhões.